O dia em que o céu desabou.

Enola Gay, o cavaleiro do apocalipse.

No Japão eram 08:15, 06 de agosto de 1945, há 65 anos. Uma fortaleza voadora que tinha o nome da mãe do seu comandante, Enola Gay, lançou a primeira bomba atômica usada como arma de guerra em Hiroshima. Como o avião, a bomba também tinha um nome: Little Boy. 140 mil pessoas morreram no local e, durante os meses seguintes, os mortos seriam 350.000. Três dias depois, o mesmo flagelo viria para outra cidade japonesa de Nagasaki. O Japão se rendeu seis dias depois. Ele foi o único país a sofrer um ataque nuclear.

A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) estava vivendo seus capítulos finais. Na frente ocidental, Alemanha nazista já tinha sido derrotada.Os Estados Unidos não  precisavam usar a bomba atômica para garantir a vitória no Pacífico. Segundo os historiadores foram três razões: o desejo de vingança contra o Japão depois de Pearl Harbor, a vontade de demonstrar à União Soviética seu poder e o desejo de acabar com a guerra sem os altos custo das perdas numa guerra urbana. A história tem duas versões: a dos vencidos e a dos vencedores. No entanto, todos condenam hoje o crime inominável perpetrado pelos americanos contra populações civis inocentes.

Hoje existem 7.500 armas nucleares prontas para uso, perto das quais Little Boy é uma brincadeira de criança.

As comemorações do 65º aniversário do Dia da Vitória.

Há bem pouco tempo, essas imagens seriam impossíveis: aviões da Organização do Tratado do Atlântico Norte e tropas inglesas e americanas desfilando na Praça Vermelha, em Moscou, em homenagem ao dia da Vitória dos aliados na 2ª Guerra Mundial. O evento trágico encerrado em 1945 deixou mais de 50 milhões de mortos e, por outro lado, determinou a liderança americana, econômica e militar, no Ocidente. A II Guerra trouxe também para a Rússia a dominação dos vastos e ricos territórios eslavos, o que a tornaram também uma potência. A chamada Guerra Fria, com a polarização e a corrida armamentista, manteve então, durante mais de 30 anos, os dois lados com o dedo no gatilho o tempo todo e o mundo prestes a encontrar o seu apocalipse nuclear. Fotos da BBC.