Índios interditam rodovia Ilhéus – Olivença

Cerca de 200 índios tupinambás do distrito de Olivença, no sul da Bahia, interditaram as duas vias da BA-001, Km 16, segundo informações da Polícia Rodoviária Estadual (PRE). Segundo o órgão, eles reivindicam parte das terras que foram concedidas aos fazendeiros em uma decisão da Justiça por demarcação de terras.

Ainda segundo a polícia, a PRE foi para o local para negociação e os índios informaram que só iriam liberar a pista após a presença de representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Ministro da Justiça.

“A reivindicação é para pedir a suspensão de 22 mandatos de reintegração de posse de terras na área tupinambá”, relatou ao G1 o cacique Sinval Tupinambá de Olivença. Ele conta que 45 famílias serão retiradas destas terras devido ao cumprimento do mandato, que deve acontecer nesta terça-feira. “Nós queremos que o Tribunal Regional Federal derrube esses 22 mandatos de posse e as familias permaneçam nas áreas, pois crianças e idosos ficarão sem ter onde morar”, finalizou o cacique. Do G1.

01 - Janeiro - panfleto_o expresso

O Brasil e os jesuítas

Por Victor Sena

Não deve existir no mundo um povo mais displicente com sua própria história do que o povo brasileiro. Na edição do Jornal Hoje desta quarta-feira, (14), na rede Globo de Televisão, fiquei estupefato ao ver uma matéria que dissertava sobre “Como os Jesuítas ajudaram o Brasil”. 
A matéria, claro, é fruto da escolha de um novo papa (escrito em minúsculo de propósito). Um papa argentino e jesuíta. Só me questiono se o acéfalo que produziu a fatídica matéria leu algum livro de história na vida. Pois bem, aprofundemos um pouco na história.
550 mil índios. Era só o que havia na, até então, Ilha Brasil, antes dos portugueses chegarem, com uma carrada de degredados e algumas dúzias de prostitutas. Mas, em 1549 uns tais seguidores de Jesus foram convocados para servir à Coroa na missão de humanizar índios; seres preguiçosos e sem almas. A humanização seria conseguida através da catequização e a imposição do trabalho escravo, é claro.
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Assim que chegaram, os jesuítas se espalharam pelo território nacional e amontoaram grupinhos de índios para catequização/escravidão. A Companhia de Jesus criou inúmeras vilas, que segundo o Darcy Ribeiro, maior antropólogo brasileiro, só serviram de demarcação de terra para verdadeiros abatedouros – palavra minha, não do professor Darcy Ribeiro – de índios. 
Vejam que quero chamar atenção não à estada dos primeiros jesuítas no Brasil, mas, sim, como nossa história é tratada.
Até hoje livros de história tratam o descobrimento do Brasil como um acidente de percurso, chamam a América do Sul de Ilha, à qual primeiro deram o nome de terra da Santa Cruz, e assim formamos uma nação de analfabetos funcionais, que são mantidos assim pela voracidade da mídia consumerista e pelas péssimas políticas públicas oferecidas pelos canalhas que governam a nação.
Se curvar diante de um novo papa, que se faz santo em alguns minutos de eleição, é totalmente aceitável. Já que não ligamos para o fato de a Igreja ter sido fiel primeiro à Colônia, depois à monarquia (ao passo que era contra a abolição da escravatura), depois à ditadura em nossas terras, por que ligaríamos para os 14 séculos de trevas que assolou o mundo? Por que questionaríamos o fato de ter sido escolhido papa um cara que colaborou com a ditadura argentina? Um cara acusado de delatar padres e civis contra a ditadura e de raptar crianças, diga-se de passagem.
Como diria o general De Gaulle, “o Brasil não é um país sério”, pessoas chegam à faculdade sem saber ler e interpretar, o país é o líder mundial no ranking de homicídios – pois é, morre mais gente no Brasil do que no Afeganistão -, e a ideia que nos é vendida é de que tudo está no caminho certo.
Senhores, peço encarecidamente que eduquem seus filhos com bons livros. A maioria das pessoas deste país só consegue pegar um ônibus se ele passar devagar, se passar muito rápido não consegue ler a linha. Somos uma nação de analfabetos funcionais, que desprezamos nossa história e por isso vivemos num futuro merda petista.