Empresas planejam retomar produção de urânio em Caetité

Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil

angra

A Indústrias Nucleares do Brasil (INB) vai retomar a produção de urânio da mina de Caetité, na Bahia, em condições de atender à demanda do país, informou o presidente da INB, Aquilino Senra. Em entrevista à Agência Brasil, ele disse que a ideia é que, em 2017, a mina esteja preparada para atender à demanda atual de Angra 1 e 2, avaliada em 400 toneladas de urânio por ano, e a de Angra 3, cuja entrada em operação comercial está prevista para dezembro de 2018. Quando Angra 3 entrar em funcionamento, a demanda subirá para 780 toneladas/ano.

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Água com radioatividade em Caetité.

O consumo de água em três pontos de Caitité foi suspenso por ter sido detectada a presença de radioatividade alfa e beta acima do permitido pela portaria 518/04 de potabilidade de água, do Ministério da Saúde. Dos três, apenas um ponto é utilizado para abastecimento humano com radioatividade alfa acima do limite permitido.

O Instituto de Gestão das Águas e Clima (INGÁ) e a Secretaria de Saúde do Estado notificaram a prefeitura, por um poço do povoado Barreiro, da zona rural de Caetité, que abastece cerca de 15 famílias desde 2007, com o índice de radioatividade alfa 0,30, quando o padrão é 0,1bg/litro na água.Com informações do portal IBahia.

De acordo com denúncias encaminhadas ao Greenpeace, em novembro do ano passado, 30 mil litros de concentrado de urânio podem ter contaminado solo e água dos arredores da mina. Moradores de Caetité (BA) – onde está situada a mina de urânio das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), que abastece as usinas Angra I e II – procuraram o Greenpeace para denunciar o vazamento de 30 mil litros de concentrado de urânio. De acordo com informações levantadas pela própria comunidade, o vazamento teria atingido 200 metros de profundidade e pode ter contaminado rios e lençóis freáticos. A operação da mina, ainda segundo os moradores, está suspensa.

Procurada pelo Greenpeace, a assessoria de comunicação da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão governamental responsável pela fiscalização das atividades nucleares no país, disse que o vazamento aconteceu no dia 28 de outubro. A assessoria, no entanto, não informou detalhes sobre os impactos e as medidas que serão tomadas. A INB não quis se pronunciar.

“Como nos vazamentos anteriores, esse acidente expõe a fragilidade da segurança nuclear e a falta de transparência dessa indústria. O acidente aconteceu há 13 dias e até agora ainda não há uma posição oficial da INB e da CNEN”, diz André Amaral, coordenador da campanha de energia nuclear do Greenpeace. “A população ainda não sabe a extensão da contaminação do solo, da água e quais os riscos para os moradores da redondeza.”