Bahia é o sétimo estado mais violento do País.

As taxas de violência na Bahia mais que quadruplicaram em dez anos, de acordo com o Mapa da Violência 2012, divulgado nesta quarta-feira (14) pelo Instituto Sangari. Do ano 2000 para cá, foram cerca de 34 mil pessoas assassinadas, representando crescimento “preocupante” e “drástico”, conforme avaliação da equipe do Ministério da Justiça e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, responsáveis pelo levantamento. 

Em Salvador, houve “crescimento explosivo” em relação ao começo da década. A capital baiana – com mais de 1,4 mil homicídios em 2010 – triplicou os índices de de assassinatos no período analisado. O mesmo aconteceu com Natal (RN) e São Luís (MA). A taxa de homicídios em Salvador foi de 55% no ano passado, número inferior ao de 2009, quando apresentava 67%. Em dez anos, o aumento na taxa foi de 330% ou 371% no número de mortos. Em relação à Região Metropolitana de Salvador, o crescimento foi “extremamente severo”. 

Estado em situação de alerta 

Na década, o índice de homicídios para cada 100 mil habitantes saltou de 9,4% para 37,7%. “Estados que no início da década ostentavam níveis moderados ou baixos para contexto nacional, apresentam crescimento severo, como a Bahia, que de 23º lugar passa para o 7º posto nacional, com crescimento que quadruplica os quantitativos nesses 10 anos”, apontou o relatório. 

Entre os estados do Nordeste, a Bahia não vai tão mal assim. Alagoas aparece em primeiro lugar no ranking nacional, enquanto Pernambuco e Paraíba aparecem em 4º e 6º lugar, respectivamente. 

Migração da violência

De acordo com o relatório, “estados que inicialmente lideravam as estatísticas, apresentam quedas que, em casos, chegam a extremos bem significativos, como os de São Paulo, cujos homicídios caem 63,2%, ou os do Rio de Janeiro, que caem 42,9%”. 

Embora o relatório não defina que houve “forte reformulação nos pólos dinâmicos da violência”, há evidência para que isso seja comprovado. A partir de 2003, as taxas médias nacionais das capitais e regiões metropolitanas começam a encolher, enquanto as do interior continuam a crescer, mas com um ritmo mais lento (….). Esses mesmos fatores parecem impulsionar um segundo tipo de desconcentração, agora entre os estados, que chamaremos de disseminação”. Do site Bahia247. 

Motos estão matando cada vez mais.

Em dez anos, o número de motociclistas mortos em acidentes de trânsito no Brasil aumentou 754%. De acordo com complemento do estudo Mapa da Violência 2011, divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Sangari, em 1998 foram 1.047 mortes de motociclistas no país. Em 2008, esse número subiu para 8.939 mortes.
O pesquisador responsável pelo estudo, Julio Jacobo, atribui o aumento da mortalidade de motociclistas ao crescimento da frota na última década, que foi de 368,8%.
— Há 30 anos, as motos representavam uma parcela praticamente insignificante do total de veículos. Era visto como um artigo de luxo e era inacessível à população. A partir da década de 90, houve a popularização das motocicletas.

De acordo com dados do Departamento Nacional de Trânsito, em 1970, em um total de 2,6 milhões de veículos, só existiam registradas 62.459 motocicletas — 2,4% da quantidade de veículos. Em 1998, a quantidade de motocicletas subiu para 2,8 milhões, o que representa 11,5% da frota total do país. Em 2008, o número saltou para 13,1 milhões, representando 24% do total nacional de veículos.
Se, na década estudada, a frota de motos cresceu 368,8%, isto é, mais de quatro vezes e meia, a de automóveis aumentou 89,7%. De acordo com a pesquisa, a taxa de óbito dos motociclistas oscilou de um mínimo de 67,8 mortes a cada 100 mil motocicletas em 1998 a um máximo de 101,1, em 2002. A média da década é de 92,3 óbitos a cada 100 mil motocicletas registradas.
— O risco de um motociclista morrer no trânsito é 14 vezes maior que o de um ocupante de automóvel. Se essa tendência continuar, em 2015 a morte de motociclistas no trânsito vai superar os índices de todos os outros veículos juntos — afirmou Jacobo.

A relação peso/potência das motos e a consequente maior agilidade que os carros, fazem os motociclistas mais audaciosos. Mas na hora do acidente, a desvantagem é visível. Quem quer se horrorizar um pouco com fotos escabrosas, deve colocar na ferramenta Google, imagens, as palavras “acidentes com motos”. É de arrepiar os cabelos.