Mais de 450 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam, no início da madrugada deste domingo (3), em Itabela, a 671 km de Salvador (BA), uma fazenda da empresa multinacional Veracel Celulose, que atua no ramo do plantio de eucalipto e tem sua fábrica em Eunápolis, a 28 km de Itabela. O Conjunto Muqui, nome dado à fazenda a Veracel, tem 6,8 mil hectares.
Outras duas fazendas da empresa foram ocupadas pelo movimento. Uma em 22 de abril de 2009 e outra em março de 2011, por cerca de 1,2 mil mulheres do MST, por ocasião do mês da mulher.
No extremo sul baiano, a fazenda da Veracel foi a quarta ocupada somente em abril. Na madrugada de sábado (2), representantes do movimento ocuparam duas fazendas utilizadas apenas como pasto, uma em Alcobaça, de 900 hectares, e outra em Teixeira de Freitas, de 1,2 mil hectares. Ainda no domingo (3), 150 famílias ocuparam uma fazenda em Jucuruçu.
O coordenador do MST na região, Evanildo Costa, afirma que as ocupações servirão para pressionar o governo. “Ocupamos fazendas que indicamos para vistoria do Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária (Incra). O objetivo é pressionar esta vistoria para conseguirmos a desapropriação”, diz.
Ao todo, o movimento informa que 15 fazendas baianas estão ocupadas e que em cada uma delas estão cerca de 200 famílias acampadas. Até 17 de abril, dia que marca o fim do “Abril Vermelho”, 20 fazendas estarão ocupadas na Bahia, de acordo com o MST. A direção do movimento calcula que existam aproximadamente 20 mil famílias instaladas em acampamentos no Estado aguardando a regularização dos terrenos.
O “Abril Vermelho” foi criado em protesto ao massacre de Eldorado dos Carajás (PA), que matou 19 agricultores do movimento em 1996.
