Cerrado receberá mais de U$10 milhões para tecnologias de baixa emissão de carbono

Foto de João Paulo Sotero
Foto de João Paulo Sotero

Uma parceria entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) vai priorizar o bioma Cerrado no sentido de aumentar a área produzida com sistemas sustentáveis de produção e diminuir a pressão sobre as florestas nativas, contribuindo para a redução da emissão de gases de efeito estufa.

– Um projeto como esse possibilita que o produtor tenha um ganho econômico adotando esse sistema, com todas as tecnologias recomendadas. Haverá um ganho ambiental produzindo mais numa área menor, o produtor pode disponibilizar áreas que possam ser recuperadas. Há também um ganho social, porque o projeto prevê uma utilização maior de mão de obra e, com isso, geração de empregos – afirma o chefe adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa, Luiz Carlos Balbino.

Para isso, serão investidos US$ 10,6 milhões em recursos do Programa de Investimentos Florestais (FIP, na sigla em inglês). Esse montante será administrado pelo Banco Mundial para a realização de cursos sobre a recuperação das pastagens degradadas, integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iPLF),  sistema de plantio direto na palha e florestas plantadas. O Banco recebeu quatro projetos brasileiros, essa é o primeiro que foi aceito pela instituição.

– O Banco Mundial tem muito interesse neste esforço do Brasil. É um dos principais produtores agrícolas do mundo, e a agricultura é uma das principais fontes de emissão de gases do efeito estufa. A possibilidade de trabalhar na produtividade da agricultura brasileira e na mitigação das emissões de efeito estufa é uma coisa muito interessante para nós – explica David Tuchschneider, gerente do Banco Mundial.

As áreas onde serão aplicadas as tecnologias são antropizadas, ou seja, suas características originais foram alteradas por consequência da atividade humana e estão em degradação.

– Mais de 80% do pasto do cerrado está degradado. Essa tecnologia é muito importante. Porque, conseguindo recuperar essa área de pastagem, conseguimos atingir a meta estabelecida pelo Brasil na COP15 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas) sobre a redução de carbono – relata Matheus Tavares, assessor técnico do Senar.

Os cursos serão ministrados para produtores rurais do bioma Cerrado. O projeto prevê ainda a formação de prestadores de assistência técnica nas tecnologias que contribuem para a baixa emissão de carbono para a assessoria a produtores selecionados. A expectativa é que o projeto chegue até 12 mil produtores, espalhados em nove Estados.

– Isso vai trazer informações para o produtor, além dessa capacitação tem o componente de assessoria técnica em campo. O produtor terá assessoria para implantar o que aprendeu – completa Tavares. Veja a matéria completa no Canal Rural.

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