
João Fidélis, Jusmari de Oliveira e o secretário de Saúde de Barreiras, Juca Galvão: as ligações políticas e financeiras de Oziel de Oliveira e João Fidélis foram preservadas em Barreiras.
O vereador Domingos Carlos dos Santos, o Cabo Carlos, voltou a fazer um pronunciamento veemente ontem, 23, na tribuna da Câmara Municipal de Luís Eduardo, sobre os desmandos nos repasses a terceiros, na área da saúde, durante o último ano da gestão Oziel de Oliveira. Na sessão de 14 do corrente, Cabo Carlos afirmou que Oziel repassara uma quantia acima de 900 mil reais, para prestação de serviços na área da saúde, a uma empresa que não tinha nem sede própria. Hoje, o Vereador apresentou os documentos que relacionam todos os repasses e cópia de processo em que a própria irmã de João Afonso Fidélis Filho, o beneficiário dos repasses, Márcia Fidélis Kowalski, pedia que seu irmão deixasse de usar a empresa Hospital e Maternidade Silvestre Ltda. como endereço para a empresa denominada Fidelis e Calister Ltda.
Na petição inicial à 2ª Vara Cívil de Barreiras, Márcia Kovalski, afirma, através de seu procurador:
“O arbítrio do réu (João Fidélis) culminou com a constituição, por ele e sua companheira de empresa, Fidélis e Calister Ltda, empresa essa que, sem dispor de qualquer estrutura, passou a usufruir de todo estabelecimento empresarial, de forma fraudulenta, em proveito exclusivamente do réu. Indigita como prova da inconsistência da empresa recém constituída o fato dela não ter sede, valendo indevidamente da sede do Hospital Silvestre.”
João Fidélis, que hoje é diretor da 25ª Diretoria Regional de Saúde, localizada em Barreiras, e mantém um estreito vínculo político com Oziel e Jusmari de Oliveira, simplesmente ignorou o contrato social que tinha com a irmã e a ex-exposa, criou uma outra empresa dentro da sua antiga empresa, colocando sua companheira na época como sócia e passou a usar o Hospital Silvestre como se fosse exclusivamente seu. Com isso foi beneficiado com os repasses da Prefeitura Municipal, afirma o vereador Cabo Carlos.
“Do início de 2007 até novembro de 2008 foram repassados à nova empresa formada por João Fidélis R$912.632,27, com acentuado aumento na época da campanha eleitoral e após as eleições. Para quê houve esse aumento? Quem vai responder por isso? O ex-prefeito ou o atual diretor da 25ª DIRES? Aqui há crime e existem vários criminosos. Havia uma quadrilha e o chefe era o ex-prefeito. Onde estão o Governador da Bahia, o Secretário de Saúde, que nomearam esse cidadão para a 25ª DIRES?”
Lamentando a aprovação das contas do ex-prefeito, contendo esses buracos negros mal explicados, o Vereador arremata: “Este caso não pode e não deve ficar sem solução”.
Em 5 de março de 2008, o juiz titular da 2ª Vara Cívil, Eustáquio Boaventura, acolheu o pedido de liminar da irmã de João Fidélis, afastando o réu da administração do Hospital São Silvestre e determinou a retirada das empresas Fidélis e Calister Ltda e Erika Calister Chagas ME da sede do Hospital. Mesmo assim os repasses financeiros do Fundo Municipal de Saúde continuaram em favor do réu.
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