Seremos os maiores consumidores de café do mundo, em 2012.

“Neste ritmo, seremos, em 2012, os maiores consumidores do mundo. Seremos, portanto, os maiores produtores, exportadores e consumidores. A procura está tão grande também lá fora, que exportamos, nos últimos 12 meses, 33,7 milhões de sacas, reduzindo o estoque interno a níveis de risco”.

Palavras de João Lopes Araújo, presidente da Associação de Produtores de Café da Bahia, ontem, na abertura do 12º Simpósio.

De acordo com o presidente da Assocafé, a competitividade do produtor brasileiro chegou ao limite, e a produção não cresceu para atender o aumento de consumo per capta no país, que bate o recorde dos últimos 45 anos,  com 4,81 kg/pessoa ao ano, o maior desde 1965.

A situação já era prevista, segundo Araújo, porque a competitividade brasileira era aparente, mas não compensava o produtor. “Conseguíamos vender, com preço cada vez menor, mas, por falta de renda, não pagávamos nossos financiamentos, nem dávamos os tratos culturais adequados às lavouras”, relembrou.

Os preços compensadores registrados atualmente, de cerca de U$300 a saca, contra U$50 registrados nos piores momentos, não foram aproveitados por grande parte dos produtores. “Muitos, quando o preço alcançou o nível atual, já não tinham o que vender. O preço só subiu por falta de café no mercado e foi além do esperado”, disse.

Deputados finalmente aprovam “Oeste Sustentável”.

Deputados baianos finalmente votaram ontem, por acordo de lideranças, o Projeto de Lei n°18.501/2009, que altera a Lei n°11.478/2009, que instituiu o Plano Estadual de Adequação e Regularização dos Imóveis Rurais do Estado da Bahia, ou Plano Oeste Sustentável. O fato foi comemorado pelos produtores rurais do Oeste da Bahia, representados durante a sessão na Assembléia Legislativa pelo diretor regional da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), João Lopes Araujo. O projeto de lei era o último obstáculo ao pleno funcionamento do Plano Oeste Sustentável, que, lançado o ano passado, ainda não pôde entrar em operação pela necessidade de uma mudança técnica na lei que o aprovou.

“Meu parecer é pela aprovação. É muito importante desburocratizar a agricultura, acabando com a disparidade entre a necessidade das aprovações de licenças e autorizações ambientais imprescindíveis ao plantio e o tempo que os órgãos levam para expedi-las, visto a importância econômica deste setor para o nosso Estado”, disse o relator do projeto, o deputado João Bonfim (PDT/BA).

O Plano Oeste Sustentável foi o instrumento desenvolvido conjuntamente por produtores, Governo e sociedade civil organizada, esta última representada pela ONG ambientalista americana The Nature Conservancy (TNC), para viabilizar uma solução para o chamado passivo ambiental. O passivo é um entrave burocrático à produção agrícola que põe a maioria dos produtores rurais na ilegalidade, ainda que eles cumpram na prática as exigências legais para a atividade.

“A falta de estrutura para trabalhar dos órgãos ambientais responsáveis por conceder as autorizações e licenças ambientais necessárias ao plantio das lavouras gerou uma ameaça à produção. Isto se traduz em pilhas e pilhas de processos parados nas prateleiras dos órgãos, gerando não apenas prejuízos econômicos para produtores e Estado, como riscos sanitários nas áreas embargadas que não recebem o manejo necessário para evitar a propagação de pragas e doenças”, explica João Lopes Araujo.

Acompanhando à distância o andamento da sessão durante toda a tarde de ontem, os dirigentes da Aiba chegaram a ficar preocupados com a obstrução à pauta, usada pela oposição para também garantir a votação de um outro projeto no Plenário.

“Gerou um suspense sim, mas tínhamos certeza de que o objeto do nosso pleito suplanta qualquer divergência política. Os meandros até a aprovação fazem parte do jogo, mas o que vale é que ao final, e por acordo, o projeto foi aprovado”, comemorou o vice presidente da Aiba, Sérgio Pitt.