430 milhões de reais: esse é o tamanho do roubo de Durval Barbosa.

Deu no blog do Ricardo Noblat:

“Segundo delegados e procuradores que participaram da Operação Caixa de Pandora – a que revelou o Mensalão do DEM e levou para a cadeia o ex-governador José Roberto Arruda –, Durval Barbosapode ter desviado do governo do Distrito Federal durante os governos de Roriz e de Arruda mais de R$ 430 milhões.

Parte desses recursos teria sido distribuída a aliados dos dois ex-governadores e outra parte teria ficado com o próprio Durval, o autor das gravações que abateram Arruda e seus aliados e só agora começam a atingir a turma de Roriz.”

Roriz terá que devolver um pouco do que fez sumir.

O ex-governador do Distrito Federal (DF) Joaquim Roriz (PSC) foi condenado pela Justiça a devolver R$ 7,1 milhões à União, após terem sido constatadas irregularidades na compra de equipamentos para o Corpo de Bombeiros do DF. De acordo com o juiz Itagiba Catta Preta Neto, da 4ª Vara Federal, “não há dúvida” sobre as irregularidades praticadas pelo ex-governador, que novamente é candidato ao Palácio do Buriti.

“É uma ação bastante antiga que agora tem condição de ser julgada. Não tenho nenhuma dúvida sobre as irregularidades cometidas, e falo isso tendo por base um conjunto probatório bem longo, detalhado e embasado, que inclui muitos documentos e audiências com testemunhas”, disse Itagiba.

O caso do Roriz é ímpar: até os peixinhos do grande lago de Brasília sabem que ele sempre esteve metido em negócios escusos durante os seus três mandatos e ele até renunciou a um mandato de senador por falcatruas. Essa é a primeira condenação, uma parcela ínfima do que desviou dos cofres públicos. Roriz tem outro pecado para prestar conta: transformou Brasília num inferno, trazendo mais de 500 mil habitantes para a sua periferia.

Arruda, o síndico.

Arruda diz que, em dois meses, escreveu um livro completo sobre o sistema arrecadatório dos democratas, do qual ele foi o principal gestor.

Homem de poucas luzes, Arruda espeta a espada da deusa Themis no próprio traseiro. Por que ele não escreve sobre as ferramentas usadas pelo PT para apeá-lo do poder, as mesmas que vão derrubar Roriz do seu cavalinho? Roriz, se for candidato e ainda vencedor, não fica seis meses no poder. O Distrito Federal é um caramelo gostoso demais para ser degustado por uma quadrilha só.

Revelada grande negociata, com políticos envolvidos, em Brasília.

A revista Veja que vai circular nesta semana revela que estão em poder do Ministério Público gravações de áudio nas quais o lobista Maurílio Silva, antigo parceiro do ex-governador Joaquim Roriz em negociatas, aparece cobrando propina de um grupo de fornecedores do Detran local, ensinando a fraudar licitações e já fatiando contratos num possível governo do comparsa. A conversa, gravada dia 14 de dezembro do ano passado por uma empresária – pouco mais de duas semanas após o Ministério Público estourar a operação Caixa de Pandora – trata-se de uma reunião entre Maurílio e fornecedores de placas e lacres para veículos. No encontro, os empresários deixam claro que formaram um cartel e que querem discutir com o lobista uma maneira de conseguirem exclusividade para instalar os novos lacres veiculares exigidos por nova lei do Departamento Nacional de Trânsito que estabelece que até dezembro de 2011 todos os carros do país deverão receber esses lacres, que irão conter números de série, de modo a inibir fraudes e clonagens. Cabe ao Detran de cada estado credenciar as empresas e estabelecer os custos. O de Brasília ainda não fez essas mudanças, que podem render, de imediato, 40 milhões de reais aos fornecedores.

A porção à vista da sujeira do Distrito Federal.

Quem acredita que toda a sujeira ocorrida no Distrito Federal durante o Governo Arruda, com início nos governos de Joaquim Roriz, está em fase de lavagem final, engana-se. Paralelamente, existe um universo de romance policial barato, com saunas, procuradores públicos, malas de dinheiro, hackers, blogueiros e jornalistas. Quem quiser saber mais sobre toda esta história, tem que acessar os blogs do jornalista Roberto Kuppe e do Congresso em Foco. Ali conta-se como o MP do DF contaminou-se com a sujeirada toda e com a montanha de dinheiro que passava pelas mãos de Durval Barbosa. Ninguém é inocente nos escuros sepulcros caiados de Brasília.

Intervenção pode mudar rumos de Brasília

Joaquim Roriz, o governador que em 3 períodos de Governo transformou Brasília em Torre de Babel

Ontem, foi noticiado que os advogados de José Roberto Arruda entraram com recurso extraordinário, motivo pelo qual o ministro Marco Aurélio, do STF, remeteu o processo para a Procuradoria Geral da República, para ouvir novamente a opinião do Ministério Público. Enquanto isso, Arruda vai curtindo sua cela sem banheiro.

Por outro lado, a direção partidária do Democratas está propondo sua auto-dissolução. Para evitar mais constrangimentos. O que não se comenta, é que essa intervenção pode ultrapassar as eleições de outubro, com o que Brasília poderá voltar a ser a Capital de antanho, quando saúde, segurança e educação eram exemplares. Joaquim Roriz, cidadão de trânsito fácil nos corredores do Palácio do Planalto e chefe do esquema que colocou o mensalão do DF à luz da população, pode ser o próximo alvo. Foi ele quem incentivou a migração de nordestinos pobres para Brasília, criando bairros de 300 mil moradores, da noite para o dia, como Samambaia, por exemplo. Arruda e Roriz são farinha do mesmo saco.

O Palácio Legislativo do DF custou 120 milhões. Deputados distritais ainda não foram para o novo prédio. Como a intervenção é certa, que tal uma escola, um centro de excelência de ensino técnico ou um bom hospital?