É apenas um vazamento de um dos 77 termos de delação ajustados com a Justiça Federal, dentro da Operação Lava-Jato, que diretores e altos funcionários da maior empreiteira do País irão fazer. Nada ainda foi homologado pelo Ministério Público, muito menos admitido como prova pela Magistratura.
Apesar da precocidade do momento jurídico, a metade dos políticos importantes da Bahia já foi citada, entre eles o governador Rui Costa e o ex-governador Jaques Wagner (PT), a senadora Lídice da Mata (PSB), o ex-ministro da Secretaria Geral da presidência Geddel Vieira Lima (PMDB), os deputados federais Daniel Almeida (PCdoB), Jutahy Junior e Antonio Imbassahy (PSDB), Lúcio Vieira Lima (PMDB), Antonio Brito (PSD), Arthur Maia (PPS), José Carlos Aleluia e Cláudio Cajado (DEM), Benito Gama (PTB), os deputados estaduais Adolfo Viana (PSDB) e Leur Lomanto Júnior (PMDB), o vereador Paulo Magalhães Jr. (PV) e o ex-deputado Colbert Martins (PMDB).
No entanto, todos estão preocupados em desmentir. Wagner, que teria recebido R$10,5 milhões entre 2006 e 2010, segundo o delator, classificou o documento como uma relação completa de inverdades.
Particularmente, acho que de fato existem muitas inverdades nisso aí: Wagner, proeminente na política há mais de uma década, não arrecadaria, na maior empreiteira do País, apenas irrisórios R$10,5 milhões.
Veja por exemplo detalhes da Operação da PF denominada “Hidra de Lerna”, deflagrada em outubro, que investiga o desvio de fortunas protagonizado por Rui Costa e os ex-ministros Mário Negromonte e Márcio Fortes, ex-titulares do Ministério das Cidades.
O buraco negro da corrupção ainda vai engolir muita gente boa da Bahia, junto com as suas caras campanhas eleitorais.