“La Niña” pode reduzir chuvas no Centro Sul em até 30% no próximo verão.

As lições dos eventos climáticos extremos de 2021 no Brasil: 2 - A seca no  Sudeste - Amazônia Real

Os técnicos do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) contam com a volta no fim de setembro das chuvas ao centro-sul do país, onde a estiagem neste ano colocou em alerta os reservatórios de usinas hidrelétricas.

Já entraram no radar, no entanto, os possíveis efeitos do fenômeno climático La Niña, a partir de outubro, que poderiam reduzir o volume de chuvas de 10% a 30% na região.

O fenômeno causa uma alteração periódica na temperatura das águas do oceano Pacífico, o que tende a reduzir as chuvas no centro-sul do Brasil, agravando a seca na bacia do rio Paraná.

O temor é isso ocorrer novamente logo no início do período chuvoso deste ano, o que prejudicaria ainda mais a recuperação da capacidade dos reservatórios da região.

De acordo com o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), os reservatórios das usinas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste estão operando em patamares críticos há meses, e a crise do sistema elétrico nacional preocupa analistas.

Dados do Inmet mostram que os estados de São Paulo e Paraná tiveram chuvas abaixo da média desde janeiro. Durante todos os meses deste ano até julho, a maioria dos estados teve um volume menor de chuvas do que no mesmo período do ano passado.

Segundo o meteorologista Cleber Souza, do instituto, há sinais positivos de chuvas recentes na região Sul. Embora não se espere um volume de precipitações acima da média para os próximos meses, a volta da chuva no Sudeste e Centro-Oeste na segunda metade de setembro traria um alívio tanto para os agricultores quanto para o sistema elétrico.

“É difícil prever com exatidão qual seria o impacto exato do La Niña nas chuvas deste ano, mas é um fenômeno que tornas as frentes frias mais fracas e, sem dúvida, é uma fonte de preocupação”, diz Souza.

O cenário de risco energético também preocupa os economistas, que começam a antever os efeitos da falta de água na recuperação da economia.

O Brasil pode entrar em um quadro de estagflação (estagnação econômica com inflação), caso as chuvas não voltem no quarto trimestre, segundo Gabriel Leal de Barros, economista-chefe da RPS Capital.

Para ele, houve uma mudança de postura por parte do governo, que agora reconhece que a situação do setor elétrico é dramática. “O que preocupa é, além do quadro hídrico, o futuro aumento da bandeira tarifária mais cara por parte da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica)”, diz.

Segundo Barros, para não desorganizar o setor elétrico e ampliar o déficit no custeio das térmicas, o novo valor da bandeira será importante para definir o impacto do preço da energia também na inflação do próximo ano.

Na avaliação de Roberto Wagner Pereira, especialista em energia da CNI (Confederação Nacional da Indústria), as medidas possíveis para diminuir o impacto da falta de chuvas no setor já estão na mesa, como contratar mais térmicas e promover um programa voluntário de redução de uso.

“Temos de torcer para que elas funcionem e para que passemos por isso de forma confortável. Não vejo um risco de apagão hoje, mas existe um risco óbvio de racionamento e a gente espera que isso seja suficiente”, diz.

O volume menor de chuvas também preocupa produtores rurais e investidores em commodities agrícolas, avalia o consultor econômico Nicola Tingas, da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento).

Há um ambiente de deterioração das condições econômicas, afetando desde a produção de manufaturados até a agricultura, que também deve ter quebras de safra, afirma. Segundo ele, com problemas de oferta, pode haver mais um aumento da inflação.

“O conjunto diminui a motivação para investir e há uma desaceleração no ritmo de retomada da economia, com riscos que inibem uma maior taxa de investimento.”

Ele também avalia que o governo poderia ter sido mais veloz nas medidas tomadas para resolver a crise. “O ideal era que algumas ações tivessem sido antecipadas -e o problema agora pode ser maior do que a gente gostaria”, diz.

Nesse cenário, o PIB (Produto Interno Bruto) da agropecuária deve crescer menos neste ano, indica o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que cortou a estimativa de alta para o indicador em 2021, de 2,6% para 1,7%.

“O pior é a ausência de um planejamento estruturado a médio e longo prazo, já que a as mudanças climáticas tendem a fazer deste um problema frequente”, afirma Rafael Cagnin, do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).

Ele avalia que o recurso das termelétricas é razoável para contornar o desafio imediato, mas não serve de resposta definitiva, dado que é mais caro, mais sujeito às variações cambiais e sobretudo incompatível com o meio ambiente.

“Esta crise hídrica não é um desafio só para 2021, mas como vamos lidar com ela indica nossa compreensão ou não da emergência ambiental”, diz o economista.

A tecnologia para reduzir os impactos da seca agrícola

Seca do verão 2020-2021 pode ser repetir no próximo período.

A média da capacidade dos reservatórios do sistema Sudeste-Centro Oeste de geração de energia está apenas em 21,93%. Usinas como Emborcação e Itumbiara, no rio Paranaíba, estão com apenas 11% dos seus reservatórios preenchidos. 

Dois tornados atingem Santa Catarina na tarde de ontem

Dois tornados ocorreram em Santa Catarina nesta sexta-feira (14). A confirmação foi feita pela Defesa Civil do Estado na madrugada deste sábado (15). Os fenômenos foram registrados em Água Doce, no Meio-Oeste, e Irineópolis, no Planalto Norte.

Os meteorologistas estão insistindo que teremos, este ano, novamente a ocorrência do fenômeno La Niña, com o resfriamento das águas do Pacífico na linha equatorial. Isso significa chuvas tardias no Centro-Oeste e Nordeste e pouca chuva na Região Sul.

O oceano Pacífico permanece sob resfriamento. Nas últimas semanas, a porção leste registrou desvio de temperatura de -2 °C. Já a região central do oceano, a mais estudada no que diz respeito aos fenômenos El Niño e La Niña, voltou a marcar temperaturas abaixo da média (-0,5° C), após um mês de julho com desvios mais próximos do normal.

Em sua última atualização, a Agência Americana de Meteorologia de Oceanografia (NOAA) indica que as simulações numéricas variam entre neutralidade e a efetiva formação do La Niña. Mas o órgão trabalha com maior hipótese de o fenômeno ocorrer na primavera de 2020 (60% de chance) e no verão de 2021 (55% de chance). Vale salientar que outras simulações não indicam desvios negativos de temperatura tão significativos ou duradouros, o que mantém a dúvida sobre a hipótese da formação de um fenômeno La Niña clássico. Do Canal Rural, editado.

“La Niña”: Matopiba tem possibilidade de boas chuvas no verão até 2019

img_20161010_180124342-1

O climatologista Luiz Carlos Molion afirmou hoje ao Notícias Agrícolas que o comportamento das chuvas em outubro a dezembro de 1998 pode ser comparado com os patamares atuais. Naquele ano, áreas como o oeste da Bahia tiveram chuvas acima do normal. Molion previne ainda que o fenômeno “La Niña” pode perdurar até 2019, prevendo um ano excelente para a região do Matopiba na safra 2017-2018.

Os agricultores do Matopiba, bem como as bacias hidrográficas do São Francisco e do Tocantins estão precisando de uma sequencia de temporadas de verão com chuvas bem consistentes.

Uma previsão otimista: o fenômeno “La Niña” vem, mas com menos intensidade

la nina

Meteorologistas do mundo todo preveem primavera, verão e outono de 2017 sob influência do fenômeno “La Niña” – esfriamento das águas do Pacífico. As previsões são de chuvas regulares para o Sul, uma entrada mais tardia da temporada chuvosa para Centro Oeste, Matopiba e Sudeste, sob a influência do “La Niña”, oscilando para a neutralidade a partir de março. A possibilidade de reentrada de “El Niño”, com aquecimento das águas do Pacífico equatorial está afastada.

Fenômeno “La Niña” pode dominar na próxima década.

Os agricultores devem preparar-se para uma década de frio e pouca chuva, na qual a irrigação e o armazenamento de água serão ferramentas essenciais para manter a produtividade das lavouras. Aqueles que não se prepararem, terão grandes dificuldades em enfrentar o período de estiagem esperado. Esta é a previsão do meteorologista e fundador do Weather Channel, Joseph D’Áleo, que esteve em Gramado no 5º Encontro Analys Agricultura de Precisão. Em entrevista exclusiva ao Correio do Povo, o especialista afirma ainda que o fenômeno La Niña será mais frequente que o El Niño, nesta próxima década, trazendo problemas principalmente para países como a Argentina, o Uruguai e a região Sul do Brasil. Leia a entrevista na íntegra no portal Agrolink.

Secas no Cone Sul podem significar reduções na produção de soja de até 50 milhões de toneladas. Sem contar os prejuízos do hemisfério norte. Se 50% do que está anunciado for correto, a soja vai valer ouro na próxima década e até nos próximos 40 anos. Pouca chuva no Sul também pode significar redução significativa de energia hidroelétrica, fator limitante para taxas de crescimento mais alentados da economia. Os dois governos de Lula foram contemplados com chuvas regulares em todo o País. Mas o temor a um eventual apagão não deixa de tirar o sono de analistas, que afirmam que só o crescimento limitado da economia, principalmente o da crise de 2009, não gerou uma carência energética no País.