Câmara: salvou-se uma alma inocente das fímbrias do purgatório

Argôlo, menino levado, em foto de Gustavo Lima, da Câmara.
Argôlo, menino levado, em foto de Gustavo Lima, da Câmara.

O deputado Luiz Argôlo (SD-BA), que responde a dois processos por quebra de decoro parlamentar por envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, alvo da Operação Lava Jato, conseguiu adiar a votação de seu processo de cassação. Um pedido de vista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados impediu que o pedido de perda de mandato por quebra de decoro parlamentar fosse aprovado e levado ao plenário. Por falta de prazo regimental e o início do recesso de fim de ano, Argôlo concluirá seu mandato sem ser submetido ao julgamento de seus pares, como aconteceu na última semana com o ex-petista André Vargas (sem partido-PR).

O pedido de vista foi apresentado inicialmente por seu colega de partido, o deputado Wladimir Costa (SD-PA) e, apesar dos protestos de alguns membros da CCJ, se transformou em pedido de vista coletiva. O parlamentar é o mesmo que apresentou vista no processo do ex-deputado Natan Donadon (sem partido-RO) na CCJ em agosto do ano passado. “É um desígnio do destino”, afirmou.

Impressionante o corporativismo dessa gente de tez nacarada dos legislativos. Se protegem entre si, se acoitam nas próprias instituições, livram-se de qualquer nódoa, céleres, lavados que são nas águas da impunidade e do descaramento.

O Brasil precisa, antes de salvar-se do subdesenvolvimento, salvar-se dos pró-homens da República. Pobre Brasil!

Deputado do PT diz que Câmara está se dobrando à opinião pública

andre_vargasAndré Vargas (PT-Paraná), vice-presidente da Câmara dos Deputados, aproveitou a reunião da Mesa Diretora da Casa, ontem, para lamentar que o legislativo esteja se dobrando à opinião pública. E citou vários privilégios perdidos, entre eles o 14º e 15º salários. A Mesa votava a abertura do processo contra José Genoíno. Quando chegou a 4×2 (entre os sete membros), Vargas sacou do pedido de renúncia de Genoíno.

Em seu site, Vargas falou sobre a renúncia de Genoíno:

“Ele não queria ter escrito em seu currículo ‘deputado cassado’, pois seus direitos políticos já foram retirados na abusiva condenação e ele já era aposentado por tempo de serviço, o que estava em discussão era a história dele. Ele queria terminar seus 25 anos na Câmara como homem honrado, que não quebrou o decoro parlamentar”.

O corporativismo entre legisladores, nos três níveis da Federação, tem sido um dos principais motivos para a desmoralização acelerada dos parlamentos.

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Proposta no Senado veda pagamento a vereadores de cidades pequenas

Os vereadores de municípios com até 50 mil habitantes podem deixar de receber remuneração pelo exercício do cargo. Essa proposta está em análise no Senado, e é de autoria do senador Cyro Miranda, do PSDB de Goiás. De acordo com o parlamentar, se a proposta de emenda for aprovada, 90 por cento dos municípios brasileiros vão deixar de pagar remuneração aos vereadores. O texto também limita a três e meio por cento da arrecadação, os gastos dos municípios com a manutenção da Câmara de Vereadores.

A extinção das câmaras municipais, trocadas por um conselho de anciãos, que se reunissem apenas uma vez por mês; a redução da Câmara para 1/3 dos seus membros e a extinção do Senado. Isto seria uma reforma política de verdade. Mas quem diz que eles vão largar os úberes fartos da Pátria Mãe tão distraída?

Em Luís Eduardo Magalhães um vereador custa mais de R$61 mil – por mês – aos cofres públicos. Leia mais sobre o assunto aqui, aqui e aqui.