Seis representantes dos governos de países da Amazônia se reúnem hoje (6) na cidade colombiana de Letícia para discutir medidas de proteção à maior floresta tropical do mundo, que sofre com incêndios graves e desmatamento. Eles assinarão o Pacto de Letícia para a Amazônia.
Segundo a presidência colombiana, a Cúpula “busca promover um espaço para o diálogo regional para promover a proteção e o uso sustentável dessa região, essencial para a sobrevivência do planeta”.
Se reúnem hoje o presidentes da Colômbia, Iván Duque; do Peru, Martín Vizcarra; do Equador, Lenín Moreno; da Bolívia, Evo Morales; e o vice-presidente do Suriname, Michael Adhin.
Cerca de 60% da floresta amazônica está no Brasil. O restante abrange Colômbia, Bolívia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, além da Guiana Francesa, um departamento no exterior da França.
Enquanto o mundo se desagrega em violência, devassidão e na perda dos valores intangíveis da natureza humana, recebo uma surpreendente missiva, em que a autora pede para tornar pública uma carta de amor. Há quanto tempo você, caro leitor, não ouvia falar nisso: uma doce, candente e apaixonada carta de amor? Sinal de que nem tudo está perdido, que os jovens (e por que não, os mais maduros) ainda tem capacidade de escrever cartas de amor. Veja primeiro o texto do email enviado por Letícia, justificando sua iniciativa. E depois a sua maravilhosa manifestação sentimental:
“Boa tarde Sampaio,
Consegui seu contato através do site do jornal “O expresso”, que diga-se de passagem é bem conciso, claro e esclarecedor.
Tenho visto seu trabalho ao longo do período que moro em Luis Eduardo Magalhães, e talvez meu pedido não seja bem do perfil do seu trabalho, mas como seu jornal tem bastante acesso e sou um tanto persistente, não custa tentar né?!
Recentemente passei por uma experiência um tanto conhecida, me apaixonei por uma pessoa maravilhosa que também correspondeu aos meus sentimentos, mas que decidiu não levar tal sabor a diante, me causando grande dor e tristeza.
Como em todo caso desse tipo, algumas coisas ficaram por dizer, alguns erros foram cometidos, e apesar de não ser mais uma jovenzinha descobrindo seu primeiro amor, resolvi escrever uma carta, meio ridícula, eu sei, mas como diria Fernando Pessoa “uma carta de amor tem que ser ridícula, se não for ridícula então não é uma carta de amor”…
O objetivo dessa publicação é pedir perdão pelos erros cometidos, e mostrar aos leitores que não importa a idade, não importa o grau de instrução, de maturidade, todos nós viramos meros adolescentes quando se trata de paixão, mostrar que apesar dos anos e dos relacionamentos anteriores, todos nós acabamos por agir de forma inconsequente e intensa.
Afinal, existe amor após a paixão? Existe idade e momento para se apaixonar? Sinceramente não sei a resposta, mas gostaria muito de poder mostrar para a pessoa por quem nutri esse sentimento, que eu sinto muito pelos meus erros, que o perdoo pelos erros que ele cometeu e principalmente mostrar o quão maravilhoso foi a experiência que vivi ao lado dele.
Ficarei imensamente feliz se você puder publicar minha carta, mesmo que em um pequeno espaço, mesmo que por um preço justo.
Com carinho, Leticia.”
A carta de amor
Querido Dan,
Existem pessoas que entram em nossa vida para nos mostrar que podemos ser cada vez melhores, outras, para nos mostrar um outro ângulo da vida… Você entrou na minha vida pra me mostrar que algumas coisas devem permanecer como estão, e que em contrapartida, outras coisas podem ser mudadas, melhoradas…
Ainda me lembro dos perfumes que você usava, posso sentir perfeitamente o quão inebriante era apreciar essas fragrâncias em ti. Eu poderia passar horas apenas sentindo seu cheiro, tocando seu rosto, observando suas expressões e tentando decifrar o que se passava na sua mente. (Um doce pelo seu pensamento, lembra-se?).
Letícia em foto de arquivo pessoal
Passar esse tempo ao seu lado foi extraordinário, não me imaginava assim novamente… Tão leve, alegre, livre…
Certa vez você me disse que sentia como se a vida o tivesse preparado para aquele momento comigo, eu acredito em você, afinal tem certas coisas que já estão traçadas… MAKTUB – Estava escrito.
Acredita-se que quando desejamos algo puro, do fundo de nossas almas, o universo estará lá, conspirando para que o nosso sucesso seja inevitável, reafirmando que tudo está escrito apesar do livre arbítrio.
Eu concordo com essa teoria, tinha que ser, tinha que acontecer, com os melhores perfumes, as melhores noites, os melhores dias, os melhores abraços…
E ainda vou além, existe uma palavra muito bonita, cujo significado é tão belo quanto: SERENDIPITY, que significa um “acidente feliz” ou “agradável surpresa”. É como encontrar algo bom ou útil, embora não esteja especificamente procurando por ela.
Você foi meu Serendipity, não imaginava te conhecer, e muito menos imaginava que iria sentir de novo o que aconteceu conosco, e me sinto deveras feliz com tal “acidente”, porque acredito que no fundo, desejei isso ao universo, que me atendeu prontamente.
Que bom que você existe, que bom que nos conhecemos… Obrigada…
Eu poderia escrever inúmeras páginas só com agradecimentos, mas quero ressaltar um em específico: obrigada por me dizer “eu quero que você fique”, isso realmente me fez refletir sobre uma série de outras coisas, e, diga-se de passagem, fez muito bem aos meus ouvidos e coração.
Ah esse meu coração! Tolo coração que se alegra, se machuca, se conserta, se ajeita, se desfaz, chora, sorri, grita, espera, sonha… Ah esse coração… Está tão cansado meu amor…
Amor? Paixão? Afinal, existe idade e tempo para se apaixonar? Será que existem critérios para o amor?
Se existe, esqueceram-se de me prescrever a receita, porque me vi de súbito, completamente apaixonada por ti. Éramos como estrelas de constelações contrárias, tão diferentes e tão iguais…
Uma das melhores sensações que tive ao seu lado, foi quando para afastar suas preocupações e chateações do dia, eu te aconcheguei em meus braços, entoei docemente uma canção de ninar enquanto meus dedos percorriam sua face, suavemente, acalentando e aliviando seus anseios. Obrigada por me permitir isso também.
Recordo-me de tantas coisas que fizemos, que dissemos, que sentimos, mas se eu pudesse voltar no tempo, se eu pudesse prever o fim da nossa história, eu não teria ido embora sem me despedir, eu não teria deixado você assistir ao filme sozinho enquanto eu dormia, eu teria levado menos doces e mais sorrisos, eu teria chegado mais cedo e saído mais tarde, eu teria permanecido mais tempo na sua cama do que no portão de casa, eu teria perdido mais vezes na gangorra pra passar mais tempo com você me olhando com aquele olhar maravilhado, eu teria ido a mais bares estranhos pra passar mais tempo rindo com você, eu teria assistido a um filme estrangeiro sem legendas, imaginando a hora em que o casal diria “eu te amo”… Se eu pudesse voltar no tempo, se eu pudesse prever… Eu faria mais, muito mais… Is forever enough, is forever enough…
Sentimentos são complexos e nos pregam peças, nos ensinam e nos machucam, viver esse tempo com você me trouxe uma série de sentimentos, alguns maravilhosos, outros desconhecidos, e alguns que me fizeram refletir sobre diversos outros sentimentos.
Esses sentimentos foram mútuos por um certo tempo, até você decidir que havia passado, que já não tinha o mesmo sabor… Deve ter sido muito difícil chegar a essa conclusão, mas mais difícil foi ter que ouvi-la de você.
Era como um turbilhão de sentimentos, de dúvidas, de medos, que mal podia te ouvir, como se eu estivesse perdida em um paradoxo paralelo que me impedia de voltar à realidade, e vou lhe confessar, que sentimento inexoravelmente ruim eu experimentei.
O medo às vezes nos impulsiona a fazer coisas que vamos nos arrepender depois, coisas que podem nos magoar na mesma intensidade em que magoamos alguém. E como num surto de desespero, confusão e medo, acabei por magoar você também, o que você sentiu naquele momento não deve ter sido nada agradável… Eu realmente sinto muito…
Um dos sentimentos mais sublimes é o perdão, que diferente da “desculpa”, não pede que o outro “tire a culpa de si”, mas pede que “aceite-o como este realmente é, com suas falhas e virtudes”.
Meu coração ainda dói, meus sentimentos ainda estão confusos, no entanto, esse pobre coração cansado lhe oferece o perdão, aceitando você com suas falhas, suas limitações e inúmeras qualidades… E como assim como você eu também errei, também lhe magoei, espero sinceramente que seu coração também consiga me perdoar, e me aceite assim como eu sou, destrambelhada, louca, apaixonada e imperfeita.
Esta é a última vez que lhe escrevo, que falo sobre isso, vou me despedir de você com aquele mesmo sorriso de quando lhe conheci, e quem sabe, por descuido ou poesia nossos destinos se cruzem novamente, como um Serendipity…