Ministros do STF batem boca novamente.

O ministro Ricardo Lewandowski, revisor da Ação Penal 470 no Supremo Tribunal Federal (STF), conhecida como processo do mensalão, condenou por corrupção passiva o ex-deputado federal do PTB Roberto Jefferson. Em relação à acusação de lavagem de dinheiro, o ministro absolveu Jefferson.

Nesta quarta-feira, Lewandowski iniciou o julgamento dos três réus ligados ao PTB. O revisor disse que o próprio réu confessou, em depoimento à Polícia Federal, que recebeu dinheiro de Marcos Valério. “Tenho como comprovada a participação de Jefferson no recebimento indevido. O réu cometeu o crime de corrupção passiva. Lavagem não restou na espécie, pelas razões já expostas anteriormente. É possível concluir que ele recebeu R$ 4 milhões”.

O revisor citou o depoimento de Jefferson descrevendo que o acordo previa o repasse de R$ 20 milhões do PT ao PTB para ajuda de campanha, admitido também pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. “Desses R$ 20 milhões, o PTB só recebeu R$ 4,5 milhões e a relação [entre os dois partidos] passou a sofrer um abalo”, disse o ministro, contextualizando que, depois disso, o réu veio a público denunciar o esquema.

Lewandowski ressaltou em seu voto que o simples repasse de dinheiro entre partidos não é, por si só, ilegal. “Em princípio, um acordo político entre partidos não é vetado pela legislação, muito menos o repasse entre partidos. O que a lei veda e apena severamente são verbas não contabilizadas pela Justiça Federal, verbas que ultrapassem o teto determinado pela legislação”, disse.

Mas o que chamou a atenção da imprensa e dos presentes foi um novo bate boca entre Lewandowski e o ministro relator, Joaquim Barbosa, divergentes em relação a algumas posições. A querela teve que ser interrompida pelo ministro presidente do STF, Ayres Britto, que acabou determinando meia-hora de interrupção para acalmar os ânimos dos magistrados.

Lewandowski apresenta o voto de 1.000 páginas sobre Mensalão.

Sob pressão da mídia, da opinião pública e sobretudo do presidente do STF, Ayres Brito, finalmente o revisor do relator do processo do Mensalão, ministro Ricardo Lewandowski, entregou seu trabalho nesta terça-feira. Lewandowski, nomeado por Lula, procurado por ele na casa da própria mãe para aliviar os mensaleiros, vinha colocando sob suspeita o relatório revisado. 
 A partir de agora, o presidente Ayres Brito poderá cumprir a agenda que ele desenhou com seus colegas, ou  seja: o julgamento dos mensaleiros começará na primeira semana de agosto.
 O Mensalão foi um escabroso sistema de compra de votos de eleitores e de congressistas, visando favorecer o governo Lula e o PT, usando para isto de dinheiro público ou de dinheiro amealhado em empresas favorecidas pelo governo. A administração do Mensalão coube a uma organização criminosa liderada pelo próprio Lula, embora somente seu laranja, o ex-ministro Zé Dirceu, foi identificado como o verdadeiro chefe. Lula foi poupado pela lei do silêncio da sua gente.
 As perdas políticas e eleitorais para os candidatos do PT nas eleições de outubro serão devastadoras, porque todas as falcatruas petistas ocorridas durante o Mensalão serão reeditadas por transmissões diretas de TV, durante semanas a fio. Comentário do jornalista Políbio Braga, o blogueiro independente mais lido do Rio Grande do Sul.