Villa e o falso liberalismo das elites, financiadas pela renúncia fiscal.

Historiador, jornalista e comentarista meio ensandecido com políticos e politicagem, Marco Antonio Villa, feroz crítico dos governos do PT e agora da lamentável experiência com Bolsonaro, foi entrevistado por Morris Kachani para o Estadão.

Os vitupérios de Villa contra Bolsonaro (“É um burro!”)fizeram os diretores da Jovem Pan pedir sua cabeça.

Na entrevista (leia na íntegra aqui), uma passagem importante sobre as elites brasileiras:

Comente a frase “eu sou liberal na economia e conservador nos costumes”, diz o repórter. Ao que é respondido:

Tem uma ideia babaca no Brasil de liberalismo. Aqui não existe liberalismo coisa alguma. Se há alguma coisa que a burguesia brasileira não é, é liberal. Política e economicamente. É tudo balela; primeiro, porque ela apoiou todas as ditaduras. Segundo porque, em termos econômicos, quer sempre benesses do Estado.

Por exemplo, sobre a renúncia fiscal, ela tem 300 bilhões de reais por ano da União. Então o que eles falam, fazem, é tudo conversa fiada. Basta ver o que é a Fiesp.

A Fiesp tem sindicatos fantasmas. Boa parte dos sindicatos da Fiesp não existe, a Fiesp teve vários presidentes que não eram industriais. A maior parte da elite empresarial do Brasil é picareta. Pega o exemplo desses movimentos, como o Brasil 200, ou o dono da loja Havan – que é um louco, um desequilibrado, um incapaz, um mentiroso.

Os liberais daqui são todos liberais de fancaria. É tudo papo. No campo político idem. Eu gosto muito da expressão que eles usam agora: ‘eu sou liberal na economia e conservador nos costumes’; acho isso fantástico. Acho que isso é maravilhoso. O Bolsonaro pode dizer isso aí, já casou três vezes. Ele é conservador nos costumes.

Então é tudo picaretagem. É que não tem uma oposição, o PT se desmoralizou.”