Cruzamento do listão de Furnas com Lava-Jato frita Aécio Neves e Bolsonaro

Aécio Neves, Eduardo Cunha, Jair Bolsonaro, José Serra e Geraldo Alckmin, entre outros, constam nas denúncias que constam em processo da Lista de Furnas reaberto no STF.

Reaberto no Supremo Tribunal Federal (STF) após o pedido de investigação da Procuradoria Geral da República (PGR), o julgamento do escândalo conhecido como ‘Lista de Furnas’ coloca entre os investigados os principais líderes tucanos.

Mas expõe, pela primeira vez no âmbito das denúncias de corrupção, o deputado Jair Messias Bolsonaro (PP-RJ). Ele e o presidiário Eduardo Cunha (PMDB-RJ) estão citados no documento. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, também é citado no escândalo.

A ‘Lista de Furnas’ trata-se de uma prova, assim considerada segundo laudo do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, do esquema de propina montado junto às empresas do setor elétrico brasileiro.

Vazada para o jornalista mineiro Marco Aurélio Flores Carone, a matéria foi publicada no site de notícias novojornal.com, hoje reduzido a uma sombra do que era, no ano 2000.

Após a publicação da denúncia contra os políticos citados, Carone foi preso por nove meses, em Minas Gerais. Posteriormente, a Justiça o absolveu, após um calvário de sofrimento na prisão.

Ao sair do presídio mineiro, Carone decidiu contar à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados quais eram as denúncias que ele pretendia fazer contra o senador Aécio Neves (PSDB).

Segundo Carone, o hoje presidente nacional do PSDB e senador da República liderava o esquema de corrupção no segmento que engloba as elétricas Cemig, de Minas Gerais, e Furnas, do sistema Eletrobras. O depoimento foi suspenso no último minuto.

Da redação do Correio do Brasil

A lista dos corruptos de Furnas e o papel da Samarco antes do desastre ambiental

samarco

 

Por Joaquim de Carvalho, no Diário do Centro do Mundo, onde leitor pode ver a lista completa de corruptos e corruptores.

A lista de Furnas tem cinco páginas e seu conteúdo pode ser separado em duas faces. Nas páginas 1, 2, 3 e 4, estão relacionados os nomes dos 156 políticos que receberam dinheiro para a campanha eleitoral de 2002. Eram todos da base aliada do então presidente Fernando Henrique Cardoso. É o que se poderia chamar de a lista dos corruptos.

No final da página 4 e na página 5, estão relacionados os nomes de 101 empresas, as que deram dinheiro para financiar os candidatos. É o que se poderia chamar de a lista dos corruptores.

Nesta lista , estão fornecedores diretos da estatal Furnas e empresas com as quais o então diretor de Planejamento, Engenharia e Construção, Dimas Toledo, mantinha contatos, como operador que administrava os interesses de seus políticos protetores, rol em que Aécio Neves era o destaque.

Na relação dos corruptores, estão nomes conhecidos como a Alstom e a Siemens, no grupo das fornecedoras de equipamentos, a Camargo Correa, a Odebrecht e a Mendes Júnior, no grupo das empreiteiras, a Baurense, no grupo das prestadoras de serviço, e a Samarco Mineradora, no grupo das grandes consumidoras de energia.

Com o rompimento da barragem da Samarco em Mariana, interior de Minas, na última quinta-feira, a lama que destruiu casas, matou pelo menos uma pessoa e provocou o desaparecimento de outras 13, traz à tona uma relação estreita entre a Samarco e as administrações do PSDB em Minas Gerais e também no Espírito Santo, não só no caso da Lista de Furnas.