Divulgada a lista geral de selecionados do Mapa da Palavra.BA

photoLuís Eduardo Magalhães é destaque na seleção com dois livros do jornalista, escritor e band leader Anton Roos: “A gaveta do Alfaiate” e “A revolta dos pequenos gauleses”

Divulgada hoje, no Diário Oficial do Estado, a lista geral da seleção do Mapa da Palavra.BA. O projeto é desenvolvido pela Coordenação de Literatura/Dirart da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), unidade da Secretaria de Cultura da Bahia (SecultBA). O Mapa da Palavra.BA iniciou, no dia 16 de outubro de 2015 a etapa de cadastramento, que seguiu até 14 de março de 2016 e foi prorrogada até 18 de março de 2016. Artistas da palavra que atuam nos 27 territórios de identidade do estado ou baianos que residem fora, puderam se inscrever.

Os objetivos deste projeto são mapear e diagnosticar a produção literária do Estado da Bahia, a partir dos 27 territórios de identidade, e estimular a produção e difusão da literatura baiana. O processo de seleção de produções literárias serve ao propósito de compor o portal virtual e quatro publicações digitais e/ou impressas do projeto.

Foram 275 inscritos dos municípios de Alagoinhas, Amargosa, Andaraí, Barra, Brumado, Buerarema, Cachoeira, Caldeirão Grande, Canarana, Caraíbas, Caoraci, Condeúba, Cruz das Almas, Fátima, Feira de Santana, Gentio do Ouro, Guanambi, Ibotirama, Ilhéus, Iramaia, Itaberaba, Itabuna, Itacaré, Itapetinga, Jequié, Juazeiro, Lauro de Freitas, Luís Eduardo Magalhães, Macarani, Macaúbas, Madre de Deus, Monte Santo, Mundo Novo, Muritiba, Mutuípe, Nova Canaã, Olindina, Pé de Serra, Planaltino, Porto Seguro, Presidente Tancredo Neves, Ribeira do Pombal, Rio Real, Salvador, Santa Maria da Vitória, Santo Amaro, Santo Antônio de Jesus, Santo Estevão, São José do Jacuípe, Sapeaçu, Sátiro Dias, Senhor do Bonfim, Serrinha, Simões Filho, Teixeira de Freitas, Urandi, Utinga, Valença, Varzedo e Vitória da Conquista.

A comissão de seleção foi composta por quatro membros da sociedade civil, Ana Lucia Silva Souza (professora da Universidade Federal da Bahia), Antonio Carlos de Oliveira Barreto (cordelista, poeta e professor), Cide Piquet Barreira Junior (editor da Editora 34/São Paulo) e Ivana Teixeira Figueiredo Gund (professora na Universidade do Estado da Bahia – UNEB, Campus X – Teixeira de Freitas), e por um membro do poder público, Karina Rabinovitz, Coordenadora de Literatura da Funceb.

A próxima etapa do projeto será realizar o diagnóstico do setor literário, a partir das 275 inscrições. A Coordenação de Literatura/Dirat realizará um diagnóstico preliminar da literatura no estado da Bahia, identificando agentes, tipos de produção, categorias, espaços de atuação, participação em grupos e/ou coletivos, entre outros.

Os resultados deste diagnóstico serão divulgados no portal virtual do projeto, que será lançado, junto com a primeira publicação digital e/ou impressa, até Outubro/2016. As produções literárias selecionadas na primeira etapa serão difundidas através deste portal virtual do projeto e as produções literárias selecionadas na segunda etapa, farão parte das publicações digitais e/ou impressas, que serão distribuídas a partir da primavera de 2016 até o inverno de 2017.

Desaparece uma das cabeças mais privilegiadas da Bahia

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Morreu de madrugada desta sexta-feira (18), em casa, no Leblon, Zona Sul do Rio, o escritor e acadêmico João Ubaldo Ribeiro, aos 73 anos.  Ele teve uma embolia pulmonar. João Ubaldo era casado e tinha quatro filhos. O corpo dele será velado a partir das 10h na Academia Brasileira de Letras (ABL), no Centro do Rio. Ainda não há informações se o velório será aberto ao público ou restrito aos familiares e amigos.

O escritor era o 7º ocupante da cadeira número 34 da Academia Brasileira de Letras. Ele foi eleito em 7 de outubro de 1993, na sucessão de Carlos Castello Branco.  Natural de Itaparica, em frente ao grande mar da Bahia de Todos os Santos, João Ubaldo  foi professor da Escola de Administração e da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal da Bahia e professor da Escola de Administração da Universidade Católica de Salvador. Como jornalista, trabalhou como repórter, redator, chefe de reportagem e colunista do Jornal da Bahia; foi também colunista, editorialista e editor-chefe da Tribuna da Bahia.

Ribeiro trabalhou como colunista do jornal Frankfurter Rundschau, na Alemanha, e foi colaborador de diversos jornais e revistas no país e no exterior, entre os quais o Diet Zeit (Alemanha), The Times Literary Supplement (Inglaterra), O Jornal (Portugal), Jornal de Letras (Portugal), Folha de S. Paulo, O Globo, O Estado de S. Paulo, A Tarde e muitos outros.

A formação literária de João Ubaldo Ribeiro iniciou ainda nos primeiros anos de estudante. Foi um dos jovens escritores brasileiros que participaram do International Writing Program da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos.Trabalhando na imprensa, pôde também escrever seus livros de ficção e construir uma carreira que o consagrou como romancista, cronista, jornalista e tradutor.

Informações do G1.Globo. Foto de Flávio Moraes.

Morre Gore Vidal e sua língua ferina. O talento do escritor permanece.

Gore Vidal , o escritor iconoclasta, analista experiente e provocador imperioso na consciência nacional norte-americana, como classificou o Los Angeles Times, morreu, nesta terça, em sua casa de Hollywood Hills. Ele tinha 86 anos. Escritor prolífico, homossexual, foi um crítico ácido do way-of-life e do belicismo americano.

Li apenas um livro de Gore, “Juliano”, sobre a vida do Imperador e da sua corte. Deveria ter lido mais. Talvez o faça depois de uma visita a um sebo. Seus livros maçudos são caros.

Na internet, uma grande variedade de textos, ensaios e trechos da obra de Gore Vidal, vale perder umas boas horas com a leitura.

Um trecho de “Criação”, que cabe bem na nossa realidade política, em particular nesta aqui do Oeste baiano:

“Vocês próprios tornaram grandes esses homens dando-lhes apoio, e por isso acabaram tombando na nefasta escravidão. Cada um de vocês anda com o passo da raposa, mas no conjunto tem cabeça de vento. Pois vocês olham para a língua e para as palavras de um homem astuto, mas não vêem a ação que está sendo cometida”. 

 

Nelson, o maior.

“Três anos em uma editoria de polícia de um jornal pode formar um Balzac”, dizia Nelson Rodrigues. Quem quiser ler mais textos de Nelson, vá até o site mantido por sua filha, Sonia Rodrigues, clicando aqui. Nelson, o maior dramaturgo brasileiro e talvez o maior cronista do cotidiano, completa seu centenário de nascimento agora em 23 de agosto.