Imprensa de Salvador não larga o pé do Oziel

A imprensa da Capital parece que não quer esquecer a nomeação de Oziel de Oliveira para a ADAB e teima em relembrar sua condição de inelegível. Agora foi a vez do blog Por Escrito, do jornalista Luís Augusto Gomes, que explorou o assunto no dia de hoje:

Sem título

Ficha suja não evitou Oziel na Adab

O ex-deputado Oziel de Oliveira (PDT) teve contas de sua gestão de prefeito de Luís Eduardo Magalhães rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado e, além de multa de R$ 4 mil, foi responsabilizado financeiramente em R$ 106.561, que terá de devolver aos cofres públicos, atualizados monetariamente e acrescidos de juros de mora.

Essa informação não é exatamente uma novidade, porque data de 2006 e se refere ao descumprimento dos termos de um convênio com a Secretaria da Agricultura para a realização de feiras de agronegócios, como a falta de comprovante de pagamentos realizados a terceiros.

O que causa estranheza – daí a necessidade de reciclar a velha notícia – é Oziel ser, desde fevereiro, diretor-geral da Adab, embora enquadrado na Lei da Ficha Limpa e o parágrafo 2º da Constituição estadual vedar a nomeação para cargo de confiança de “qualquer agente político ou público, cujas contas tenham sido desaprovadas, com imputação de responsabilidade financeira…”

Um assunto que rola há dez anos

O processo tem sido tão longo quanto ineficaz. Em 2006, o TCE desaprovou as contas do convênio, emitindo a Resolução nº 740. Três anos depois, rejeitou recurso, emitindo o Acórdão nº 300/2009, que mantinha a desaprovação.

Em 2011, no último recurso que o ex-prefeito pôde fazer, o Tribunal manteve a desaprovação das contas através do Acórdão nº 148/2011, o que determinou a inelegibilidade de oito anos.

Oziel constou na lista dos gestores com contas rejeitadas em 2012 e também apareceu na lista de 2014. No primeiro caso, para candidatar-se a prefeito obteve uma liminar no Tribunal de Justiça do Estado da Bahia.

A fisiologia e a instabilidade da bandeira dos prefeitos

Análise relevante do jornalista Luís Augusto Gomes, em seu blog Por Escrito:

“A instabilidade na questão sucessória e o súbito avanço do DEM com a eleição dos prefeitos de Salvador e Feira de Santana estão dando início a uma movimentação de prefeitos em direção ao antigo carlismo. “É o retrato da fisiologia na política”, diz, desolado, um parlamentar da base, do chamado “campo ideológico”.

O próprio Otto Alencar, segundo a fonte, viveu recentemente um desses casos: o ex-prefeito de Formosa do Rio Preto Manoel Afonso, o Neo, seu aliado, procurou-o para “uma consulta” sobre seu destino partidário, mas o vice-governador matou a charada antecipadamente: “Se você já foi pro DEM, por que vem me consultar?”

Para mostrar a fragilidade do apoio de prefeitos, o Deputado explica: “Formosa teve grandes avanços com Lula e Wagner. Foi construída a BR-135, que vai para o Piauí. Leão e Otto, como secretários, levaram pavimentação, iluminação, transformaram a cidade. Agora, ele pula para ser candidato a deputado”.

O Prefeito era filiado ao PMN no primeiro mandato, tendo mudado posteriormente para o PP, pelo qual se reelegeu, quando este partido já fazia parte da base do governo Wagner. Assim, conseguiu grande investimento para aquele que é o maior município baiano em território, com elevada produção de grãos, especialmente soja, sorgo e milho.”

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