CPI do Cachoeira: Pagot, sem advogado, nega esquema com empreiteiras

O ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antonio Pagot disse há pouco, durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Cachoeira, que nunca esteve com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, nem o conhece pessoalmente.

Pagot compareceu à CPMI desacompanhado de advogado e sem habeas corpus e negou qualquer favorecimento a empresas, empreiteiras ou prestadores de serviço. “Os senhores estão diante de um fazedor, um trabalhador leal aos seus pares, cumpridor das suas obrigações e preocupado com o bem estar do próximo”, disse ele no início de sua fala.

Pagot, exonerado do Dnit em meio a denúncias de corrupção no órgão, disse não renegar sua gestão no comando do órgão e poderia prestar esclarecimentos, inclusive, em uma eventual CPI do Dnit. “Tinha esperança de haver uma CPI do Dnit para passar a limpo a autarquia, principalmente a gestão de que participei. O momento de minha saída, sem qualquer possibilidade de defesa, sobre o prisma de absoluto isolamento, minha presença à frente do Dnit não era necessária, deixei a autarquia sem ter medo do passado e sem negar a minha gestão.”

Perguntado pelo relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG), por que integrantes da organização criminosa comemoraram sua demissão do cargo, Pagot disse que não dava “vida boa” a empresas com contrato com o Dnit. “Acredito que era pela atuação que vinha tendo no Dnit. Não dava vida boa a nenhuma empresa, empreiteira, nenhum prestador de serviço”, disse.

Sobre a Delta, Pagot disse que esteve em algumas ocasiões com o ex-dono da empresa Fernando Cavendish e o representante da empreiteira no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, apontado pela Polícia Federal como um dos integrantes da quadrilha de Cachoeira.

Rouba-se como nunca na gestão pública deste País.

Luiz Antonio Pagot (ex-diretor do DNIT) afirmou à revista Isto É deste sábado que o PSDB levou 8% de comissão nas obras monumentais do Anel Viário, em São Paulo. E que foi instado pela direção do PT a arrecadar, entre 40 grandes empreiteiras, recursos para a campanha de 2010.

Quer dizer: os cofres públicos não têm mesmo salvação. Rouba-se em todas as pontas, por todos os lados. Vamos ter que sair às ruas com uma lanterna procurando um homem de bem, como fazia o filósofo Diógenes de Sínope, em Atenas.

O depoimento de Pagot, *misancene de cinismo digna dos maiores canastrões.

A opereta bufa: todos riem e vão felizes para casa.

O que transpareceu no depoimento de Luiz Antonio Pagot, hoje, na audiência pública do Senado, foi que, no final de semana, alinhavou-se, costurou-se e overlocou-se, um enorme acordão no Governo Dilma.

Pagot, mesmo saindo do DNIT após as férias e entrando para a iniciativa privada, ganhou um passaporte azul para trafegar, alegrinho, pelas dependências do Executivo, trocando o boné de receptor para indutor de negócios. Não deixará de frequentar o prédio sinistro do Setor de Autarquias Norte, nem de transitar pela Esplanada misteriosa, sedento de fazer valer o seu talento de prestidigitador das obras mais suculentas.

Pagot – desculpem o trocadilho maroto – pagou pra ver e, após locupletar-se, sai desta limpinho da Silva, pois conquistou os favores de todos aqueles que deixou de acusar.

*misancene ou mise-en-scéne, representação de teatro de péssima qualidade.  

Pagot nega, no Senado, que DNIT tenha feito “caixa” para o Partido Republicano.

Pagot: explicando o inexplicável. Foto de Wilson Dias.

O diretor-geral afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, rebateu as informações publicadas pela revista Veja de que o órgão seria usado para fazer caixa ao PR, partido ao qual é filiado, e conseguir o apoio de parlamentares. “O PR não utilizou o Dnit para cooptar ou buscar dinheiro para seus cofres”, disse ele.

Ele afirmou que passado um ano em que estava à frente do órgão percebeu que era necessário tomar medidas “mais contundentes” para fiscalizar as obras. Segundo Pagot, à época determinou a criação de um núcleo itinerante de auditoria interna composta por servidores do órgão e também de representantes da Controladoria-Geral da União (CGU).

Luiz Antonio Pagot também ressaltou, na audiência pública que ocorre no Senado, que foi acertado no colegiado que todas deliberações de obras seriam aprovadas por unanimidade, como forma de evitar qualquer possibilidade de manipulação. “Qualquer obra que for questionada por um dos diretores é retirada de pauta”.

Quanto ao modo de governar adotado por Dilma e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Pagot disse que eles sempre tiveram um “estilo peculiar e veemente de cobrar” prazos no andamento das obras, especialmente as do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ele reconheceu que, na reunião relatada pela reportagem da revista Veja, esse estilo peculiar de cobrança foi feito, mas não da forma como foi descrita. “As frases estão carregadas de conceitos, palavras na boca da presidenta que não são essas.”

Ele disse, ainda, que mantem uma “relação de companheirismo” com o ex-ministro e senador Alfredo Nascimento (PR-AM). A mesma relação também é estendida ao agora ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos.

Quanto ao fato de ter entrado de férias (de 4 a 21 de julho), logo após as denúncias de corrupção no Dnit foram publicadas pela revista Veja, Pagot afirmou que os dias já estavam agendados desde novembro de 2010 e foram autorizados tanto por Alfredo Nascimento quanto pela presidenta Dilma Rousseff. Ele confirmou que a presidenta, logo após as denúncias publicadas, determinou ao ministro o afastamento imediato das pessoas citadas. De Marcos Chagas, da Agência BR.

Humberto encontra Ministro e Diretor do DNIT pela duplicação da BR-242.

O prefeito Humberto Santa Cruz solicitou ao Ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, a agilidade na licitação para início das obras de duplicação do trecho urbano da BR 242, em Luís Eduardo Magalhães. O encontro aconteceu em Brasília, na última quarta-feira, 24, e contou também com a presença do deputado federal João Leão (PP-BA). Ainda na Capital Federal, o prefeito se reuniu com o diretor do DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Luiz Antônio Pagot.

O prefeito reforçou ao ministro que o edital de licitação seja liberado para que os recursos para o início da obra estejam disponíveis o mais rápido possível. Na ocasião, o ministro Alfredo Nascimento mostrou empenho à solicitação garantindo ao prefeito que a licitação será liberada.

O trecho urbano de Luís Eduardo Magalhães já tem projeto aprovado pelo DNIT. A obra contempla a duplicação da pista principal, as avenidas paralelas e os acessos. De acordo com o prefeito, a obra é de suma importância para o município e possibilitará a redução no número de acidentes na rodovia. “A duplicação é uma prioridade do nosso governo. O movimento é intenso e estamos preocupados com os acidentes”, destacou Humberto Santa Cruz.