Cavalo de Aço: manobras radicais e muito som numa festa para mais de 3.000 pessoas

Este veio de Formosa, Goiás, para apresentar suas manobras
Este veio de Formosa, Goiás, para apresentar suas manobras

Não é uma competição, é uma performance, cujo objetivo é acelerar ao máximo, derrapando, em drift ou numa manobra radical, até os pneus estourarem e a galera aplaudir freneticamente. Essa foi a festa do “Cavalo de Aço”, promoção do grupo Margel, com patrocínio da Topvel Veículos Chevrolet.

Mais de 3.000 pessoas compareceram hoje, na nova pista da Chacára dos Margel, para ver, em segurança absoluta, as manobras radicais de pilotos locais e de outras cidades da Região. Enquanto rola na pista a demonstração de motores poderosos, os pneus queimam e o som, altíssimo, toca sem parar. Programa de jovens que vibraram, desde as 13 horas deste domingo, até as 22 horas, embalados por uma cervejinha gelada e a presença das gatinhas.

Pneus estourado, missão cumprida
Pneus estourados, missão cumprida
Receita: motor de 180 hp, carro leve e muita perícia.
Receita: motor de 180 hp, carro leve e muita perícia.
Por vezes, a fumaça é tanta que encobre carro e piloto
Por vezes, a fumaça é tanta que encobre carro e piloto

cavalo de aço 025Até o veterano Scania Jacaré, todo bonitão, entrou na pista para fazer manobras radicais.

Cavalo de Aço, um sucesso de público
Cavalo de Aço, um sucesso de público
Som automotivo, à noite, uma festa de luz e cores. Foto de Gilberto Margel
Som automotivo, à noite, uma festa de luz e cores. Foto de Gilberto Margel

 

Arrancadão é sucesso na Kichiro Murata. Pena os malucos das manobras radicais.

A Associação de Automobilismo do Oeste Baiano realizou, neste final de semana, mais uma competição de arrancadas na avenida Kichiro Murata. A organização do evento providenciou o isolamento do público, uma proteção de pneus, a vigilância de seguranças para que os assistentes não invadissem a pista e até cronometragem eletrônica, a partir de um starter que o pessoal chama de “pinheirinho”.  É muito difícil calcular, mas entre 1.500 e 2.000 pessoas estavam na assistência hoje.

Tiago: piloto, cronometrista e organizador acha que as manobras radicais não deveriam acontecer.

Lamentável foi a repetição das apresentações de “zerinhos” e “cavalos-de-pau”, um perigo para a assistência. Valmor Stresser, presidente da Associação, diz que o público gosta dessas performances, na verdade uma maluquice em que a competição é ver quem primeiro estoura os pneus. Também concorda com ele, Rafael Caetano, diretor de Arrancadas da Associação e piloto. Tiago Lauffer, piloto veterano, cronometrista e um dos que mais contribuem para a organização, afirma que também é contrário à apresentação dos “malucos do cavalo-de-pau”, mas que os mesmos acabam obtendo a autorização da Secretaria de Esportes e Lazer e a organização nada pode fazer.

As apresentações da Chevy amarela de Silvano Júnior, da Roda Velha, e do jipe do piloto conhecido como “Fumaça”, equipado com um capacete, bermudas e tênis arrancaram gritos de entusiasmo do locutor do evento e da torcida, mas a verdade é que a Secretaria de Esportes e Lazer, bem como a Secretaria de Segurança, que autorizam a realização dessas aventuras automobilísticas, correm risco desnecessário. Se eventualmente um carro desses invadir a assistência, as consequências podem ser funestas e a responsabilidade recairá sobre as autoridades.

Valmor Stresser e Rafael Caetano acreditam que o público gosta mais das manobras arriscadas do que da competição de arrancada.

Carros de passeio participaram dentro de uma nova categoria.

Quanto mais fumaça e mais loucura, mais o público vibra.

Se o cavalo-de-pau foi realizado apenas com uma mão fica ainda mais radical?

É só trocar o pneu estourado e iniciar outra série de manobras. Vale a pena? Se os organizadores, patrocinadores e gestores públicos querem permitir esse tipo de apresentação, deveriam providenciar guard-rails ou muros de concreto e arquibancadas isoladas da pista de exibição.