A bomba do domingo: Ministro do Turismo e Bolsonaro implicados no caso das “candidatas laranjas” de Minas Gerais.

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Turismo, Marcelo Alvaro Antonio – Pedro Ladeira/Folhapress

O jornal Folha de São Paulo denuncia que o Ministro do Turismo e o Presidente da República estão implicados no caso das “laranjas femininas” de Minas Gerais.

Um depoimento dado à Polícia Federal e uma planilha apreendida em uma gráfica sugerem que dinheiro do esquema de candidatas laranjas do PSL em Minas Gerais foi desviado para abastecer, por meio de caixa dois, as campanhas do presidente Jair Bolsonaro e do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, ambos filiados ao partido.

Haissander Souza de Paula, assessor parlamentar de Álvaro Antônio à época e coordenador de sua campanha a deputado federal no Vale do Rio Doce (MG), disse em seu depoimento à PF que que “parte dos valores depositados para as campanhas femininas, na verdade, foi usada para pagar material de campanha de Marcelo Álvaro Antônio e de Jair Bolsonaro”.

Em uma planilha, nomeada como “MarceloAlvaro.xlsx”, há referência ao fornecimento de material eleitoral para a campanha de Bolsonaro com a expressão “out”, o que significa, na compreensão de investigadores, pagamento “por fora”.

Veja a matéria completa na Folha, clicando no link do primeiro parágrafo.

Deputada acusa Ministro do Turismo de ameaças de morte.

É tudo gente do mesmo partido, o PSL, que elegeu Bolsonaro e fez uma enorme bancada na Câmara, na base do dinheiro e da propaganda das ideias radicais de extrema-direita. Agora, começam a brigar entre si por mais poder.

A deputada federal Alê Silva (PSL-MG) afirmou, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, ter recebido a informação de que o ministro do Turismo a ameaçou de morte em uma reunião com correligionários, no fim de março, em Belo Horizonte. Foi ela quem relatou a existência de esquema de candidaturas de laranjas comandado por Marcelo Álvaro Antônio em Minas Gerais. O caso foi revelado pela Folha no início de fevereiro.

De acordo com o diário paulista, a deputada prestou depoimento espontâneo à Polícia Federal em Brasília, na quarta (10), ocasião em que solicitou proteção policial.

Eleita com 48 mil votos, Alê Silva é a primeira congressista a relatar às autoridades a existência do esquema de laranjas do PSL de Minas, comandado nas eleições pelo atual ministro de Jair Bolsonaro. Ela deve prestar novo depoimento nas próximas semanas.

Álvaro Antônio nega ter feito ameaças e diz que a deputada faz campanha difamatória contra ele em busca de espaço no partido no estado. ​

Uma série de reportagens desde então mostrou que Álvaro Antônio patrocinou em Minas um esquema de candidaturas de mulheres que receberam expressivos recursos públicos do partido, sem sinal de que tenham feito campanha efetiva. Parte desse dinheiro público foi parar em empresas ligadas a assessores de seu gabinete na Câmara. Ele exercia o mandato de deputado federal em 2018.

Em entrevista dada à Folha na quinta (11), ocasião em que chorou várias vezes, Alê Silva afirmou que descobriu o esquema após a eleição, a partir de relatos de políticos do PSL de Minas e de pesquisa nos dados da prestação de contas das candidatas apontadas como sendo de fachada.

O caso das laranjas do PSL, partido do presidente Bolsonaro, é alvo de investigações da Polícia Federal e do Ministério Público em Minas e em Pernambuco e levou à queda do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, que comandou o partido nacionalmente em 2018.