A notícia é do Globo: Uma carta do bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, publicada na edição desta terça-feira no “Diário da Manhã”, em Goiás, desafia o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), em tom de ameaça. “Em bom brasileirês (sic) falo com a cabeça erguida e com o peito arfante: cai pra dentro quem quiser que eu sustento o desafio”.
A declaração de guerra ocorreu porque Cachoeira sentiu que sua mulher, Andressa Mendonça, teria sido tratada com desrespeito em um evento beneficente no Palácio das Esmeraldas, sede do governo goiano e também residência oficial do governador. Andressa é empresária e foi a um desfile beneficente na última sexta-feira no Palácio. O convite custou R$ 350 e toda a renda seria revertida para a Santa Casa de Misericórdia de Goiânia.
Se o Cachoeira precisar de mais amigos para defender dona Andressa, ainda vão aparecer muitos, tenha certeza.
Na última terça-feira (28/5), o juiz Ricardo Teixeira Lemos, da 7ª Vara Cível da Comarca de Goiânia, condenou o jornalista Luiz Carlos Bordoni a pagar R$ 200 mil ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), a título de indenização.
De acordo com o Terra, para o juiz houve “lesão seríssima” contra o governador nas declarações divulgadas por Bordoni na Rádio CBN, no Estadão e em seu blog, já que Perillo, “na condição de governador do Estado, foi acusado de caixa dois, insinuando-se que estaria envolvido no escândalo Carlinhos Cachoeira, com repercussão no País e no exterior”.
Lemos determina em sua sentença que o jornalista retire as entrevistas concedidas por Perillo e todas as declarações feitas contra o governador contidas no blog, sob pena de pagar multa diária de R$ 500 e ter a página suspensa na internet.
Essas decisões foram tomadas pelo magistrado, pois, segundo ele, Bordoni não conseguiu provar as acusações que fez contra Perillo, relacionadas à existência de um caixa dois na contratação dos serviços do jornalista para propaganda na campanha política de 2010.
No entanto, Bordoni aponta que, do valor total do serviço, R$ 170 mil, apenas R$ 33 mil foram declarados à Justiça Eleitoral. A diferença, ainda de acordo com as declarações do jornalista, teria sido paga pelo assessor direto de Perillo, Lúcio Gouthier Fiúza, diretamente a ele.
Em 2012, Bordoni reiterou as acusações contra o governador divulgadas na imprensa quando convocado a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira no Congresso. Pelo Twitter, na última terça-feira, o jornalista indicou que vai recorrer da decisão. “Avisem aos dipsômanos da Corte que da decisão cabe recurso”, afirmou. Ele ainda questionou a condenação. “O juiz disse que eu não tenho provas. Ele as leu, as ouviu? Haveria audiência semana passada. Não fui citado. Aí tem”, escreveu. Do Portal Imprensa.
De março até agora, o governador Perillo moveu 16 processos contra jornalistas e veículos de comunicação. Um verdadeiro democrata.
Esta matéria jornalística foi publicada no facebook e deve ter origem na assessoria de comunicação do Governo do Estado de Goiás. Nela, fica claro que o governador goiano não está de olho não só no ganho do território, mas nos impostos advindos da produção agrícola em 90 mil hectares que a Bahia perderia caso o laudo do Exército seja acatado pelo Supremo Tribunal Federal. Vale a pena ler com atenção a matéria para conhecer as posições e as ideias de quem quer abocanhar uma significativa fatia do agronegócio do Oeste da Bahia.
“O governador Marconi Perillo e o vice José Eliton, participaram de audiência no STF, com o ministro Luiz Fux e os governadores da Bahia, Jaques Wagner, do Tocantins, Siqueira Campos e do Piauí, Wilson Martins — em Brasília, nesta terça-feira, 13. O acordo sobre os limites territoriais entre os estados de Goiás e Bahia deve ser fechado ainda este ano. Essa é a expectativa do governador Marconi Perillo e o vice José Eliton, que participaram de audiência na noite de ontem, no Supremo Tribunal Federal (STF), com o ministro Luiz Fux e os governadores da Bahia, Jaques Wagner, do Tocantins, Siqueira Campos e do Piauí, Wilson Martins. Na oportunidade foi definida a realização de reuniões separadas entre Bahia e Goiás e Tocantins e Piauí. Para o governador Marconi Perillo, o laudo deve ser acatado. “Há uma tentativa de conciliação. Se não for possível, caberá ao Ministro a decisão final”, explicou, ao informar que o vice-governador José Eliton, o procurador Geral do Estado, Alexandre Tocantins e o secretário de Agricultura, Antônio Flávio Camilo, vão buscar nos próximos 30 dias todas as formas de se chegar a um entendimento com o Governo da Bahia. Segundo José Eliton, nessa ação, muito além das questões de interesse de determinadas empresas que atuam na região, está a vontade de pacificação jurídica em relação aos direitos envolvidos e as comunidades afetadas. “Iremos fazer uma reunião na próxima semana com os representantes da Bahia para ver se é possível formular uma proposta de composição que resulte no fim desse litígio em 2013. Se conseguirmos um consenso, todos sairão vitoriosos desse processo”, ressaltou. O vice-governador lembra que o litígio se arrasta há décadas e que se houver um acordo será um avanço monumental. “Vamos avançar significativamente em uma região que produz e que terá reflexos não só nos índices de produção de grãos, mas também no índice de arrecadação dos municípios que vão receber áreas”, explica. Ele lembra que a ação envolve questões de muito relevo na região e que, se for acatado o laudo, parte do oeste baiano se transformará no nordeste goiano. “O que buscamos é chegar em um ponto de convergência que atenda aos interesses de Goiás e também os interesses do estado da Bahia”, pondera. De acordo com o laudo pericial, aproximadamente 90 mil hectares de áreas extremamente produtivas, que hoje estão dentro dos limites da Bahia, devem passar para o estado de Goiás. Entre os municípios envolvidos estão Divinópolis, São Domingos, Guarani de Goiás e Mambaí. Para o deputado estadual Iso Moreira, que é representante da região e participou da reunião, o acordo será muito interessante. “O estado vai ganhar em arrecadação de ICMS e vamos acabar com uma disputa judicial que se arrasta por décadas”, comentou. Ao final da reunião, o governador da Bahia, Jaques Wagner, também defendeu a solução do problema pela negociação e disse que todos os governadores concordaram que esta é a melhor solução. “É melhor buscar um entendimento do que uma sofrida demanda judicial”, afirmou. Enquanto as negociações não forem finalizadas, os estados devem respeitar as demarcações feitas pelo IBGE que já constam dos autos. A reunião foi realizada no gabinete do ministro Luiz Fux. Também participaram o secretário de Segurança Pública, Joaquim Mesquita e o procurador Geral do Estado, Alexandre Tocantins.”
A comunicação do Governo da Bahia foi mais econômica ao relatar o assunto. Afirmou que “o governador Jaques Wagner, em entrevista, defendeu a solução do problema pela negociação e disse que todos os governadores concordaram com isso.”
O mais interessante é que a ação foi ajuizada em 1986 pelo estado da Bahia, visando à determinação e à demarcação da divisa com o estado de Goiás e, a partir de 1989, também com o Estado de Tocantins, tendo como ‘litisdenunciados’ os estados de Minas Gerais e Piauí.
Uma nova audiência no dia 13 de dezembro
Representantes da AIBA e a procuradora do Município de Luís Eduardo, Danielle Luz, presentes no STF
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, estabeleceu um novo prazo para que Bahia, Tocantins, Goiás e Piauí busquem entre si os acordos quanto aos limites de suas divisas estaduais, motivo de um conflito secular, judicializado desde os anos 80. Uma nova audiência foi marcada para o dia 13 de dezembro. A decisão foi tomada ontem (13/11), durante audiência conciliatória no STF. A Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), que atua na condição de assistente no processo, acompanhou o governador do Estado, Jaques Wagner, e sua equipe ao DF para municiar o Executivo baiano com informações e argumentos. De acordo com o vice-presidente da Aiba, Sérgio Pitt, o resultado da reunião de ontem já é um avanço.
“Foi a oportunidade de corrigir erros na condução do processo do processo no passado, quando foi acordado que o limite natural deveria ser o divisor das águas, o que traria mais problemas do que soluções, porque não respeita a evolução da ocupação das áreas. Os entendimentos entre Bahia e Tocantins são no sentido de respeitar o histórico de colonização de cada área”, afirmou Sergio Pitt. Segundo o vice-presidente da Aiba, o consenso com Goiás será mais complicado, pois aquele estado não concorda com critério. Já o estado de Minas Gerais optou por sair do processo.
No limite Bahia-Tocantins, há trechos que foram colonizados pela Bahia e outros pelo estado vizinho, ficando o critério de evolução da ocupação muito claro. Já no caso de Goiás, a ocupação foi totalmente protagonizada pela Bahia”, avalia Pitt. O desafio agora é, em comum acordo com o Tocantins, identificar e mapear estas áreas, e apresentar a proposta definitiva na nova audiência no STF no próximo mês. Segundo o advogado da Aiba, Felisberto Cordova, o Piauí deverá aproveitar os próximos dias para definir sua estratégia.
Córdova avalia positivamente a audiência de ontem. “Foi melhor do que a expectativa, dado o quadro em que está a ação, e as balizas que definem um virtual julgamento. O ministro Fux mostrou-se diplomático, hábil e negociador”, diz. De acordo com o advogado, facilitou o entendimento o fato de que as partes chegaram desarmadas de espírito e dispostas a um acordo, o que é bem melhor que adotar a divisa levantada pela perícia do Exército, que não oferece oportunidade de discussão”, avalia.
“Esse entendimento prévio com o Estado do Tocantins, sinaliza a manutenção dos contornos atuais dos municípios de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, que, pela perícia do Exército, perderiam juntos em torno de 60 mil hectares”, concluiu Felisberto Cordova.
Neste momento o governador de Goiás, Marconi Perillo, depõe na CPMI do Cachoeira. Na quarta-feira, será a vez do governador Agnelo Queiroz, do DF. E o governador Sérgio Cabral, vem quando? Ou está blindado, de fato, pela turma de Lula no Governo?
Como dizia o senador Flores da Cunha, aos amigos, tudo; aos inimigos, os rigores da Lei.
A ex-chefe de gabinete do governador Marconi Perillo (GO), Eliane Gonçalves Pinheiro, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) um habeas corpus para ter o direito de ficar em silêncio no depoimento marcado para esta terça-feira (5) na CPI que investiga as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira. No pedido, protocolado na tarde desta segunda-feira (4), a defesa de Eliane também requisita o adiamento do testemunho da ex-servidora até que seus advogados acessem todas as provas do inquérito, incluindo os depoimentos já prestados na CPI.. Ela solicita também aos ministros do STF a garantia de não ser presa por desobediência ou falso testemunho.
Depois de um mês sem nada avançar nas investigações, os integrantes da CPI estão loucos por um espetáculo especial para agradar os participantes desta obra circense.
Liberdade para Dadá
A Justiça Federal decidiu nesta segunda (4) conceder habeas corpus para o sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá. Ele é acusado de ser um dos integrantes da quadrilha liderada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal – que acusa Dadá de participar das atividades de espionagem do grupo. Desta forma, Dadá responderá em liberdade à Justiça Federal em Goiânia, mas continua proibido de manter contato com outros denunciados e de viajar sem autorização judicial. Dadá estava preso no 6º Comando Aéreo Regional (Comar), na Base Aérea de Brasília, desde o dia 29 de fevereiro.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira deixou de votar hoje (17) os requerimentos que pediam a quebra de sigilo da matriz da empresa Delta Construções e a convocação de seu ex-diretor, Fernando Cavendish. Os requerimentos, por decisão do relator, Odair Cunha (PT-MG), foram retirados de pauta para votação posterior.
Durante a reunião, o relator alegou que ainda não havia identificado indícios de comprometimento da empresa Delta com a suposta organização criminosa comandada pelo empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O relator disse ainda que esses requerimentos poderão ser apreciados no futuro.
“Há indícios evidentes de que essa empresa, a Delta, sob o comando do senhor Cláudio Abreu, serviu à organização criminosa. Na minha opinião, não há ainda indícios suficientes para quebra de sigilos, além das suas filiais no Centro-Oeste”, disse o relator ao justificar sua decisão de não colocar os requerimentos em votação.
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) tentou derrubar a retirada dos requerimentos da pauta, mas foi vencido pelo plenário da CPMI, que aprovou a decisão do relator. “É um mau começo se nós aprovarmos esse sobrestamento”, avaliou.
Além da decisão de ainda não investigar a Delta nacional, o relator também optou por não colocar em votação as convocações de três governadores: o de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). De acordo com o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), esses requerimentos poderão retornar à pauta da comissão no dia 5 de junho, data marcada para a próxima reunião administrativa.
Na reunião de hoje, a CPMI aprovou a convocação de 51 pessoas para prestar depoimento e quebrou mais de 40 sigilos bancários de pessoas e empresas suspeitas de servirem de laranja na suposta organização comandada por Carlinhos Cachoeira. Entre as quebras de sigilo, estão as das filiais da empresa Delta nos estados da Região Centro-Oeste.
A decisão do relator, que recebeu o apoio dos deputados do PT, provocou muita discussão. O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) chamou de “devassa” o movimento para quebrar o sigilo da empresa. “Isso está sendo feito pelas pessoas que querem politizar a nossa investigação”, disse.
O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (SP), também defendeu a restrição da investigação das atividades da Delta na Região Centro-Oeste. “Quem muito abraça, pouco aperta”, disse o deputado defendendo que a comissão deve buscar um foco.
Já o senador Pedro Taques (PDT-MT) contestou o entendimento do relator de que não há indícios do envolvimento da empresa Delta Construções no esquema investigado pela Polícia Federal (PF). Ele citou um diálogo interceptado pela PF no qual Cachoeira conversa com o ex-diretor da Delta no Centro-Oeste Cláudio Abreu.
Na conversa, Abreu e Cachoeira combinavam um encontro do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com o diretor executivo licenciado da Delta nacional, Carlos Pacheco. “Ele dizia que Pacheco precisava participar de uma conversa com Demóstenes. Ele disse que um avião viria pegar Demóstenes para um encontro com o Pacheco, que é diretor executivo nacional da Delta, que tem sede na Região Sudeste”, informou Taques.
O senador insistiu com o relator para que o requerimento fosse colocado em votação. “A ética e o crime não respeitam geografia. O crime não ocorre só em uma região. Não há cabimento afastarmos o sigilo da Delta só no Centro-Oeste. Não há que se falar em redução da investigação e, sim, universalização. Não se trata de devassa”, defendeu o senador.
O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), disse que, ao não colocar em votação o requerimento para quebra de sigilo da matriz da Delta, o relator estaria “selecionando alvos”. “Há, no inquérito, o repasse de R$ 39 milhões para empresas laranja do senhor Cachoeira. Há gravação com o senhor Cachoeira dizendo ‘eu sou a Delta’. Há, no inquérito, a informação de que Cachoeira tinha uma sala na empresa Delta. Há a suposição, inclusive no Ministério Público, de que Cachoeira é um sócio oculto da empresa Delta ou o grande lobista que atuava para marcar os interesses nas esferas municipal, estadual e federal”, considerou o senador. Da Agência Brasil, editada por este jornal.
A revista Carta Capital certamente aumentou a tiragem para Goiânia, na esperança que os interessados voltem novamente às bancas para comprar todos os exemplares. Clique no link para acessar o site da revista e ler parte do conteúdo editorial da edição desta semana. As notícias de como a edição foi sequestrada em Goiânia são no mínimo inusitadas.
Gravações telefônicas mostram que o senador Demóstenes Torres e o empresário Carlinhos Cachoeira planejavam se aproximar do Palácio do Planalto, segundo reportagem da revista Época.
Em uma das conversas, no final de abril de 2011, o empresário orientou o senador a aceitar um convite para trocar o DEM pelo PMDB, a fim de se juntar à base aliada do governo e se aproximar de Dilma Rousseff.
No entanto, o plano de Cachoeira não funcionou. Demóstenes teria ficado com receio de ter seu mandato cassado por infidelidade partidária, caso deixasse o DEM. Segundo a reportagem, o empresário ainda tinha o objetivo de conseguir que o senador chegasse a ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Quadrilha completa
Segundo a TV Globo, as investigações sobre a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira revelaram que a organização criminosa envolvia também um policial federal, que agia como espião do bando. Segundo o inquérito da operação Monte Carlo, o auxiliar administrativo e chefe da divisão de serviços gerais, Anderson Aguiar Drumond, recebia informações antecipadas sobre datas e locais de operações policiais e as repassava à quadrilha.
O dinheiro remove montanhas. A defesa de Carlinhos Cachoeira está sendo feita por Márcio Thomaz Bastos, pela módica quantia de R$15 milhões. Em três prestações mensais. A esposa do empresário, Andressa Morais, nascida Alves Mendonça, foi visitá-lo esta semana, em Mossoró, e usou um jatinho para o deslocamento. Valor da despesa: R$60 mil. Como diz um leitor, quero ser pobre apenas um dia. Ser todos os dias já me cansou.
Notáveis coincidências
Caso o senador Demóstenes Torres renuncie ao mandato ou seja cassado, a primeira opção para substituí-lo é seu primeiro-suplente, o empresário Wilder Pedro de Morais. Reportagem do jornal Correio Braziliense publicada nesta terça (3) indica que, assim como Demóstenes, ele também guarda relações próximas com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Próximas e problemáticas. A ex-mulher de Wilder Morais, Andressa Alves Mendonça, admitiu ter se separado do suplente de Demóstenes para ficar com o contraventor.
— O Wilder ofereceu um jantar uma vez e alguém levou o Carlinhos até esse jantar. Depois, me separei e fiquei muito próxima ao Carlinhos.
Andressa viveu com Carlos Cachoeira durante oito meses, até a prisão do contraventor, no último dia 29 de fevereiro. A história foi trazida a público inicialmente pelo próprio senador Demóstenes. Em entrevista, assim que foram divulgados os primeiros registros de conversas entre ele e o bicheiro, o senador comentou a troca de maridos feita por Andressa e disse ter ligado para Cachoeira para resolver o “problema”. Na única vez em que foi ao plenário do Senado justificar seu envolvimento com o empresário do ramo de jogos ilegais Carlos Cachoeira, no dia 6 de março, o senador Demóstenes Torres repetiu a explicação. — As ligações telefônicas apontam para conversas triviais e tiveram sua frequência ampliada durante o período em que eu e minha mulher interferimos numa questão pessoal da amiga dela, esposa de Carlos Cachoeira. Um único episódio das gravações telefônicas diretamente ligado a mim é de ordem estritamente privada.
De acordo com Andressa, Cachoeira e seu ex-marido, que é o atual secretário de Infraestrutura do governador de Goiás, Marconi Perillo – que também aparece em gravações da polícia Federal durante conversas com o bicheiro -, hoje são inimigos.
O jornal O Globo de hoje relata fato inusitado: a rede de informações e favores do bicheiro Carlinhos Cachoeira chegava bem perto do gabinete do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).
Cachoeira usou sua equipe de infiltrados na Polícia Federal para obter informações sobre operações e repassá-las para o chefe de gabinete de Perillo, Eliane Gonçalves Pinheiro. Ela também ganhou de Cachoeira um rádio Nextel que seria à prova de grampo. Cachoeira usava o mesmo esquema para repassar à construtora Delta informações sobre ações da PF. ‘Tava em Brasília? Roubando ou o quê?’ Ao receber um rádio de Cachoeira, o delegado da PF, Deuselino Valadares foi saudado com um “bem-vindo ao clube Nextel” por um sócio do bicheiro. Na conversa, Valadares pergunta: “Tava roubando aí?”
A revista Carta Capital deve esgotar rapidamente sua edição. Segundo o deputado federal baiano Jean Wyllys, em mensagem do Twitter, carros sem placa estão recolhendo a edição nas bancas em Goiânia. Ele não informa se as pessoas encarregadas estão pagando o preço de capa da revista, antes de recolher, ou se estão levando na “marra” mesmo.
Já o site 247 afirma que as denúncias que se multiplicaram na manhã/tarde deste domingo, 1, dão conta de uma verdadeira ‘razzia’, em Goiânia, sobre a revista Carta Capital que acabara de chegar às bancas. Carros sem placa de identificação percorreram as bancas de jornal de Goiânia, capital de Goiás, com homens comprando, de uma só vez, todos os exemplares disponíveis. Suspeita-se que a ação ocorra por grupos políticos ligados ao esquema do contraventor Carlinhos Cachoeira, que está preso pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. O assunto já é do conhecimento de políticos de expressão nacional.
O deputado federal Ricardo Berzoini, do PT-SP, foi bem humorado no Twitter ao se manifestar sobre o caso: “Alô, Mino Carta, mande um estoque extra da Carta Capital pra Goiania, tem gente comprando todas as edições pra coleção particular”. Já o ex-deputado e advogado Luiz Eduardo Greenhalgh chamou de “bandidos” os homens que promovem a retirada da revista das bancas e deu um link da reportagem na íntegra (acesse aqui).
Marconi Perillo, na tribuna do Senado, antes da eleição para o Governo de Goiás.
Não se sabe que interesses estão por trás das graves denúncias que atingem o governo de Marconi Pirillo (PSDB), em Goiás, e suas ligações com a empreiteira Delta Engenharia, o bicheiro Carlinhos Cachoeira e mais uma dúzia de políticos de nomes conhecidos. O mais esclarecedor que encontramos sobre o caso é o site Brasil247, onde se declina o enunciado de um teorema mortal: uma única empreiteira, a Delta, supostamente assessorada por Carlinhos Cachoeira, fez crescer seu faturamento com o Governo do Estado de R$5,5 milhões para R$276 milhões em apenas um ano. A empresa foi alvo de busca e apreensões da Operação Monte Carlo, deflagrada na semana passada e promovida pelo Ministério Público Federal, que apura o jogo ilegal em Goiás e outros quatro Estados. Clique no link (letras vermelhas) para ler toda a matéria do Brasil247.
Cavendish e Cachoeira, protagonistas do escândalo.