
Por Alexandre Galvão / Matheus Simoni no portal Metro1
Conhecido também por dar palpites políticos quase certeiros, o ex-governador Ciro Gomes (PDT) disse acreditar que o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) não irá terminar o mandato à frente do Palácio do Planalto. “Eu não vejo Bolsonaro terminando o governo. É um mero palpite. Espero que ele não se suicide, pois eu não quero conviver com essa tragédia. Mas não vejo ele com preparo, com serenidade e firmeza minimamente necessário, nem com experiência, para administrar a contradição que vem por aí”, opinou.
Ministro da Economiza, Paulo Guedes, segundo Ciro Gomes, também não deve durar na Esplanada dos Ministérios. “Acho que Paulo Guedes não demora. Ele também está ficando assustado, também achava que passando a reforma da Previdência, bilhões de reais viriam ao Brasil. Eu disse aqui na Metrópole que seria a maior ressaca política do Brasil. Não aconteceu nada. Não há efeito fiscal de curto prazo nenhum e redução de expectativa. O deficit esse ano vai piorar. Guedes deve cair fora”, opinou.
Ex-juiz federal e responsável pelos processos da Lava Jato em primeira instância, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, foi chamado de “advogado de porta de cadeia” por Ciro Gomes. A qualificação, segundo ele, encontra justificativa na atuação de Moro no caso do ex-jogador Ronaldinho Gaúcho, preso no Paraguai por conta de documentos falsos.
“Moro ligou para o Ministro da Justiça do Paraguai para tentar, como advogado de porta de cadeia, para tentar liberar o Ronaldinho. Eu tenho pena, é um garoto brasileiro, nem tão garoto, mas que uma pessoa que deu alegria para nós, mas que simplesmente virou um pilantra com o irmão dele comprando passaporte falso para fazer negociata no Paraguai. Aí o Ministro da Justiça do Brasil vai traficar influência e tentar tirar o cara da cadeia, mas levou uma porta na cara. Se ele acha que aqui é capanga de milícia, lá no Paraguai, veja onde Bolsonaro levou a gente. O Paraguai prendendo brasileiro por falsificação. Esse é o fundo do poço”, analisou.
Lula e PT nem no inferno
Ex-governador do Ceará e ex-ministro da Fazenda, Ciro Gomes (PDT) negou qualquer possibilidade de aliança com o Partido dos Trabalhadores (PT) em uma próxima eleição presidencial. Em entrevista a Mário Kertész hoje (11), durante o Jornal da Bahia no Ar da Rádio Metrópole, o pedetista reafirmou sua posição contrária a se tornar aliado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Embora tenha criticado o partido, ele elogiou o governador da Bahia, Rui Costa (PT), e o senador Jaques Wagner (PT). Os dois endossaram uma corrente na legenda que era contrária à indicação de uma candidatura do PT no pleito realizado em 2018.
“Tenho excelente relação com ambos. Sou admirador da cultura política da Bahia, seus quadros e dirigentes. Conheço a política da Bahia bastante bem, é inacreditável como, há um só tempo, do Antônio Carlos Magalhães, da Lídice da Matta e Mário Kertész. Faz uma falta grande na política, embora esteja aqui nessa trincheira que ajuda o povo também. Não é que a gente é pior ou melhor. Naquela circunstância, flagrantemente, todas as pesquisas indicavam que o PT tinha uma partida importante, mas não tinha chegada”, disse Ciro. Ele avaliou que, embora parte do povo brasileiro tivesse um sentimento de gratidão pelo que Lula fez como presidente, a rejeição era grande em outras regiões do país.
“Era a simpatia e o carisma do Lula, gratidão justa que fez pela obra boa que ele fez. Tentaram fazer um esforço para fazer de conta que a Dilma não era deles, que não foi Dilma que o Lula impôs, sem experiência, que criou a maior crise econômica da história do Brasil, mas não por ser desonesta. É uma pessoa honrada, mas desastrou o país na pior recessão de nossa história e nessa crise que está aí. A chegada não tinha por conta da rejeição, especialmente do Sul e Sudeste. Eu transitava, não tinha grande partida, tinha meus 10 ou 12%, mas tinha uma chegada grande. Basicamente o que aconteceu com Cristina Kirchner. Lula não quer saber do Brasil, é duro dizer isso”, acrescentou.
Ciro Gomes afirmou ainda que não há qualquer chance de caminhar lado a lado com os petistas em uma eventual coalizão em 2022, quando pretende ser novamente candidato à presidência da República. Em 2018, o pedetista conseguiu 13.344.371 votos, somente 12,47 % dos votos válidos.
“Me tratam com maior grosseria como se a eleição passada fosse a última. Eu quero ir pro inferno, mas não ando mais com esse povo. Se eu quisesse andar com corrupto, eu mesmo iria me corromper. Já fui ministro da Fazenda, governador e prefeito, por que não sou rico? Não tenho jatinho, triplex, sitio em Atibaia… nada. Aliás, tenho meu apartamento com muita dignidade. Meu carro está penhorado agora, mas tudo bem, não estou arrependido não. Penhorado porque esculhambei um picareta que é contra os negros lá em São Paulo”, ironizou.







