A tragédia se repete: homem é assassinado pela “justiça das ruas”

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Depois de espancado ao ser confundido com um estuprador, o pedreiro Hugo Neves Ferreira, 45 anos, morreu em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul.

No fim da manhã de quinta-feira, 15, Hugo estava bêbado e brigava com a mulher quando decidiu sair de casa. Ele morava nos fundos da casa de seu pai e ao invés de sair pela frente, resolveu pular o muro dos fundos, que tinha uma grade. O short que ele usava e a sua roupa íntima enroscaram nos ferros da grade, mas ao se desvencilhar, acabou ficando nu e saiu correndo pelas ruas do bairro Aero Rancho, periferia da capital.

Populares o encontraram naquele estado e o teriam confundido com um estuprador, segundo a família da vítima contou à polícia. Hugo foi agredido e recebeu socos e pontapés em todo corpo. Ele teve traumas na cabeça e no tórax.

Ainda assim, a vítima conseguiu voltar para casa, onde foi socorrido pelo pai, que ao ver o estado do filho, chamou o Corpo de Bombeiros. Mesmo sendo atendido e medicado, Hugo não resistiu aos ferimentos e morreu horas depois de ser espancado.

O caso foi registrado como homicídio doloso e a Polícia Civil investiga quem seriam os autores do crime.

Criou-se, no Brasil, anos após anos de abandono da educação, uma grande massa de analfabetos que trocou, paulatinamente, a civilização pela barbárie. Isso pode ser visto diariamente no trânsito, na política e na convivência da sociedade em geral. Prepare-se para ver essa tragédia repetida todos os dias, em vários cantos do País. O Brasil perdeu o rumo da civilização, impelido pela corrupção e ausência do Estado em serviços essenciais, como segurança, educação e saúde.

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E a avenida Paulista, não era dos índios?

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Frase de um fazendeiro vizinho à área de 11 mil hectares, em Rio Brilhante, MS, onde o Governo quer desalojar produtores para “devolver” aos índios guarani-kaiowá:

“Mesmo que os índios tenham vivido aqui muito tempo atrás, tem uma coisa: o Brasil inteiro um dia foi terra indígena. Não havia índios onde hoje está a Avenida Paulista, em São Paulo? Na Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, ou em Natal? Eles não têm os mesmos direitos do que os que querem estas terras? Então, se o governo quiser fazer justiça, vai ter que arrumar muita terra”.

O Brasil tem imensas reservas florestais, onde pode abrigar os seus índios. Mas eles não querem essas terras. Querem fazendas formadas, com solo corrigido, que possa ser arrendado a terceiros, gerar uma boa renda e uma vida muito boa. Não é isso que eles fazem com os garimpos e a madeira localizada nas reservas. Cobram percentagem e vão viver uma vida muito boa a bordo de suas Toyota Hilux.

Incra diz que faltam profissionais para analisar georreferenciamento em MS. Sem a GEO, como averbar reservas ou vender a fazenda?

O INCRA – Instituto de Colonização e Reforma Agrária afirma que existem 11,7 mil processos em andamento em Mato Grosso do Sul. O chefe da divisão, Helio Akio Toyama, diz que a média para avaliar cada um é de no mínimo 10 dias. Nesse ritmo, seriam necessários ao todo três anos e meio para que todos os processos fossem apreciados.

O georreferenciamento é um sistema para definir a localização exata de uma propriedade rural, levando em consideração as coordenadas e limites da área. Os dados seguem as normas técnicas do Incra. Sem o georreferenciamento, o produtor fica impedido de vender o imóvel nem fazer o desmembramento das terras ou a averbação definitiva da reserva legal.

Um decreto federal assinado em 2005 estabeleceu prazos para que os produtores façam a demarcação da área. Imóveis acima de 500 hectares são obrigados a ter o georreferenciamento. Nas áreas menores, o prazo termina em novembro deste ano.

O pecuarista Ricardo Sassi, de Camapuã, município há 130 quilômetros de Campo Grande, contratou em 2009 uma empresa especializada e investiu R$ 20 mil para fazer a medição de 3 fazendas. Uma delas, a Diamante, possui 1,2 mil hectares medidos e demarcados, onde o pecuarista cria 1,6 mil cabeças de gado nelore.

A área já tem a reserva legal recuperada. Quando a família de ricardo comprou a propriedade, há sete anos, o córrego estava quase assoreado, mas hoje são 120 metros preservados de um lado e outro da margem. A cerca impede a passagem do gado. Mas a área verde da fazenda ainda não foi reconhecida em cartório.

O georreferenciamento da fazenda Diamante, em Camapuã, foi feito em 2009. No mesmo ano o processo deu entrada no Incra em Campo Grande, mas está parado até agora. “Nós gastamos recursos financeiros, fizemos todos os processos legais de medição de área, anexando todos os documentos que o Incra exigia, depois não houve mais resposta”, afirma o pecuarista.

O engenheiro agrícola Aldemir Ribas é dono de uma empresa que faz projetos de georreferenciamento, e conta que tem dezenas de processos parados no órgão. “O Incra tem desde final do ano passado paralisado todas as atividades de conferência dos trabalhos. Isso tem causado transtorno a todos os profissionais que trabalham nessa área”, diz Ribas.

O instituto diz que não tem profissionais habilitados para fazer isso. Segundo o Incra, dois funcionários estão passando pela aprovação do Conselho Regional de Agronomia, Arquitetura e Engenharia (Crea-MS), mas ainda sem data para recompor os quadros do órgão. “Essa habilitação demora em torno de 20 dias, e temos vários funcionários que estão solicitando essa habilitação, e está dentro do prazo”, diz Toyama. Do G1.