Projeto do governo federal reativa transporte comercial no Velho Chico após mais de uma década, com foco em sustentabilidade, integração modal e desenvolvimento regional
A navegação comercial no Rio São Francisco, suspensa desde 2012, está prestes a ser retomada com um ambicioso projeto do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor). Batizada de Nova Hidrovia do São Francisco, a iniciativa visa reativar o transporte fluvial entre Pirapora (MG) e Petrolina (PE), em um percurso de 1.371 quilômetros navegáveis — parte de um total de 2,8 mil km de extensão do rio.
Apelidado de Velho Chico, o São Francisco atravessa 505 municípios e abastece cerca de 11,4 milhões de pessoas. Agora, passará a desempenhar um papel estratégico na logística nacional, interligando o Sudeste, o Nordeste e o MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) de forma mais barata, eficiente e ambientalmente sustentável.
Segundo o ministro Silvio Costa Filho, grandes grupos já demonstraram interesse em operar a hidrovia, que promete reduzir o custo do transporte de cargas e aliviar a pressão sobre as rodovias. Atualmente, mais de 70% das cargas brasileiras ainda circulam por caminhões. Um único comboio fluvial, no entanto, pode substituir até 1,2 mil caminhões, reduzindo significativamente as emissões de CO₂ e os impactos ambientais.
Etapas e intermodalidade
O projeto será executado em três etapas. A primeira — de 577 km — ligará Juazeiro e Petrolina a Sobradinho e Ibotirama, na Bahia, com previsão de movimentar cinco milhões de toneladas de cargas já no primeiro ano. A segunda etapa, de 156 km, chegará até Bom Jesus da Lapa. A terceira estenderá a hidrovia em mais 648 km até Pirapora, em Minas Gerais.
Essa reestruturação contará com integração intermodal por ferrovias e rodovias, como a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), conectando a hidrovia aos portos de Ilhéus, Porto Sul e Aratu-Candeias. Entre os produtos que circularão pela nova rota estão açúcar, óleo, sal, café, gesso e grãos.
Gestão e infraestrutura
A gestão da hidrovia será descentralizada: deixará de estar sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e passará para a Codeba (Companhia das Docas do Estado da Bahia), que já deu início aos estudos técnicos para viabilizar a navegação.
O plano inclui ainda a construção de 17 Instalações Portuárias Públicas de Pequeno Porte (IP4) nos estados da Bahia, Pernambuco e Alagoas. Seis dessas estruturas já estão em fase de projeto, enquanto 11 estão em planejamento. Os editais das IP4 de Petrolina e Juazeiro devem sair em setembro, com obras previstas para começar em janeiro de 2026.
Ao conjugar preservação ambiental, logística de baixo custo e desenvolvimento regional, a Nova Hidrovia do São Francisco pode se tornar um eixo vital de integração nacional — reconectando o Brasil por suas águas.
Lavoura de soja, nas proximidades de Luís Eduardo Magalhães: plantada, replantada e ainda com estande abaixo do necessário para uma boa produtividade.
Depois de três anos de boas chuvas e produção farta, parece que a safra de 2019-2020 não terá o mesmo comportamento no Oeste baiano. Estamos no meio do mês de dezembro e praticamente ainda não choveu. E as previsões para a semana entrante não são as melhores, com aumento de temperatura (34 graus em Luís Eduardo e até 38 graus em Barreiras), sem previsão de chuvas.
Na temporada 2015/2016 o total de chuvas foi de 810 mm, um ano regular. Em 2016/2017, foram 949,25 mm e 1097 mm em 2017/2018, quase o mesmo de 2018/2019. Não temos dados deste ano, mas acreditamos que ainda estamos abaixo dos 100 mm nos meses de outubro, novembro e dezembro, também os de temperaturas mais elevadas.
Lavouras de soja próximas a sede do Município já foram plantadas, replantadas e ainda não tem um estande propício a boas produtividades.
A mesma escassez de pluviosidade acontece no Tocantins e no Piauí, onde o pessoal está plantando e replantando depois de cada pancadinha esparsa, mas já fora da janela de maior produtividade, 15 de novembro a 15 de dezembro.
A seca na estação talvez ajude a aumentar a produção de milho e sorgo, que se encontra com preços acima da média histórica e fazendo falta para os produtores de aves de todo o Nordeste.
Chuvas só devem chegar ao Oeste baiano na última semana do ano. Será tarde para plantar soja. Milho e sorgo devem ser opção.
No Oeste da Bahia, a chuva localizada mais forte não ultrapassa 21 milímetros, no dia 12 de dezembro, na zona urbana de Luís Eduardo Magalhães. Só aí o solo ganhará uma faixa de umidade mais significante. Até o dia 12 serão chuvas passageiras, não suficientes para estabelecer uma reserva de água mais tranquila no solo.
Segundo o portal Notícias Agrícolas, produtores da região do Matopiba continuarão enfrentando irregularidades de chuvas até, pelo menos, a primeira semana de dezembro.
Tiago Robles, meteorologista da Oráculo, explicou que a atuação do Dipolo Índico, uma oscilação irregular nas temperaturas da superfície do mar que nasce na Austrália, tem influenciado diretamente nas condições de chuva do Brasil, sobretudo no Matopiba e na região central do país.
“Esse fenômeno tem feito o Oceano Atlântico ficar mais aquecido na região sul da Bahia e como estamos na Primavera, ele ainda está intenso e continuará atuando”, afirmou.
O meteorologista afirma que as condições ainda não afetaram diretamente o plantio da soja na região do Matopiba, mas que é importante que o produtor não se empolgue com as chuvas pontuais.
“Pode ter pancadas e o produtor se emociona, como aconteceu com o produtor no restante do país e depois enfrentar um período de 15 dias ou mais sem chuvas”, afirma. Além da falta de chuva, produtores tendem a enfrentar temperaturas elevadas, acima dos 40 graus.
Os mapas da Oráculo Meteorologia indicam a possibilidade de chuvas com volumes baixos para o norte de Tocantins e pontos do Maranhão no período entre 16 e 21 de novembro. Os volumes devem ficar entre 20 e 25 milímetros.
Um estudo importante sobre os rios voadores da Amazônia e a quantidade de chuva nos cinturões produtivos do Matopiba.
Por Reinaldo José Lopes, da FolhaPress, editado.
O que aconteceria se toda a floresta tropical que hoje existe na Amazônia fosse transformada em pasto? Uma simulação computacional feita por pesquisadores da Universidade de Princeton (EUA) tentou responder a essa pergunta, e o cenário tem ares de distopia.
Caso isso ocorresse, calculam, a região amazônica poderia esquentar 2,5 graus Celsius a mais do que o resto do mundo na segunda metade deste século, dependendo do cenário global. Poderia ficar 5,5 graus Celsius mais quente do que era no século 19.
Tal aumento de temperatura, porém, seria apenas a ponta do iceberg. Sem a mata, a região também perderia entre 700 mm e 800 mm de chuva por ano (o equivalente a mais ou menos metade da chuva que cai no município de São Paulo anualmente).
Isso reduziria tanto o fluxo de água dos rios da Amazônia quanto a pluviosidade que a área exporta para o resto do Brasil e da América do Sul através dos chamados rios voadores.
Os dados foram apresentados por Stephen Pacala e Elena Shevliakova durante a conferência “Amazonian Leapfrogging” (algo como “pulo-do-gato amazônico”). O evento foi realizado pelo Brazil Lab, órgão da universidade americana dedicado a estudos sobre questões brasileiras.
Especialistas e representantes da sociedade civil de ambos os países se reuniram para debater soluções inovadoras para a crise enfrentada pela Amazônia “”os tais “pulos-do-gato”.
“Na minha opinião, enfrentamos quatro grandes crises ambientais no mundo: clima, alimentos, água e biodiversidade. A Amazônia está no epicentro de todas elas”, declarou Pacala.
Segundo Shevliakova, a equipe de Princeton se inspirou numa pesquisa similar dos anos 1990 que tinha entre seus coautores o climatologista brasileiro Carlos Nobre (um dos convidados do evento nos EUA). “O impressionante é como a magnitude dos efeitos, em grande medida, acabou se mantendo”, contou ela.
Os modelos matemáticos do novo estudo levam em conta detalhes específicos da interação entre a atmosfera e a superfície terrestre em florestas tropicais, em especial a química atmosférica e a presença de aerossóis “”no caso da Amazônia, partículas de matéria orgânica, de diferentes tamanhos e composições, que são emitidas pela própria floresta.
Tudo indica que os aerossóis atuam como “sementes” de nuvens, ajudando a manter nos elevados níveis atuais a chuva que costuma cair em território amazônico. Sem a mata, portanto, os modelos mostraram grandes alterações na precipitação e na umidade, o que contribui para o excesso de calor. Caso a devastação alcance 50% da floresta, os impactos na temperatura regional também seriam mais ou menos a metade do que aconteceria com o desmate completo.
Para evitar que esse cenário acabe se concretizando “”convém lembrar que 20% da floresta já foi desmatada desde os anos 1970″”, os participantes do evento defendem que é preciso combinar desenvolvimento econômico “inteligente” e inovação tecnológica de maneira a gerar renda na região sem mais desmatamento. É basicamente essa a receita defendida pelo engenheiro florestal Tasso Azevedo, do projeto MapBiomas, e do engenheiro agrônomo Beto Veríssimo, do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia).
“Uma área desmatada de 20% na Amazônia já é uma coisa imensa, equivalente a todo o território usado para a agricultura no resto do Brasil. A gente não precisa desmatar mais do que isso, não faz sentido”, diz Azevedo. Ele sugere que outros 40% da região poderiam ter o uso sustentável da madeira e de outros produtos florestais, enquanto os restantes 40% seriam reservas ambientais “puras”. Veríssimo propõe números ligeiramente diferentes (50% de uso econômico sustentável da floresta em pé, 30% de reservas).
Nesta sexta, 11, acontece a abertura oficial da Safra 2020 no Tocantins
Em meio à previsão de chuvas, produtores do Matopiba, fronteira agrícola brasileira entre os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia se preparam para o plantio de soja.
De acordo com o agrometeorologista da Rural Clima, Marco Antônio dos Santos, o corredor de umidade está na região central do Brasil, provocando chuvas em grande parte do país. Santos afirma também que a chuva só será regularizada em todo Brasil na segunda quinzena de outubro, e com isso o plantio da soja avançará mais rapidamente já a partir da próxima semana.
“Na região do Matopiba as chuvas já acontecem em parte do estado do Tocantins e a normalização do sistema só deverá ocorrer em toda região após o dia 25 de outubro”, disse.
O estado do Tocantins já está com o processo de semeadura em andamento, informou Ronaldo Mendes da Sementes Eliane, sendo o único estado da fronteira que o plantio já acontece, pois no restante do Matopiba não há umidade suficiente no solo.
“Apesar da abertura oficial da safra 2019/20 no Tocantins acontecer nesta sexta-feira, 11, o plantio de soja já teve início em algumas localidades desde o dia 05 de outubro. Estima-se que próximo de 5% do estado já esteja plantado, principalmente na região do Vale do Araguaia, onde os acumulados de chuva marcam 200 mm,”
“Percebemos que para as regiões Norte e Oeste, está tudo alinhando para uma sequência de plantio nos próximos dias. Já para região Sul o cultivo deve iniciar somente a partir do dia 25 de outubro, pois devido as características climáticas os produtores têm por tradição plantarem mais tarde. Já no Leste do Tocantins, devido às particularidades de solo, o plantio também deve ficar mais tardio”, comentou Ronaldo.
No estado do Piauí, as chuvas ainda estão escassas, chovendo até o momento entre 05 a 10 mm em algumas regiões. “Poucos produtores plantaram e a maioria estão na expectativa das chuvas, acreditando que o clima deverá mudar nos próximos dias”, falou Gregory Sander da Sementes Progresso.
O vice-presidente da Associação dos Produtores de Sementes dos Estados do Matopiba -Aprosem, Idone Grolli destaca que na região do Maranhão é tradição as primeiras chuvas na primeira quinzena de outubro.
“Aconteceram algumas chuvas na divisa do Tocantins com o Maranhão, e nesta região temos aproximadamente 50 mil hectares plantados. As chuvas por aqui cessaram e agora os agricultores aguardam as próximas chuvas que estão previstas para todo o estado no início de novembro. Se tem umidade para nascer, por 10 a 15 dias a soja não sofre e assim aproveitamos para plantar”, disse.
No estado da Bahia há previsão de chuvas regulares para as áreas de cultivo de soja. As precipitações deverão acontecer no fim de outubro para início de novembro.
“No oeste da Bahia choveu muito pouco, em manchas, mas o plantio ainda não foi iniciado, a não ser nas áreas irrigadas através do sistema de pivôs”, afirmou o diretor executivo da Aprosem, Ivanir Maia.
As chuvas para o Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia ainda não se firmaram, mas de acordo com alguns estudos climáticos, o atraso contribui para diminuir o risco de estiagem nos meses de janeiro e fevereiro. Nesta safra as chuvas se firmarão no fim do mês de outubro, chegando com um pouco de atraso, mas compensando com um período de maior regularidade.
Principal cultura produzida na região do Matopiba, a soja representou na última safra o equivalente a 11% da produção brasileira da oleaginosa. Um caso de sucesso que vem promovendo impacto econômico positivo para o desenvolvimento, bem como à sustentabilidade social e ambiental. Neste cenário, outras culturas como milho, milheto, sorgo, crotalária, forrageiras e feijão são espécies importantes cultivadas pós sua colheita, que garantem um bom desenvolvimento produtivo e consequentemente retorno econômico.
De acordo com a superintendente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Corredor de Exportação Norte – Fapcen, Gisela Introvini, o agronegócio em todo Maranhão e demais estados do Matopiba tem causado várias transformações, como a geração de empregos e renda em estados de menor índice de desenvolvimento humano, com a organização de cidades onde a renda incrementa consideravelmente o comércio local.
“A soja é o diferencial em nossa região, mas temos ótimas alternativas no pós desta cultura. Este ano por exemplo, no estado do Maranhão, os produtores tiveram excelentes ganhos com o milho, se comparado com a soja, pois esta sofreu com veranicos”, falou.
O pesquisador da Fundação Bahia, Murilo Barros Pedrosa, destacou que o cerrado da Bahia apresenta condições climáticas favoráveis para o plantio de diversas culturas. Possuindo clima, solo e período de chuvas possíveis de vários cultivos e enfatizando que após a cultura da soja tem sido plantadas espécies de ciclo rápido, ao exemplo do feijão, sorgo, milheto e crotalária que estão garantindo resultados satisfatórios aos produtores.
Pedrosa ainda falou sobre o programa de pesquisa iniciado pela Fundação Bahia com a cultura do gergelim (foto), que trará ao produtor rentabilidade financeira, visto que o principal produto obtido é o óleo, que possui excelentes características químicas para consumo na alimentação humana.
“Nosso objetivo é, através de melhoramento genético, obter cultivar adaptada à região e com produtividade que ultrapasse 1.000kg/ha. Estamos com material de gergelim indeiscente (não abre quando maduro) fazendo seleção para produtividade e outras características. Foram obtidas aproximadamente 100 progênies indeiscentes e estas serão avaliadas como linhagens em diferentes épocas de plantio. A ideia é plantar após colheita da soja, contudo é preciso avaliar sua semeadura em diferentes épocas para observarmos o comportamento da cultura, tanto em produtividade como noutras características como ciclo, infestação de doenças e pragas, teor e características do óleo e outros”, disse.
Para o presidente da Associação dos Produtores de Sementes dos Estados do Matopiba – Aprosem, Celito Missio, em microrregiões do Matopiba, que possuem ciclos de chuvas mais restritos após a colheita da soja, como é o caso da Bahia e parte do Piauí, nota-se que o cultivo de safrinha objetivando a colheita de grãos está distante de apresentar o mesmo desempenho quando comparado com as regiões mais favorecidas em precipitação.
No entanto, o cultivo de espécies destinadas à cobertura de solo e formação de palhadas, como é o caso do milheto e principalmente das brachiárias, têm comprovado sua eficiência agronômica da mais alta importância, em favor do ganho de produtividade dos próximos cultivos de verão, principalmente soja e algodão.
Missio afirma ainda que além disso, a melhoria do ambiente produtivo das lavouras, proporcionado pelo cultivo das espécies de cobertura, tem levado esperança e estabilidade de produção, principalmente aos produtores localizados em áreas até então consideradas marginais quanto ao seu regime pluviométrico. Desta forma, resgatando o conceito de produzir com sustentabilidade econômica, social e ambiental.
O governador Carlesse, Júnior Marabá e o prefeito de Ponte Alta, Yaporã da Fonseca Milhomem.
O governador do Tocantins, Mauro Carlesse, visitou hoje, 15, a região sudeste do seu estado, fronteiriça com a Bahia. Ele está recolhendo dados com os prefeitos da Região para a elaboração do Plano Plurianal do Estado.
Junior Marabá, convidado por prefeitos da Região, esteve em Taguatinga, para participar das reuniões, com o objetivo de estabelecer uma futura colaboração, principalmente no que diz respeito à recuperação das estradas que ligam os dois estados.
Marabá foi recebido também pelo prefeito de Ponte Alta de Bom Jesus, Yaporã Milhomem, interessado em receber cada vez mais investimentos do Agronegócio no município.
Junior Marabá destacou também o grande volume de investimentos do agronegócio eduardense naquela região, onde ponteiam a pecuária e a produção de sementes de soja.
Ele afirma:
“Uma grande área produtiva do Tocantins faz parte do Matopiba e a cidade de Luís Eduardo Magalhães é o grande polo comercial dessa região. É muito importante a participação e aproximação com o governo do Tocantins para estabelecer uma importante sinergia econômica em emprego, renda e infraestrutura.”
Produzir sementes com alta qualidade num ambiente de falta de chuva e altas temperaturas no desenvolvimento das lavouras, juntamente com a possibilidade de chuvas no período da colheita, são desafios que são superados com tecnologia e processos.
Para qualificar as pessoas que gerenciarão cada passo, da produção ao beneficiamento, a Associação dos Produtores de Sementes dos Estados do Matopiba- Aprosem, reuniu as equipes de seus associados para uma capacitação exclusiva.
Durante três dias, em Luís Eduardo Magalhães/BA, foi oportunizada trocas de experiências e discussões sobre inovações no curso de atualização em processos de pós-colheita de sementes de soja, voltado à qualificação dos profissionais ligados a produção, beneficiamento e comercialização.
Os Instrutores Bruno Scheeren e Géri Meneghello, Doutores em Ciência e Tecnologia de Sementes, com colaboração da Dra. Maria de Fátima Zorato, compartilharam conhecimentos com 50 colaboradores dos produtores associados da Aprosem.
O Eng. Agrº Dr. Géri Meneghello, da UFPEL, define este treinamento como inédito, por ser uma iniciativa na busca da excelência na produção de sementes, enfatizando que, “ao se aliar conhecimento com processos e máquinas modernas no beneficiamento, serão ofertados produtos diferenciados aos agricultores da região do Matopiba”.
“Nosso intuito é contribuir para melhorar a produtividade das lavouras da região e a semente com altos padrões de qualidade é a base para isso”, diz o Presidente da Aprosem, Celito Missio.
“Por esta razão investimos em capacitação, sendo este o caminho para o aprimoramento constante dos processos nas Unidades de Beneficiamento de Sementes-UBS”, explica.
Mãos preparadas para gerenciar cada etapa da produção é o mais importante passo para se garantir qualidade. Por isso a valorização dos times que participaram deste intensivo treinamento, cujos conhecimentos serão colocados em prática nos próximos dias, quanto iniciarem as colheitas.
Brasília (23/05/2018) – Operação do Ibama realizada em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) para coibir o desmatamento ilegal no Cerrado resultou até o momento na aplicação de 62 autos de infração, que totalizam R$ 105,7 milhões. Iniciada no fim de abril, esta fase da Operação Shoyo ocorreu em quatro estados: Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, na região conhecida como Matopiba, com o objetivo de responsabilizar empresas e produtores rurais que descumprem embargos de áreas ilegalmente desmatadas e comercializam, financiam ou intermedeiam produtos agrícolas procedentes dessas áreas.
A partir do cruzamento de dados geoespaciais foram identificados 60 polígonos com embargos descumpridos. As ilegalidades estavam associadas a 78 pessoas (físicas e jurídicas) e 77 imóveis. Produtores rurais foram autuados por descumprir embargos do Instituto em 40 propriedades, impedir a regeneração natural em outras 14 e comercializar produtos de origem vegetal produzidos em áreas embargadas de 10 imóveis rurais.
Cinco tradings foram multadas em R$ 24,6 milhões por adquirir 49.205 sacas de 60 kg de soja produzida em áreas embargadas pelo Ibama. Durante a investigação foi constatado que a compra antecipada de grãos financiou a atividade ilegal.
A lista pública de embargos ambientais, disponível para consulta no site do Ibama, aponta as áreas proibidas para produção. O art. 54 do Decreto 6.514/2008 define como ilícito ambiental o comércio de produtos rurais procedentes dessas áreas. Na Amazônia Legal, a lista pública de autuações e embargos é usada por integrantes da cadeia produtiva da soja em análises de risco para a concessão de créditos rurais, o que gera compromissos econômicos voluntários em favor do controle do desmatamento.
O Matopiba é uma região de intensa expansão do desmatamento no Cerrado. Por isso, é necessário maior envolvimento das cadeias produtivas para aumentar a conservação do bioma.
“O desmatamento ilegal no Cerrado é mais acelerado no Matopiba do que em outras regiões do bioma, o que exige o aprimoramento das estratégias de controle para garantir que a dissuasão atinja todos os elos ilegais na cadeia produtiva”, diz o coordenador-geral de Fiscalização Ambiental do Ibama, Renê Luiz de Oliveira.
Foram apreendidas até o momento 84.024 sacas de grãos durante a operação, o que corresponde a 5.041 toneladas. Além das medidas aplicadas pelo Ibama, o MPF irá propor ação civil pública para que os infratores reparem todos os danos ambientais causados pela atividade ilegal.
Plantar soja em solo cultivado com forrageiras pode aumentar em quase 50% a produtividade da oleaginosa. É o que concluiu o trabalho de pesquisa de Carlos Andrade, em sua dissertação de mestrado desenvolvida na Universidade Federal do Tocantins (UFT) e que contou com a participação da Embrapa. Um dos que colaboraram foi o analista da Embrapa Pesca e Aquicultura Francelino Camargo. O foco do trabalho de Andrade foi a região de Cerrado do Tocantins, que possui mais de 90% de seu território nesse bioma.
Andrade explica que, como a região é composta por áreas com diferentes características, o potencial de produção e produtividade das culturas não é o mesmo, assim como não são semelhantes as condições do solo e do clima e, portanto, os resultados dos cultivos também são diversos. Com essa multiplicidade de condições, é preciso entender melhor as áreas de Cerrado em regiões menores ou mais específicas. Foi esse o enfoque do trabalho de Andrade, que concentrou seus experimentos em Gurupi, município localizado no sul do Tocantins.
Capim Mombaça aumentou produtividade em quase 50%
Ele relata que foram avaliadas a produção de palha e o desempenho agronômico da cultura da soja em consórcio com diversas forrageiras sobressemeadas em sistema de plantio direto. Como resultado, Andrade observou que, entre cinco forrageiras testadas, o capim Mombaça se destacou: aumentou em quase 50% a produtividade da soja quando comparada à produção da oleaginosa semeada do modo tradicional (solteira).
Além da obtenção da maior produtividade, são inúmeras as vantagens do consórcio soja-forrageiras. Andrade destaca o maior aproveitamento do residual de adubação, a reciclagem de nutrientes, o aumento da produtividade da forragem, a recuperação de áreas degradadas, o aumento de ciclos de pastejo de animais e a conservação do solo. Sem falar na formação de palhada produzida pelas espécies forrageiras, essencial ao plantio direto da soja.
Em sistemas de integração lavoura-pecuária, que vêm ganhando novas áreas no Tocantins, a sobressemeadura de forrageiras na soja trouxe benefícios independentemente da atividade principal da propriedade, seja agricultura ou pecuária.
Meio eficaz de recuperação dos solos
Francelino Camargo participou da condução dos experimentos e considera que a sobressemeadura é uma excelente alternativa para recuperar o pasto degradado e para manter a superfície do solo coberta e protegida por maior tempo para o plantio.
O cultivo das forrageiras permite altas adições de biomassa por ano na área a ser cultivada, aumentando os estoques de carbono no solo. O analista destaca também que o solo coberto por maior tempo reduz as variações térmicas da superfície, diminuindo seu estresse. O plantio das forrageiras melhora as características físicas do solo, reduz a ação das plantas daninhas e diminui a aplicação de herbicidas nas lavouras.
Camargo considera que os resultados dos experimentos conduzidos em Gurupi podem ser alcançados em outras áreas de Cerrado do Matopiba, grande fronteira agrícola que reúne partes do Maranhão (sul do estado), do Tocantins (praticamente todo o estado), do Piauí (sul) e da Bahia (oeste do estado).
A assessoria de imprensa do IBAMA publicou em sua página na internet a seguinte nota:
A etapa mais recente da Operação Ceres, realizada pelo Ibama para combater o uso irregular de agrotóxicos no oeste da Bahia, resultou na apreensão de 17,5 mil litros de agrotóxicos vencidos e 367,4 kg de produtos em desacordo com o Decreto 4.074/2002. As multas aplicadas totalizam cerca de R$ 1 milhão.
Após investigação, uma equipe do Ibama fiscalizou diversas propriedades rurais da região e encontrou produtos vencidos e em desacordo com as normas de segurança. O uso de agrotóxicos irregulares é infração prevista na Lei 9.605/98 e pode trazer danos irreversíveis a para a saúde pública, além de consequências graves para o meio ambiente, contaminando solo, ar e recursos hídricos.
“A aplicação de agrotóxicos deve ser orientada por um receituário agronômico. Quem emite receita é tão responsável quanto o produtor rural pelo uso de produtos ilegais, que podem ter efeitos devastadores para o meio ambiente, para a saúde humana e para a agricultura”, disse o chefe da Unidade Técnica do Ibama em Barreiras, Zenildo Eduardo.
O oeste da Bahia integra a região conhecida como Matopiba, área de aproximadamente 73 milhões de hectares que reúne 337 municípios e abrange o bioma Cerrado dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Segundo levantamento da Embrapa, existem cerca de 324 mil estabelecimentos agrícolas na região.
Este valor é a contrapartida dos produtores baianos ao aporte de 270 mil euros (R$ 972 mil) repassados pelo fundo holandês IDH por meio da ONG Solidaridad
O programa Soja Plus Bahia termina 2016 com a apresentação de resultados concretos de um ano e meio do convênio com a Fundação Solidaridad e o IDH. Os sojicultores do Oeste da Bahia investiram R$ 2,42 milhões como contrapartida aos 270 mil euros (R$ 972 mil) aportados pelo fundo holandês IDH.
Para a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), coordenadora nacional do Soja Plus, o montante investido pelos produtores baianos mostra a credibilidade na orientação técnica dos supervisores de campo do programa, que aplicam nas visitas técnicas às fazendas cerca de 180 indicadores socioambientais.
A contrapartida prevista no projeto aprovado era de R$ 1,5 milhão, mas os produtores do Soja Plus Bahia superaram essa meta em 61%, com investimentos em adequações de construções rurais, tais como tanque de abastecimento de combustível, lavanderia de EPI’s, alojamento e refeitório para funcionários, galpão de máquinas e implementos agrícolas. Também houve adequações ambientais em recuperação de áreas degradadas, além de regularização de áreas de reserva legal e de preservação permanente.
“O sojicultor participante do Soja Plus Bahia entendeu a importância de se adequar às legislações trabalhistas e ambientais e às demandas dos importadores de mercados exigentes, como o europeu”, diz Bernardo Pires, coordenador nacional do programa de gestão econômica, social e ambiental, que também está implantado em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
O projeto com a Solidaridad atingiu 130 fazendas que trabalham no bioma Cerrado da nova fronteira agrícola brasileira, o Matopiba. São nove os municípios localizados na região Oeste da Bahia: Baianópolis, Barreiras, Côcos, Correntina, Formosa do Rio Preto, Jaborandi, Luís Eduardo Magalhães, Riachão das Neves e São Desidério.
Os produtores participaram de 19 cursos sobre: gestão de custos da empresa rural, legislação trabalhista, saúde e segurança do trabalhador rural, adequação ambiental e negócio certo rural. O Soja Plus Bahia também ofereceu aos produtores dias de campo, oficinas e seminários, além de placas orientativas e kits de primeiros socorros.
No âmbito do projeto com a Solidaridad, o Soja Plus Bahia, gerenciado pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), produziu, também, cartilha ilustrada para orientar o produtor rural sobre como se ajustar ao Código Florestal e como cumprir a legislação ambiental estadual.
Para a Solidaridad e o IDH, a parceria com o Soja Plus é uma oportunidade para
1) fortalecer iniciativas de apoio aos produtores nas boas práticas socioambientais e de gestão, que permitem melhorar a produtividade;
2) estimular acesso a novos mercados;
3) melhorar a sustentabilidade da propriedade.
“Os resultados positivos do Soja Plus Bahia mostram que o programa deve ser replicado em outros estados sojicultores”, diz Cindy Silva Moreira, coordenadora de sustentabilidade da Abiove. A associação, que reúne empresas processadoras e comercializadora do complexo soja, trabalha em parcerias com entidades que têm um objetivo comum: tornar a cadeia da soja cada vez mais sustentável.
A Associação de Agricultores e Irrigante da Bahia (Aiba) recebeu com surpresa o resultado de uma pesquisa realizada pela consultoria Agroicone e publicada no jornal Valor Econômico, na edição da última segunda-feira (21), intitulada de “Matopiba está perto do limite, diz estudo”. Nos causa estranheza dois fatos: os números apresentados, que divergem totalmente dos dados oficiais; e a ausência de uma fonte regional na matéria, que possa falar com conhecimento de causa de quem vive a rotina local.
Os números apresentados não condizem com a realidade do Matopiba. A Associação acredita veementemente que tal equívoco tenha ocorrido em função de os pesquisadores e as fontes ouvidas desconhecerem a realidade da região, e se basearem em dados prematuros, tomando como base apenas os últimos quatro anos, cuja produtividade foi comprometida em função de problemas climáticos ocasionados pelo fenômeno El niño.
Ao contrário do que foi divulgado, a área total cultivada em todo Matopiba é de 73 milhões de hectares, sendo 66,5 milhões de hectares no bioma cerrado. Somente no Oeste da Bahia, há mais de 3 milhões de áreas de cerrado agricultáveis disponíveis para serem incorporadas às áreas produtivas já existentes. Tudo isso, respeitando o Código Florestal, cuja legislação ambiental é uma das mais rígidas do mundo.
De acordo com o último levantamento da Conab e do IBGE, a região Nordeste do país superou o Sudeste em produção de alimentos. Das 18,6 milhões de toneladas produzidas, boa parte é oriunda do Matopiba, o que reforça a tese de que esta fronteira agrícola encontra-se em franca expansão.
Levando em consideração essas informações, a Aiba convida o Instituto Agroicone e o Jornal Valor Econômico a conhecerem melhor a região e o seu potencial, bem como o nosso banco de dados, que contém o histórico de mais de duas décadas e não apenas dos anos recentes, que é insuficiente para construir tal diagnóstico.
A AIBA tem razão: na semana passada, os editores de O Expresso realizaram um tour de mais de 2.400 km, passando por regiões como Bom Jesus, Uruçuí, Balsas, Riachão, Carolina, Araguaína, Palmas e Porto Nacional. O potencial produtivo da região, embelezado pelas primeiras chuvas da estação, salta aos olhos do mais desavisado dos viajantes.
A região mais ao Norte é incentivada pelas facilidades de exportação através da ferrovia Norte-Sul e pela aquavia que se está construindo no rio Tocantins. Sem considerar a abundância energética dos rios Tocantins, Araguaia e Tapajós.
O climatologista Luiz Carlos Molion afirmou hoje ao Notícias Agrícolas que o comportamento das chuvas em outubro a dezembro de 1998 pode ser comparado com os patamares atuais. Naquele ano, áreas como o oeste da Bahia tiveram chuvas acima do normal. Molion previne ainda que o fenômeno “La Niña” pode perdurar até 2019, prevendo um ano excelente para a região do Matopiba na safra 2017-2018.
Os agricultores do Matopiba, bem como as bacias hidrográficas do São Francisco e do Tocantins estão precisando de uma sequencia de temporadas de verão com chuvas bem consistentes.
João Kuffel fala sobre o evento organizado pela AGROLEM
A Agrolem- Associação dos Agrônomos de Luís Eduardo Magalhães, o CREA-BA e a Mutua-BA realizam, com apoio da FAAFH, um importante evento técnico a partir do dia 4 de agosto, onde serão debatidos temas relevantes como Meteorologia, Segurança Alimentar, Agronegócio na grande região do Matopiba, além do lançamento da pedra fundamental da sede própria da Entidade. O presidente da Agrolem, João Kuffel, falou ontem, durante lançamento do Festival LEM Gastronomia, sobre o evento. Veja a programação:
DIA 04 DE AGOSTO – QUINTA FEIRA
08:00hs – Inscrições e Credenciamento
08:30hs – Palestra: Perspectiva do Agronegócio a nível mundial e posicionamento sobre o Agronegócio no MATOPIBA
Convidado: Eng.º Agr.º João Roberto Rodrigues – Doutor Honoris Causa UNESP
11:00hs – Palestra: Resultados da safra 2015/2016 e perspectivas futuras na região de Balsas
Sérgio Pitt, secretário de Indústria e Comércio e produtor rural, pronunciou-se nesta sexta-feira, sobre a possibilidade de decretação do chamado “Estado de Emergência” no município de Luís Eduardo Magalhães e Região, tendo em vista a significativa frustração da safra agrícola. O tema já esteve em debate entre autoridades e representantes de uma parcela do agronegócio. Sérgio Pitt diz que o assunto é delicado:
– Toda a extensa região do MATOPIBA foi duramente afetada pelo estio. Esta demanda deve ser conduzida para atender todo o MATOPIBA, com apoio dos Municípios, Estados, CNA e Ministério da Agricultura. O trabalho deve estar fundamentado em levantamentos técnicos, quantificando as reais perdas.
Pitt acrescenta:
-Se declaramos individualmente o estado de emergência, estaremos “carimbando” o município como zona de risco, rebaixando o grau de risco de crédito entre os agentes financeiros, que se pautam pelos Acordos de Basiléia, um conjunto de acordos bancários firmados entre vários bancos centrais de todo o mundo para prevenir o risco de crédito, criando exigências mínimas de reserva de capital.”
Segundo Pitt, já se tem notícias de que o Ministério da Agricultura iniciou o levantamento das perdas. “Com isso poderemos minimizar os abalos creditícios dos produtores.”, confirma o Secretário.
Pitt esclarece ainda:
“O afastamento do agravamento do risco previsto na Resolução n°2682 é possível desde que haja uma regulamentação legal específica. Temos como exemplo o que foi feito no Rio Grande do Sul, quanto, em função da seca que atingiu aquela região na safra 2011/2012, o BACEN publicou a Resolução n° 4.161/2012, autorizando as instituições financeiras a renegociarem as dívidas rurais, sendo as parcelas de investimentos para mais uma no final do contrato, e os custeios com pagamento de 20% e o saldo para pagamento em 10 anos.”
Com esta medida, os produtores terão só o comprometimento na capacidade de pagamento da parcela prorrogada, mas fogem ao agravamento do risco imposto pela Resolução n° 2682 (classificação de risco – Acordo de Basiléia).
Brasil e Japão assinam, na próxima segunda-feira (29), um acordo de cooperação para agricultura e alimentação que vai permitir investimentos dos japoneses na região do Matopiba. Esta nova fronteira agrícola é formada por partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia e se destaca na produção de soja, milho e algodão.
A assinatura do acordo será feita durante o “Diálogo Empresarial Brasil-Japão: intercâmbio Econômico e Comercial em Agricultura e Alimentos”, em Palmas (TO), no dia 29 de fevereiro, que contará com a ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e o vice-ministro de Assuntos Internacionais do Ministério da Agricultura, Florestas e pesca do Japão, Hiromichi Matsushima.
Paralelamente ao diálogo empresarial, haverá uma reunião bilateral sobre assuntos sanitários e fitossanitários. Outra novidade é o anúncio da criação da Frente Municipalista dos Prefeitos da Região de Matopiba. No dia primeiro de março, os japoneses vão visitar empreendimentos do agronegócio.
A produtividade do milho no Rio Grande do Sul atingiu níveis considerados inéditos. Apesar de uma redução de 8,3% na área plantada, as estimativas indicam que a colheita poderá render, em média, 6.843 kg ( 114 sacas de 60 kg) por hectare na safra 2015/2016. Os dados foram divulgados na semana passada pela Conab.
O 5º levantamento de safra aponta para uma produção total avaliada em cerca de 31 milhões de toneladas no Estado. O indicativo reflete a leve variação positiva de 1,63% sobre os resultados apurados pelo quarto estudo do órgão, realizado nas últimas semanas de dezembro. Deste modo, a safra total gaúcha equivale a 14,7% da produção brasileira de grãos, projetada em 210.269 milhões de toneladas em igual intervalo de tempo.
Neste contexto, o desempenho do milho, na avaliação do superintendente regional substituto da Conab, Ernesto Irgang, é fruto da maior disponibilidade de tecnologia, aliada às boas condições climáticas. “Não houve frio no final de agosto quando iniciou-se plantio e registramos a incidência frequente de chuvas a partir de novembro”, comenta. Irgang também destaca que trata-se de uma cultura instável. Por outro lado, ele constata uma média histórica de produtividade fixada entre 3,5 mil kg e 4 mil kg por hectare. “Ou seja, 6,8 mil kg por hectare representa uma ótima agregação”, complementa.
O Rio Grande do Sul é um estado pequeno, com apenas 28 milhões hectares. A chamada metade sul é composta de terras arenosas, de baixa fertilidade e com baixo índice de chuvas, usadas em sua maioria para reflorestamentos. Ao norte, temos serranias onde são cultivadas frutas de clima temperado. Por aí se pode tirar uma ideia do potencial produtivo da região do Matopiba, com mais de 73 milhões de hectares e que atualmente tem como meta produzir 10% da safra agrícola brasileira de grãos e fibras.
O prefeito em exercício de Luís Eduardo Magalhães, Marcos Alecrim, participou nesta quinta-feira, 26, de um seminário em Palmas, capital do Tocantins, sobre a implantação do Instituto de Inovação, Ciência e Tecnologia do MATOPIBA. O evento aconteceu no auditório Cuíca da Universidade Federal do Tocantins (UFT), e contou também com a presença da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Kátia Abreu, autoridades politicas dos estados que integram a MATOPIBA e representantes de entidades envolvidas neste projeto como a Embrapa, o Instituto Federal do Tocantins, Ministério da Agricultura, Sebrae, Faet/Senar, Agência Tocantinense de Tecnologia e Inovação, entre outras. O secretário de Saúde, Werther Brandão, que a partir de dezembro assume a recém-criada Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia, também participou do evento.
O Prefeito em exercício Marcos Alecrim, a Ministra da Agricultura Kátia Abreu e o Secretário de Saúde Werther Brandão
De acordo com o pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da UFT, Waldecy Rodrigues, a ideia é desenvolver um conjunto de pesquisas que possam traduzir em melhoria da reprodução agrícola e pecuária e também agregar novos produtos pra exportação. “Especialmente em Luís Eduardo, que é uma região importantíssima para nós, queremos de lá capitalizar esforços de pesquisa e inovação a partir das instituições de pesquisa e da Universidade do Oeste Baiano”, observou.
A criação do Instituto de Inovação, Ciência e Tecnologia do MATOPIBA tem como objetivo auxiliar na articulação do Plano de Desenvolvimento Agropecuário do MATOPIBA com o envolvimento e participação da comunidade científica das universidades desses Estados.
Para a Ministra Kátia Abreu a região oeste da Bahia merece atenção especial por ser a mais produtiva de todo MATOPIBA. “É uma região muito rica e com muita tecnologia e inovação, que com certeza, servem de exemplo às demais. Agora mesmo, nos estamos implementando em uma parceria do Ministério da Agricultura com a empresa John Deere, um Centro Tecnológico em Agricultura de Precisão em Luís Eduardo Magalhães”, disse, lembrando ainda da obra de construção de um armazém da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) no município.
O prefeito em exercício, Marcos Alecrim, disse ter sido um privilégio participar do seminário, representando o prefeito Humberto Santa Cruz, um grande entusiasta da criação do MATOPIBA. “Tenho certeza de que o governo está no caminho certo quando decide acompanhar o crescimento e promover verdadeiramente o desenvolvimento da região. Não tenho dúvida que conseguiremos promover a inserção social e melhorar a distribuição da riqueza produzida através da implantação do instituto de inovação, ciência e tecnologia para o MATOPIBA”, comentou.
Frigorífico de peixes
Marcos Alecrim, aproveitou a realização do seminário nesta quinta-feira, 26, em Palmas/TO, e entregou para a Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Kátia Abreu, ofício relatando a situação das obras de construção e instalação de uma Unidade de Beneficiamento e Abatedouro de Peixe, Fábrica de Farinha, Fábrica de Ração e Aquisição de Equipamentos. Continue Lendo “Prefeitura de LEM participa de seminário do MATOPIBA em Palmas”
Gigante norte-americana do investimento que administra as contas de aposentadoria de milhões de funcionários de universidades, professores de escolas públicas e outros trabalhadores, a TIAA-Cref se orgulha de promover valores socialmente responsáveis, e celebra sua participação no processo de redação dos princípios das Nações Unidas para compra de terras agrícolas, com o objetivo de promover a transparência, sustentabilidade ambiental e respeito pelo direito à terra.
Mas documentos demonstram que as incursões da TIAA-Cref à fronteira agrícola brasileira podem ter avançado na direção oposta.
A gigante financeira norte-americana e seus parceiros brasileiros despejaram centenas de milhões de dólares em aquisição de terras aráveis no cerrado, uma imensa região à beira da floresta amazônica na qual vem acontecendo desmatamento em larga escala para expansão da agricultura, o que alimenta preocupações ambientais.
Em uma complicadíssima empreitada, o grupo financeiro norte-americano e seus parceiros acumularam vastas propriedades agrícolas novas, a despeito da decisão do governo brasileiro, em 2010, de proibir participação estrangeira em transações dessa escala.
Cerrado: cobiça de norte-americanos
Embora a ação governamental tenha bloqueado as ambições de outros investidores estrangeiros, a TIAA-Cref levou adiante suas intenções em uma parte do Brasil onde grassam os conflitos de terras, o que expõe a empresa e seus parceiros a acusações de que adquiriram terras de um especulador de credenciais suspeitas, acusado de empregar pistoleiros para roubar terras de agricultores pobres.
Os documentos possibilitam vislumbrar como um dos maiores grupos financeiros dos Estados Unidos participou daquilo que muita gente nos países em desenvolvimento define como apropriação indevida de terras.
Respondendo à disparada no interesse internacional por terras no país, o ministro da Justiça brasileiro em 2010 limitou significativamente a participação de estrangeiros em aquisições de terras agrícolas em larga escala.
Investidores ocasionalmente encaram esse tipo de transação como maneira de diversificar suas carteiras. Mas alguns funcionários de governos e ativistas afirmam que elas resultam na expulsão de agricultores pobres, na transferência do controle de recursos vitais de produção de alimentos a uma elite mundial, e na destruição de tradições agrícolas em troca de plantações em escala industrial que produzem comida para exportação.
“Já tinha ouvido falar de fundos estrangeiros tentando contornar a legislação brasileira, mas algo nessa escala é espantoso”, disse Gerson Teixeira, presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária e assessor de congressistas brasileiros, se referindo aos documentos sobre as aquisições de terras aráveis brasileiras pela TIAA-Cref.
Algumas das constatações são parte de um novo relatório por pesquisadores da Rede Social pela Justiça e Direitos Humanos, uma organização brasileira, e da Grain, uma organização sediada na Espanha que acompanha as aquisições mundiais de terras.
Joint Venture com a Cosan
As revelações sobre a TIAA-Cref demonstram que suas terras aráveis no Brasil chegaram aos 256.324 hectares em 2015, ante 104.359 em 2012, mais ou menos o momento em que a empresa começou a expandir suas transações, conduzidas por meio de uma joint venture com a Cosan, gigante brasileira do açúcar e biocombustíveis.
Stewart Lewack, porta-voz da TIAA-Cref, concordou em revisar diversos aspectos da complexa estruturação dessas transações, mas se recusou a discutir as aquisições de terras aráveis de forma direta. Ele intermediou outros contatos com executivos da Cosan, controlada por Rubens Ometto, bilionário cuja família opera no setor do açúcar desde os anos 30.
“A Cosan tem 70 anos de história na administração de terras agrícolas no Brasil, e tem compromisso para com elevados padrões de responsabilidade no investimento por meio das entidades que controla”, afirmou uma porta-voz da Cosan em declaração.
As duas empresas começaram a adquirir terras aráveis no Brasil em 2008, depois de formar uma joint venture chamada Radar Propriedades Agrícolas, com 81% de participação de uma subsidiária da TIAA-Cref e 19% da Cosan. Embora a Cosan informe às autoridades brasileiras que controla a joint venture por meio de seu assento no conselho da empresa, a TIAA-Cref mlista a Radar como uma das “afiliadas nas quais temos participação majoritária”.
Então surgiram as medidas brasileiras de repressão a aquisições de terras aráveis por estrangeiros, em 2010, um período de crescente nacionalismo quanto aos recursos naturais do país, exemplificado pelos esforços de impor maior controle ao setor de energia.
Na agricultura, as mudanças envolviam limitar a 5.000 hectares as vendas de terras a estrangeiros, a proibição a que eles controlassem mais de 25% das terras de qualquer município e a imposição de limites às operações de subsidiárias brasileiras de empresas estrangeiras.
“As medidas impuseram um freio ao investimento estrangeiro em terras brasileiras”, diz Kory Melby, norte-americano que oferece consultoria a investidores em agricultura no Brasil.
Mas em lugar de reduzir a escala de suas operações, a TIAA-Cref intensificou as aquisições de terras agrícolas brasileiras, se concentrando especialmente na fronteira agrícola dos Estados nordestinos do Maranhão e Piauí. Em 2012, a empresa criou um fundo mundial cujo foco era a compra de terras agrícolas no Brasil, Austrália e Estados Unidos, atraindo investimentos de fundos de pensão suecos e canadenses.
José Minaya, executivo da TIAA-Cref que responde pelos investimentos do grupo em terras agrícolas, defende esse tipo de transação, afirmando que elas são uma maneira de adquirir “um recurso finito” em um momento de crescente demanda mundial por alimentos.
“O Brasil nos oferece diversificação em termos de safras e climas”, disse Minaya a investidores em um vídeo sobre aquisição de terras agrícolas no maior país da América Latina.
Balsas, no Sul do Maranhão: fronteira, migrantes e conflitos de terras, agora com interesses de fundos de pensão norte-americanos
Por conta da limitação ao investimento estrangeiro imposta em 2010, a TIAA-Cref e seus parceiros brasileiros criaram uma joint venture financeira para adquirir terras agrícolas. O grupo norte-americano detém 49% e a Cosan tem 51% de participação na empresa, de acordo com documentação apresentada às autoridades regulatórias brasileiras.
Embora o novo empreendimento no papel pareça ser uma empresa separada, na prática é difícil distingui-lo da parceria precedente.
As duas compartilham de muitos dos mesmos funcionários e executivos de primeiro escalão, e funcionam em escritórios na avenida Juscelino Kubitschek, em São Paulo, de acordo com pessoas conhecedoras das operações.
Além disso, o financiamento para as aquisições de terras agrícolas provém primariamente de subsidiárias da TIAA-Cref, em uma espécie de empréstimo que pode ser convertido em ações, de acordo com a documentação apresentada às autoridades regulatórias.
Os pesquisadores da Grain argumentam que essa estrutura empresarial torna possível à TIAA-Cref ocultar o controle que ela exerce sobre as terras agrícolas adquiridas.
“Eles podem dizer o que quiserem sobre o controle, mas a questão é que” essas estruturas “foram criadas apenas com o propósito de canalizar fundos da TIAA-Cref para terras agrícolas no Brasil”, disse Devlin Kuyek, pesquisador sênior da Grain.
Em declaração, a Cosan contesta essa posição. “Em todas as suas aquisições”, a joint venture “segue rigorosamente a legislação em vigor”, a companhia afirmou.
Os ativistas não acusam a TIAA-Cref e a Cosan de promoverem diretamente o desmatamento do cerrado. Em lugar disso, afirmam que as empresas adquiriram terras que já haviam sido desmatadas e obtidas por especuladores que podem ter usado táticas impiedosas.
Relações com grileiro
O relatório da Grain registra como a TIAA-Cref e a Cosan parecem ter adquirido diversas fazendas controladas por Euclides de Carli, uma figura nebulosa do mundo dos negócios descrito por legisladores, estudiosos, e agricultores espoliados brasileiros como um dos mais poderosos “grileiros” dos Estados do Maranhão e Piauí.
Os grileiros são conhecidos por suas táticas de prestidigitação burocrática, entre as quais a falsificação de títulos de propriedade rural guardados em latões cheios de insetos, o que os faz parecer antigos e explica o apelido.
Alguns grileiros também forçam agricultores a abandonar suas terras de diversas maneiras, o que inclui intimidar os ativistas que lutam pelo direito à terra e até assassinar agricultores pobres.
No caso de Carli, estudiosos brasileiros já descreveram como ele forçou dezenas de famílias a abandonar suas terras, usando táticas como a destruição de safras ou a queima da casa de um líder comunitário. Um proeminente legislador maranhense também acusou Carli de orquestrar o assassinato de um trabalhador rural por conta de uma disputa de terras.
Carli, que já foi alvo de investigações oficiais por suas compras de terras, não respondeu a pedidos de comentário. Em comunicado, a Cosan reconheceu que sua joint venture havia adquirido terras controladas por Carli, mas insistiu em que uma revisão abrangente em nível municipal, estadual e federal não havia identificado “qualquer processo criminal em nome do Sr. Euclides de Carli”.
“A avaliação conduzida”, afirmou a Cosan, “precisa observar documentos oficiais e informações que baseiem a segurança da aquisição”.
Mas promotores públicos que conhecem a atuação de Carli ainda assim expressaram surpresa por investidores proeminentes realizarem esse tipo de transação quando uma simples busca na Internet revela uma longa lista de acusações de apropriação indébita de terras contra Carli.
“Euclides de Carli é um dos principais grileiros da fronteira agrícola brasileira”, disse Lindonjonson Gonçalves de Sousa, promotor público que investigou as transações de terras de Carli.
“Não deveria ser segredo para pessoa alguma que ele tem presença proeminente nos conflitos de terra na região”.
Produtores de soja da região conhecida como Matopiba –formada por novas áreas agricolas do Maranhão, Tocantins, Piauí e oeste da Bahia– começam a plantar nas próximas semanas a nova safra de soja de olho nos efeitos do fenômeno climático El Niño, que pode afetar duramente as produtividades, marcando a quinta temporada consecutiva com algum tipo de prejuízo por falta de chuvas.
Juntos, os quatro Estados, três deles do Nordeste brasileiro, representaram 11 por cento da safra nacional de soja em 2014/15.
A previsão do tempo indica que as primeiras chuvas estáveis, que permitem o plantio, deverão atrasar para meados de novembro, ante um início habitual em meados de outubro. Os modelos apontam boas chuvas em dezembro e uma escassez de precipitações depois disso, em janeiro, fevereiro e março.
“Nesta temporada, a chuva vai terminar mais cedo (no Matopiba). O produtor vai plantar, vai investir, mas pode ter problemas”, disse a meteorologista Desirée Brandt, da Somar Meteorologia.
Segundo ela, o El Niño –que ocorre com força este ano– afetará a zona de convergência intertropical, uma faixa de nuvens que habitualmente provoca chuvas no litoral do Nordeste nos primeiros meses do ano.
“Esse sistema, em alguns anos, avança mais e a chuva chega até o sul do Maranhão, ao Piauí, Tocantins e até o oeste da Bahia. Quando tem El Niño, esse sistema fica mais fraco”, afirmou a meteorologista.
O oeste da Bahia, principal região produtora de soja do Matopiba, teve a última safra sem adversidades climáticas em 2010/11. Depois disso, todos os anos houve episódios de “veranicos”, que é como os produtores chamam períodos prolongados de seca, de cerca de 20 dias ou mais, que podem afetar produtividades.
“Claro que a previsão é motivo de apreensão, mas os produtores aqui têm mais de 20 anos de experiência, já sabem como lidar com a falta de chuvas”, disse o diretor de projetos e pesquisa da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Ernani Sabai.
Segundo ele, mesmo as piores produtividades já registradas em uma temporada com veranico forte, que foi o caso de 2012/13 (com 35 sacas por hectare em média na Bahia, segundo a Conab), seriam suficientes para pagar os custos de produção.
A meteorologista da Somar alerta, no entanto, que o problema da temporada 2015/16 “não é uma questão de veranico”, mas sim de encerramento antecipado das chuvas, o que pode tornar esta a pior das últimas cinco safras no Nordeste em termos de clima.
Estimulados por preços ainda competitivos para a soja, os produtores do Matopiba dão mostras de que o clima não será motivo para frear a expansão do plantio de soja na região.
A consultoria INTL FCStone projetou na quarta-feira que a área plantada nos quatro Estados combinados irá subir 8,5 por cento em 2015/16, bem acima da média nacional de 4,3 por cento de crescimento.
Segundo a consultoria Impar, que presta assistência agronômica para produtores de grãos do Matopiba, a nova temporada exigirá ainda mais eficiência no manejo das lavouras, a começar pela segurança no plantio, plantando apenas com a chegada de chuvas regulares.
“É um ano em que não se pode admitir perder um plantio”, disse o diretor da Impar, Rafael Abe, lembrando os maiores custos com insumos precificados em dólar.
Na avaliação de Abe, haverá uma moderação no uso de fertilizantes, com produtores aproveitando os estoques de nutrientes depositados no solo em safras passadas.
Mesmo assim, técnicas avançadas de manejo de solo adquiridas ao longo dos últimos anos e a escolha de sementes mais resistentes à seca deverão dar alento aos produtores nos momentos de escassez de chuvas, afirmou Abe.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em parceria com a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), promove nesta quarta-feira (26) a primeira etapa do “Circuito Matopiba de Armazenagem”, na cidade de Luís Eduardo Magalhães, no Oeste da Bahia. O evento debaterá os desafios do setor agropecuário na questão do armazenamento, principalmente na região de crescente produção agrícola dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
Nesta primeira etapa do circuito, especialistas falarão sobre o panorama de mercado para a safra 2015/2016 de milho, algodão e soja, ações de apoio à comercialização, a importância da armazenagem no Oeste da Bahia. Também serão abordadas as possibilidades de linha de financiamento para superar os desafios de armazenamento no país.
Podem participar do Circuito Matopiba de Armazenagem produtores, empresários do ramo e demais interessados. As vagas são limitadas e as inscrições podem ser feitas na hora e no local do evento.
Serviço:
“Circuito Matopiba de Armazenagem – 1ª Etapa”
Data: 26/08/2015
Horário: 8h
Local: Hotel Saint Louis – Rua JK, 976, Jardim Paraíso
Humberto dá as boas vindas às autoridades e alinha reivindicações da Região Oeste
Com a presença do governador Rui Costa, do vice-governador João Leão e da ministra Kátia Abreu, da Agricultura, Luís Eduardo Magalhães viveu hoje o seu grande dia de “Capital do Agronegócio” na região Oeste da Bahia, com influência importante em toda a grande região do Matopiba.
O prefeito Humberto Santa Cruz, que recebeu seus colegas de quase todo o Oeste, afirmou no início do seu discurso:
-“É um privilégio para uma das cidades que mais crescem no País receber as autoridades para o lançamento oficial do “Plano de Desenvolvimento Agropecuário do Matopiba”.
A área do Matopiba, que compreende 337 municípios em quatro estados e representa 10% da produção nacional de grãos e fibras, deve receber, a partir de agora, atenção especial do Governo Federal para obras importantes na infraestrutura.
Humberto enumerou os setores que considera prioritários para o desenvolvimento integrado da Região:
– Sistema de logística voltado à produção.
– Formação de mão-de-obra
– Industrialização, armazenamento e transporte
– Aumento da oferta de energia.
Neste último item, a Região, principalmente o Oeste da Bahia, é carente de quantidade e qualidade de energia que viabilizem o adensamento da cadeia produtiva do algodão, por exemplo, com a vinda da indústria de fios e posteriormente da manufatura têxtil.
De maneira mais específica, o Prefeito, como porta voz do agronegócio, enfatizou a “exclusão da chamada bandeira vermelha nas tarifas de energia do período permitido ao uso de irrigação, que hoje representa um acréscimo de 295% do custo no horário”.
Renato Faedo, secretário de Governo; o empresário Antonio Franciosi, um dos maiores produtores da região; o advogado Bruno Martinez; e o empresário Lauro Luza, que têm boas novas sobre o aeroporto de LEM.João Carlos Jacobsen, presidente da ABRAPA e o prefeito de Barreiras, Antonio Henrique, chegando para a solenidade.O vice-governador João Leão chega ao local da sonelidade, auditório do SENAR, como sempre cumprimentando a todos. Ao fundo, o empresário Fábio Lauck.
No dia 15, a agência de fomento será lançada em Luís Eduardo Magalhães, a Capital do Agronegócio do Matopiba
A ministra da Agricultura, senadora Kátia Abreu, deve fazer no próximo dia 13 de maio, no Estado do Tocantins, o lançamento Agência de Desenvolvimento do Matopiba, região que será criada por decreto pela presidente Dilma Roussef. O anúncio oficial da criação da Agência do Matopiba deve ser feito pela presidente Dilma Rousseff durante o lançamento do Plano Nacional de Defesa Agropecuária, marcado para a próxima quarta-feira, dia 6 de maio, quando será oficializada a publicação do decreto de delimitação da área do Matopiba. Depois do Tocantins, a ministra lança a agência no dia 14 de maio no Piauí e no Maranhão e no dia 15 de maio, na cidade de Luís Eduardo Magalhães.
O MATOPIBA, 10% do agronegócio brasileiro
A região do Matopiba abrange os Estados do Maranhão (33%), Tocantins (38%), Piauí (11% ) e Bahia (18%). A área é responsável por 9,7% da produção de 201,5 milhões de toneladas de grãos prevista para o país na safra 2014/2015. Uma área plantada de 7,6 milhões de hectares que produzirão 19,5 milhões de toneladas. É considerada a mais nova fronteira agrícola do país e cobre 337 municípios.
Na região, segundo o IBGE, existem 324.326 estabelecimentos agrícolas. A área tem um Produto Interno Bruto estimado, com base nos dados do IBGE/2010, em R$ 53,4 bilhões. Ou seja, três vezes o valor do PIB do Tocantins. A agência de desenvolvimento proposta pela senadora e hoje ministra da Agricultura Kátia Abreu deverá promover a inovação, pesquisa, agricultura de precisão e assistência técnica aos produtores rurais da região.
Para discutir o formato da futura agência de desenvolvimento da região, a ministra Kátia Abreu reuniu no mês de março em Brasília secretários estaduais da Agricultura e da Indústria e Comércio dos quatro estados que compõem o Matopiba (formado por partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
A região é tida como estratégica para o Ministério da Agricultura, que pretende apoiar o crescimento sustentável dos produtores locais com investimento em tecnologia e assistência técnica. A agência de desenvolvimento deverá promover a inovação, pesquisa, agricultura de precisão e assistência técnica. “A vocação desse lugar é agropecuária. O foco nos pequenos, médios e grandes produtores trará consequência muito positivas nos serviços prestados nas cidades, na infraestrutura de tudo que ocorre em volta”, explica a ministra.
Plantio de arroz irrigado no Tocantins: alta produtividade.
A ministra defende a participação iniciativa privada. “A experiência nos mostra que a mola propulsora de tudo são os empresários. A agência terá que trabalhar ao lado daqueles que gerarão emprego”, disse.
O Matopiba, de acordo com Kátia Abreu, será a única região agrícola brasileira em que o governo terá a oportunidade de acompanhar seu desenvolvimento. “Nas outras regiões, os produtores subiram para ocupar o Centro-Oeste e a logística, até hoje, não chegou. O poder público não fez companhia a esses produtores. Com o Matopiba, queremos reverter esse histórico”, afirma. (Da assessoria de imprensa da ministra Kátia Abreu)
Certificação: reservatório de combustível sinalizado
A Agrex do Brasil vem aumentando a área de produção de soja responsável e sustentável nos estados que integram a nova fronteira agrícola brasileira – Matopiba – e em Goiás. Somente este ano foram certificados um total de 42 mil hectares de soja que seguem os padrões de Sustentabilidade da Associação Internacional da Soja Sustentável (RTRS, por suas siglas em inglês). Com o processo iniciado em 2012, quando certificou uma área de 20 mil hectares, a Agrex foi a pioneira a seguir os princípios e critérios para tornar a soja uma cultura responsável e sustentável com a certificação RTRS no Maranhão, Tocantins e em Goiás.
Apoio e palestras com comunidades vizinhas
Desenvolvido por diversos agentes internacionais, a certificação RTRS segue pilares que defendem: práticas agrícolas adequadas, responsabilidade ambiental, condições de trabalho e relações comunitárias responsáveis, cumprimento legal e boas práticas empresariais. Ao tornar a produção responsável, o gerente de Sustentabilidade da Agrex, Ismael Carlos Trevisan, aponta maior eficiência econômica nos processos de gestão das propriedades. “Houve, por exemplo, uma redução do uso de água nas aplicações de agroquímicos, aumento da proteção do solo e diminuição do uso de diesel por tonelada produzida”, destaca.
Palestras com funcionários
Além de melhorar a imagem da Companhia, Trevisan ainda conta que a certificação facilitou a inclusão da empresa em novos e exigentes mercados, principalmente na Europa. Conectar e adequar a cadeia produtiva às demandas da União Europeia é o desafio proposto pela Fundação Solidaridad. Por meio de apoio e capacitação, a instituição apresenta estratégias para inserir junto às instituições publicas e privadas o conceito de região de originação sustentável e criação de ambientes favoráveis aos negócios.
Em busca de mais competitividade para o agronegócio do Oeste da Bahia, o presidente da Aiba, Júlio Cézar Busato, participou de uma reunião com a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, realizada no dia 16 de março, em Brasília. Ele apresentou as contribuições da região para a formatação da futura agência de desenvolvimento do Matopiba (formado por partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Também participaram da reunião, os secretários estaduais da Agricultura e da Indústria e Comércio dos quatro estados, além de outros representantes da iniciativa privada e das instituições de pesquisa e de ensino.
“Hoje, o agricultor baiano é o que mais produz, mais gasta e menos ganha. Precisamos mudar esta equação e isto se muda com a implantação de ferrovias como a Fiol, com a reativação da Hidrovia do São Francisco, com a recuperação e ampliação da rede de estradas estaduais e federais e com uma estrutura portuária eficiente. Também precisamos da ampliação da rede de energia elétrica no oeste baiano para aumentar a quantidade de pivôs de irrigação e atrair agroindústrias para a região”, disse Busato.
Para o secretário da Agricultura da Bahia, Paulo Câmera, a agência a ser implantada deve pensar o desenvolvimento da região como um todo. “O pilar central será a agricultura, mas entendemos que é preciso abranger as questões sociais, infraestrutura, pensando na concepção de desenvolvimento da região como um todo”, disse Câmera.
No estado da Bahia, o município de Luís Eduardo Magalhães é um exemplo do que o agronegócio pode fazer por toda uma região. Em apenas 15 anos, deixou de ser uma parada na estrada onde existia um posto de gasolina, para ser um município emancipado com mais de 76 mil habitantes e ter a maior arrecadação do Oeste baiano. “Isso é reflexo dos empregos gerados nas fazendas. Se existe trabalho, existe renda e o comércio é movimentado e o nível de escolaridade e a qualidade de vida também melhoram”, explicou Busato, acrescentando que “é preciso focar na agricultura e na agroindústria, que o restante irá acontecer por consequência”.
A ministra Kátia Abreu defendeu a participação da iniciativa privada. “A experiência nos mostra que a mola propulsora de tudo são os empresários. A agência terá que trabalhar ao lado daqueles que gerarão emprego”, disse.
A agência de desenvolvimento deverá promover a inovação, pesquisa, agricultura de precisão e assistência técnica do Matopiba. Os secretários poderão enviar suas sugestões até 26 de março.
A produção de grãos na safra 2014/2015 deverá atingir 202,18 milhões de toneladas, volume 4,5% maior na comparação com o observado em 2013/2014, projetou nesta sexta, dia 9, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), por meio do 4º Levantamento de Grãos.
Desse total, 176,30 milhões de toneladas vêm do Centro-Sul do país. As 25,87 milhões de toneladas restantes são provenientes do Norte/Nordeste.
Conforme a companhia, o aumento de produção é resultado do incremento de área plantada. O levantamento diz que a área a ser cultivada na safra 2014/2015 indica um crescimento de 1,3%, ou seja, deverão ser acrescidos 766,7 mil hectares à área de 56,99 milhões cultivada na safra 2013/2014. A produtividade também vai ajudar, com avanço de 3,2%, para 3.501 kg por hectare.
Por produto, a Conab estimou que a produção de soja em 2014/2015 atinja 95,92 milhões de toneladas, 11,4% mais na comparação anual. Quanto ao milho, a temporada foi projetada em 79,05 milhões de toneladas (-1,1%), sendo 29,64 milhões de toneladas de 1ª safra (-6,4%) e 49,41 milhões de toneladas de 2ª safra (+2,4%).
Há ainda a expectativa de que a produção de arroz tenha um crescimento de 0,6%, passando de 12,12 milhões de toneladas para 12,20 milhões na atual safra. Para a mamona, o crescimento esperado é de 139,8%, de 44,7 mil toneladas para 107,2 mil toneladas na atual safra. Quanto ao algodão, a safra deve cair 11%, para 1,54 milhão de toneladas. A de feijão também deve registrar queda, de 2,7%, para 3,34 milhão de toneladas.
Previsão de chuvas
A Conab prevê, em levantamento, chuvas “ligeiramente acima do normal” no Rio Grande do Sul durante o primeiro trimestre de 2015, “na faixa de 35 mm”. Quanto ao Nordeste, a companhia informa que as precipitações ficarão abaixo da média até o fim de março no norte, leste e centro da região. Segundo a companhia, a exceção fica no sul dos Estados do Maranhão e Piauí e oeste da Bahia, que integram a fronteira agrícola conhecida pela sigla MATOPIBA.
No Norte do país, as chuvas também devem ficar abaixo do normal, “na faixa de 45 mm”. Em relações às demais regiões do país, a Conab informa que o primeiro trimestre deverá ser marcado condições climáticas dentro da normalidade. Cenários condizentes com a atuação do fenômeno El Niño neutro, acrescenta a companhia.
A nova fronteira agrícola brasileira formada pelos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, mais conhecida como MATOPIBA, deve ter alta de 21,4% na produção de grãos em um período de 11 safras, mais precisamente entre os ciclos 2013/2014 e 2023/2024. A região vem ganhando destaque na produção de grãos no Brasil há pelo menos duas safras. Na safra 2014/2015 a região deve representar 9,94% da produção de grãos nacional.
As perspectivas são do estudo “Projeções do Agronegócio – Brasil 2013/2014 a 2023/2024 – Projeções de Longo Prazo”, feito pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e divulgadas em setembro.
Segundo as projeções, a produção na região do MATOPIBA deverá saltar de 18,623 milhões de toneladas verificados na safra 2013/2014 para 22,607 milhões de toneladas no ciclo 2023/2024. Apenas na safra 2014/2015 são aguardadas 20,368 milhões de toneladas.
Mais de 8 milhões de hectares
Já a área deverá saltar de 7,2 milhões de hectares para 8,4 milhões de hectares, um aumento de 16,3% neste período.
“As áreas que vêm sendo ocupadas nesses estados têm algumas características essenciais para a agricultura moderna. São planas e extensas, solos potencialmente produtivos, disponibilidade de água, e clima propício com dias longos e com elevada intensidade de sol. A limitação maior, no entanto, são as precárias condições de logística, especialmente transporte terrestre, portuário, comunicação e, em algumas áreas, ausência de serviços financeiros”, pontua o estudo “Projeções do Agronegócio – Brasil 2013/2014 a 2023/2024 – Projeções de Longo Prazo”, feito pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Apenas na Bahia são esperados um aumento de 3,229 milhões de toneladas de soja para 4,388 milhões de toneladas entre as safra 2013/2014 e 2023/2024. Safra 2014/2015
Conforme o primeiro Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos 2014/2015, divulgado na semana passada pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), o Tocantins deverá colher entre 3,734 milhões de toneladas e 3,877 milhões de toneladas de grãos na safra 2014/2015. Já o Maranhão entre 4,222 milhões e 4,577 milhões de toneladas, o Piauí entre 2,888 milhões e 3,015 milhões de toneladas, enquanto a Bahia entre 8,222 milhões e 8,779 milhões de toneladas de grãos.
A área do Matopiba, com cerca de 70 milhões de hectares, representa importante fronteira para a expansão da produção agropecuária. Aqui já se produzem 10% de soja e 15% do milho no Brasil. Também existem condições básicas para que o Matopiba seja uma boa alternativa para a expansão da produção de aves e suínos.
Em função das limitações do ambiente (fertilidade baixa, temperaturas elevadas e muitas áreas degradadas) a agropecuária na região vai depender de grande aporte de investimentos e tecnologias para se tornar economicamente viável.
Pensando nisso, o governo federal já acionou a Embrapa para estudar a região. A Embrapa Solos (Rio de Janeiro) terá como principal atividade a avaliação da aptidão agrícola das terras.
– Também reuniremos informações sobre os solos. Vale ressaltar a elevada vulnerabilidade à degradação dos solos de textura leve (de classe textural areia, areia franca ou francoarenosa), muito frequentes na área do Matopiba. O solo mais utilizado para a produção agrícola tecnificada nesta região é o Latossolo, que em amplas áreas tem menos de 20% de argila nos primeiros 50 cm a partir da superfície. São também muito frequentes os Neossolos Quartzarênicos (de textura areia ou areia franca até, no mínimo, a profundidade de 150 cm a partir da superfície do solo) e, principalmente nos estados do Maranhão e do Tocantins, os Plintossolos (que apresentam restrições de drenagem e/ou presença de elevada quantidade de cascalhos e pedregosidade) – diz o pesquisador da Embrapa Solos José Francisco Lumbreras.
A Embrapa Solos também se propõe a participar em outras iniciativas nesses primeiros estudos do Matopiba, tais como a elaboração do zoneamento agrícola de risco climático, a definição de oportunidades e prioridades para o avanço do conhecimento e desenvolvimento tecnológico, assim como na elaboração das diretrizes estratégicas de atuação da Embrapa na região.
A ideia é que tais atividades estejam encerradas até agosto de 2015 a fim de apoiar as melhores alternativas de produção sustentável. Adicionalmente, acredita-se que programas governamentais de incentivo à irrigação poderão viabilizar duas ou três safras por ano.
– É o momento perfeito para garantir o desenvolvimento com equidade em que todos ganhem com o progresso da região. Governantes, pesquisadores e agricultores estão juntos no desafio. É o começo de uma transformação benéfica em um ambiente historicamente carente e sofrido. Ainda vamos ouvir falar muito, e bem, do Matopiba. Guarde esse nome– completa o presidente da Embrapa, Maurício Lopes. Da Embrapa.
A Embrapa Gestão Territorial acaba de realizar um trabalho que verificou as características de bioma, clima, relevo e solos do Matopiba, região que reúne áreas dos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. O trabalho faz parte de um estudo em andamento na Unidade, sobre o Matopiba.
Esta região do país tem ganhado cada vez mais destaque pelo seu dinamismo entre as áreas de produção agrícola nacional, sendo que, produziu 15 milhões de toneladas de grãos na safra 2012/13. As projeções indicam que em 2022/23 a produção de grãos será de 18 milhões de toneladas, um aumento de 20%, em 10 anos.
No trabalho, foram identificados os municípios do Matopiba com grande produção de soja, milho e algodão e, para estes, levantou-se as características predominantes em relação a: bioma; clima; relevo; e solos. Os resultados obtidos colaboram com a caracterização da região do Matopiba e com a delimitação da sua abrangência territorial.
“As informações obtidas vêm colaborar com a caracterização da região do Matopiba e com a delimitação da sua abrangência no território e, além disso, podem ser utilizadas para subsidiar a localização de novos estudos no Matopiba”, explica o responsável pelo trabalho e supervisor do Núcleo de Análises Técnicas – NAT da Embrapa Gestão Territorial, Rafael Mingoti. Do AgroLink.
A chuva que ontem veio acompanhada de trovoadas rendeu 8 mm em Luís Eduardo Magalhães. Graças a Deus e à Dona Dilma, a energia e a internet foram preservadas, mesmo com algumas oscilações fortes.
A meteorologia está prevendo mais 100 mm, até o dia 24, para a Região, com boas chuvadas também no Maranhão, Tocantins e região central do Piauí. Na região Central da Bahia a chuva também deve continuar nos próximos dias.
O Instituto Climatempo está prevendo chuva para toda a região do Matopiba nesta segunda-feira. Por via das dúvidas, vamos continuar nossas orações para São Pedro, porque a coisa aqui está pretíssima.
O MATOPIBA recebe a expedição safra no final da colheita
A Expedição Safra retoma suas atividades a partir do dia 16 de janeiro. O projeto que realiza um levantamento técnico-jornalístico da safra de grãos há sete anos, pega a estrada novamente para confirmar as estimativas levantadas até agora de que o Brasil irá produzir mais 82 milhões de toneladas de soja e quase 36 milhões de toneladas de milho verão no ciclo 2012/13.
A primeira parada das equipes será em Palmeira-PR, nos Campos Gerais, na quarta-feira com a realização de um evento para produtores da região na fazenda Agripastos, do produtor Nonô Pereira, conhecido como um dos pioneiros do plantio direto no Brasil.
Em seguida, técnicos e jornalistas irão percorrer as principais regiões produtoras do estado do Mato Grosso do Sul. O roteiro continua pelo Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, onde a Expedição participará do Show Rural Coopavel, em Cascavel.
Uma segunda equipe irá ainda mais longe. Depois de um giro pelos principais polos de produção de soja de Mato Grosso, seguirá para Porto Velho, Rondônia, para conhecer in loco como funciona o porto instalado na capital do estado. A unidade é de extrema importância para o escoamento da soja produzida pelos mato-grossenses, por lá são transportadas cerca de 3 milhões de toneladas da oleaginosa para o mercado internacional. A carga chega pela rodovia e segue por hidrovias, em barcaças pelo rio Madeira.
A mesma equipe ainda visitará produtores e lideranças do setor em municípios do Mato Grosso e em fazendas na divisa do estado com o Pará. O roteiro termina no Vale do Araguaia, no município de Canarana, com a realização da primeira etapa do Rally Ceagro/Expedição Safra.
Até o final da colheita as equipes do projeto ainda irão percorrer os estados do Sudeste, a região do MaToPiBa, formada por Maranhão, Tocantins, Piuaí e Bahia, que é considerada a nova fronteira agrícola brasileira e deve produzir 8,5 milhões de toneladas de soja.
O roteiro inclui ainda visita a produtores de grãos do Paraguai e Argentina, onde será realizado um dos eventos técnicos, além da viagem para a Índia, última parada da Expedição Safra no ciclo 2012/13.
Rally
No dia 31/01 será realizada em Canarana (MT), a primeira etapa do Rally Ceagro/Expedição Safra. O evento possui um formato diferenciado, sendo um dia de campo itinerante. Durante o dia todo, produtores, técnicos, cooperados e representantes do setor irão percorrer lavouras da região onde irão conhecer as novidades da cadeia produtiva. A programação começa com uma palestra técnica.
Até o final do ciclo 2012/13 serão realizadas outras três etapas do rally, em Goiatuba – GO, Guaraí – TO. Ultima que será promovida em dois dias, nos municípios de Bom Jesus – PI e Balsas – MA.
Sobre a Expedição Safra
Na estrada desde o ciclo 2006/07, a Expedição Safra realiza um levantamento técnico-jornalístico da produção de grãos da América do Sul à América do Norte. A sondagem periódica ocorre em 14 estados brasileiros, mais as regiões produtoras dos Estados Unidos, Paraguai e Argentina. Para ampliar a discussão de mercado, nas últimas duas safras os técnicos e jornalistas estenderam o trabalho de campo com incursões à Europa (Alemanha, Holanda, Bélgica e França) e China. E, nesta temporada, desembarcam na Índia. Desenvolvida pela Gazeta do Povo, do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCom), na edição 2012/13 a Expedição conta com apoio técnico da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e Toyota e apoio institucional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com patrocínio do grupo Ceagro/LosGrobo, Governo do Paraná, New Holland, Caixa, UPL/DVA, Intacta RR2 PRO e Seara. Mais informações: www.expedicaosafra.com.br.
O diretor executivo da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), Eduardo Daher, afirmou, durante o 9º Congresso Brasileiro de Marketing Rural e Agronegócio, que começou nesta terça-feira (7/8), em São Paulo, que os setores de defensivos agrícolas e fertilizantes estão obtendo um bom resultado este ano. As vendas tiveram um salto em 2012 e para a região do Matopiba (Maranhão, Piauí, Tocantins, Bahia), que tem o foco no plantio de soja, os fornecedores “já estão pensando em 2013”. “Ainda não temos estatísticas precisas, mas não estaria errado em dizer que 80% dos defensivos foram comprados por essa região”, acrescentou. “A antecipação no primeiro semestre foi de 20% em relação ao ano passado”, comentou ele.
Quase um milhão de hectares foi plantado na safra 2011/2012 com uma única variedade de soja em Mato Grosso. Este montante representa 13% do mercado de soja no estado. Alto potencial produtivo e resistência aos nematoides de cisto são alguns dos motivos da TMG 132 RR ser a mais plantada há duas safras em lavouras mato-grossenses.
Outra importante característica desta cultivar é a ampla adaptação que permite o plantio em várias regiões do Brasil, como por exemplo, para a conhecida como Matopiba, que compreende os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Há registro de produtividade de 73 sacos por hectare em uma fazenda situada no Maranhão.
“É um excelente resultado! Mostra que a TMG 132 RR além de ir bem em Mato Grosso, ela apresenta boas produtividades em outros estados. Ela apresenta também boa estabilidade”, diz Sergio Suzuki, diretor-superintendente da Tropical Melhoramento & Genética (TMG) para a região do Cerrado.
Suzuki estará no II Encontro Técnico Fundação MT a ser realizado dia 05 de junho em Luís Eduardo Magalhães na Bahia. Lá, ele falará sobre a TMG 132 RR e também sobre outras cultivares de soja indicadas para o plantio no oeste baiano.
De acordo com Suzuki, a TMG possui em seu portfólio cultivares de soja adaptadas aos produtores da Bahia e região. As cultivares TMG apresentam resistência aos principais fatores restritivos de produção, como às doenças e aos nematoides, agregando produtividade, precocidade, boa arquitetura de plantas e estabilidade produtiva.
O mapa – áreas alaranjadas – assinala mais de 20 milhões de hectares agricultáveis somente no Maranhão e Piauí.
Projeções do Ministério da Agricultura para os próximos 40 anos indicam que o Brasil deve aumentar sua produção atual de grãos em 88% e a de carnes em 98%. A colheita de grãos, estimada em 159 milhões de toneladas para a safra 2011/2012, deve chegar a 299,5 milhões de toneladas em 2050. A produção de carnes, que este ano totalizou 26,5 milhões de toneladas, será de 52,6 milhões de toneladas, de acordo com a previsão.
Segundo o coordenador-geral de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Garcia Gasques, o aumento da produtividade, gerado principalmente pela adoção de tecnologias e pelo melhoramento do processo de gestão e da qualificação do agricultor, é o principal fator do incremento na produção. A taxa de aumento de produtividade da agricultura brasileira nos últimos anos atingiu uma média de 3,6%, enquanto a dos Estados Unidos, por exemplo, ficou em 1,95%.
Segundo Gasques, o crescimento na produção de grãos será acompanhado pelo aumento da área plantada, projetado em 39%. Assim, a área cultivada deve passar de 46,4 milhões de hectares para 64,5 milhões de hectares. De Danilo Macedo, para a Agência Brasil.
Uma das fronteiras agrícolas com maior capacidade de expansão, com sustentabilidade ambiental, da lavoura agrícola é o chamado MATOPIBA, uma grande região com identidade geopolítica entre os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, cuja produção deve beirar os 10 milhões de toneladas nesta safra. A cidade de Luís Eduardo Magalhães é e deverá continuar sendo o principal polo de serviços do agronegócio desta imensa região, que vai da Vila do Rosário, em Correntina, até a cidade de Balsas, no Maranhão, no sentido sul-norte.
A região situada entre sul do Maranhão, norte do Tocantins, sul do Piauí e noroeste da Bahia – denominada Matopiba – é uma das apostas do Ministério da Agricultura como a nova fronteira agrícola do país. “A região será um marco da agricultura do século 21 em função, inclusive, dos preços reduzidos da terra”, aponta Derli Dossa.
O ministério prevê aumento na produção de grãos em Matopiba. O salto será de 13,3 milhões de toneladas de grãos colhidos em 2010 para 16,6 milhões de toneladas no início da próxima década. Em compensação, a área de colheita deve aumentar de 6,4 milhões hectares para 7,5 milhões de hectares.
Estimativas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), divulgadas nesta terça-feira (14/6), em Brasília, indicam que a produção de grãos deve aumentar 23% até 2021 e a área de colheita será 9,5% maior que atual. A produtividade da agricultura empresarial brasileira vai continuar a garantir safras cada vez maiores, mas com uma expansão menor da área plantada até a próxima década. A participação da produção brasileira no comércio exterior deve aumentar ainda mais, ressaltando que o mercado interno mantenha-se como o principal destino dos alimentos produzidos no país.
Os números foram colocados pela Assessoria de Comunicação Social (ACS) no site do Mapa. As estimativas constam do relatório “Brasil – Projeções do Agronegócio 2010/2011 a 2020/2021” do ministério, realizado em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “O país deve continuar a produzir alimentos para o nosso povo e outras nações do planeta. Isso mostra a importância e a força do setor agropecuário na economia brasileira”, aponta o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, que concedeu entrevista junto com o coordenador geral de Planejamento Estratégico do Ministério, José Garcia Gasques.