Só vai ficar na cadeia a arraia miúda. Mensaleiros ganham as ruas.

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Na retomada do julgamento dos recursos dos réus do mensalão, na manhã desta quinta-feira, seis ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) _ incluindo Teori Zavascki e Rosa Weber _ votaram pela absolvição de oito condenados pelo crime de formação de quadrilha.

Com isso, os réus serão absolvidos do delito pelo STF. Entre eles, estão o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o publicitário Marcos Valério. Eles terão a pena total reduzida, e Dirceu irá para o semiaberto.

Por enquanto, votaram pela absolvição Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Luís Roberto Barroso, Ricardo Lewandowski, Teori Zavascki e Rosa Weber. Já os ministros Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Celso de Mello votaram por manter a condenação por formação de quadrilha.

Só ficarão na cadeia, por enquanto, o pessoal da agência de propaganda, Marcos Valério, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, além do fugitivo Pizzolato, do Banco do Brasil. Ficam também na cadeia os diretores do Banco Rural.  Quer dizer, da comissão de frente da corrupção, caixa 2 e compra de votos, não vai ficar ninguém. O comissariado de justiça os libertou. Em breve, também a arraia miúda estará nas ruas, prontas para gozar de suas gordas aposentadorias.

Jefferson espera mandado de prisão em casa.

Foto da revista Veja
Foto da revista Veja

Comentário postado hoje no blogdoJefferson sobre a conjuntura política:

A fogueira arde 
Aprovação do governo Dilma caiu de 43% pra 39%, segundo Ibope/Estado em pesquisa realizada entre 13/17 deste mês. É mais lenha na fogueira que arde literalmente em praça pública pra “queimar” a reeleição da presidente. De grão em grão, as viúvas do Lula vão enchendo o papo. Será que o mau humor do PMDB com Dilma se restringe a cargos ou o partido foi cooptado pela “entourage” lulista? Difícil, pois se Lula for cabeça de chapa em 2014, certamente virá mais à esquerda do campo político, que não é a praia peemedebista. Ou seria esse um mero detalhe? 

Roberto Jefferson, delator do mensalão, aguarda em casa, sob a observação de quatro policiais federais, o mandado de prisão. O ex-Deputado, que também se aproveitou de quantias vultuosas do esquema do Mensalão, merecia ser beneficiado pela delação premiada. Mais: merecia um monumento em frente ao Congresso. Foi ele quem disse pela primeira vez: “O Rei está nu”. Agora, paga por isso

Olívio Dutra, exemplo do PT de outrora, concorda com ação do STF

Olívio, aposentado pobre, anda de ônibus em Porto Alegre.
Olívio, aposentado pobre, anda de ônibus em Porto Alegre.

Olívio Dutra, ex-governador do Rio Grande do Sul, sindicalista, fundador do PT¨e  reserva moral do Partido contrariou frontalmente as posições do atual governador Tarso Genro, que criticou as decisões do STF em relação aos condenados da Ação Penal 470, o chamado Mensalão.

Destoando do discurso de lideranças petistas, intelectuais de esquerda e juristas, o ex-governador do Rio Grande do Sul Olívio Dutra não acredita que houve cunho político na condenação e na prisão dos correligionários José Genoino, José Dirceu e Delúbio Soares, detidos, na semana passada, pelo escândalo do mensalão durante o primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Funcionou o que deveria funcionar. O STF (Supremo Tribunal Federal) julgou e a Justiça determinou a prisão, cumpra-se a lei”.

No entendimento de Olívio Dutra, o desfecho da Ação Penal 470, conhecida popularmente como mensalão, foi uma resposta aos processos de corrupção que, historicamente, permeiam a política nacional, independentemente de partidos.

Olívio Dutra, que vive de sua aposentadoria como escriturário do Banrisul e mora no mesmo apartamento financiado pelo BNH há anos, é exemplo daquele PT que conhecemos: aguerrido, corajoso, organizado, probo. Hoje o PT é um saco de gatos, que se arranham entre si. Foto de Denison Fagundes.

Por que os mensaleiros não disseram a verdade?

celso lungarettiOs dois Josés, Dirceu e Genoino, “deveriam ter dito a verdade”, diz Celso Lungaretti, em artigo para o Congresso em Foco: “É praticamente impossível governar o Brasil sem comprar o apoio da ralé parlamentar”.

Lungaretti foi guerrilheiro, torturado pela repressão durante meses a fio e execrado, até hoje, como traidor. Veja o artigo clicando aqui.

Injustiçado por mais de 34 anos o ex-guerrilheiro Celso Lungaretti, conseguiu provar a sua inocência no final de 2004, com o lançamento do livro Náufrago da Utopia.

Ele foi acusado por Lamarca e pela VPR, de ter sido o delator da área de treinamento de guerrilha no Vale do Ribeira, e por conta dessas falsas acusações ele ficou de fora da lista de militantes a serem trocados pelo embaixador alemão que foi seqüestrado em julho de 1970. Isso gerou na repressão uma grande repulsa por ele que ficou por vários meses incomunicável e sendo torturado.

Gente graúda não precisa ir para a cadeia?

Josias e os juízes com opinião própria.
Josias e os juízes com opinião própria.

Se você, caro leitor, tem bons hábitos de leitura e não é daqueles que só fica lendo os “brogueiros da rádia”, dê uma olhada, por favor, na coluna do Josias de Souza, no post intitulado “Juiz de Execuções trata STF como corte inócua”. Vale a leitura e a indignação.

Fux será o novo relator da Ação Penal 470, o Mensalão do PT

Marcos Valério, José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, João Paulo Cunha, João Cláudio Genu, Breno Fischberg, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz, José Roberto Salgado, Kátia Rabello e Simone Vasconcelos garantiram hoje, com o acolhimento do ministro Celso Mello, do STF, da teoria dos embargos infringentes, o direito de reabrir o processo da ação penal 470, pelo crime de formação de quadrilha. O ministro Luiz Fux foi sorteado para ser o novo relator do processo.

Ao longo do processo com certeza será provado que não houve o Mensalão, assim como não aconteceram os propinodutos de Minas Gerais (PSDB), do GDF (DEM) e do metrô e trens de São Paulo (PSDB). Ratifica-se assim o adágio popular de que cadeia foi feita pra gente pobre, analfabeta e, preferencialmente, negra ou mestiça. A Justiça brasileira ainda vai passar para a história como exemplo acadêmico da ineficácia, do clientelismo e do favorecimento ilícito.

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Barbosa e Lewandowski num diálogo nada exemplar

Joaquim e Lewandowski

O presidente do STF manteve, no julgamento de ontem, um diálogo de palavras ásperas com o ministro Ricardo Lewandowski, ontem, no julgamento dos embargos à condenação do ex-deputado federal Bispo Rodrigues, condenado a 6 anos e três meses de prisão, por envolvimento na Operação do Mensalão do PT, Ação Penal 470. Na com dição de relator da AP 470, no julgamento principal, os desencontros de Barbosa e Lewandowski, aconteceram diversas vezes. Veja a troca de farpas:

BARBOSA: Vossa Excelência está simplesmente querendo reabrir uma discussão.

LEWANDOWSKI: Eu estou querendo fazer justiça.

BARBOSA: Vossa Excelência compôs um voto unânime. E, agora, mudou de ideia.

LEWANDOWSKI: Para que servem os embargos?, pergunto a Vossa Excelência.

BARBOSA: Não servem para isso, para arrependimento, ministro. Não servem.

LEWANDOWSKI: Então, é melhor não julgarmos mais nada. Porque, se não pudermos rever eventuais equívocos praticados, eu, sinceramente, tenho dúvidas.

BARBOSA: Vossa Excelência peça vista à emenda, ministro. Traga a vista, talvez, no ano que vem. Tem todo direito de pedir vista, ora.

CELSO DE MELLO: Eu ponderaria, apenas, porque quem dirige os trabalhos é o presidente, mas eu ponderaria ao eminente presidente que talvez conviesse encerrar os trabalhos e retomá-los na quarta-feira, começando especificamente por esse ponto. Isso não vai retardar o julgamento,

BARBOSA: Já retardamos, ministro. Nós poderíamos ter terminado esse tópico às 16h45min.

LEWANDOWSKI: Mas, presidente, nós estamos com pressa do quê? Nós queremos fazer justiça.

BARBOSA: Para fazer o nosso trabalho.

LEWANDOWSKI: Como?

BARBOSA: Fazer nosso trabalho e não chicana, ministro. É isso.

LEWANDOWSKI: Vossa Excelência está dizendo que eu estou fazendo chicana? Eu peço que Vossa Excelência se retrate imediatamente.

BARBOSA: Não vou me retratar, ministro, ora.

LEWANDOWSKI: Como? Vossa Excelência tem obrigação. Como presidente da Casa, está acusando um ministro, um par de Vossa Excelência, de fazer chicana? Eu não admito isso.

BARBOSA: Ministro, Vossa Excelência votou num sentido, em uma votação unânime. Unânime.

LEWANDOWSKI: Eu estou trazendo um argumento

BARBOSA: Qual é o argumento, ministro?

LEWANDOWSKI: Apoiado em fatos, em doutrinas, não estou brincando, presidente. Vossa Excelência está dizendo que eu estou brincando? Eu não admito isso.

BARBOSA: Faça a leitura que Vossa Excelência quiser.

LEWANDOWSKI: Vossa Excelência preside uma casa de uma tradição multicentenária

BARBOSA: Que Vossa Excelência não respeita.

LEWANDOWSKI: Vossa Excelência, eu estou trazendo votos fundamentados.

BARBOSA: Está encerrada a sessão.

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Julgamento do Mensalão no STF será retomado em 14 de agosto

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, encaminhou ofício hoje (31) aos demais ministros da Corte informando que o julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão, será retomado no dia 14 de agosto, a partir das 14h. A expectativa é que a Corte leve pelo menos um mês para analisar os 26 recursos apresentados pelos réus, os chamados embargos de declaração.

A atitude de avisar os ministros com pelo menos dez dias de antecedência foi acertada em reunião administrativa feita no dia 22 de maio. Embora o julgamento dos recursos não admita nova manifestação do Ministério Público ou dos advogados, o aviso também permitirá que eles se preparem com antecedência.

Ainda não foi definido se a Corte manterá a figura do revisor, posto ocupado pelo ministro Ricardo Lewandowski, durante o julgamento principal. A Corte também terá que discutir a metodologia de julgamento, definindo se julgará os embargos declaratórios todos de uma vez ou individualmente.

Os embargos declaratórios pretendem esclarecer pontos omissos ou contraditórios no acórdão, documento oficial que resume e consolida as decisões do julgamento. A maioria dos réus pede redução da pena ou absolvição, além da substituição de Barbosa na relatoria do processo e anulação do acórdão.

No semestre passado, Barbosa disse que a análise dos embargos infringentes ocorreria depois dos embargos declaratórios. Esse tipo de recurso permite novo julgamento quando há pelo menos quatro votos pela absolvição.

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Todos temem a lenda negra do Supremo

Quem poderia conceber Roberto Jefferson alinhado com José Dirceu. Pois aconteceu: os dois entraram com recursos no Supremo, pedindo a retirada de Joaquim Barbosa da relatoria do processo do mensalão, pois a atribuição seria incompatível com a Presidência do STF.

Todos temem o Magistrado que pretende colocar mais de 20 mensaleiros na cadeia. O relator deveria ser, por força de regimento interno, o novo ministro, que agora a Presidenta Dilma escolhe em lista tríplice, em substituição ao ministro Ayres Britto. Joaquim Barbosa já é uma lenda viva na história do judiciário verde-amarelo.

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O bicho vai pegar?

Do blogueiro e presidente do PTB, Roberto Jefferson, o denunciante do Mensalão:

“Roberto Gurgel enviou o depoimento de Marcos Valério, no qual ele acusa Lula de ter contas pagas pelo esquema do mensalão, à 1ª instância, já que o ex-presidente não tem mais foro privilegiado.

A decisão foi em tudo ruim para Lula: será obrigado a se deslocar para BH e a denúncia anexada a processo mais denso, o do BMG, no qual diretores do banco são acusados pelo MP de beneficiar o PT e Valério “mediante empréstimos simulados”.

Para complicar, Valério teria dito em depoimento que Lula autorizou a operação. Se Lula for indiciado, o bicho vai pegar.”

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Quarta-feira retorna o maior julgamento da história da Justiça brasileira.

Depois de quase duas semanas de intervalo, o julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão, será retomado na próxima quarta-feira (7). Os ministros estão na fase inicial da escolha das penas para cada réu, de acordo com as condenações que já foram definidas na etapa anterior. Atualmente, a Corte está fixando a pena de Ramon Hollerbach, ex-sócio do publicitário Marcos Valério.

O julgamento foi interrompido por uma série de incompatibilidades no calendário. O relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, viajou para a Alemanha na semana passada para tratar da saúde. Nesta segunda (5), a sessão usual foi desmarcada por coincidir com o Encontro Nacional do Judiciário, que este ano será em Sergipe. Já têm presença confirmada no evento o presidente Carlos Ayres Britto e Joaquim Barbosa, que assumirá a presidência do STF em 22 de novembro.

O julgamento do mensalão completou três meses na última sexta-feira (2) e ainda não tem data para terminar. O processo veio a plenário no dia 2 de agosto, com  solução de questões preliminares – como o pedido de desmembramento do processo – e a apresentação das teses de acusação e de defesa nos dias seguintes.

A fase de condenações e absolvições começou no dia 16 de agosto. Dos 37 réus, 25 foram considerados culpados, a maioria por mais de um crime, e 12 foram inocentados. A terceira e última etapa, da fixação das penas, começou no dia 23 de outubro, e não há previsão de término. Os ministros estão divergindo sobre critérios de condenação e não encontram equilíbrio entre as punições severas de Barbosa e as mais amenas do revisor Ricardo Lewandowski. 

A única pena conhecida até agora é de Marcos Valério, condenado a mais de 40 anos de prisão e  multa de quase R$ 2,8 milhões. Ramon Hollerbach já foi condenado a mais de 14 anos de prisão  e R$ 1,6 milhões em multa por cinco crimes, mas ainda restam três para ser analisados. Os ministros alertam que as penas já fixadas podem mudar. 

Já é dado como certo que Ayres Britto não participará do final do julgamento – são apenas quatro sessões até a aposentadoria compulsória do ministro, no dia 14 de novembro . A partir de então, a presidência interina ficará com Barbosa até a posse no dia 22 de novembro. Barbosa já declarou que não vê impeditivo no fato de presidir a Corte e relatar o processo do mensalão ao mesmo tempo. Por Débora Zampier e Fábio Massali, da Agência Brasil.

A elegia obrigatória dos alcaguetes.

O deputado Roberto Jefferson merece, após o julgamento da AP 470, um busto na esplanada dos Três Poderes. Se ele não tivesse denunciado o esquema do Mensalão, José Dirceu seria o sucessor de Lula e não Dona Dilma. Roberto Jefferson tem todos os motivos para exigir seu crédito e nossa eterna gratidão por seu feito heróico: “Eu salvei o Brasil do Zé Dirceu.”

Já que não podemos viver entre homens de bem, que louvemos pelo menos os alcaguetes. Roberto Jefferson será condenado, como de fato já está por um câncer no pâncreas. No entanto, a sua frase para José Dirceu, “vossa excelência me desperta os meus mais baixos instintos”, ainda reverbera em nossos corações de estudante. 

Hoje vai ser o dia “D” no STF com penas do grupo político.

O Supremo Tribunal Federal (STF) encerrou a sessão de hoje (23) com pena parcial de 11 anos e oito meses de prisão para o publicitário Marcos Valério. A legislação penal prevê regime fechado para pena acima de oito anos de prisão. Considerado o principal articulador do esquema conhecido como mensalão, ele é o primeiro réu cujas penas estão sendo fixadas na Ação Penal 470.

A pena de Valério, que já somava sete anos de prisão antes do intervalo da sessão no final da tarde, foi majorada com a retomada da dosimetria da pena, quando os ministros encerraram o item que trata de desvio de dinheiro público na Câmara dos Deputados.

Ao analisar o crime de peculato no contrato fechado entre a Câmara e a SMP&B, a Corte condenou Valério a quatro anos e oito meses de reclusão mais 210 dias-multa, que correspondem a R$ 546 mil. Ao todo, ele acumula até agora multa de R$ 978 mil, que ainda precisa de atualização monetária.

Hoje à tarde a TV Justiça vai dar mais IBOPE que o final da novela. Afinal, quem era o chefe da quadrilha? Quem profanou as instituições republicanas? Quem, entre os 25 réus, vai criar bicho-de-pé na prisão?

Ora, direis, formação de quadrilha!

O ministro Lewandowski está certo em desqualificar o crime de formação de quadrilha no caso da Ação Penal 470. Aquilo que se convencionou chamar Mensalão era apenas uma ação entre amigos. Ou uma reunião entre pessoas de bem visando o bem comum. O próprio bem comum.

Ao invés de gastar o dinheiro público para comprar votos dos nanicos do baixo clero, deveriam ter feito um bingo beneficente e daí ninguém estaria reclamando. Ou quem sabe criar uma ONG ou um OSCIP? Este povo de Brasília tem pouca ou nenhuma criatividade.

Hora de definir penas para os integrantes do Mensalão.

Após dois meses e meio de pauta única, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) estão próximos de entrar em uma fase quase tão complicada do que julgar o próprio mensalão. A expectativa é que, a partir da última semana de outubro, os integrantes da corte comecem a definir as penas de cada um dos réus condenados na Ação Penal 470, uma tarefa repleta de incógnitas até o momento.

Até quinta-feira (11), o STF proferiu 56 decisões na Ação Penal 470. Houve 42 condenações e 14 absolvições nos cinco crimes analisados nas 38 sessões dedicadas exclusivamente ao mensalão. Antes de chegar às penas, os ministros precisam ainda terminar o item 7 e entrar nas acusações de evasão de divisas contra dez pessoas. No fim, analisarão a acusação de formação de quadrilha contra a cúpula do PT.

Somente após essa parte, com todos os votos confirmados – os ministros podem mudar de ideia até a proclamação – é que a punição de cada um será definida. O processo de decisão será o mesmo. O relator do mensalão, Joaquim Barbosa, virá com a sua proposta. Depois será a vez do revisor, Ricardo Lewandowski. Normalmente, em outras ações penais no STF, os outros ministros escolhiam qual dos dois seguir. Neste caso, deverá ser diferente. Cada ministro tem suas próprias convicções, o que deverá tornar o debate mais prolongado.

Leituras: “Não era golpe, eram fatos”, de Clóvis Rossi.

Mídia internacional deixa claro que a teoria da conspiração foi uma safada invenção do lulo-petismo.

A mídia internacional, no noticiário ontem publicado sobre a condenação de José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares pelo Supremo Tribunal Federal, desnuda por completo a tese da conspiração golpista, esgrimida pelos hidrófobos do lulo-petismo.

Tome-se, por exemplo, o texto de Juan Arias para “El País” (jornalista e jornal que jamais hostilizaram os governos Lula e Dilma): “O que mais se estranhou na condenação de Dirceu (…) é que tenha sido consumada por um tribunal no qual, dos 11 magistrados, oito foram designados por Lula e pela atual presidenta, Dilma Rousseff”.

Acrescento que tanto o procurador que fez a denúncia inicial como o atual, Roberto Gurgel, foram igualmente designados por Lula.

“Não se trata, pois, de uma condenação levada a cabo a partir das fileiras da oposição, mas de magistrados amigos todos de Lula”, conclui Arias.

Desmascara completamente a teoria da conspiração golpista que blogueiros, a mídia e intelectuais chapa-branca inventaram safadamente. Era a maneira calhorda que acharam de, apanhados com a mão no bolso alheio, gritar “pega ladrão” para desviar a atenção.

Não funcionou. Para Arias, o que funcionou foi “catarse de tipo ético levada a cabo internamente por simpatizantes do partido condenado”.

Catarse que, de certa forma, faz o ator Odilon Wagner, petista de toda a vida, para quem o julgamento foi “exemplar”. E lamentou: “Um partido que realizou avanços sociais impressionantes não precisava disso [do mensalão]”. Catarse que faz também o governador gaúcho Tarso Genro, igualmente petista de toda a vida, que disse a Lisandra Paraguassu, do “Estadão”: “Que tem pessoas que cometeram ilegalidades, não tenho dúvida. Seria debochar da Justiça do país e do processo dos inquéritos achar que todo mundo é inocente”.

Ao contrário de debochar, a mídia internacional de qualidade louva o Judiciário brasileiro. Do “Financial Times”, por exemplo: “A condenação de Dirceu é um grande passo para o Brasil, onde as cortes têm sido tradicionalmente tímidas em punir corrupção”.

De Simon Romero, o excelente correspondente do “New York Times”: “O fato de que o julgamento está avançando até a fase de atingir congressistas, membros do partido governante e funcionários graduados que trabalharam diretamente sob um dos presidentes mais populares aponta para um raro avanço em ‘accountability’ política e uma marca crucial de independência do sistema legal”. “Accountability” não tem tradução precisa nem em português nem em espanhol. A mais próxima é “prestação de contas”, mas fica aquém da força em inglês.

Não sou entusiasta da teoria, muito disseminada, de que o julgamento do mensalão mudou o Brasil. Quando da campanha das “Diretas Já”, parecia também que o país levara uma baita sacudida, só para que, quando as diretas de fato chegassem, quatro anos depois, a maioria votasse em Fernando Collor de Mello, um baita retrocesso. Veremos agora se, pós-mensalão, a impunidade será de fato desterrada. crossi@uol.com.br

Ayres Britto dá o golpe final no trio Dirceu, Genoíno, Delúbio

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, condenou hoje (10) o ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares pelo crime de corrupção ativa, acompanhando o voto de Joaquim Barbosa, ministro-relator da Ação Penal 470, conhecida como processo do mensalão.

“[O objetivo do esquema era] um projeto de poder quadrienalmente quadruplicado. Projeto de poder de continuísmo seco, raso. Golpe, portanto”, avaliou Ayres Britto.

O presidente concluiu a votação do Capítulo 6, que tratava da compra de apoio parlamentar no período de 2003 a 2004, e também condenou os réus do chamado núcleo publicitário. Com o voto, Delúbio Soares, Marcos Valério, Cristiano Paz, Ramon Hollerbach e Simone Vasconcelos foram condenados por unanimidade pelo crime de corrupção ativa. Britto absolveu o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto e a ex-funcionária de Marcos Valério, Geiza Dias.

Um divisor de águas?

José Dirceu e José Genoíno: condenados

Dizem que o homem é governado e influenciado por radiações externas, como os raios gama, que atravessam o corpo humano e produzem alterações na capacidade de pensar e reagir. Deve ter alguma explicação técnica a onda de rejeição à corrupção e o desejo de retorno a uma sociedade ética e plural que assola o País neste momento.

São fatos emblemáticos, a atuação da Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça, as decisões do Supremo Tribunal Federal, a presença animadora da Lei da Ficha Limpa e até o resultado de uma grande parcela de eleições municipais. Claro, que ainda prosperam as nulidades, mas sinto uma onda que se levanta em prol da moralidade pública.

As decisões do STF, condenando os cidadãos acima de qualquer suspeita, como foi o caso, hoje, do ex-deputado José Dirceu e de seus comparsas, fragilizam o ícone consagrado de que só malandro prospera neste País. O voto de hoje, do ministro Marco Aurélio de Melo, é o divisor de águas desta nova vertente. Foto de Ed Ferreira, da Agência Estado.

Réus do núcleo político do Mensalão tem condenação quase certa.

A Agência Brasil, da EBC Comunicações, empresa do Governo Federal, faz um alentado trabalho sobre o andamento do julgamento dos núcleos políticos do Mensalão. Veja como foram as votações ontem e como a maioria dos réus já tem condenação quase certa:

Já há maioria de votos no Supremo Tribunal Federal (STF) para condenar seis dos sete parlamentares acusados de corrupção passiva na Ação Penal 470, processo conhecido como do mensalão. Vários placares já são maioria depois das considerações do ministro Gilmar Mendes no capítulo que trata de compra de apoio político entre 2003 e 2004.

O deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP, antigo PL) e o ex-presidente do PP Pedro Corrêa foram condenados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. E os ex-deputados Roberto Jefferson (PTB), Romeu Queiroz (PTB), José Borba (PMDB) e Bispo Rodrigues (PL, atual PR), estão condenados por corrupção passiva.

Apontados como corréus no processo, o ex-assessor do PP João Cláudio Genu foi condenado por corrupção passiva pela maioria dos ministros. O ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas está condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro e o sócio da Bônus Banval Enivaldo Quadrado, por lavagem de dinheiro.

O único parlamentar com a situação indefinida é Pedro Henry (PP-MT), que tem placar de 5 votos a 2 nos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Mesmo com a maioria formada, os ministros podem mudar o voto até o final do julgamento.

Em seu voto, Mendes afirmou que a tese do caixa 2 divulgada pelas defesas é o “eufemismo dos eufemismos”, além de não excluir a execução de crimes anteriores para alimentar os repasses aos partidos. “Ao reconhecer que seriam recursos não contabilizados obtidos por corrupção e peculato, subsistiriam esses crimes”, argumentou.

O ministro acredita que a tese de caixa 2 é um argumento fácil porque, a cada dois anos, há novo processo eleitoral, mas o financiamento de campanhas tem regras próprias que precisam ser seguidas. “As fraudes e mecanismos usados evidenciam, com absoluta clareza, que eles tinham ciência da origem criminosa dos recursos. Tratou-se de engendrar esquema à margem da lei para proveito econômico”.

Mendes também rejeita a ideia de que todo dinheiro repassado às legendas foi usado para fins partidários, pois várias provas mostram que as verbas eram empregadas em fins privados. Como exemplo, citou a ajuda financeira à amante do ex-presidente do PTB José Carlos Martinez após a morte dele.

 

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Ministros do STF batem boca novamente.

O ministro Ricardo Lewandowski, revisor da Ação Penal 470 no Supremo Tribunal Federal (STF), conhecida como processo do mensalão, condenou por corrupção passiva o ex-deputado federal do PTB Roberto Jefferson. Em relação à acusação de lavagem de dinheiro, o ministro absolveu Jefferson.

Nesta quarta-feira, Lewandowski iniciou o julgamento dos três réus ligados ao PTB. O revisor disse que o próprio réu confessou, em depoimento à Polícia Federal, que recebeu dinheiro de Marcos Valério. “Tenho como comprovada a participação de Jefferson no recebimento indevido. O réu cometeu o crime de corrupção passiva. Lavagem não restou na espécie, pelas razões já expostas anteriormente. É possível concluir que ele recebeu R$ 4 milhões”.

O revisor citou o depoimento de Jefferson descrevendo que o acordo previa o repasse de R$ 20 milhões do PT ao PTB para ajuda de campanha, admitido também pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. “Desses R$ 20 milhões, o PTB só recebeu R$ 4,5 milhões e a relação [entre os dois partidos] passou a sofrer um abalo”, disse o ministro, contextualizando que, depois disso, o réu veio a público denunciar o esquema.

Lewandowski ressaltou em seu voto que o simples repasse de dinheiro entre partidos não é, por si só, ilegal. “Em princípio, um acordo político entre partidos não é vetado pela legislação, muito menos o repasse entre partidos. O que a lei veda e apena severamente são verbas não contabilizadas pela Justiça Federal, verbas que ultrapassem o teto determinado pela legislação”, disse.

Mas o que chamou a atenção da imprensa e dos presentes foi um novo bate boca entre Lewandowski e o ministro relator, Joaquim Barbosa, divergentes em relação a algumas posições. A querela teve que ser interrompida pelo ministro presidente do STF, Ayres Britto, que acabou determinando meia-hora de interrupção para acalmar os ânimos dos magistrados.

Veja: “Censura é arma privativa das ditaduras”.

De José Roberto Guzzo, conselheiro da Editora Abril, em sua coluna quinzenal na revista VEJA, transcrito pelo jornalista Ricardo Noblat:

“Para o seu próprio sossego pessoal, o ex-presidente Lula, seus fãs mais extremados e os chefes do PT deveriam pôr na cabeça, o mais rápido possível, um fato que está acima de qualquer discussão: só existe um meio que realmente funciona, não mais que um, para governos mandarem na imprensa, e esse modo se chama censura. 

Infelizmente para todos eles, essa é uma arma de uso privativo das ditaduras – e nem Lula, nem o PT, nem os “movimentos sociais” que imaginam comandar têm qualquer possibilidade concreta de criar uma ditadura no Brasil de hoje. Podem, no fundo da alma, namorar a ideia. Mas não podem, na vida real, casar com ela. Só perdem seu tempo, portanto, e se estressam à toa, quando ficam falando que a mídia brasileira é um lixo a serviço das “elites”.

Há dez anos não mudam de ideia e de assunto. Bobagem. 

O que querem mesmo é impedir que esta revista, por exemplo, publique reportagens como a matéria de capa de sua última edição, com as declarações de Marcos Valério sobre o envolvimento de Lula no mensalão. Ficam quietos, porque têm medo de que sejam publicadas as fitas gravadas com tudo aquilo que ele disse, e as coisas piorem ainda mais”.

Zé Dirceu, Genoíno e Delúbio na alça de mira de Joaquim Barbosa.

Jornalista Políbio Braga, em seu blog, o mais lido do Rio Grande do Sul:

Vazou no STF a informação de que o voto que condenará Zé Dirceu, Delúbio Soares e José Genoíno, ex-dirigentes do PT, terá 50 páginas e consumirá meio período da sessão de segunda-feira.
 O ministro Joaquim Barbosa pedirá cadeia para os tres petistas da cúpula do Partido. Eles serão condenados por corrupção ativa, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
É esperada reação do revisor, Ricardo Lewandowski, que tentará livrar Zé Dirceu, mas concordará com a imolação de Delúbio Soares, o mais hard dos tres, e Genoíno, que se comporta como moça amedrontada nesta etapa final do julgamento, já tendo sido atendido até mesmo no Instituto do Coração. “Eu fui só o presidente do PT”, queixou-se José Genoíno nesta quinta-feira.

Relator do Mensalão no STF condena membros do PTB, mas não vê ação relevante de Palmieri

Frank Maia

O ministro Joaquim Barbosa, relator da Ação Penal 470 no Supremo Tribunal Federal (STF), condenou por lavagem de dinheiro dois réus ligados ao PTB denunciados no esquema conhecido como mensalão: os ex-deputados Roberto Jefferson e Romeu Queiroz. O relator entendeu que ambos dissimularam o recebimento de quantias milionárias por meio da SMP&B e do Banco Rural, o chamado “valerioduto”.

Segundo Barbosa, o esquema começou quando a presidência do PTB ainda era exercida por José Carlos Martinez, que já morreu, e prosseguiu quando Jefferson assumiu o posto. Os réus confirmam o recebimento das quantias, mas alegam que os valores eram frutos de um acordo com o PT para a quitação de dívidas de campanha.

Barbosa lembrou que Valério entregou pessoalmente a Roberto Jefferson R$ 4 milhões em espécie. “A entrega de tal montante em espécie para pagamento de vantagem indevida naturalmente segue mecanismos de lavagem, de forma a ocultar a natureza e a origem do dinheiro”, disse o relator. Romeu Queiroz também foi condenado por enviar terceiros para receber quantias em seu nome.

Devido à opção de não proclamar seus votos no sexto capítulo, Barbosa provocou dúvidas sobre a situação do ex-tesoureiro Emerson Palmieri. De acordo com o relator, ele participou ativamente das transações financeiras com o Banco Rural e com o grupo de Marcos Valério, mas não ficou comprovada sua “atuação relevante” na distribuição do dinheiro ao PTB.

No final de seu voto, Barbosa fez uma proclamação parcial dizendo que Palmieri era inocente de certa operação de lavagem de dinheiro, mas como o ex-tesoureiro foi denunciado dez vezes pelo crime, não ficou claro se a absolvição era para uma operação ou para todas. Procuradas pela Agência Brasil, a assessoria do STF e do gabinete do ministro não souberam esclarecer a questão. Ontem (19), Barbosa condenou os três réus do PTB – Jefferson, Queiroz e Palmieri – por corrupção passiva.

Julgamento do Mensalão vai atingir, agora, os grandões.

José Dirceu garantiu aos jornais que não fugirá para o Exterior se condenado

O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma hoje (17) o julgamento da Ação Penal 470, conhecida como processo do mensalão, com o voto do ministro-relator, Joaquim Barbosa, sobre o item que trata se houve o pagamento de propina a parlamentares da base aliada em troca de apoio ao governo. Barbosa disse que será um dos momentos mais longos do julgamento. Vários políticos são réus neste item do processo.

A expectativa é que hoje o presidente da Corte Suprema, Carlos Ayres Britto, proponha o debate sobre a possibilidade de promover sessões extras às quartas-feiras para acelerar o julgamento. A ideia é promover sessões extras nas manhãs de quarta-feira. Porém, ele quer tomar a decisão com o consenso dos demais nove ministros do STF. Já houve 23 sessões até a semana passada.

 

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Já começou a espirrar.

Reportagem publicada na edição deste final de semana da revista “Veja” afirma que Marcos Valério, apontado como o operador do esquema que ficou conhecido como mensalão, disse a pessoas próximas que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era o “chefe e fiador” do esquema e tinha conhecimento das operações do suposto esquema do mensalão, atualmente em julgamento pelo Supremo Tribunal Federal.

De acordo com a revista, a reportagem foi feita com base em declarações de parentes, amigos e pessoas associadas a Marcos Valério. O texto diz: “O medo ainda constrange Marcos Valério a limitar suas revelações a pessoas próximas. Até quando?”. Leia mais no G1 e na Veja

Há poucos dias, um amigo de Duda Mendonça nos contou que ele afirmou, que em sendo condenado e preso, abre o bocão e conta tudo.

Sensação estranha

Falando aqui, ao pé do ouvido de todos os meus 16 leitores (eles cabem numa kombi), pergunto: quem está tendo a sensação que o julgamento do mensalão está sacrificando os pequenos, como bois de piranha, para salvar os grandes, na apoteose final? Se for assim, aquele nosso amiguinho baixinho, careca e de bigodes brancos está frito e mal pago.

Agora, preparem-se para o pior: se só os pequenos forem condenados, eles bem que podem jogar farofa no ventilador. E aí o País para por mais um ano.

Ontem, um jornalista de Brasília, o qual prezo muito, me dizia: não houve mensalão, o que aconteceu foi apenas o pagamento do jeton aos parlamentares, um costume desde os tempos do Imperador.

Ah, bom! Agora entendi.

Não interessa o nome, nem a forma de pagamento, a verdade é que houve dinheiro sujo e mal havido circulando numa grande ação entre amigos. Não invejo regimes fortes como o da China, por exemplo. Mas se fosse lá que tivesse acontecido o episódio, mais de meia centena já teria sido executada.

As cobras e as perneiras.

Jornalista experimentado, neste sábado ensolarado e de ipês florescentes em Brasília:

-Todos são inocentes no episódio do mensalão, menos Gushiken, que singelo, encaminhou propaganda institucional para a revista do cunhado “Investidor Institucional”, editada no interior em São Paulo. No entanto, ele foi o primeiro a ser inocentado”.

Diz ainda o especialista nos meandros da cloaca máxima de Brasília:

-Dona Dilma está adorando esta história de Mensalão, onde estão sendo lentamente cozidos, em água morna, todos seus adversários dentro do próprio PT, entre eles “el bruxo” Zé Dirceu.

Diz mais o periodista:

– A teoria da conspiração diz ainda que as greves dos federais estão sendo orquestradas pela corrente sindicalista do PT São Paulo com o intuito de abafar a repercussão do julgamento do mensalão. É a grande serpente do PT comendo a grande serpente do PT.

Pelo visto, o gadget de maior consumo, nesta hora trágica da Pátria, são simplórias perneiras. Tal não seria a contratação, por “El bruxo”, de uma agência especializada em redes sociais, chamada Interagentes, bem como do jornalista Luiz Rila, encarregado de zelar por sua imagem durante todo o julgamento, plantando inclusive artigos de fundo na grande imprensa.

O futebol e a justiça, duas rodadas emocionantes hoje.

Muito melhor que o campeonato brasileiro, melhor ainda que as batalhas do Deputado para ser candidato, o Julgamento do Mensalão, novela das 14 horas na TV Justiça está fazendo uma multidão de admiradores.

E tem coisa tão prazerosa, tão lúdica quanto ver, todo dia, uma partida entre egos tão diversos e que no final do dia ainda tenha placar, tipo: Liga da Justiça 4 X Mensaleiros 0.

Eu ainda acho que tem que criar placar para tudo. Ontem, por exemplo, na arena do Tribunal de Justiça: Deputado das Liminares 1 X 0 Ministério Público. E durma-se com uma fanfarra dessas.

Por falar nisso, hoje, às 19h, na Arena do Bairro Independente, mais uma partida amistosa. Enfrentam-se  o Ministério Público e a equipe dos loteamentos irregulares, o aguerrido Pangaré Esporte Clube.

 

Placar do STF marca 4×2 contra os primeiros réus.

Por Heloisa Cristaldo, Repórter da Agência Brasil

Foto de Fábio Rodrigues Pozzebom, da ABr: Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, advogado de Duda Mendoça, fala ao celular durante intervalo no décimo quinto dia de julgamento do mensalão

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou, na sessão de hoje (27) do julgamento da Ação Penal 470, o chamado mensalão, os réus Marcos Valério e seus ex-sócios Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, pelos crimes de corrupção ativa e peculato.

O ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato também foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e peculato por seis dos 11 ministros da Corte. Com o sexto voto, da ministra Cármen Lúcia, caso nenhum dos magistrados altere seu voto até o final do julgamento, os quatro réus serão condenados, mesmo que os próximos ministros os absolvam. Continue Lendo “Placar do STF marca 4×2 contra os primeiros réus.”

Lewandowski segue relator e vota pela condenação de mensaleiros

Em uma sequência rápida de votos, no final desta quarta-feira (22), o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou pela condenação de Marcos Valério, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach pelos crimes de corrupção ativa e peculato. O revisor do processo do mensalão deu o segundo voto pela condenação do grupo, somando-se ao entendimento do relator Joaquim Barbosa.

O ministro levou poucos minutos para apresentar as “graves irregularidades” cometidas pelo grupo de publicitários na condução dos negócios da DNA Propaganda, Graffiti e SMP&B Comunicação. Para Barbosa, a conduta das empresas deve ser vista em conjunto, pois, segundo investigações da Polícia Federal, elas atuavam “em um sistema quase de vasos comunicantes”.

Segundo o revisor, Hollerbach e Ramon também devem ser condenados não só porque eram sócios de Valério, mas porque “há elementos probatórios seguros” de que eles tinham pleno conhecimento e concordavam com as atividades ilegais desenvolvidas nas agências de publicidade. “A divisão de tarefas era formal. A empresa era tocada a três mãos, prova disso é que tinha aprovação em conjunto dos três e pelo menos duas assinaturas nos cheques”, disse o revisor.

Com argumentos semelhantes já apresentados em relação ao réu Henrique Pizzolato, Lewandowski entendeu que o grupo corrompeu o ex-dirigente do Banco do Brasil para adiantar ilegalmente R$ 73 milhões em contratos de publicidade, oferecendo em contrapartida R$ 326 mil.

Assim como Pizzolato, o grupo publicitário também foi condenado duas vezes pelo crime de peculato. O primeiro, pelo desvio de R$ 2,5 milhões do chamado bônus de volume, que deveria ser repassado ao Banco do Brasil. O segundo caso de peculato diz respeito ao desvio de dinheiro do fundo Visanet.

Lewandowski deixou para amanhã (23) a análise das acusações de desvios de dinheiro público da Câmara dos Deputados. O principal acusado nesse item é o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP).

Se der empate, julgamento do Mensalão vira comédia.

O relator do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, afirmou nesta terça-feira que teme o empate, por 5 votos a favor e 5 contra, na condenação dos réus do Mensalão, em função da aposentadoria compulsória de Cezar Peluso, no próximo dia 3.

O ministro Cezar Peluso tem “legitimidade” de participar do julgamento do maior escândalo político da história do país, ainda que não consiga proferir votos sobre todos os 37 réus, afirmou Barbosa. Para o Magistrado, enquanto Peluso integrar a Corte  ele pode defender a condenação ou absolvição dos mensaleiros.

Se ficar no empate, esperando pela assunção de um novo ministro, o julgamento vai passar para a história como folclore.

O fantasma de Celso Daniel ronda as cidadelas do PT.

Na última quinta-feira, enquanto no STF o ministro relator Joaquim Barbosa votava pela condenação dos primeiros quatro dos 37 réus da Ação Penal 470, o quinto dos sete acusados pelo assassinato do então prefeito de Santo André Celso Daniel ouvia a sentença que lhe imputou 22 anos de prisão. O caso, que também tem ligações com caixa 2 para campanha eleitoral, assombra tanto ou mais o PT do que o escândalo do mensalão.

Leia o artigo de Mary Zaidan, no blog do Ricardo Noblat.

Cafetina do mensalão continua na ativa.

Notícia de Fábio Campana, no blog mais lido do Paraná:

“Passados sete anos desde que ficou conhecida como a “cafetina do mensalão”, por “fornecer meninas” a festas bancadas por Marcos Valério a parlamentares no início do governo Lula, Jeany Mary Corner continua na ativa e atazanando casamentos. De lá pra cá, a mais conhecida agenciadora de garotas de programa de luxo da capital federal se mantém longe dos holofotes para preservar a discrição do ofício. Mas bastam breves aparições para estremecer meio mundo político e, com isso, garantir que a fonte nunca seque ao fim de cada mês.”

Leia matéria completa no Artigos ETC.

Contas abertas: baiano Duda Mendonça levou R$195,2 milhões do Governo Federal

Duda, em foto de Antonio Cruz, da ABr: gangster com cara de gangster. Ao lado, a mala preta, famosa.

Dyelle Menezes e Yuri Freitas, do portal Contas Abertas

Desde a semana passada, o julgamento do “Mensalão” ouve a defesa dos 38 réus do processo. Um dos pronunciamentos mais aguardados deve acontecer hoje (15), quando o advogado de Duda Mendonça faz a defesa do publicitário, que continuou a receber recursos da União mesmo após o escândalo.

Em 2012, a agência de publicidade Duda Mendonça & Associados Propaganda (DM&AP) recebeu R$ 90,5 mil da União, como pagamento por prestação de serviços publicitários de utilidade pública ao Ministério da Saúde (MS). Contudo, a cifra deste ano representa apenas 0,05% do montante de R$ 195,2 milhões que a empresa recebeu do governo federal desde 2004. (veja tabela)

Em 2004, um ano após ser contratada para prestar serviços ao governo federal, a empresa recebeu R$ 63,5 milhões por trabalho realizado junto à Presidência da República (PR). Em abril do ano seguinte, mediante processo licitatório, foi firmado o contrato com o MS para elaboração de material publicitário – prorrogado até abril de 2009 –, responsável pela maioria dos repasses à DM&AP.

Embora o grosso dos pagamentos à agência no período seja referente a serviços publicitários para a Saúde, os repasses da presidência foram mais significativos: em 2005, último ano em que a PR despendeu valores à DM&AP, foram pagos cerca de R$ 30 milhões pela Pasta e R$ 9,4 milhões pelo MS – totalizando quase R$ 39,5 milhões em 12 meses.

O ano de 2005, porém, foi marcado pela eclosão do escândalo do Mensalão no planalto, fato que acabou por abarcar o publicitário com denúncias de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Na época, o marqueteiro confessou ter recebido cerca de R$ 10 milhões em uma conta no exterior por serviços prestados ao PT, em 2002.

Porém, isso não impediu que a empresa de Duda recebesse, em 2006, mais R$ 10,7 milhões do governo federal. As quantias se mostraram consistentes também em 2007, com R$ 9,6 milhões.

Em 2008, observou-se o crescimento no valor dos repasses, quando cerca de R$ 12 milhões chegaram aos cofres da empresa. Em 2009 e 2010, as cifras atingiram R$ 26 milhões e R$ 30 milhões, respectivamente. Em 2011, a empresa recebeu somente R$ 3,9 milhões por serviços de publicidade realizados para o governo.

A defesa do publicitário, coordenada pelo advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, deve sustentar que Duda e sua sócia Zilmar Fernandes não cometeram crimes de lavagem de dinheiro e de evasão de divisas por terem recebido a dívida por um serviço prestado no exterior. O advogado deve ressaltar que a dupla recolheu os impostos devidos da operação.

Segundo a especialista em licitações, Simone Zanotello, uma eventual ação em sede administrativa (rescisão de contratação e declaração de inidoneidade da empresa) sempre deve ter como pano de fundo a correlação do ato ilícito com a execução contratual. “Entendo que essas respostas serão dadas no julgamento do “mensalão”. Até porque nossa Constituição Federal tem como premissa a presunção de inocência”, explica.

Com relação ao fato da empresa ter continuado a fechar contratos com o governo, a especialista afirma que em alguns órgãos optou-se pela prorrogação contratual, o que é uma faculdade do Administrador e dá respaldo para a sua execução e consequente pagamento.

É a confirmação do ditado popular: “Baiano burro nasce morto”.

STF julga movimentação de dinheiro que não aconteceu.

O advogado Itapuã Prestes de Messias, defensor de Emerson Palmieri, afirmou hoje (13), durante sustentação oral no processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), que o repasse de recursos do PT ao PTB eram legais e destinados ao pagamento de dívidas de campanhas eleitorais. “Para a captação de recursos é possível transferência de um partido ao outro”, disse.

Para Messias, a denúncia é “irresponsável”. “É uma peça tendenciosa, porque pretende ser uma sentença”, disse sobre a peça de acusação do Ministério Público Federal (MPF).

De acordo com MPF, Palmieri participou das negociações em que o PT prometeu repassar R$ 20 milhões para o PTB. O secretário, que atuava como tesoureiro informal do partido de Roberto Jefferson, teria ajudado a negociar R$ 4 milhões do publicitário Marcos Valério para o PTB, tendo recebido esse valor.

Palmieri é acusado de intermediar a compra de apoio político entre o PTB e o PT e responde pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, podendo ser condenado de sete a 40 anos de prisão.

Na realidade, o PTB não viu nem os 4 milhões. Roberto Jefferson usou o depoimento de Palmieri para incriminar José Dirceu e caracterizar a conspiração do Mensalão. A briga toda foi por falta de dinheiro dos pagamentos prometidos pelo Chefe da Casa Civil para arregimentar partidos na base do Governo.

Advogado de Roberto Jefferson diz que Lula ordenou o mensalão.

No oitavo dia do julgamento da ação penal 470, conhecida como mensalão, foi ouvido o advogado da pessoa que denunciou o suposto esquema, o ex-deputado e ex-presidente do PTB Roberto Jefferson. Segundo o advogado Luiz Francisco Corrêa Barbosa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ordenou o mensalão. 

 “Ele não só sabia como ordenou o que vinha acontecendo aqui no Congresso”, disse. Com isso, aproveitou para questionar Roberto Gurgel, procurador geral da República, por insistir que Lula não sabia de nada, acusando-o de omissão. Ele foi o segundo advogado a apresentar sua defesa. 

 O primeiro advogado a falar foi Bruno Alves de Mascarenhas Braga, que defende o ex-deputado Carlos Alberto Rodrigues Pinto, também conhecido como Bispo Rodrigues. Ele confirmou que o seu cliente movimentou R$ 150 mil em dinheiro somente para saldar dívidas da campanha eleitoral de 2002.

 Já o advogado Itapuã Prestes de Messias, defensor de Emerson Palmieri, que era primeiro secretário do PTB na época dos fatos, afirmou que o repasse de recursos do PT ao PTB eram legais e destinados ao pagamento de dívidas de campanhas eleitorais. “Para a captação de recursos é possível transferência de um partido ao outro”, disse. Para Itapuã, Palmieri é um dos “denunciantes” do mensalão e portanto não deveria ser incluído como réu. 

 A linha de defesa adotada pelo advogado Ronaldo Dias, defensor do ex-deputado Romeu Queiroz (PTB-MG) é que ele não participou do esquema do mensalão e que a verba que recebeu do PT era lícita, destinada ao financiamento de campanhas municipais em 2004. 

 Por fim, falou o advogado Inocêncio Coelho, representante do ex-deputado federal José Borba (PMDB-PR). Ele declarou que a denúncia contra seu cliente não é válida, pois está baseada no depoimento do publicitário mineiro Marcos Valério. Segundo Coelho, Valério é uma “personagem cuja própria denúncia afirma que apresentou informações inconsistentes”. Da Band e Agência Brasil.

Jacinto lamas negras nos porões da República.

“Se alguém colocar numa peça de ficção um réu chamado Jacinto Lamas, vão dizer que o dramaturgo está forçando a barra”

De Henrique Peixoto, colunista do Congresso em Foco, referindo-se a um dos mequetrefes do Mensalão.

Fernando Henrique: “Houve crime.”

Fernando Henrique, o ex-presidente que não se mete em conluios com procurados pela Interpol, sobre o julgamento que corre na suprema corte do País: 

“Calo sobre quem deva ser punido e em que grau, mas não se deve obscurecer o essencial: houve crime.”