Divina providência: frente fria leva chuva ao Sudeste e Centro Oeste.

Mapa da massa de ar frioMassa de ar frio se reforça no Sul do Brasil e impulsiona frente fria neste sábado pelo Centro-Oeste e o Sudeste.

Frente fria avança pelo Paraná e atua em parte de Mato Grosso do Sul e de São Paulo neste sábado enquanto uma massa de ar frio de origem polar ganha força no Sul do Brasil com temperatura baixa e possibilidade de neve no fim do dia nas áreas de maior altitude da região. A massa de ar polar de trajetória continental cobre o Rio Grande do Sul neste sábado e traz um dia frio.

O sol aparece com nuvens na maior parte do estado, mas algumas áreas ainda registram momentos de nublado. Pode chover e garoar em pontos do Nordeste gaúcho, como na Serra e no Litoral Norte. O vento sopra fraco a moderado com baixa sensação térmica.

Em Santa Catarina, o sol aparece com nuvens em parte do estado, sobretudo no Oeste, mas a nebulosidade torna a aumentar no território catarinense com chance de chuva e garoa principalmente na segunda metade do dia do Meio-Oeste para o Leste do estado.

A combinação do ar gelado em altitude com a instabilidade pode provocar neve no fim do dia nas áreas de maior altitude do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, em locais acima de 1000 metros de cota, como a área de São José dos Ausentes e o Planalto Sul Catarinense.

No Paraná, a nebulosidade predomina e chove em diversas regiões. A instabilidade será maior no Norte e no Leste do estado, inclusive com chuva moderada a forte com raios e trovoadas em alguns pontos no decorrer deste sábado.

A frente fria leva chuva com frio ainda para o Sul do Mato Grosso do Sul e começará a avançar por São Paulo, trazendo chuva neste sábado para pontos do Sul e do Leste do estado assim como em áreas do Oeste. A temperatura declina acentuadamente nestas áreas enquanto do Centro para o Norte paulista segue quente e seco.
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Cresce anomalia do campo magnético sobre o Brasil. Cientistas preocupados.

Dados divulgados na última semana mostram um aumento da chamada Anomalia do Atlântico Sul no campo magnético da Terra.

por METSUL.COM

A NOAA, Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos, acaba de liberar o seu mais recente relatório sobre o estado do campo magnético do planeta Terra, valendo-se de dados do seu World Magnetic Model 2020 (WMM2020) e de um modelo mais recente a partir de dados coletados pelos satélites Swarm da Agência Espacial Europeia (ESA) até setembro de 2021.

De acordo com a NOAA, as mudanças não lineares no campo magnético da Terra permaneceram pequenas nos últimos dois anos. Desde a 2020, o pólo magnético Norte (respectivamente Sul) moveu-se a uma velocidade média de 44 km/ano e sem qualquer mudança perceptível na direção. Tais movimentos levaram a pequenas mudanças na forma e localização das zonas de blecaute (WMM), onde a precisão da bússola é menor.

A Anomalia do Atlântico Sul, onde a intensidade do campo geomagnético é menor, continuou a aumentar, em cerca de 50 nT ao nível do mar, e a se mover para o Oeste com seu centro deslocado por cerca de 50 quilômetros ao nível do mar em direção à América do Sul.

Ao contrário de Mercúrio, Vênus e Marte, a Terra é cercada por um imenso campo magnético chamado magnetosfera. Gerada por forças dinâmicas e poderosas no centro de nosso mundo, a magnetosfera nos protege da erosão de nossa atmosfera pelo vento solar (partículas carregadas que nosso Sol lança continuamente), erosão e radiação de partículas de ejeções de massa coronal (nuvens massivas de energia e plasma solar magnetizado e radiação), e raios cósmicos do espaço profundo.

A magnetosfera desempenha o papel de guardiã, repelindo essa energia indesejada que é prejudicial à vida na Terra, mantendo a maior parte dela a uma distância segura da superfície da Terra em zonas gêmeas em forma de rosca chamadas de cinturões de Van Allen. O que mais chama atenção responde pela sigla AMAS que significa Anomalia Magnética do Atlântico Sul.

Trata-se de um fenômeno que ainda é um mistério para a ciência e que não raro nas redes sociais alguém questiona se não estaria interferindo no clima do Brasil e da América do Sul, apesar de não haver evidência alguma até o momento.

A AMAS, que está crescendo e com seu centro mais perto da América do Sul, é uma espécie de defasagem na proteção magnética da Terra localizada sobre o Atlântico Sul, mais especificamente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, em faixa que se estende até a África.

Mas, como este déficit de blindagem bem acima do Atlântico Sul pode afetar a vida no nosso planeta? Uma consequência que já compreendemos é na atuação dos satélites que estão na órbita da Terra. Ao passarem pela região com baixa na retaguarda de proteção, eles podem apresentar avarias causadas pelo fluxo de radiação cósmica.

Por isso, a anomalia é monitorada por agências espaciais como a ESA e a NASA, e mais recentemente pelo Brasil, que lançou ao espaço o nanossatélite NanosatC-BR2 com esta missão.

É o que explicou à Agência Brasil o doutor em Física, pesquisador do Observatório Nacional, Marcel Nogueira.

”Por que as agências espaciais tem interesse na anomalia? Porque como essa região tem um campo mais enfraquecido, as partículas do vento solar adentram nessa região com mais facilidade, o fluxo de partículas carregadas que passam por aquela região é muito mais intenso”, explica Nogueira. “Isso faz com que os satélites quando passam por essa região, eles tenham que, por vezes, ficar em stand by, desligar momentaneamente alguns componentes para evitar a perda do satélite, de algum equipamento que venha a queimar. Porque a radiação, principalmente elétrons, nessa região é muito forte. Então é de interesse das agências espaciais monitorarem constantemente a evolução desta anomalia, principalmente nesta faixa central”, complementa.

Imagine um dia sem internet, celular, GPS ou meios de comunicação? Se o fenômeno afeta os satélites que são responsáveis por sistemas de comunicação e geoposicionamento, então ele pode afetar a nossa vida tão tecnológica.

“Se gente estuda as tempestades também, temos condições de melhorar o nosso sistema de distribuição de energia elétrica e protegendo, evitando esses blecautes. Porque na vida cotidiana que a gente tem hoje em dia, tão dependente da tecnologia, qualquer tipo de apagão no sistema elétrico, de qualquer país, gera prejuízo de milhões ou até bilhões de dólares. É algo muito importante para nossa vida tecnológica hoje em dia.”, diz o pesquisador.

No Brasil, além do nanossatélite lançado ao espaço em uma parceria com a agência espacial da Rússia, também há dois observatórios magnéticos que, entre outras missões, estão focados em responder questionamentos sobre esta anomalia: Vassouras, no Rio de Janeiro, e Tatuoca, na região amazônica. Ambos fazem parte da Rede Global de Observatórios Magnéticos, o Intermagnet.

A falta de conclusões desperta curiosidade sobre a Anomalia do Atlântico Sul. Por isso é que ela acaba sendo popularmente associada a eventos como os já registrados no Triângulo das Bermudas. Mas, Marcel prefere dizer que o fenômeno é muito mais um desafio tecnológico e que não há conclusões que apontem para os riscos do fluxo das radiações cósmicas na vida humana.