Horror: bactéria em água pode ter agravado surto de microcefalia associado ao zika, diz estudo.

Pesquisa mostra que toxina liberada por bactéria aumenta a velocidade de destruição de células neuronais e que substância estava mais presente em reservatórios de água do Nordeste, o que ajudaria a explicar por que região teve mais casos da má-formação

microcefalia

A microcefalia é uma das más-formações provocadas pelo vírus da zika Foto: Nacho Doce/Reuters

Um novo estudo realizado por pesquisadores brasileiros indica que o vírus zika pode não ter sido o único causador dos severos casos de microcefalia registrados a partir de 2015 no País. Pela primeira vez, cientistas demonstraram que as malformações congênitas, observadas sobretudo no Nordeste, podem ter sido agravadas por uma bactéria presente na água.

A pesquisa, realizada pelo Instituto D’Or (IDOR), Fiocruz e pelas universidades federais do Rio de Janeiro (UFRJ) e Rural de Pernambuco (UFRPE), demonstrou que a saxitoxina (STX), toxina liberada por um tipo de bactéria encontrada em reservatórios de água, é capaz de acelerar a morte de células neuronais quando expostas à infecção pelo zika, levando, assim, a malformações congênitas mais graves.

Esse fenômeno foi observado pelos pesquisadores em experimentos realizados tanto em camundongas grávidas quanto em minicérebros humanos. Em ambos os casos, a presença de STX associada ao zika vírus acelerou em mais de duas vezes a destruição das células do cérebro.

Cianobactéria em reservatórios de água do Nordeste

Na mesma pesquisa, os cientistas também descobriram que a prevalência da cianobactéria Raphidiopsis raciborskiie da toxina produzida por ela (a STX) era significativamente maior nos reservatórios de água do Nordeste do que nos recipientes de outras regiões brasileiras.

Analisando dados do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), do Ministério da Saúde, referentes ao período de 2014 a 2018, os pesquisadores verificaram que metade (50%) dos municípios do Nordeste tinham saxitoxina em seus reservatórios. No Sudeste, o índice verificado foi de 25%. Nas demais regiões, menos de 5% das cidades tinham reservatórios com a presença da toxina.

O achado ajudaria a explicar por que os Estados nordestinos foram os mais afetados pelo surto. Do total de casos de síndrome congênita do zika (que inclui a microcefalia) registrados no País de 2015 a 2018, 63% ocorreram no Nordeste, segundo dados do Ministério da Saúde.

“Começamos a investigar um possível co-fator ao observar que apesar de as regiões Sudeste e Centro-Oeste terem registrado mais casos de infecção pelo zika, o maior número de casos de microcefalia tinha ocorrido no Nordeste, o que parecia contraditório”, explica Stevens Rehen, professor da UFRJ e do IDOR e um dos autores do estudo. “Uma das hipóteses é que a saxitoxina deixe as células neuronais mais vulneráveis aos danos causados pelo vírus zika”, completa o pesquisador.

Ele ressalta que novos estudos são necessários para confirmar os achados e destaca que a exposição à saxitoxina não explica todos os casos graves associados ao vírus zika.

O estudo ressalta que períodos de seca favorecem a proliferação de cianobactérias nos reservatórios e tornam a população das regiões com estiagem mais vulneráveis ao consumo da água contaminada.

Próximos passos

Um dos financiadores do estudo, o Ministério da Saúde afirmou que ainda não se pode dizer, nessa fase da pesquisa, que a relação entre toxina, zika e microcefalia observada nos camundongos tenha efeito também em humanos, mas destacou que “os achados científicos são importantes para a próxima fase do estudo, que irá avaliar essa correlação com a água realmente consumida pela população do Nordeste brasileiro”.

Rehen relata que, a partir dos resultados desse estudo, ele e os colegas pretendem investigar agora como a STX deixa as células neuronais mais vulneráveis ao vírus zika; se pesticidas podem levar ao aumento da proliferação de cianobactérias; e se há, de fato, presença de saxitoxina no organismo de moradores do Nordeste.

O ministério ressaltou que adota “padrões internacionais, incluindo diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), para definir o padrão de potabilidade da água, com obrigatoriedade de os prestadores de serviços de abastecimento de água realizarem o monitoramento constante de substâncias presentes nos mananciais de abastecimento e na água tratada, como cianobactérias e cianotoxinas”. De acordo com o ministério, o Brasil foi o primeiro País a inserir a obrigatoriedade do monitoramento de cianotoxinas e estabeleceu valores máximos permitidos.

O pesquisador da UFRJ e do IDOR destaca que até mesmo os padrões internacionais sobre concentração de toxinas podem ter que ser revistos caso a correlação entre STX e microcefalia seja comprovada. “Por mais que esses valores máximos sejam considerados seguros hoje, de forma isolada, eles podem deixar de ser seguros em uma situação de interação com outro fator, como a circulação do vírus zika”, destaca.

Fonte: Estadão.

Brasil tem 1.248 casos suspeitos de microcefalia registrados em 311 municípios

Pessoa contaminada pelo vírus Zika, transmitido pelo mosquito aedes aegypti
Pessoa contaminada pelo vírus Zika, transmitido pelo mosquito aedes aegypti

Por Daniel Lima – Repórter da Agência Brasil

O Ministério da Saúde anunciou hoje (30) que investiga seis casos de mortes de crianças com microcefalia, supostamente relacionadas ao vírus zika. No sábado, o ministério confirmou a relação entre o vírus e casos de microcefalia, que aumentaram significativamente no país. Exames feitos em um bebê nascido no Ceará com microcefalia e outras malformações congênitas revelaram a presença do vírus em amostras de sangue e tecidos.

De acordo com o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, o país tem 1.248 casos suspeitos de microcefalia notificados, em 311 municípios. O estado de Pernambuco registra o maior número de casos (646), sendo o primeiro a identificar o aumento de diagnóstico de microcefalia na região. Em seguida, estão os estados da Paraíba (248), Rio Grande do Norte (79), Sergipe (77), Alagoas (59), Bahia (37), Piauí (36), Ceará (25), Rio de Janeiro (13), Tocantis (12), Maranhão (12), Goiás (2), Mato Grosso do Sul (1) e Distrito Federal (1).

Maierovitch destacou a importância da participação da sociedade no combate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite além da dengue, o vírus Zika e a chikungunya. “Teremos que ter uma intensificação muito grande no combate ao mosquito e com um chamamento mais intenso da sociedade pois a ela compete as ações mais intensivas. Os prefeitos devem intensificar a limpeza urbana. Estamos em uma emergência de saúde pública”, disse Cláudio Maierovitch. Ele também informou que o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão garantiu que os recursos emergenciais serão priorizados, para combater o mosquito.

Para o diretor, não existe mágica para acabar com o mosquito vetor. “Infelizmente, conviveremos com esse problema por mais algum tempo”, disse. Para ele, a confirmação da relação entre o vírus e a microcefalia mostram que as medidas de prevenção devem ser reforçadas. O diretor lembrou que as marcas de repelentes de inseto disponíveis no Brasil e aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) podem ser usados pelas gestantes. Edição de Denise Griesinger.

Depois da criação de um país de miseráveis, nas periferias das grandes cidades e nos povoados dos sertões, estamos criando um país de débeis mentais. Fomos nós que permitimos a corrupção, a economia neoliberal desenfreada e o rentismo, chagas deste País que não resolveremos em décadas.

Quem vai se responsabilizar pelos doentes mentais criados pela microcefalia

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Quatro grandes estádios para a Copa, uma refinaria em Pernambuco que já consumiu mais de R$ 20 bilhões e ainda não está pronta e agora as crianças estão nascendo com microcefalia, uma diminuição da caixa craniana que vai criar milhares de deficientes mentais. 

Tudo isso porque não encontraram nem dinheiro nem vontade política de acabar com o mosquito da dengue, o Aedes Aegypti. Aqui temos um exemplo: o carro fumigador da Secretaria Estadual da Saúde que deveria servir Luís Eduardo Magalhães levou quase um mês pra chegar a cidade, depois de três ou quatro tentativas. O primeiro deveria ser deslocado de Bom Jesus da Lapa e não saiu do lugar por defeito mecânico. Um segundo quebrou na estrada e aí por diante.

A iniciativa da Municipalidade em fazer uma pulverização aérea foi desaconselhada pelos riscos de se pulverizar um veneno sobre a população.

O que é Microcefalia?

Microcefalia é uma condição neurológica rara em que a cabeça da pessoa é significativamente menor do que a de outros da mesma idade e sexo. Microcefalia normalmente é diagnosticada no começo da vida e é resultado do cérebro não crescer o suficiente durante a gestação ou após o nascimento.

Crianças com microcefalia tem problemas de desenvolvimento. Não há tratamentos para a microcefalia, mas tratamentos realizados desde os primeiros anos melhoram o desenvolvimento e qualidade de vida. A microcefalia pode ser causada por uma série de problemas genéticos ou ambientais.

Causas

Microcefalia é o resultado de um crescimento anormal do cérebro que pode ocorrer no útero ou na infância. Microcefalia pode ser genética. Algumas outras causas são:

  • Malformações do sistema nervoso central
  • Diminuição do oxigênio para o cérebro fetal: algumas complicações na gravidez ou parto podem diminuir a oxigenação para o cérebro do bebê
  • Exposição a drogas, álcool e certos produtos químicos na gravidez
  • Desnutrição grave na gestação
  • Fenilcetonúria materna
  • Rubéola congênita na gravidez
  • Toxoplasmose congênita na gravidez
  • Infecção congênita por citomegalovírus.

Doenças genéticas que causam a microcefalia podem ser:

A microcefalia normalmente é detectada pelo médico nos primeiros exames após o nascimento em um check-up regular. Contudo, caso você suspeite que a cabeça de seu bebê é menor do que a de outros da mesma idade ou não está crescendo como deveria, fale com seu médico.

Leia mais sobre o assunto aqui.

 

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