
Três mortos, mais de 300 detidos e uma onda de incêndios e saques. Diante de protestos violentos, a capital do Chile, Santiago, amanheceu patrulhada por militares, o que não acontecia desde o final da ditadura do general Augusto Pinochet, em 1990.
Quase 10 mil membros das Forças Armadas estão nas ruas da capital. Após o presidente chileno, Sebastián Piñera, decretar estado de emergência, Santiago e outras regiões do país, como Valparaíso e Concepción, estão sob toque de recolher.
As primeiras manifestações começaram de forma pacífica no dia 14 contra o aumento de preço do metrô de Santiago, que passaria do equivalente a US$ 1,12 para US$ 1,16. Neste sábado (19), o governo anunciou a suspensão do reajuste.
Desde sexta-feira (18), entretanto, os protestos se intensificaram e os chilenos expressam insatisfação com as políticas do governo Piñera, com o sistema previdenciário chileno, administrado por empresas privadas, o custo da saúde, o deficiente sistema público de educação e os baixos salários em relação ao custo de vida.
Pergunta ao Paulo Guedes, o Posto Ipiranga de Bolsonaro, o que ele acha do sistema previdenciário chileno e quais são os pontos em comum com a reforma previdenciária do Brasil. A política econômica liberal vai levar os brasileiros às ruas, num futuro próximo, como hoje no Chile. Já temos 14 milhões de desempregados, mais de 30 milhões de sub-empregados, sem direitos trabalhistas, e cerca de 15% da população economicamente ativa aposentada, com direitos chargeados todos os dias. O exemplo da correção do salário mínimo pela inflação oficial (sempre abaixo da real) é só o exemplo mais gritante.
Se preparem: a justiça social pode tardar, mas ela é resgatada pelo povo quando ultrapassa os limites do aceitável.
