O Brasil à deriva, sem leme nem timoneiro, com um motim a bordo, no meio da tempestade.

Este texto está sendo reproduzido nas mídias sociais, sem indicação do autor. Vale pela reflexão, pelo poder de síntese do que está acontecendo neste momento doloroso e complicado do País:

1. Sérgio Moro estava consciente de onde estava se metendo, desde o início. Ninguém larga vinte anos de magistratura para não ganhar nada em troca.

2. Bolsonaro tentou intervir para paralisar investigações em trâmite na PF. Há algo muito podre sendo escondido.

3. Nem nos governos do PT houve tamanho disparate. Aliás, nos governos do PT, especialmente na gestão do ministro da justiça Márcio Tomaz Bastos, a PF foi fortalecida como nunca antes. Moro sabe disso e jogou isso na cara de Bolsonaro ontem.

4. Os filhos de Bolsonaro estão destruindo o próprio pai.

5. Bolsonaro não consegue corrigir os próprios filhos, quem disse que ele conseguirá combater a corrupção nacional? Se ele não administra a própria casa, quem disse que administrará uma crise?

6. Ontem, Moro se colocou como candidato à presidência da República e passou a tratar Bolsonaro como adversário político. Nada disso, porém, é novo. Esse era o intuito de Moro desde o começo (não se assuste se Moro pintar em um cargo político em breve. Será no governo João Dória??)

7. Bolsonaro tem sérios problemas de ego: ele não consegue conviver com ministros populares. Ele é inseguro. Tem medo de perder a autoridade. Isso revela que aquela história de montar um ministério técnico era pura balela eleitoral.

8. Bolsonaro cometeu crimes. Pelo menos 6 (seis). Sérgio Moro pode ter sido cúmplice de alguns desses crimes, é preciso investigar.

9. O Brasil está à deriva.

10. Bolsonaro não consegue lidar com pressões.

11. O combate à pandemia tem sido mal gerido. O país corre riscos graves de uma explosão de casos de COVID-19 similar a Espanha.

12. Os militares já perceberam tudo isso.

13. Os militares estão calculando os passos, mas já está claro que um cenário SEM Bolsonaro já está traçado. O desafio da cúpula militar é realizar a transição sem “queimar cartucho”, ou seja, sem traumas. A princípio dois caminhos ficaram claros: (a) a renúncia de Bolsonaro com um acordo para livrar os filhos do presidente, ou (b) um processo de afastamento via STF

14. Mourão já está se articulando. Lembre-se general não bate continência para capitão. É sempre o contrário. Isso reforça a hipótese de que Bolsonaro foi o “cavalo selado” para uma parcela das forças armadas; nada mais do que isso.

15. As Forças Armadas trabalharão para realizar uma sucessão rápida e sem sustos. A questão em debate é “quando?”… Talvez até o final do ano? Não sabemos. O número de vítimas da COVID-19 determinará isso.

16. Não se engane: nada disso é fruto do trabalho da oposição. O Brasil não tem oposição atualmente. Isso é um racha interno no bloco do poder.

17. Assumindo o vice Mourão, a primeira mudança será na Economia. Assumirá um ministro de linha desenvolvimentista. Os militares estão convencidos de que o Brasil precisa de um plano “Marshall”. Voltaremos a uma linha econômica de tipo governo Geisel em breve. Paulo Guedes acabou.

18. O maior desafio atual para resolver a crise chama-se “centrão” que detesta o Moro e a lava-jato. Bom, nesse caso poderá haver um novo “grande acordo nacional com o Supremo e com tudo”… Dessa vez mediado pelos militares. Uma hipótese não muito difícil de se concretizar, já que os juízes do Supremo morrem de medo dos militares.

19. Não haverá impeachment como o de Dilma, pelo motivo n. 18. Hoje, não há votos suficientes.

20. Não haverá intervenção militar. Os militares não tem estrutura para isso e não podem contrariar as orientações do Departamento de Estado norte-americano, que até o momento é pelo democracia de mercado.

20. Moro já é o candidato da Globo para 2022. Moro já está em campanha.

21. Ao que tudo indica, a igreja evangélica caminha para a maior vergonha nacional de sua história, por ter defendido um governo que passará parar a história como um governo corrupto. Enquanto isso, os parlamentares da bancada evangélica se fazem de surdos-mudos porque estão interessados apenas nos cargos que atualmente ocupam.

22. Você que votou em Bolsonaro, no fundo sabia que estava arriscando. Ninguém votou em Bolsonaro realmente acreditando que ele era anti-sistema depois de 27 anos dentro do Congresso Nacional.

23. Agora ficará claro quem de fato luta por um Brasil melhor ou quem só assumiu a defesa radical de Bolsonaro contra as evidências, da mesma maneira como os petistas radicais defenderam Lula. Agora ficará claro quem é apenas um religioso bolsonarista incapaz de fazer autocrítica.

24. Todo radicalismo é cego.

25. Está ficando claro que o Brasil não precisa de um salvador da pátria, mas de um projeto de nação.

26. Fica a lição para quem votou apenas para tirar o PT: não dá para votar com o fígado.

27. Fica a lição para quem votou num candidato que fugiu de todos os debates: não dá para votar em pessoas antes de votar em ideias.

28. Você votou em Bolsonaro de pirraça. Você é cúmplice, não vítima.

29. Fica a lição para todo o país: é hora de parar e pensar seriamente em nosso futuro, no que queremos ser, caso contrário poderemos cair num abismo sem fim.

30. O Brasil não avançará sem enfrentar interesses. O que nos coloca num lugar muito difícil, quase sem saída.

31. E mais uma vez: o Brasil está à deriva!

PMDB mostra rebeldia e Câmara aprova investigação da Petrobrás

Mesmo com todas as tentativas do governo de barrar a criação de uma comissão externa para investigar denúncias de pagamento de propina a funcionários da Petrobras, a Câmara dos Deputados aprovou hoje (11) a proposta em votação simbólica. O requerimento foi aprovado com apoio da bancada do PMDB, partido da base aliada ao governo.

O Governo ainda tentou barrar a iniciativa da oposição por meio de um requerimento pela retirada da proposta, mas o plenário rejeitou o pedido. Por 216 votos a favor, 38 contrários e 11 abstenções, os parlamentares mantiveram em pauta a proposta da oposição.
Com a criação da comissão, deputados deverão viajar à Holanda para acompanhar a investigação de denúncias relacionadas a irregularidades na Petrobras. Da Agência Brasil.

 Na reunião da bancada, os peemedebistas também votaram contra a aprovação do projeto de lei que cria o marco regulatório da internet e aprovaram moção de apoio ao líder do partido na Câmara, Eduardo Cunha (RJ).