Você sabe o que é reforma agrária? Lembre dessa aula de João Pedro Stedille no Flow. #ToComMST pic.twitter.com/z79U8zbw1Q
— Mídia NINJA (@MidiaNINJA) August 15, 2023
Tag: MST
Nordeste: MST adota comércio online de cestas agroecológicas

Por Jamile Araújo
Da Página do MST
O povo brasileiro precisou se adequar aos impactos da pandemia, que vão além dos números. Até o dia 15 de outubro, o Brasil marca mais de cinco milhões de pessoas infectadas, enquanto o número de óbitos causados por coronavírus é superior a 150 mil – e segue aumentando.
Com as medidas de isolamento e a crise econômica – que já vinha sendo estruturada antes da pandemia -, o desemprego aumentou e as condições de trabalho pioraram, com a crescente informalização da classe trabalhadora. A fome e a insegurança alimentar cresceram em todo o mundo, e na população da América Latina, o risco de fome aumentou em 269%, segundo o World Food Programme (WFP, programa de Combate à fome, em tradução livre), da Organização das Nações Unidas (ONU).
Ao mesmo tempo, torna-se evidente a importância da reforma agrária nesse cenário de agravamento das crises política, econômica, ambiental e social. A comercialização e doação dos produtos do Movimento Sem Terra mostra que a reforma agrária dá resultados concretos.
As feiras e os mercados são espaços de comercialização importantes para os agricultores. O que é produzido nos assentamentos é consumido pelas famílias, e o excedente é comercializado para garantir aquilo que não é produzido.
“A comercialização da produção garante renda para as famílias assentadas. Além disso, mostra à sociedade que é necessário outro modelo de agricultura, baseado na agroecologia e no cuidado com a natureza”, afirma Manoel Missias Bezerra, assentado da reforma agrária e trabalhador do setor de produção do MST no Ceará.
De acordo com Missias, no que diz respeito ao debate da alimentação saudável, o grande capital, representado pelas empresas do agronegócio, tem levado para as prateleiras dos grandes supermercados produtos ultraprocessados, com valor nutricional baixo e preços inacessíveis para maioria dos brasileiros.
Os alimentos produzidos nos assentamentos e comercializados nas feiras e mercados, além de não ter veneno, são produtos de uma transição agroecológica e socioambiental. “Isso vai além do debate sobre orgânicos, pois nossos produtos carregam consigo outras relações de produção e de convívio com o meio ambiente”, diz Missias.
Desde março, com início das medidas de isolamento social, os espaços como feiras e mercados buscaram a comercialização online e as entregas domiciliares. O MST também buscou alternativas para garantir a comercialização dos produtos, adotando as medidas sanitárias necessárias.
“Além de garantir a venda dos produtos, o comércio online nos permitiu alcançar ainda mais pessoas, que não conseguíamos atender apenas com a feira presencial. A adequação a tudo isso não foi fácil, ainda mais vivenciando todo o peso que esse momento tem, mas tem sido um aprendizado importante”, diz Missias.

Desde o início da pandemia, o setor de produção do MST no Ceará criou um site de vendas, melhorou a logística das entregas, avaliou o tipo de material usado nas embalagens dos produtos e substituiu os sacos plásticos por caixas de papelão. “Com esse aprendizado constante, também estamos constantemente buscando melhorar.”
Esse trabalho agroecológico é realizado com a participação de todos, inclusive mulheres, jovens, crianças e idosos, e permeia todos os processos da produção, baseada no plantio sem veneno e no cuidado com o meio ambiente.
“No período da pandemia, temos buscado continuar o debate e a prática dentro das nossas áreas. Mesmo de forma remota, temos mantido a mobilização da juventude, das mulheres, dos grupos de produção, das escolas, dos coletivos de saúde. Enfim, com todas as limitações que o momento de crise sanitária proporciona, temos desenvolvido ações importantes e impactantes”, diz Missias.
Não é à toa que o MST lançou em 2019 o “Plano Nacional Plantar Árvores e Produzir Alimentos Saudáveis”, com o objetivo de plantar 100 milhões de árvores em 10 anos: “o intuito do Plano Nacional é produzir alimentos para o povo brasileiro, sobretudo os mais pobres, e cuidar do nosso planeta Terra”, pontua Missias.
A opinião de quem adquire os produtos da reforma agrária

Em Alagoas, consumidores falam sobre como o consumo de produtos da reforma agrária fortalece a saúde e a agroecologia (foto: Coletivo de Comunicação do MST em Alagoas)
A abrangência do MST não se dá apenas nos grandes centros urbanos ou nas vendas online. A população da cidade de Piranhas, que fica à beira do Rio São Francisco, em Alagoas, é amplamente beneficiada com os produtos livres de veneno, saudáveis e sustentáveis do Colegiado Territorial do Alto Sertão de Alagoas.
Ana Cristina, do Instituto Palmas, começou a encomendar as cestas agroecológicas do MST há cerca de seis meses e recebe semanalmente alimentos frescos em sua casa, desde então.
“Ao mesmo tempo em que estou cuidando da minha saúde e a saúde da minha família, estou ajudando uma causa, que luta pela alimentação saudável e pela segurança alimentar, e também contribuindo para lutar contra a desigualdade agrária que é tão séria no nosso país”, diz.
Além da cestas agroecológicas, os moradores de Piranhas também podem adquirir os produtos de forma avulsa e esporádica.
“Essa simples ação de consumidores e consumidoras tem um impacto importante para as famílias de assentados e assentadas, acampados e acampadas, para fortalecer a luta pela segurança alimentar e justiça agrária”, reitera Ana Cristina.
Lucas Lima, professor do campus Sertão, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) em Delmiro Gouveia (AL), revela que tem sido uma experiência incrível participar como consumidor das cestas, pois isso tem permitido conhecer melhor a produção dos assentamentos e acampamentos do MST.
“Nós temos acesso a uma variedade de alimentos como feijão, alface, cebolinha, coentro, batata doce, cenoura, frutas, além de outras variedades. São alimentos produzidos com muita dedicação por parte das famílias camponesas. E o melhor, são alimentos sem veneno, sem agrotóxicos”, diz Lucas.
O professor defende que a experiência das cestas agroecológicas é um bom exemplo da evidente importância da reforma agrária para o país, sobretudo no contexto político em que vivemos.
“Nesse momento em que brasileiros sentem no bolso o aumento dos preços dos alimentos, em que o agronegócio prefere exportar do que produzir para o mercado interno, provocando o aumento do custo de vida das famílias brasileiras, o MST tem feito diferente, oferecido comida de verdade para todos nós”, diz.
De acordo com ele, a terra deve ser usada por quem produz para o povo, para as pessoas que produzem pela soberania alimentar do país. “Se você ainda não conhece as cestas agroecológicas do MST, eu faço um convite especial a conhecer. Você não vai se arrepender”, conclui o professor.
Cestas agroecológicas da reforma agrária são entregues respeitando os protocolos de saúde na pandemia (foto: Coletivo de Comunicação do MST em Alagoas)
MST discute soberania alimentar na Jornada Nacional da Alimentação
No Brasil, apesar de haver diversidade de produção de alimentos, o preço em que esses produtos chegam às prateleiras, junto às consequências econômicas e sociais da pandemia, estão contribuindo para que esse risco da fome, cada vez mais, bata à porta das casas dos brasileiros.
Os movimentos populares do campo, da cidade, das águas e das florestas estão construindo durante toda essa segunda semana de outubro, ações para denunciar o governo Bolsonaro e apontar as saídas para a soberania alimentar e para combater a fome e a miséria que voltaram com força.
A “Jornada Nacional da Alimentação” foi lançada na última segunda-feira (12). A sexta-feira (16) marcará o Dia Internacional de Ação Pela Soberania Alimentar dos Povos e contra as corporações transnacionais, e vários eventos relacionados à saúde, alimentação e autonomia popular estão sendo realizados pelo MST e organizações parceiras.
“Alimentar é um ato político, com certeza, mas antes disso, precisamos compreender que muitas famílias não têm condições de escolher seus alimentos, e muitas vezes não têm sequer o que comer. A luta por reforma agrária é importante no combate a esse modelo perverso que temos vivido, que leva à fome, à pobreza, à exclusão e à destruição da vida”, conclui Missias.
Onde e como adquirir produtos do Movimento Sem Terra no Nordeste
Alagoas
O Colegiado Territorial do Alto Sertão de Alagoas tem atendido na região, e agora expandiu os negócios oferecendo encomendas aos moradores de Maceió, a capital alagoana.
O cadastro mensal de cestas, classificadas em grandes ou pequenas de acordo com os itens, pode ser feito pelos números (82) 98724-15/11 e (82) 98703-2483.
Ceará
A Feira Cultural da Reforma Agrária ocorre presencialmente desde 2016, e antes da pandemia do novo coronavírus era realizada no segundo sábado de cada mês, a partir das 9 horas, com exposição e venda de produtos, debates, comidas típicas e música ao vivo. Hoje, a feira organizada pelo Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST), da Cooperativa Central das Áreas de Assentamentos de Reforma Agrária (CCA) e do Centro de Formação Capacitação e Pesquisa Frei Humberto, é virtual.
Pedidos podem ser feitos através do site do Centro Frei Humberto, sempre na primeira semana do mês.
Bahia
No município de Prado, extremo Sul do estado, os pedidos podem ser feitos de segunda a quinta, através do telefone (73) 9845-2293. A entrega é realizada às sextas-feiras, com taxa grátis para residências localizadas a até 10 km do entorno do Assentamento Jaci Rocha, e também para compras acima de R$ 25, com pagamento em dinheiro. As entregas em outros locais ficam com taxa a combinar.
Paraíba
A Cesta de Produtos Terra Boa aceita encomendas em Campina Grande, João Pessoa e Lagoa Seca. Os pedidos são feitos através do site Produtos Terra Boa.
Pernambuco
Em Pernambuco, o MST conta com Armazéns do Campo em Recife e em Caruaru.
– Armazém do Campo Recife
Funcionamento: de segunda a sexta, das 9h às 17h, sábado das 07 às 17h. Trabalhando com delivery, a partir do contato: (81) 99673-4327; ou com o formulário dos pedidos da semana.
Endereço: Avenida Martins de Barros, 387.
– Armazém do Campo Caruaru
Compras presenciais: segunda a quarta, das 10h às 19h; quinta a sábado, das 10h às 20h.
Endereço: Rua Cleto Campelo, 87 – Nossa Senhora das Dores.
Nos Armazéns é possível adquirir livros da editora Expressão Popular que estão com 50% de desconto.
Piauí
Produtos podem ser encontrados em Teresina, Palmeirais, São João do Piauí, Canto do Buriti e Luzilândia. Confira os horários e locais:
– Teresina:
Feirinha da UFPI – quartas e sextas-feiras, das 8h às 12h.
Feira da Chapadinha Sul – de segunda à sexta-feira, das 8h às 12h.
– Palmeirais:
De segunda à sexta-feira, das 8h às 12h.
– São João do Piauí:
Segundas e quintas-feiras, das 8h às 11h.
– Canto do Buriti:
Quintas e sábados, das 8h às 11h.
– Luzilândia:
Mercado público – de segunda a sábado, das 8h às 12h.
Feira agroecologica – sábados, as 8h às 12h.
Rio Grande do Norte
Os produtos podem ser adquiridos em Natal, na Central de Abastecimento da Agricultura Familiar (Cecafes). Há também barracas de produtos in natura nos acampamentos que ficam localizados nas RNs e BRs.
Em breve será possível adquirir cestas em Natal, onde a entrega será feita por delivery ou retirada no Cecafes.
foto: Coletivo de Comunicação do MST em Alagoas
*Editado por Ludmilla Balduino
Liberou geral: homem avança com carro em acampamento do MST, mata idoso e fere outras cinco pessoas
Um motorista avançou com o veículo sobre moradores de uma ocupação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Valinhos (SP) na manhã desta quinta-feira (18) e matou um homem de 72 anos.

O grupo fazia uma manifestação no momento da ocorrência. Outras cinco pessoas, entre elas um jornalista que gravava o ato, ficaram feridas. O motorista fugiu.
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Luís Ferreira tinha 72 anos e morreu após ser atropelado em ato do MST em Valinhos (SP) nesta quinta-feira (18) — Foto: Marcello Carvalho/G1
Polícia Militar, Guarda Municipal e Polícia Civil foram para o local. O suspeito ainda não foi localizado. O trânsito ficou bloqueado no trecho até as 11h15 e foi liberado.
O que se sabe até agora
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400 moradores de ocupação do MST começaram protesto contra prefeitura às 7h.
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Às 8h a estrada foi bloqueada para panfletagem.
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Motorista de caminhonete avançou na contramão em alta velocidade.
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Veículo atingiu idoso de 72 anos e jornalista que registrava vídeo do ato para o MST.
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O idoso morreu.
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Quatro pessoas se feriram na confusão.
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O motorista fugiu.
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Trânsito ficou bloqueado até as 11h15m. Conteúdo do G1 da Região de Campinas-SP
O senador Humberto Costa afirmou no Twitter:
“Ao prometer fuzilar a petralhada e expulsar os vermelhos do país, chamando o MST de organização terrorista, Bolsonaro estimula essa sangria. Os moradores protestavam pacificamente pedindo fornecimento de água e assistências escolar e de saúde à prefeitura.”
Homem abre manifestação do MST na Paraíba à bala

Uma manifestante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foi baleada na manhã desta sexta-feira (06), na BR-101, na Paraíba.
O protesto foi contra o pedido de prisão decretado pelo juiz Sérgio Moro ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na tarde de quinta (05).
Segundo integrantes do movimento, “um homem ainda não identificado furou o bloqueio e atirou com arma de fogo”. A vítima, Lindinalva Pereira de Lima, foi ferida na coxa esquerda, encaminhada para o Hospital de Trauma Humberto Lucena, em João Pessoa, e passa bem.
Nas redes sociais, o MST se pronunciou e criticou o ato. “A tentativa de homicídio deixa claro, para o Movimento, que a camada reacionária da sociedade está movida pelo ódio, incentivado por aqueles que querem dar fim a democracia. O bloqueio seguia desde cedo de modo pacífico”, diz.
Ontem, em São Bernardo do Campo, um homem que protestava contra as manifestações dos correligionários de Lula foi empurrado, caiu na roda de um caminhão e está, em estado grave, no hospital, com concussão cerebral.
Rui Costa lamenta morte de jovem líder do MST

A morte prematura de Márcio Oliveira Matos, filho do ex-prefeito de Vitória da Conquista, Jadiel Vieira Matos, e ex-dirigente nacional do Movimento Sem Terra pegou muita gente de surpresa na noite desta quarta-feira (24).
Ele foi vítima de um atentado em sua casa, em Iramaia, no Centro Sul Baiano.
O governador Rui Costa lamentou sobre o fato e determinou à Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia “imediata e rigorosa apuração do crime”.
“Lamento a morte de Márcio Oliveira Matos, mais conhecido como Marcio do MST, conhecido pela firme luta em defesa da igualdade social, Ele foi assassinado no município de Iramaia. Tão logo soube da triste notícia, determinei à Secretaria de Segurança Pública a imediata e rigorosa apuração do crime. Meus sentimentos de pesar aos amigos e familiares neste momento de profunda dor”.
O corpo foi levado à sede do Departamento de Polícia Técnica de Jequié. O local de velório e sepultamento ainda não foram anunciados pelos familiares. O local de velório e sepultamento acontecem em Vitória da Conquista.
Siquara: “É mentira que Aécio recebeu propina”

Siquara Santos, líder do MST e do PT de Barreiras, destilando, hoje, toda a sua ironia, tendo em vista a notícia de que Aécio Neves foi também agraciado com propinas da UTC:
Eu não acredito que ninguém do PSDB esteja envolvido em corrupção. Até porque quem inventou a corrupção foi o PT. Esse negócio de trensalão de São Paulo é mentira. Esse negócio de esquema do DETRAN no Governo Ieda Crusius é mentira. Esse negócio de Carlos Cachoeira, Demóstenes Torres e Marconi Perilo é mentira. Esse negócio de Mensalão Mineiro do PSDB, em 1997, é mentira. Como pode ter havido mensalão mineiro nos anos noventa se o mensalão foi fundado em 2004 pelo PT?
Allons enfants de la patrie

Mais de duas centenas de integrantes do Movimento Sem Terra, que estavam acampados à beira de uma rodovia no Distrito Federal, ocuparam hoje um terreno da União na zona central de Brasília. Acho que estão certos: primeiro ocupar os próprios da União, depois das igrejas (que são muitos em todo o País) e depois reivindicar a posse de terras improdutivas. Nessa sequência, sem alterações.
Os filhos da Pátria merecem não só terras, mas assistência técnica, financiamento para a produção, segurança, educação e saúde. Como qualquer brasileiro que trabalha de sol a sol.
Jusmari financiou invasão da Prefeitura.
Um dos líderes do Movimento Sem Terra (MST) garantiu hoje que o evento da invasão foi criado, financiado e muito bem usado pela prefeita Jusmari de Oliveira. No final da invasão, Jusmari, aparentemente pressionada pela invasão, garantiu fornecimento de energia e outros quetais aos invasores.
Pode-se falar de tudo de Jusmari, menos que ela não tenha criatividade em política. Por isso é adversária temida pelos seus oponentes.
MST já invadiu 8 prefeituras baianas
Oito prefeituras baianas já haviam sido ocupadas nesta terça-feira (10) por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), segundo o jornal A Tarde.
As sedes dos Executivos municipais em Prado, Itabela, Igrapiúna, Camamu, Queimadas, Rodelas, Curaçá e Santa Brígida foram tomadas pelos militantes, que prometem ocupar mais 22 prefeituras até o próximo dia 20.
As ações do MST estão incluídas na “jornada pela educação”, realizada pela primeira vez em janeiro de 2011. Na ocasião, o movimento prometeu se instalar em 30 prefeituras, mas ocupou apenas quatro: Prado, Itabela, Mucuri e Itamaraju. Os integrantes do MST cobram melhorias na educação e na infraestrutura dos assentamentos rurais, principalmente em aspectos como o transporte escolar e reforma de escolas.
MST encolhe, mas verbas oficiais aumentam. Aí tem!
O MST perdeu seguidores. Das 124.600 famílias, que viviam em acampamentos sem-terra ou em propriedades invadidas, no inicio do governo Lula, apenas 14.509 continuam fazendo parte do Movimento dos Trabalhadores sem Terra, conforme relatório divulgado na semana passada pela Comissão Pastoral da Terra. Apesar do encolhimento as verbas públicas destinadas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) às entidades privadas têm aumentado.
Entre 2003 e 2010, os repasses do MDA para as entidades privadas sem fins lucrativos, ligadas à reforma agrária aumentaram 285%, chegando a R$ 282,6 milhões no ano passado. A justificativa para o gasto é o pagamento de cursos de aprimoramento agrícola e outros projetos que beneficiem pequenos agricultores incluídos no programa de reforma agrária.
Por outro lado, o valor repassado pelo governo federal para entidades privadas que têm ou já tiveram seus dirigentes ligados ao MST atingiu a R$ 177,9 milhões de 2003 a 2011 (até 18/04).
Por lei, é vedado o financiamento de movimentos sociais que invadem imóveis rurais ou bens públicos e, caso isso seja identificado, a transferência ou repasse dos recursos públicos deve ser interrompido. Em matéria publicada pelo Contas Abertas (CA) em março de 2009, um levantamento mostrou que existiam pelo menos 43 entidades, cujos responsáveis por assinar convênios com a União apareciam citados, inclusive em fontes oficiais, como membros, líderes, coordenadores ou dirigentes do MST nos últimos anos.
Em parte, o apequenamento do MST se deve aos seus assentados viverem em situação difícil, como mostrou pesquisa do Ibope de 2009: 37% sobrevivem com renda familiar de até um salário mínimo, outros 35% ganham, no máximo, dois salários por família. Apenas 1% tem acesso à rede de esgoto. Com informações da revista Veja e do site Contas Abertas.
Fazenda da Veracel novamente ocupada pelo MST.
Mais de 450 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam, no início da madrugada deste domingo (3), em Itabela, a 671 km de Salvador (BA), uma fazenda da empresa multinacional Veracel Celulose, que atua no ramo do plantio de eucalipto e tem sua fábrica em Eunápolis, a 28 km de Itabela. O Conjunto Muqui, nome dado à fazenda a Veracel, tem 6,8 mil hectares.
Outras duas fazendas da empresa foram ocupadas pelo movimento. Uma em 22 de abril de 2009 e outra em março de 2011, por cerca de 1,2 mil mulheres do MST, por ocasião do mês da mulher.
No extremo sul baiano, a fazenda da Veracel foi a quarta ocupada somente em abril. Na madrugada de sábado (2), representantes do movimento ocuparam duas fazendas utilizadas apenas como pasto, uma em Alcobaça, de 900 hectares, e outra em Teixeira de Freitas, de 1,2 mil hectares. Ainda no domingo (3), 150 famílias ocuparam uma fazenda em Jucuruçu.
O coordenador do MST na região, Evanildo Costa, afirma que as ocupações servirão para pressionar o governo. “Ocupamos fazendas que indicamos para vistoria do Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária (Incra). O objetivo é pressionar esta vistoria para conseguirmos a desapropriação”, diz.
Ao todo, o movimento informa que 15 fazendas baianas estão ocupadas e que em cada uma delas estão cerca de 200 famílias acampadas. Até 17 de abril, dia que marca o fim do “Abril Vermelho”, 20 fazendas estarão ocupadas na Bahia, de acordo com o MST. A direção do movimento calcula que existam aproximadamente 20 mil famílias instaladas em acampamentos no Estado aguardando a regularização dos terrenos.
O “Abril Vermelho” foi criado em protesto ao massacre de Eldorado dos Carajás (PA), que matou 19 agricultores do movimento em 1996.
Incra mostra que assentados têm poucas condições de educação e produção.
Informações não oficiais dão conta que dos 400 assentamentos do INCRA na Bahia, menos de 10 são auto-suficientes. Agora, levantamento divulgado pelo próprio Incra mostra a real situação do dia a dia dos assentados.
Assistência social, saúde e infraestrutura
43% dos assentados baianos consideram o acesso a hospitais e postos de saúde como “ruim/péssimo”;
23% consideram a atuação do Programa Saúde da Família como “ruim/péssimo”;
26% consideram a quantidade de cômodos das casas como “ruim/péssima”;
36,3% dos assentados na Bahia não tem acesso à agua. Entre os que tem, 28% consideram a água “ruim/péssima”;
21,9% não tem acesso à energia;
Uma em cada cinco, considera a qualidade do acesso à energia elétrica com “ruim/péssimo”.
somente 0,38% tem acesso à rede de esgoto.
69,98% consideram as vias de acesso -ramais vicinais e estradas – como “ruim/péssimo”.
Comunicação e inclusão digital
0% tem acesso a internet; 0,26% tem computador. Em compensação, 13% tem automóvel.
Produção e cuidados ambientais
Também na área de produção e meio ambiente as condições dos produtores não são as melhores. Apenas 18% fazem adubação verde; 1% fazem curvas de nível; 27% fazem rotações de culturas; 7% fazem recuperação de áreas degradadas; 10% fazem controle alternativo de pragas e doenças; 3% implantam agroflorestas; 5% fazem projetos de educação ambiental; 0,38% fazem cordões de vegetação em nível;
25% fazem pousio.
Além disso, 12% tem problema com poluição da água; 10% tem problemas com depósitos de lixos; 33% tem problemas com desmatamento; 37% tem problemas com queimadas; 17% considera a fertilidade do lote como “ruim/péssima”.
Extensão rural é uma ação que também está comprometida nos assentamentos: 38.89% dos assentados considera “ruim/péssimo” o nível de conhecimento de técnicas de produção; 52% tem acesso ao Pronaf e 43.77% considera a comercialização como “ruim/péssima”;
Na educação, setor de responsabilidade direta dos órgãos governamentais, a situação dos assentados refletem as mesmas das cidades:
18% dos assentados baianos são analfabetos;
65% tem entre a primeira e a nona série;
6,8% tem ensino médio completo;
0,33% tem ensino superior;
86,3% das crianças estão matriculadas;
55% avaliam a qualidade e a quantidade dos professores como boa.
Por Cassiano Sampaio, editor em Brasília.
MST invade Veracel em Eunápolis.
O jornal O Globo informou, ontem à noite, que integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) ocuparam a Fazenda Barrinha, em Eunápolis, a 644 km de Salvador, que pertence à multinacional Veracel, empresa que cultiva eucaliptos para a produção de celulose.
Esta é a 16ª fazenda ocupada na Bahia durante o Abril Vermelho — ações organizadas pelo MST para lembrar o Massacre de Eldorado dos Carajás, em 1996, quando 19 trabalhadores rurais foram mortos em confronto com a tropa de choque da PM do Pará.
De acordo com Márcio Mattos, um dos coordenadores do movimento, a intenção do MST é ocupar pelo menos 30 fazendas até o fim de abril.
Esta é a terceira vez que o MST ocupa a Barrinha, que possui 4.700 hectares e se situa às margens da BR-101, a 20 km de Eunápolis, onde fica a fábrica da empresa. Mattos informou que a área estava ocupada por 400 famílias.
Vem aí o “Renegado Filho das Américas”, o filme
Como o filme “Lula, o filho do Brasil” não fez o sucesso esperado, apesar do vultuoso investimento de empresas co-participes, os marqueteiros do Presidente estão pensando em outra edição, com um pouquinho mais de cenas fortes, chamado “Lula, o filho das Américas”, um faroestão neo-realista, onde, agora sim, o bandido truculento morre no final, após sofrer a metralha de um avião francês de nome Rafale.
O filme vai ter artistas convidados de alto coturno, como Fernando Lugo, no papel de o sátiro del Chaco; Evo Morales, no papel de cocalero que anda; Manuel Zelaya, no papel de cow-boy decaído; o casal Kirchner, no papel de neo-pronistas; Roberto Mangabeira Unger, no papel de “fui e já voltei”; Ciro Gomes, no papel de “Cacatua das Caatingas”; Tarso Genro, protaganizando o xerife, é lógico; José Sarney, com fugaz participação, no papel de garçon aposentado; e Chavez, como sempre interpretando o “Chapolin Colorado”.
Dilminha, é certo, fará o papel de namorada do bandidão e mãe do menino Pacotinho, numa das cenas mais tocantes do cinema. Michel Temer e José Serra disputaram a vaga para o mordomo da casa mal-assombrada, mas esta parte do roteiro foi convenientemente retirada.
Foram convidados para fazer parte das cenas mais violentas os integrantes do MST e para as cenas do saloon, onde precisa muita fumaça, os integrantes do forum social. Este sim, vai ser o filme do ano!
Decreto de Lula cria racha no Governo e mexe com o agronegócio
A crise instalada no governo com o lançamento do Plano Nacional de Direitos Humanos ainda promete dar muita dor de cabeça para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Depois do ministro da Defesa, Nelson Jobim, ameaçar deixar o cargo juntamente com comandantes militares caso alguns dos pontos mais polêmicos da iniciativa não fossem revistos, sexta-feira foi a vez do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disparar contra o plano elaborado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH), comandada pelo ministro Paulo Vannuchi. Juntando-se aos setores dentro e fora do governo que contestam o programa, Stephanes disse que as medidas propostas pelo plano para o setor rural aumentam a insegurança jurídica no campo e foram desenhadas para fortalecer organizações como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Num sinal claro da divisão que toma conta do governo no assunto, Stephanes foi rebatido pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, para quem o plano visa a criação de um ambiente de “paz social” no campo.
– Eu sinto pelo projeto, por a agricultura não estar participando e porque demonstra um certo preconceito em relação à agricultura comercial – lamentou Stephanes.
Oposição vai barrar projeto
A oposição vai tentar suspender o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que cria o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos do governo federal. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (PSDB-AM), já elaborou projeto de decreto legislativo que susta os efeitos do plano. O texto precisa ser aprovado pelo Congresso para que o programa do governo tenha suas recomendações suspensas.
O tucano afirma, ao justificar o projeto, que o texto elaborado pelo governo é inconstitucional. “O ato reproduz, textualmente, o programa de campanha do PT à Presidência da República nas eleições de 2002. O instrumento normativo expedido pelo presidente da República fica indiscutivelmente comprometido, tendo em vista a clara intenção político-eleitoral do conteúdo”, critica Virgílio.




