Grupo JBS faturou forte em financiamentos e agora quer mudar para a Irlanda

Foto de Paulo Giandalia para o Estadão
Foto de Paulo Giandalia para o Estadão

Por Vicente Nunes, do Correio Braziliense

Gente decente que trabalha no setor público anda se perguntando o que o governo fará com o grupo JBS (Friboi e subsidiárias) caso seja levada adiante a proposta de transferência da sede da corporação para a Irlanda.

O grupo empresarial, do qual fizeram parte o atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e seu secretário de Política Econômica, Carlos Hamilton, quer fugir dos impostos pagos no Brasil. A proposta prevê a criação da JBS Foods International,cujas ações serão listadas na Bolsa de Nova York.

Acontece que o JBS entrou de vez na Operação Lava-Jato, desde que a Polícia Federal fez buscas e apreensões na casa de seu presidente, Joesley Batista. Uma das empresas do grupo, a Eldorado Celulose, pegou R$ 940 milhões emprestados do FI-FGTS, fundo de investimentos bancado com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Desse total, R$ 9,4 milhões teriam sido pagos em propina ao deputado afastado Eduardo Cunha.

DOADOR DE CAMPANHAS  

O grupo JBS é um dos maiores doadores de recursos para campanhas políticas. Também se notabilizou por crescer com a ajuda de recursos públicos. No início do primeiro governo Lula, o grupo foi escolhido pelo então presidente Lula como um dos campeões nacionais. Com isso, estima-se que tenha recebido mais de R$ 12 bilhões de bancos federais.