Governo Bolsonaro deu permissões de garimpo a narcotraficante com conexões no PCC

Garimpo ilegal em terra indígena em Roraima (Foto: Greenpeace)

Garimpo ilegal em terras indígenas de Roraima.

Reportagem da agência Spotlight afirma que o traficante “Grota” movimenta mais de R$ 30 milhões mensais obtidos através do tráfico de drogas. Ele obteve 18 permissões de “lavras garimpeiras.”

Desde a posse do presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua sistemática liberação do garimpo em áreas protegidas, a corrida pelo ouro se tornou alvo de criminosos. Além da própria obtenção do metal, a atuação no ramo abre amplas possibilidades para a lavagem de dinheiro obtido com o tráfico de drogas.

Um dos casos mais recentes, divulgado pela polícia federal no último dia 4 na “Operação Narcos Gold”, que tinha como um dos pilares o mandado de prisão preventiva de Heverton Soares Oliveira, o “Grota” ou “Garimpeiro”, foragido, reforça a presença efetiva de líderes do narcotráfico como beneficiários de autorizações para garimpar no atual governo.

Segundo a Agência Spotlight, durante o governo Bolsonaro, “Grota” obteve 18 “permissões de lavras garimpeiras”. Todas com protocolo de entrada em 19 de setembro de 2019, quando o presidente lançou o “Programa Mineração e Desenvolvimento” e as bases para o que sempre defendeu em seus discursos: o vale-tudo no garimpo.

A investigação da PF estima que o esquema de “Grota” movimente mais de R$ 30 milhões mensais obtidos através do tráfico de drogas. Dono de um prontuário de crimes rico e espalhado pelo Brasil, com processos na justiça do Maranhão, Rondônia e São Paulo por tráfico de drogas, organização criminosa, lavagem de dinheiro e homicídio, mesmo assim ele recebeu da Associação Nacional de Mineração (ANM) as permissões de lavras garimpeira.

Pior do que isso, as permissões para o narcotraficante não são ato isolado. Leia a reportagem completa no site da Agência de Jornalismo Investigativo Spotlight.

Da Revista Fórum

Polícia e traficantes perseguem jornalistas no México. A saída são os blogs.

Depois de verem a imprensa acuada pela combinação da violência do narcotráfico e da polícia contra jornalistas, os mexicanos descobriram uma nova fórmula para buscar notícias sobre a guerra entre os cartéis da droga e o governo, um conflito que já matou 66 jornalistas e 14 mil civis e militares na última década.

Até a Agência Norte-Americana de Combate às Drogas (DEA, na sigla em inglês) passou a acompanhar o drama mexicano por meio dos blogs criados por quase 30 jornalistas e cidadãos comuns que passaram a ser a linha de frente numa narcoguerra que a grande imprensa trata com luvas de pelica por temor de represálias.

O fenômeno dos narcoblogs, como o popularíssimo Blog del Narco, que tem cerca de 50 mil acessos diários, provocou uma mudança radical nos hábitos informativos dos mexicanos. Eles agora buscam mais informações nos blogs em vez da imprensa convencional.

Isto é o resultado de uma dupla pressão sobre as redações. Se por um lado o crime organizado transformou os jornalistas em alvos preferenciais, por outro a polícia também passou a usar a intimidação sobre repórteres e editores como forma para impedir denúncias de corrupção nos organismos de segurança pública.

Esta dupla armadilha montada sobre a imprensa é claramente visível no México por conta da radicalização da narcoguerra, mas ela acontece em quase todos os países latino-americanos, inclusive no Brasil. Da Revista Fórum.