Jobim bem próximo à porta de saída.

Dona Dilma espera, neste momento, a chegada do ministro da Defesa, Nelson Jobim, a Brasília, para no mínimo lhe passar uma carraspana e no máximo mandá-lo cuidar de sua bem sucedida banca advocatícia da Capital. As declarações de Jobim, minimizando a ação das ministras Ideli Salvati e Gleise Hoffman no Governo, numa entrevista a revista Piauí, deixaram o núcleo duro do poder horrorizado, com os cabelos em pé. Jobim tem a boca proporcional ao tamanho do corpanzil e não se adapta muito bem àquela curriola do poder. Há pouco tempo afirmou: “Estou cercado de idiotas e de modestos”.

Às 21 horas, foi confirmada a notícia: Jobim volta mesmo a ser advogado e o ex-ministro das Relações Exteriores de Lula, Celso Amorim, assume o Ministério da Defesa. As grandes aquisições que a Defesa deve fazer nos próximos anos, entre elas investir entre 9 e 10 bilhões de dólares no caça tático do projeto FX2, não saem assim das mãos de discípulos do ex-Presidente.

Jobim balança e, por conta de Dona Dilma, cai com certeza.

Depois de dizer que votou em José Serra (PSDB) para presidente da República, a estadia de Nelson Jobim no ministério da Defesa deve ser bastante abreviada. Reportagem da Folha mostra que a presidente Dilma Rousseff tratou Jobim de forma protocolar em evento na sexta-feira, demonstrando sua irritação com ele. Aparentemente, o fato de Jobim ter exposto sua preferência não foi o maior motivo de incômodo, mas sim o fato de não ter avisado Dilma sobre o teor da declaração.

O Planalto registrou que Jobim revelou o voto em Serra na terça de manhã mas não antecipou a declaração, que seria publicada no dia seguinte, na reunião que teve com Dilma naquele dia. Ontem [sexta-feira], integrantes do alto escalão tratavam da demissão sem cerimônia. Dilma chegou a ouvir de diversos interlocutores que o melhor seria demiti-lo de imediato.

Segundo o Globo, quem tenta segurar Jobim é o ex-presidente Lula. Ele defendeu o ministro em evento no Rio:

“Está cheio de gente que votou no Serra e gosta de mim hoje. Pode ter gente que votou em mim e gosta do Serra… A gente não pode fazer política achando que quem não votou na gente é pior do que quem votou”, disse. De José Antonio Lima, da Época, para o blog O Filtro.

Fogo amigo: Vannuchi fala de Jobim.

O ministro Paulo Vannuchi (Direitos Humanos) diz que o colega Nelson Jobim (Defesa) “maculou” a própria biografia ao atacar de modo “indesculpável” o projeto do 3º Plano Nacional de Direitos Humanos. Para ele, Jobim reforçou “os piores segmentos militares” contra a ideia de criar uma Comissão Nacional da Verdade para dar resposta às famílias de desaparecidos políticos na ditadura de 1964. O plano foi lançado por decreto presidencial no início do ano e modificado após pressão de Jobim. O ministro da Defesa criticou a comissão, que consta do plano. Informação da Folha editada pelo portal Política Livre.

PMDB leva seis ministérios.

Palocci, supremo mandatário da República de Ribeirão Preto.

Depois de dias de impasse, a presidente eleita, Dilma Rousseff, acertou ontem que o PMDB ficará com as pastas da Previdência e do Turismo, além das já definidas Minas e Energia e Agricultura. Uma quinta vaga está em negociação na cota do vice-presidente, Michel Temer. E o partido terá ainda a Defesa, com Nelson Jobim. Também ontem, em reunião na Granja do Torto, o senador Aloizio Mercadante (SP) foi convidado e aceitou assumir o Ministério de Ciência e Tecnologia, que sai do controle do PSB e ao do PT. Em nota divulgada pela assessoria, Dilma oficializou as escolhas de Antonio Palocci para a Casa Civil, Gilberto Carvalho na Secretaria-Geral da Presidência e José Eduardo Cardozo no Ministério da Justiça. Agora são seis os ministros já confirmados. Com informações da Folha.

Está refundada, em bases modernas, a República de Ribeirão Preto. Resta saber se o caseiro Francenildo dos Santos vai ser convidado para ministro na jovem democracia. Jobim mostrou força e ficou para ser a cabeça-de-ponte do bilionário projeto FX-2. Os encantos de Carla Bruni mudam, então, de foco, temporariamente.

Balança a decisão de Lula sobre caças da FAB.

Segundo fonte do setor aeroespacial, existem fortes motivos para que o caça francês Rafale, o preferido do ministro da Defesa, Nelson Jobim, não seja escolhido como a nova aeronave de combate da FAB. “O presidente Lula começou a mudar a sua preferência pelo caça francês Rafale em maio deste ano, depois que o presidente Nicolas Sarkozy deixou de apoiá-lo na questão do acordo nuclear proposto pelo Brasil e a Turquia”. Segundo a fonte, Lula teria se sentido traído por Sarkozi e sua atitude colocou em dúvida a consistência da proposta de parceria estratégica oferecida pelo governo francês ao Brasil.

A proposta do caça Rafale, de acordo com fontes do setor, custará ao Brasil por volta de US$ 8 bilhões, o dobro do valor da oferta do sueco Gripen. “Os US$ 4 bilhões a mais do Rafale são muito superiores ao valor dos recursos previstos para a reforma dos aeroportos brasileiros (R$ 6,4 bilhões).

O Jornal Econômico e o portal especializado DefesaNet endossam a notícia.

Helibras dá primeiro passo para novo helicóptero.

O EC725 faz parte do grande acordo Brasil/França para construção de helicópteros, submarinos e compra dos aviões Rafale Dassault.

A Helibras deu início sexta (19) às obras de expansão de sua fábrica para a instalação da linha de montagem do helicóptero militar de grande porte EC725, em Itajubá (MG). Estiveram presentes na cerimônia o presidente da empresa, Eduardo Marson, o presidente mundial da Eurocopter – principal controladora da empresa brasileira – Lutz Bertling, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, o governador do Estado de Minas Gerais, Aécio Neves, e outras autoridades civis e militares.

Com a ampliação, o grupo pretende dobrar sua capacidade de produção e tornar o Brasil no terceiro polo de montagem completa de aeronaves, e para isso está sendo realizado um investimento de US$ 420 milhõess. Hoje, um helicóptero da companhia é 100% montado somente na França e na Alemanha. A nova facilidade terá 11 mil metros quadrados e acomodará, principalmente, a linha de produção do EC725, que já tem 50 unidades encomendadas pelas Forças Armadas do Brasil.

Decreto de Lula cria racha no Governo e mexe com o agronegócio

A crise instalada no governo com o lançamento do Plano Nacional de Direitos Humanos ainda promete dar muita dor de cabeça para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Depois do ministro da Defesa, Nelson Jobim, ameaçar deixar o cargo juntamente com comandantes militares caso alguns dos pontos mais polêmicos da iniciativa não fossem revistos, sexta-feira foi a vez do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disparar contra o plano elaborado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH), comandada pelo ministro Paulo Vannuchi. Juntando-se aos setores dentro e fora do governo que contestam o programa, Stephanes disse que as medidas propostas pelo plano para o setor rural aumentam a insegurança jurídica no campo e foram desenhadas para fortalecer organizações como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Num sinal claro da divisão que toma conta do governo no assunto, Stephanes foi rebatido pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, para quem o plano visa a criação de um ambiente de “paz social” no campo.

– Eu sinto pelo projeto, por a agricultura não estar participando e porque demonstra um certo preconceito em relação à agricultura comercial – lamentou Stephanes.

Oposição vai barrar projeto

A oposição vai tentar suspender o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que cria o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos do governo federal. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (PSDB-AM), já elaborou projeto de decreto legislativo que susta os efeitos do plano. O texto precisa ser aprovado pelo Congresso para que o programa do governo tenha suas recomendações suspensas.

O tucano afirma, ao justificar o projeto, que o texto elaborado pelo governo é inconstitucional. “O ato reproduz, textualmente, o programa de campanha do PT à Presidência da República nas eleições de 2002. O instrumento normativo expedido pelo presidente da República fica indiscutivelmente comprometido, tendo em vista a clara intenção político-eleitoral do conteúdo”, critica Virgílio.