New York Times: “A revelação da trama do supervilão de Bolsonaro é estranhamente emocionante.”

Ilustração de Nicholas Konrad / The New York Times; fotografia de Andressa Anholete / Getty Images

redatora de opinião que se concentra na política, cultura e vida cotidiana brasileiras do New York Times.

SÃO PAULO, Brasil – Não é sempre que um inquérito parlamentar pode levantar seu ânimo. Mas a investigação do Senado brasileiro sobre a gestão do governo da pandemia, que começou em 27 de abril e chamou minha atenção por semanas, faz exatamente isso.

Enquanto a pandemia continua a assolar o país, ceifando cerca de 2.000 vidas por dia , o inquérito oferece a oportunidade de responsabilizar o governo do presidente Jair Bolsonaro. (Mais ou menos.) Também é uma grande distração da realidade sombria. Transmitido online e transmitido pela TV Senado, o inquérito é uma exibição estranhamente fascinante de evasão, inépcia e mentiras descaradas.

Aqui está um exemplo do tipo de intriga oferecido. Em março do ano passado, enquanto a pandemia se desenrolava, uma campanha nas redes sociais chamada “O Brasil Não Pode Parar ” foi lançada pela unidade de comunicações do presidente. Instando as pessoas a não mudarem suas rotinas, a campanha afirmou que “as mortes por coronavírus entre adultos e jovens são raras”. A campanha fortemente criticada acabou sendo proibida por um juiz federal e em grande parte esquecida.

Então a trama se complicou. O ex-diretor de comunicação do governo, Fabio Wajngarten, disse ao inquérito que não sabia “ com certeza ” quem havia sido o responsável pela campanha. Mais tarde, tropeçando nas palavras, ele parecia lembrar que seu departamento havia desenvolvido a campanha – com espírito de experimentação, é claro – que foi então lançada sem autorização. Um senador pediu a prisão do Sr. Wajngarten, que lançou um olhar contemplativo, quase poético ao horizonte. A câmera até tentou aumentar o zoom. Foi incrível.

Veja a íntegra da matéria clicando aqui.

New York Times diz que chineses querem controlar produção brasileira.

Esta deu no portal do Cláudio Humberto:

“O jornal The New York Times publicou nesta sexta (27) uma matéria sobre a imigração de chineses para o Brasil. No texto, a publicação americana fala sobre como ao chegar ao país e não encontrar terra o suficiente para compra, os chineses passaram a financiar a produção de fazendeiros brasileiros para que ao crescer fosse enviada à China. De acordo com um produtor entrevistado, o país do continente asiático precisa de muita soja e os plantadores de incentivo financeiro, o que segundo ele, seria “um novo começo para os fazendeiros de Uruaçu”, cidade no interior de Goiás.  O que a matéria diz em seguida é ainda mais preocupante, segundo o jornal, os chineses pretendem controlar a produção de forma direta sem depender dos produtores ou de algum tipo de associação e “trazer o fervor pela agricultura auto-suficiente de sua nação para o outro lado do mundo”.

O que nem o NYT sabe ou finge não saber, como também Cláudio Humberto, é que a produção de grãos,  algodão e frutas do País já são financiadas e controladas por estrangeiros há mais de duas décadas, porque são os que emprestam dinheiro do plantio e compram o produto na hora da colheita. A famigerada compra de soja verde, pelas grandes multinacionais, que trazia dinheiro para o agricultor comprar insumos, quase quebrou a agricultura brasileira, pois praticava deságios de mais de 30%.

Hoje, toma-se dinheiro em bancos estrangeiros a 3 ou 4% ao ano e faz-se hedge, fixando preços em bolsas, para garantir o financiamento. É o que resta ao produtor, pois os órgãos estatais estão ausentes no financiamento à produção. O Banco do Brasil e outros bancos só financiam pequenos produtores e o Estado só intervém no mercado quando a situação é calamitosa – como foi com o milho no ano passado – e assim mesmo de forma claudicante.

O Afeganistão vai ser a Waterloo de Obama?

Cabul, Afeganistão, por Adam Ferguson, do The New York Times

Os americanos estão enfrentando, no Afeganistão, o mesmo que a Rússia enfrentou por 10 anos e saiu de lá com o rabo entre as pernas. Na semana passada, mais um atentado, com 8 mortos e 40 feridos. O presidente Obama entende que mandando mais soldados vai acabar com o terrorismo internacional. Mas como no Vietnã, pode encontrar outro Waterloo em Cabul.