Mortes no terremoto passam de 30 mil, e ONU já estima 50 mil.

Da Deutsche Welle (DW)

Número oficial de mortos no devastador terremoto chega a quase 30 mil na Turquia, e ao menos mais 3.500 morreram na Síria. Sobreviventes ainda são resgatados, quase uma semana depois, incluindo bebê de 7 meses.

Uma semana depois do devastador terremoto que destruiu regiões do sudeste da Turquia e do noroeste da Síria, as autoridades dos dois países já confirmaram mais de 33 mil mortos até este domingo (12/02).

As autoridades turcas confirmaram ao menos 29.695 mortos até domingo, e na Síria morreram ao menos 3.575. Este número não é atualizado desde sexta-feira.

As Nações Unidas já estimam que mais de 50 mil pessoas morreram no terremoto, que já é um dos dez mais mortais já registrados.

Um médico turco que presta ajuda na cidade de Kahramanmaras afirmou à agência de notícias Lusa que começam a surgir casos de sarna, diarreia e febre relacionados à falta de condições de higiene e saúde daqueles que sobreviveram ao sismo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 26 milhões de pessoas tenham sido afetadas pelos sismos, “incluindo cerca de 5 milhões de pessoas vulneráveis”, de acordo com a organização, cujo diretor, Tedros Adhanom Ghebreyesus, chegou no sábado a Aleppo, na Síria.

O número de feridos nos dois países já chegou a 85 mil.

Milagres entre os escombros

Equipes de resgaste continuam as buscas entre os destroços, mas há cada vez menos esperança de encontrar sobreviventes. Ainda assim, mesmo neste domingo foram retiradas pessoas vivas dos escombros.

Socorristas resgataram uma menina de 13 anos na cidade de Gaziantep, e na província de Hatay um bebê de 7 meses foi resgatado depois de 140 horas sob os escombros, segundo agências de notícias da Turquia.

Resgate em Antakya
Sobrevivente é resgatado e levado a um hospital em AntakyaFoto: Bernat Armangue/AP Photo/picture alliance

Na cidade de Kahramanmaras, um menino de 9 anos foi encontrado vivo depois de 120 horas soterrado.

Também em Kahramanmaras, um homem de 26 anos foi retirado dos escombros de um prédio de 11 andares.

Na cidade de Antakya, no sul da Turquia, uma equipe de resgate salvou um homem sírio de 54 anos que passou 156 horas sob os escombros.

Entre os relatos de sobreviventes resgatados estão ainda uma garota de 5 anos que passou 150 horas soterrada, um homem de 35 anos retirado dos destroços depois de 149 horas e uma mulher grávida e seu irmão, que foram salvos também depois de 149 horas soterrados.

Prisões de empreiteiros

A Justiça turca criou uma unidade especial para investigar possíveis negligências na construção dos edifícios que desabaram com o sismo e já emitiu mais de 110 mandados de detenção, anunciou o governo da Turquia.

Segundo a imprensa local, a polícia turca deteve no sábado pelo menos 14 pessoas nas províncias de Gaziantep e Sanliurfa e entre elas figuram empreiteiros e engenheiros civis. Ao menos 6 mil edifícios desabaram na Turquia devido ao terremoto.

O número de vítimas na Síria é bem inferior ao da Turquia porque os trabalhos de resgate avançam num ritmo muito mais lento no país, que há anos está em guerra civil. Além disso, o epicentro do tremor foi na Turquia.

A Turquia também recebe mais ajuda internacional. O Ministério turco do Exterior divulgou que mais de 8 mil socorristas estrangeiros estão no país.

O secretário-geral adjunto das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, afirmou neste domingo que a população do noroeste da Síria está abandonada face à falta de ajuda internacional para atenuar as consequências do devastador terremoto.

Griffiths está na fronteira entre a Síria e a Turquia para avaliar a situação. No sábado, ele estimou que o número total de mortos pode ultrapassar 50 mil.

“Nós falhamos com o povo do noroeste da Síria. Eles sentem-se abandonados, e com razão. Esperam a ajuda internacional que não chegou”, lamentou Griffiths.

A Síria e a Turquia foram atingidas, na madrugada de segunda-feira passada, por um terremoto de magnitude 7,8, ao qual se seguiram dezenas de réplicas, uma das quais de magnitude 7,5.

O abalo ocorreu às 4h17 (horário local) na segunda-feira, e seu epicentro foi próximo à capital da província de Gaziantep, um importante centro industrial no sudeste da Turquia. Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), o epicentro ocorreu a uma profundidade de 18 quilômetros.

as (Lusa, Reuters, AP, DPA, AFP)

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Terremoto mata mais de 2.400 na Turquia e na Síria - 05/02/2023 - Mundo - Folha

A Turquia sofreu um segundo forte terremoto nesta segunda-feira (6), cerca de 9 horas após um tremor de magnitude 7.8 na escala Richter ter atingido o sul do país e o norte da Síria. O impacto do segundo, com epicentro distrito de Elbistan, na província turca de Kahramanmaras, teve força de 7.5. Segundo informações oficiais, o número de mortos nos dois países passa de 2 mil, mas algumas fontes calculam que o rescaldo da tragédia pode apontar duas dezenas de milhares de mortos e feridos graves. Mais de cem pequenos tremores secundários foram relatados pelas autoridade turcas.

Terremoto mata mais de mil pessoas na Turquia e na Síria — Foto: Arte/g1

Só na Turquia, a número de mortos no primeiro terremoto aumentou e passou de 2 mil, de acordo com a agência de desastres do país, a AFAD.

Em pronunciamento público, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan disse que o desatre de hoje é o maior enfrentado pelo país desde o terremoto en Erzincan de 1939. Ele pediu união e solidariedade à população e disse que há um empenho para que as equipes de resgate cheguem  às regiões mais distantes afetadas pelos tremores.

Segundo especialistas e centros de pesquisa de atividades sismológicas, os principais pontos que podem explicar, em parte, o tamanho da destruição provocada são:

  • O fato de que a Turquia fica espremida entre três placas tectônicas que se atritam – a da Eurásia ao norte, a da África-Arábia ao sul, e a Placa da Anatólia.

  • Desta vez, o epicentro do tremor, ou seja, o ponto da superfície onde o terremoto é primeiro sentido, foi perto da cidade de Gaziantep, uma região no centro-sul da Turquia bem perto da fronteira com a Síria e próxima do encontro dessas placas.

  • Segundo o Centro Alemão de Pesquisa em Geociências, esse epicentro foi a 10 quilômetros da superfície, uma profundidade considerada baixa, muito próxima ao solo. O tremor de 1939, por exemplo, aconteceu a uma profundidade equivalente, cerca de 20 quilômetros.

  • Outro fator importante foi a força do abalo sísmico. Ao jornal “The New York Times”, Januka Attanayake, sismólogo da Universidade de Melbourne, na Austrália, disse que a energia liberada pelo tremor desta segunda foi equivalente a 32 petajoules, uma quantidade suficiente para abastecer a cidade de Nova York por mais de quatro dias.

  • Além de toda essa enorme quantidade de energia liberada inicialmente, de acordo com o USGS, o terremoto desta segunda foi seguido, 11 minutos depois, por um tremor secundário de magnitude 6,7 e, horas mais tarde, por um de magnitude 7,5, que provocaram maiores destruições.

  • Fora isso, houve mais de 40 réplicas – tremores menores que sucederam o principal.

  • Por causa das mudanças na crosta terrestre, grandes terremotos são frequentemente seguidos por esses tremores secundários. O de 1939, por exemplo, também produziu tremores do tipo. Contudo, com o passar do tempo e a consequente recuperação das falhas, esses eventos se tornam cada vez mais raros;

  • Apesar disso, ainda de acordo com o USGS, terremotos mais rasos como esse da Turquia são muito mais prováveis ​​de serem seguidos por tremores secundários do que terremotos mais profundos, com epicentros maiores que 30 km de profundidade.

Com agências internacionais e redes de TV.