A Polícia Federal (PF) pediu às autoridades suíças outra cópia do sistema Drousys, o sistema de informática para comunicação do setor de propinas da Odebrecht. Os peritos descobriram violações no arquivo que estava com a Procuradoria-Geral da República (PGR). A informação é do blog O Antagonista, de extrema-direita.
Integrantes da equipe de Rodrigo Janot, antecessor a atual procuradora Raquel Dodge, acessavam diretamente as planilhas com os registros de propina, sem cumprir os protocolos para garantia da integridade da prova.
O advogado Rodrigo Tacla Durán, que prestou serviços para a Odebrecht e denunciou a indústria da delação premiada na Lava Jato, entregou documentos para a CPMI da JBS, mas o relatório do deputado Carlos Marun, aprovado em dezembro, não apontou que esses papéis, periciados na Espanha, contêm pelo menos um indício de fraude na investigação do Ministério Público Federal. Do 247.
Temos um caso simples de criminosos acobertados no âmbito da própria Justiça? Para quem frauda coisas simples, de pouco valor, como os penduricalhos dos vencimentos, acobertar criminosos no momento da coleta de provas pode ser um negócio bem rendoso.
O ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Durán, mostra no livro ‘Testemunho – O que sei sobre Odebrecht e a Operação Lava Jato’ uma prova de que negociou acordo de delação premiada com o amigo do juiz Sergio Moro, o advogado Carlos Zucolotto Jr – padrinho de casamento do magistrado.
De acordo com a Carta Capital, Zucoloto conseguiu reduzir de R$ 15 milhões para R$ 5 milhões a multa que a força-tarefa da Operação Lava Jato queria de Durán em troca de uma delação.
A redução teria sido obtida à base de dinheiro, R$ 5 milhões.
O livro de Durán, pronto para ir para a gráfica. O juiz Moro e todos os seus julgamentos comprometidos pelas manobras do compadre.
Uma das provas que Durán diz ter, e consta no livro, é uma conversa tida por eles através do aplicativo para celular Wicker, que destrói mensagens assim que elas são lidas. Ele fotografou a conversa e a submeteu a uma perícia.
No diálogo, ambos conversam sobre uma estratégia de defesa, na qual Zucolotto diz ter um contato que consegue entrar na negociação da pena e promete insistir para que ele converta a prisão para domiciliar, além de reduzir a multa.
Em troca, Durán pagaria um terço dos honorários por fora, para que o advogado possa “cuidar das pessoas que ajudaram”. Outra prova em posse de Durán seria um e-mail enviado à defesa por três procuradores da força-tarefa – Carlos Fernando dos Santos Lima, Roberson Pozzobon e Julio Noronha – com a minuta do acordo de delação, na qual há pista sobre os R$ 5 milhões que seriam usados para azeitar do acordo.
A multa de R$ 15 milhões seria paga com dinheiro de uma conta sem fundos. A multa ficaria automaticamente reduzida a R$ 5 milhões.
Durán diz ainda que a delação da Odebrecht seria praticamente uma fraude, construída dessa forma, com a cumplicidade da força-tarefa de Curitiba. Segundo ele, a empreiteira revelou apenas uma das contas usadas para pagar “por fora” João Santana e Mônica Moura, a Shellbill, porque eles recebiam também pelas contas Deltora Enterprise Group, Zeal e Nicolas Sawne Barake.
De acordo com a Carta Capital, outra informação pela metade seria o sistema eletrônico usado para pagamento de propinas. A Odebrecht citou apenas o Drousys, mas preservou da força-tarefa o sistema My Web Day, com informações até do suborno a juízes.
Durán é acusado de participar de esquemas de lavagem de dinheiro e pagamento de propina.
Sua prisão ocorreu em novembro de 2016, na 36ªfase da Lava Jato. Como tem cidadania espanhola, já estava na Europa e foi capturado pela Interpol. Ele saiu em janeiro deste ano e em julho conseguiu que a Justiça da Espanha negasse sua extradição.
Tacla Durán será ouvido na CPI da JBS nesta quinta-feira (30), no entanto o juiz Sérgio Moro proibiu que ele fizesse um depoimento em processo na qual o ex-presidente Lula da Silva é indiciado.
É apenas um vazamento de um dos 77 termos de delação ajustados com a Justiça Federal, dentro da Operação Lava-Jato, que diretores e altos funcionários da maior empreiteira do País irão fazer. Nada ainda foi homologado pelo Ministério Público, muito menos admitido como prova pela Magistratura.
Apesar da precocidade do momento jurídico, a metade dos políticos importantes da Bahia já foi citada, entre eles o governador Rui Costa e o ex-governador Jaques Wagner (PT), a senadora Lídice da Mata (PSB), o ex-ministro da Secretaria Geral da presidência Geddel Vieira Lima (PMDB), os deputados federais Daniel Almeida (PCdoB), Jutahy Junior e Antonio Imbassahy (PSDB), Lúcio Vieira Lima (PMDB), Antonio Brito (PSD), Arthur Maia (PPS), José Carlos Aleluia e Cláudio Cajado (DEM), Benito Gama (PTB), os deputados estaduais Adolfo Viana (PSDB) e Leur Lomanto Júnior (PMDB), o vereador Paulo Magalhães Jr. (PV) e o ex-deputado Colbert Martins (PMDB).
No entanto, todos estão preocupados em desmentir. Wagner, que teria recebido R$10,5 milhões entre 2006 e 2010, segundo o delator, classificou o documento como uma relação completa de inverdades.
Particularmente, acho que de fato existem muitas inverdades nisso aí: Wagner, proeminente na política há mais de uma década, não arrecadaria, na maior empreiteira do País, apenas irrisórios R$10,5 milhões.
Veja por exemplo detalhes da Operação da PF denominada “Hidra de Lerna”, deflagrada em outubro, que investiga o desvio de fortunas protagonizado por Rui Costa e os ex-ministros Mário Negromonte e Márcio Fortes, ex-titulares do Ministério das Cidades.
O buraco negro da corrupção ainda vai engolir muita gente boa da Bahia, junto com as suas caras campanhas eleitorais.
As perdas das empresas brasileiras na Líbia são importantes. Só a Odebrecht interrompe duas obras de porte, como o novo terminal de passageiros do aeroporto internacional e o terceiro anel viário de Trípoli, somando 2,3 bilhões de dólares. Também a Queiroz Galvão e a Andrade Gutierrez têm obras importantes interrompidas. As negociações para a retomada das obras no caso da queda de Muammar Kadafi não tem prazo para iniciar e podem levar um longo tempo. Os prejuízos pela interrupção dos trabalhos são incalculáveis.