Vazio Sanitário da soja começa no dia 26 e exige atenção dos produtores da Bahia

Plantas voluntárias precisam ser eliminadas.

Faltam poucos dias para o início do Vazio Sanitário da soja na Bahia. A partir de 26 de junho, produtores da Região I – que engloba os principais municípios produtores do oeste baiano, como Luís Eduardo Magalhães, Barreiras, São Desidério, Formosa do Rio Preto, Correntina, Riachão das Neves, Cocos e Santa Maria da Vitória – deverão eliminar plantas vivas ou voluntárias de soja até o dia 7 de outubro. A medida é uma das principais estratégias para o controle da ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi), doença que pode comprometer severamente a produtividade das lavouras.

Neste ano, o calendário da soja na Bahia foi reorganizado. Por meio da Portaria SDA/MAPA nº 1.271, de 30 de abril de 2025, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) dividiu o estado em três regiões agrícolas, cada uma com datas específicas, tanto para o vazio sanitário quanto para o início da semeadura. A Região I, que concentra a maior parte da produção de soja da Bahia, será a primeira a entrar no período de vazio sanitário.

A semeadura na Região I poderá ser realizada entre os dias 8 de outubro e 31 de dezembro. Já na Região II, o plantio será permitido de 15 de setembro a 15 de dezembro; e na Região III, entre 15 de março e 25 de junho de 2026. Com essa divisão, o objetivo é garantir um manejo mais eficaz das doenças, respeitando as especificidades climáticas e sanitárias de cada área.

A ferrugem asiática é a principal preocupação. De difícil controle, a doença se espalha rapidamente pelas lavouras e pode causar grandes perdas. Por isso, o vazio sanitário – período de pelo menos 90 dias em que não se pode plantar nem manter vivas plantas de soja – tem um papel essencial: ele interrompe o ciclo do fungo na entressafra e reduz a pressão da doença sobre a próxima safra.

Para reforçar o controle fitossanitário, a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) instituiu, por meio de Portaria Estadual 043 de 29 de maio de 2025, o Programa Estadual de Prevenção e Controle de Pragas para a cultura da soja. A medida estabelece normas sobre o cadastro obrigatório das propriedades, o acompanhamento da ocorrência de pragas durante a safra e as regras para cultivos excepcionais, entre outros pontos.

A Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) tem orientado os produtores sobre o cumprimento das exigências legais e das boas práticas agrícolas. “Nosso foco é garantir que todos estejam cientes da legislação vigente para a cultura da soja, especialmente no que diz respeito ao manejo de pragas e doenças”, afirma Aloísio Júnior, gerente de Agronegócio da Aiba. “Este ano, o vazio sanitário foi regionalizado, e isso exige ainda mais atenção dos agricultores, principalmente nas áreas que passaram a ser zoneadas recentemente.”

Aloísio destaca que o vazio sanitário é uma estratégia indispensável. “É a principal forma de quebrar o ciclo da ferrugem asiática, uma das doenças mais severas que afetam a soja. Nosso trabalho é orientar o setor produtivo e buscar soluções equilibradas para garantir a sanidade da produção agrícola da Bahia”, finaliza.

‘Cacauicultura começa a ganhar espaço no Oeste baiano’, diz Leão.


Comitiva do Governo do Estado esteve na região com representantes da Ceplac e Ufob  

Graças à parceria de três empresas, Grupo Schmidt Agrícola, Tamafe Tecnologia, especializada em mudas de citricultura e a TFR Consultoria Agrícola, o Oeste baiano ganhou mais um projeto de cacauicultura. A Bio Brasil, iniciado há dois anos com pesquisa e desenvolvimento de cacau em viveiro na Fazenda Solaris no município de Riachão das Neves, recebeu a visita do vice-governador João Leão, secretário do Planejamento, acompanhado de Almir Silva e Paulo Marrocos da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e pelo reitor da Universidade Federal do Oeste da Bahia, Jacques Antonio de Miranda. A região já abriga outros produtores da cultura, a exemplo do grupo Santa Colombo, que investe na produção de cacau no município de Cocos. 

O Brasil é o sétimo produtor mundial de cacau. De acordo com dados do IBGE, a safra de 2020 atingiu 269 mil toneladas (t). A Bahia é o segundo produtor da cultura no país com 107 mil toneladas, já o Pará fica em primeiro lugar (144 mil t). De acordo com o vice-governador, a Bahia tem uma deficiência de mais de 70% em relação ao cacau que é produzido.

“Nós precisamos produzir. O Sul da Bahia tem uma produtividade média de 40 arrobas por hectare (ha). Aqui no Oeste, nas primeiras experiências que fizemos, chegamos a 200/250 arrobas/ha. O grupo Schimidt está realizando uma maravilha. Segundo a Ceplac, não tem nada igual no Brasil e no mundo ao que estamos vendo aqui. Inicialmente nossa ideia produzir pra abastecer a Bahia, depois vamos caminhar para exportação. Queremos criar um selo com a chancela da Ufob, Ceplac e Governo da Bahia, com financiamento do BNB, Desenbahia, Caixa Econômica e BB para o pequeno, médio e grande produtor. Da mesma maneira que conseguimos plantar  soja, milho e algodão no Oeste da Bahia, vamos virar uma potência do cacau e mostrar a força da produtividade baiana”, declara Leão.

“Há dois anos começamos com pesquisa e desenvolvimento de cacau, agora estamos iniciando o primeiro viveiro com 120 mil mudas de cacau, em um contexto de muita pesquisa e desenvolvimento, tentando trazer a muda com rusticidade, adaptada ao cerrado, às novas áreas não tradicionais do cacau que o Brasil está almejando daqui para frente.

Para nós é um sucesso poder mostrar esse estudo de dois anos atrás. Eu digo que isso é o cacau do futuro, esse é o cacau que o Brasil vai começar a enxergar daqui para frente”, afirma Moisés Schmidt, do Grupo Schmidt Agrícola, que já tem 35 hectares de cacau plantado e está iniciando projeto de mais 400 ha na Fazenda Solaris.

A comitiva esteve ainda no Distrito de Irrigação dos Perímetros Irrigados de Nupeba e Riacho Grande (DNR). O local tem 5mil hectares, sendo 1,5 mil ha implantados com projetos agrícolas, piscicultura e avicultura, com destaque para a produção intensiva de galinhas poedeiras.  Atualmente são gerados 1,5 mil empregos diretos, 2 mil indiretos, que devem quadruplicar quando os 5 mil hectares forem implantados.

Justiça determina prisão preventiva de mandante e executores do médico da Barra

Médico pediatra é assassinado dentro de consultório no oeste da Bahia - Jornal Correio

Após três meses de investigações, os acusados pela morte do médico Júlio César de Queiroz Teixeira residente no município de Barra, interior da Bahia tiveram suas prisões decretadas.

Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público estadual nesta quinta-feira (18), o crime ocorreu no dia 23 de setembro de 2021, às 8h30, no interior da Clínica Mãe, localizada no centro da cidade.

Naquele dia, quatro tiros de arma de fogo foram disparados por Jefferson Ferreira contra o médico, que estava em atendimento. O suspeito chegou ao local de capacete, efetuou os disparos e fugiu.

O crime foi encomendado, e o mandante chama-se Diego Silva, vulgo “Diego Cigano”, que imaginou que o profissional de saúde teria olhado de forma indevida para os seios de sua esposa, e por conta do ciúmes teria pago pelo crime.

Então, Jefferson Ferreira da Silva, Ranieri Magalhães Borges, Adeilton de Souza Borges e Fernanda Lima da Silva, efetuaram a ação por recompensa no valor de R$ 2 mil para cada, e com relação ao executor da ação o pagamento não foi em espécie e sim através de perdão de dívida anterior.

Oeste da Bahia começa a semeadura do algodão neste domingo, 21.

Termina neste sábado, 20 de novembro, o vazio sanitário para o algodão, na região Oeste da Bahia. No dia seguinte, 21, as plantadeiras darão início ao trabalho da semeadura, em uma safra que promete ser, de acordo com os produtores, excelente. Embora, atualmente, os altos custos dos insumos – e mesmo a ameaça de escassez de alguns deles – sejam uma preocupação, a safra 2021/2022 foi planejada em um cenário distinto do atual, com alguns produtos, como fertilizantes, custando menos. Para este ciclo, a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) estima um crescimento de área no estado de cerca de 9% ante a safra anterior, que foi de 266.662 hectares, 98% deste total, na região Oeste, cerrado baiano.

Um dos produtores que decidiu ampliar o plantio foi Paulo Schmidt, do Grupo Schmidt, que planta algodão, soja e milho nos municípios de Barreiras, Luís Eduardo Magalhães, Riachão das Neves e Formosa do Rio Preto. Nesta safra 2021/2022, as lavouras de algodão da família serão 22% maiores que na passada. “Planejamos, um ano atrás, quanto iríamos plantar e negociamos os defensivos e fertilizantes em outros patamares de preço. Hoje, a situação seria totalmente diferente”, afirma, já pensando em 2022/2023.

De acordo com o produtor, apenas um revés do clima ou uma intercorrência ligada a alguma praga pode frustrar a expectativa de uma excelente safra para o Grupo. “A agricultura é uma atividade de risco, mas se tudo correr dentro da normalidade, será uma safra para entrar na história”, pondera. Os Schmidt trabalham com instrumentos de proteção contra as variações cambiais, como o hedge, tanto para as vendas no mercado futuro, quanto para as compras de insumo. Hoje 70% de suas despesas são dolarizadas.

O exemplo citado, segundo o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi, reflete o modo de pensar e agir do cotonicultor brasileiro. “O produtor de algodão planeja cada safra, pelo menos, um ano antes, analisando o mercado e definindo suas estratégias de mitigação de risco climático e financeiro. Agora, com isso tudo preparado, é hora de colocar o plano em ação, da melhor maneira possível. Na safra passada, tivemos um dos menores índices de infestação por bicudo-do-algodoeiro já registrados. Isso se deve ao bom trabalho feito pelo produtor, e às ações orquestradas pela Abapa, através do seu Programa Fitossanitário, com a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab)”, ressalta o presidente. “Para a safra que vem, a história é outra. O planejamento será em outras bases”, concluiu Bergamaschi.

Em política, união e sinergia são os nomes dos jogos.

Uma poderosa frente democrática pode estar se formando no Oeste, no âmbito dos dois maiores colégios eleitorais, Barreiras e Luís Eduardo Magalhães. Júnior Marabá, prefeito de Luís Eduardo; Zito Barbosa, prefeito de Barreiras; e Danilo Henrique, representante da família que já governou Barreiras e tem objetivos muito claros para o futuro.

É evidente que a união sinérgica destas três forças tem vistas para as eleições de 2022, mas com uma visão muito nítida do que serão as eleições de 2024.

A articulação desse encontro se deve ao presidente do Progressistas em Luís Eduardo, Jader Marabá, considerado a “eminência parda” dos excelentes índices de aprovação da gestão da Capital do Agronegócio. Negociador nato, Jader herdou do pai, Ondumar Marabá, a capacidade de transformar limões em limonada.

Em Luís Eduardo, Advogado é condenado a pagar multa, solidariamente, por litigância de má-fé.

Por que os juízes usam martelo no tribunal? | Super

A mulher alegava que a negativação de seu nome no serviço de proteção ao crédito seria indevida, já que o débito seria inexistente e fruto de falha na prestação do serviço. Mas o juiz Claudemir da Silva Pereira considerou que a ré demonstrou a legitimidade do crédito por meio de farta documentação.

O magistrado lembrou que o advogado da causa já havia ajuizado outras ações artificiais na mesma vara, todas negando dívidas e pedindo indenização — atualmente existem 63 processos do advogado tramitando nos juizados baianos. Segundo o juiz, a peça da vez era genérica, padronizada, idêntica aos outros processos em curso e não contemplava minimamente as especificidades do caso.

De acordo com ele, a exordial não especificava o caráter compensatório da indenização, não demonstrava a extensão do dano e não abordava a capacidade econômica das partes nem a extensão da culpa da ré.

“Não se preocupou o causídico, ou a própria consumidora, em diligenciar sobre a existência, ou não, da dívida junto à empresa responsável pelas restrições creditícias envolvendo o nome do seu cliente, datas, valores, produtos etc.”, ressaltou.

O advogado sequer teria substituído os dados da petição, já que se referia à comarca como se pertencesse ao estado de Goiás, e afirmava que a sua cliente residiria em Santo Antônio do Descoberto (GO). Para o juiz, seria “inusual” o fato de o advogado contratar clientes em locais muito distantes de seus escritórios.

“Sendo o mesmo advogado e, sem escritório nesta comarca, insistindo nestas diversas lides, que demonstram sim a prática da advocacia predatória, com lide artificial e temerária, patente a má-fé, acredito que não é justo, desta forma, somente penalizar a parte, a consumidora, a demandante, que não sabe bem o que pode acontecer de uma aventura jurídica”, concluiu o juiz. A multa determinada foi de 9% do valor atualizado da causa.

PME assume operações da New Holland no Oeste da Bahia

Tratornew e New Holland promovem a Quinzena Digital Tratornew - Diário Agrícola | AgroPlanning

Nova concessionária abrirá as portas em Luís Eduardo Magalhães, região com um dos mais altos índices de produtividade de soja do país

A PME Máquinas e Equipamentos, empresa pertencente ao Grupo Pianna, está assumindo a rede de concessionárias New Holland Agriculture em umas das regiões com maior índice de produtividade de soja do país: o oeste baiano. A cidade de Luís Eduardo Magalhães será a primeira a contar com a nova unidade PME no estado, a partir do dia 5 de julho.

Forte na produção não só de soja, mas também de milho, algodão e feijão, o oeste da Bahia é o cenário ideal para os planos de ampliação da rede PME, que possui atualmente 6 lojas New Holland Agriculture nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e na própria Bahia. Os planos são ambiciosos e preveem que a empresa chegue a 2023 com 11 unidades New Holland, atuando nos ramos de construção e agrícola.

“A PME possuem robustez e credibilidade para levar a melhor experiência New Holland aos nossos clientes da Bahia e de outras regiões. A escolha para assumir as nossas operações nessas regiões se deve à solidez do grupo, que é amplamente reconhecido pelo mercado. Com isso, teremos o atendimento que o cliente New Holland merece”, afirma Paulo Máximo, diretor de Desenvolvimento de Rede da New Holland Agriculture para a América do Sul. Segundo ele, as novas concessionárias terão toda a infraestrutura para atender com competência o exigente mercado de Luís Eduardo Magalhães e região.

Pujança do agronegócio alça vendas da New Holland no Brasil - Grupo Amanhã

Segundo o diretor de negócios da PME e do Grupo Pianna, Leonardo Pianna, a empresa tem um planejamento preparado para atender pequenos e médios produtores da região de Luís Eduardo Magalhães, que requerem uma atenção especial. “Mas também vamos atuar junto a grandes produtores, com um mix de produtos que passam por colheitadeiras de grande porte, tratores das linhas T7 e T9, plantadeiras e pulverizadores”, pontua.

Os agricultores baianos não vão encontrar apenas uma ampla variedade de produtos e plataforma de serviços, segundo Pianna, mas também a excelência do atendimento pós-venda da New Holland. “Teremos uma grande disponibilidade de peças”, garante ele, com uma convicção e dedicação que a família carrega no sangue.

Descendentes de imigrantes italianos, o Grupo Pianna é parceiro da CNH Industrial, dona da marca New Holland, de longa data. Tudo começou com o pai de Leonardo, Antenor Pianna, que morou no campo ainda quando jovem. Posteriormente, abriu uma loja de secos e molhados em Linhares (ES). Com o tempo, ele e o irmão expandiram os negócios da família e hoje o grupo atua nas áreas de comércio de veículos, distribuição de bebidas e venda de máquinas agrícolas e de construção. “Fomos precursores no comércio de máquinas agrícolas no Espírito Santo”, orgulha-se Leonardo.

Além de assumir as operações da New Holland Agriculture em Luís Eduardo Magalhães, a PME deve inaugurar em breve outras duas lojas, em Bom Jesus e Uruçuí, ambas no Piauí, assumindo também as operações New Holland nessas regiões do estado. Com isso, o Grupo Pianna deve somar até lá 1.400 funcionários no total. Contando apenas as 3 novas unidades da Bahia e Piauí serão 70 novos colaboradores.

Leonardo Pianna afirma que as expectativas para a expansão dos negócios são otimistas. “Além dos negócios e do agro estarem no nosso DNA, existe uma linha estratégica nossa para a expansão nessas frentes. Já era um pensamento nosso fazer esse movimento de ampliação dos negócios ligados ao agro. Com esta oportunidade que surgiu para um projeto tão significativo nessa região, de expressão nacional, nos sentimos honrados e com toda a estrutura para poder assumir as operações New Holland”, finaliza.

Confira os lotes de vacinas vencidas aplicadas em Barreiras e Luís Eduardo Magalhães.

Crédito: Pixabay

A Folha de São Paulo publica hoje um longo relatório de lotes de vacinas vencidas aplicadas. Clique no link para ver a matéria completa e conferir os lotes vencidos de cada cidade.

Dados oficiais do Ministério da Saúde divulgados pela Folha de S. Paulo nesta sexta-feira (2) mostram que 1.532 municípios aplicaram 26 mil doses da vacina AstraZeneca fora do prazo de validade. As cidades mais afetadas foram Maringá (3.536 pessoas), Belém (2.673) e São Paulo (996).

Barreiras aplicou 24 lotes vencidos e está entre os 161 municípios com mais vacinas vencidas aplicadas.

Luís Eduardo Magalhães está em 2.344º lugar, com apenas um lote de vacinas vencidas, o de número 4120Z005.

O referido lote estava alocado no ESF Moacir Marchezan, mas não é informado se foi retirado para as campanhas de drive thru. Este código deve estar anotado em sua Caderneta de Vacinação.

Para saber se você recebeu a dose vencida, confira se o lote da dose da AstraZeneca que aparece em sua carteira de vacinação é um dos listados abaixo:

Lote: 4120Z001 – vencida em 29 de março
Lote: 4120Z004 – vencida em 13 de abril
Lote: 4120Z005 – vencida em 14 de abril
Lote: CTMAV501 – vencida em 30 de abril
Lote: CTMAV505 – vencida em 31 de maio
Lote: CTMAV506 – vencida em 31 de maio
Lote: CTMAV520 – vencida em 31 de maio
Lote: 4120Z025 – vencida em 4 de junho

Para verificar se a vacina proporcionou anti-corpos para a Covid-19, o paciente deve realizar exames 20 dias após a primeira dose. Entre eles:

Sorológico IGG-IGM, com resposta imediata;

Titulação do IGG-IGM, com resultado com 10 dias;

Anti-corpos Neutralizante. Resultado em 10 dias.

Novo decreto: toque de recolher no Oeste da Bahia vai até dia 8 de junho.

Com permissão para abrir comércio, região Oeste da Bahia segue com toque de recolher e outras medidas.

Em decreto publicado neste sábado (29) no Diário Oficial do Estado, seguem mantidos, de domingo (30) até o dia 8 de junho, o toque de recolher e outras medidas de restrição em cidades do Oeste da Bahia.

A publicação flexibiliza a medida que restringia o funcionamento de apenas serviços essenciais na região. As novas ações, que têm como objetivo conter a disseminação da Covid-19, valem para 36 municípios: Angical, Baianópolis, Barra, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Brejolândia, Brotas de Macaúbas, Buritirama, Canápolis, Catolândia, Cocos, Coribe, Correntina, Cotegipe, Cristópolis, Formosa do Rio Preto, Ibotirama, Ipupiara, Jaborandi, Luís Eduardo Magalhães, Mansidão, Morpará, Muquém do São Francisco, Oliveira dos Brejinhos, Paratinga, Riachão das Neves, Santa Maria da Vitória, Santa Rita de Cássia, Santana, São Desidério, São Félix do Coribe, Serra do Ramalho, Serra Dourada, Sítio do Mato, Tabocas do Brejo Velho e Wanderley.

Fica mantida a restrição de locomoção noturna das 20h às 5h. Os estabelecimentos comerciais e de serviços devem encerrar as atividades 30 minutos mais cedo, para garantir o deslocamento de funcionários às residências. Cada município deve estabelecer critérios para lotação dos estabelecimentos permitidos e fiscalizar o cumprimento da medida.

Está proibido o funcionamento de academias, exceto os espaços voltados ao atendimento de fisioterapia, de acordo com protocolos sanitários estabelecidos, que indicam a atividade como uma possibilidade para determinados tratamentos pós Covid-19.

Proibida também a prática de esporte amador coletivo, de eventos e atividades, independente do número de participantes, e de shows e festas. Já os atos religiosos litúrgicos podem ocorrer com 25% da capacidade dos espaços.

Ainda de acordo com o novo decreto, está vedado o funcionamento de bares, restaurantes e congêneres, no período de 18h do dia 4 de junho até as 5h do dia 7 de junho. Também neste período, estará proibida a venda de bebida alcoólica em quaisquer estabelecimentos, inclusive por sistema de entrega em domicílio (delivery) ou em depósitos e distribuidoras.

Cumprimento de medida

Seguindo decreto anterior, 24 municípios da região oeste cumprem, até este sábado (29), restrição para o funcionamento de apenas serviços essenciais.

Pública denuncia aquisição ilegal de terras por estrangeiros, grande parte delas no Oeste baiano

BTG e XP estão a serviço de estrangeiros suspeitos de compra ilegal de terras

Da Publica

Quem acompanha o noticiário lê, com frequência, sobre falta de interesse e medo de investidores estrangeiros apostarem no Brasil sob Bolsonaro. Operações do próprio mercado financeiro revelam um lado B nessa narrativa, como no último dia 24 de janeiro, quando a XP Investimentos juntou-se ao banco BTG Pactual para uma parceria que resultou numa operação milionária com uma expoente do agronegócio no país, a Brasilagro.

Juntas, as matrizes dos dois bancos e suas filiais nos Estados Unidos venderiam o equivalente a mais de R$ 670 milhões em ações de uma “das maiores empresas brasileiras em quantidade de terras agricultáveis” do país. Tanto o BTG quanto a XP venderiam os papéis sob uma condição: o que não fosse comprado por terceiros seria adquirido por ambos.

O problema é que o governo investiga a Brasilagro por suspeita de aquisições ilegais de terras desde 2016. Para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a companhia é suspeita de atuar “em desconformidade com a lei”, driblando limites impostos nas vendas de terras a estrangeiros.

Ao contrário do que o nome da empresa sugere, documentos obtidos pela Pública indicam que são investidores argentinos e norte-americanos que conduzem a Brasilagro.

Com acesso a um conjunto de documentos oficiais, a reportagem identificou compras desse grupo estrangeiro na Bahiano Maranhão e no Piauí – todas “sem autorização do Incra ou do Congresso Nacional”, em desconformidade com a lei. Atualmente, há uma série de restrições, como limites de áreas que podem ser adquiridas e a exigência de autorização prévia do governo para a venda de terras a estrangeiros.

As fazendas da Brasilagro se espalham pelo berço das águas brasileiro, o Cerrado. Parte das propriedades fica em sua nova fronteira da soja, o chamado Matopiba, que engloba os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Nesse território, maior que a França e a Inglaterra somadas, denúncias de grilagem e desmatamento se multiplicam enquanto o preço das terras se valoriza desde os anos 2000.

Dados reunidos pelo Chain Reaction Research – consórcio que monitora o agronegócio em esfera global – mostram que, entre 2012 e 2017, a Brasilagro teria derrubado mais de 21 mil hectares de matas nativas em suas fazendas.

Em seu relatório anual de 2019, a companhia registrou que parte da devastação está sob julgamento. Em 2013, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) teria multado a Brasilagro em R$ 5,9 milhões por desmatamento ilegal de uma área de proteção permanente em Goiás.

A companhia recorreu à Justiça Federal no estado e, em 2019, informou à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos: “Estamos aguardando o julgamento dos recursos do Ibama. Considerando que houve decisão favorável em primeira instância nesse processo em particular, nossa chance de derrota foi avaliada como remota”.

Faz parte do modelo de trabalho da Brasilagro comprar e “preparar” terras para o cultivo de cana-de-açúcar, milho e soja, ou para a pecuária em larga escala. A produção agrícola do grupo é vendida a grandes empresas do exterior, como a holandesa Bunge, a norte-americana Cargill e a britânica Glencore. Feito o serviço, o que era Cerrado vira ativo financeiro: terras já desmatadas e registradas no governo valem mais, especialmente para agronegócios.

“A criação de fundos de investimento específicos, como o Fiagro, e de um mercado fundiário onde donos podem ‘picotar’ suas propriedades em diferentes matrículas no Incra, especulando com seus imóveis, são indícios de uma ‘financeirização’ das terras e do agronegócio no Brasil”, diz o professor da Universidade de São Paulo (USP) Fábio Pitta, que há anos pesquisa o papel de investidores estrangeiros na destruição do Cerrado e de seus povos, especialmente no Matopiba.

“Os produtores rurais dependem dos preços futuros de commodities, determinados pelo mercado financeiro. Eles produzem para pagarem suas dívidas, mas criam novas dívidas para isso. Ou seja, é um modelo [de negócio] que segue o padrão das bolhas especulativas”, diz o professor, também membro da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos.

“Tem espaço para todo mundo crescer nesse negócio”

Em julho de 2020, meses antes da milionária venda de ações, o presidente da Brasilagro, André Guillaumon, apresentou as credenciais do grupo em um bate-papo com a XP Investimentos. “Temos um portfólio de aproximadamente 300 mil hectares no Brasil”, disse, para logo após emendar: “Tem espaço para todo mundo crescer nesse negócio”.

Em setembro do ano passado, foi o BTG Pactual que entrou em cena. O banco passou a administrar um novo fundo de investimentos vinculado à Brasilagro, avaliado em mais de R$ 363 milhões até 10 de maio passado, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais.

Na prática, o BTG controla parte dos ativos e passivos da gigante agrícola por meio desse fundo. Assim, o banco negocia as ações pertencentes ao grupo paulista Charles River, focado em investimentos mais arriscados, de renda variável nas bolsas de valores. O grupo tem cerca de 10% das ações da Brasilagro.

Além disso, entre acionistas com poder de voto na gigante agrícola existem fundos ligados ao Citibank e ao JP Morgan, bancos norte-americanos acusados de ameaçar a Amazônia e seus povos, ao europeu Credit Suisse e ao Itaubank S.A., do grupo Itaú.

Procurados pela Pública, tanto BTG Pactual quanto XP Investimentos preferiram não comentar.

O território nacional na mira de estrangeiros

Desde 2010, o Incra é o responsável por autorizar ou não vendas de terras a estrangeiros, especialmente de propriedades de médio e grande portes, o nicho da Brasilagro.

A empresa já alegou ao governo que “não é proprietária de imóveis rurais”, mas fiscais identificaram que ela “adquiriu um total de 319 mil hectares” até 2016.

Para a situação não ser ilegal, a Brasilagro precisava apresentar os registros fundiários em seu nome e mostrar que não era uma companhia comandada por estrangeiros. Como havia suspeita sobre a empresa, o Incra abriu um procedimento para apurar a situação em maio de 2016, fazendo com que a Brasilagro enviasse, já no mês seguinte ao início da apuração, um calhamaço de documentos: quase 200 páginas de comprovantes, documentos fiscais e uma lista completa dos seus então acionistas.

O Incra identificou, assim, que cada uma das ações negociadas em bolsas de valores aqui ou no exterior corresponde a um voto nas assembleias gerais da Brasilagro.

“Conclui-se que quem participa com maior número de quotas [ações] detém o poder de deliberação da empresa”, diz um documento do órgão fundiário.

Documento do INCRA indica que estrangeiros são responsáveis pela Brasilagro

Os fiscais do governo afirmaram em sua apuração: “É nítido o maior quantitativo de ações em nome de estrangeiros” na Brasilagro.

O rápido avanço da investigação em 2016, ano do impeachment de Dilma Rousseff (PT), não teve a mesma celeridade entre os governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (sem partido).

Na prática, diretores do Incra, à época indicados pelo Centrão, não deram andamento aos pedidos dos fiscais, retardando eventuais descobertas sobre a companhia.

Os fiscais pediam informações de cartórios municipais espalhados pelo Cerrado. Para confirmar ou não as suspeitas, o Incra necessitaria encontrar os registros das fazendas declaradas pela Brasilagro nos cartórios.

No mesmo período, o tema ressurgiu na política. O Senado aprovou um projeto que facilita a venda de terras a estrangeiros, uma proposta de lei hoje sob análise da Câmara.

Dança das cadeiras

Com menos de um mês de investigação, o Incra apontou “241.289 hectares [de fazendas] adquiridos e ainda não vendidos” pela Brasilagro. À Pública, o órgão informou que não houve aval para essas aquisições.

Pouco antes, em janeiro de 2016, o então presidente da companhia empolgava-se com futuras compras no país.

“Quando olhamos o câmbio e nossas margens e vemos no setor oportunidades importantes de aquisição [de terras], estas operações se mostram mais interessantes”, disse ao Estadão Júlio César de Toledo Piza Neto.

Após oito anos na empresa, o executivo renunciou à presidência e à diretoria de Relações com Investidores da companhia. Piza Neto era um dos nomes fortes da Brasilagro junto ao mercado financeiro – atualmente é membro do conselho superior do agronegócio da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) até o fim de 2021.

Fato é que Piza Neto não foi o primeiro grande nome a se afastar da expoente agrícola – ao menos publicamente. Antes dele, o bilionário Elie Horn fez o mesmo. Horn manteve um “sólido relacionamento de mais de 15 anos” com os sócios majoritários da Brasilagro.

Fundador de uma das maiores construtoras no Brasil, a Cyrela, Horn trabalhou pela credibilidade da companhia junto ao mercado financeiro, segundo a Bloomberg. Afastado do conselho da Brasilagro desde julho de 2012, o empresário segue como um dos sócios: Horn mantém ações na expoente agrícola em seu nome e em nome de sua Cape Town LLC, empresa registrada no estado de Delaware (EUA).

Horn previu, na Agência Estado, um “novo boom imobiliário” logo após a vitória de Jair Bolsonaro (sem partido) nas eleições. “Só gostaria que esse boom não fosse tão grande quanto no passado”, disse ainda em 2018. Na mesma entrevista, ele declarou estar “animadíssimo” com o futuro governo.

Um processo vagaroso

Após os primeiros indícios de irregularidades, o Incra precisava encontrar os registros das fazendas nos cartórios, averiguando onde a Brasilagro teria arrendado, adquirido ou comprado terras com suspeita de ilegalidade. Nesse ponto, o processo ficou vagaroso.

Levou quase dois anos entre uma sugestão por novas diligências, em junho de 2016, e um pedido de envio de ofícios aos cartórios. Em março de 2018, apenas uma assinatura do diretor de Ordenamento da Estrutura Fundiária do Incra era necessária para a expedição dos documentos. Mas houve nova pausa, de um ano, até os envios em maio de 2019 – período em que três diretores passaram pelo cargo.

À Pública, o Incra informou que Rogério Papalardo Arantes foi o primeiro a receber o pedido por diligências contra a Brasilagro. Ele virou diretor após indicação de seu tio, o ex-deputado Jovair Arantes (PTB), ligado ao Centrão, quando aliado da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Arantes ficou cerca de três meses no cargo e saiu após a Operação Registro Espúrio, do Ministério Público Federal (MPF), que envolveu seu nome na investigação. Procurado pela reportagem, Rogério não retornou até a publicação.

Meses depois, Cletho Muniz de Brito, o “Brito do Incra”, assumiu o cargo. Brito ganhou fama no início do governo Bolsonaro ao pedir a paralisação da reforma agrária no país, como noticiou a Repórter Brasil.

Brito também teria ignorado, por seis meses, o pedido por diligências contra a Brasilagro. Ele também já foi investigado, só que por corrupção na superintendência do Incra em Rondônia. Procurado pela reportagem, Brito não retornou até a publicação.

À Pública, um dos servidores envolvidos na apuração sobre a Brasilagro disse “não lembrar” se as mudanças internas influenciaram as investigações. “Apurações muitas vezes demoram porque há pouco efetivo ao nosso dispor. Analisamos conforme a equipe dá conta”, disse, sob anonimato.

Oficialmente, o Incra diz que a investigação segue “a cargo da Divisão de Fiscalização e Controle de Aquisição por Estrangeiro”. A última movimentação foi a “expedição de oito ofícios” a cartórios no “Piauí, Maranhão, Mato Grosso, Bahia, Minas Gerais e Goiás”.

Oficialmente, o governo mantém o entendimento de que “foram adquiridos imóveis rurais pela Brasilagro sem autorização do Incra ou do Congresso Nacional, após a publicação do Parecer AGU/LA-01/2010”, a lei que rege o tema.

O suposto método

Pública procurou os cartórios que receberam pedidos de informação do Incra em sua busca pelos registros das fazendas da Brasilagro. Apenas um respondeu: o de Correntina, no extremo oeste da Bahia. Seu oficial responsável alegou não ter recebido documento algum do Incra, mas no material consultado pela reportagem há comprovantes dos envios pelo órgão fundiário.

A partir dessa ponta solta, a Pública identificou um possível método por trás das atividades da Brasilagro. A Filial Chaparral, que fica em Correntina, é uma das cinco fazendas da companhia no oeste baiano. Trata-se de um latifúndio maior que 2 mil estádios do Maracanã onde a Brasilagro planta e colhe toneladas de algodão, milho e soja, à beira da rodovia BR-020, uma das principais rotas para escoamento agrícola nesse canto do país.

O consórcio Chain Reaction Research já flagrou desmatamentos na região, como em dezembro de 2018, quando o grupo teria derrubado quase 2 mil hectares das matas nativas na área.

Mesmo sob o controle da Brasilagro, a Chaparral não está registrada em seu nome. Segundo o Sistema de Gestão Fundiária do governo federal, a fazenda pertence à Imobiliária Cajueiro Ltda., cujos responsáveis legais são o presidente e diretor da Brasilagro, o paulistano André Guillaumon e o argentino Gustavo Javier López.

Ambas as empresas ficam no mesmo endereço, no quinto andar do número 1309 na avenida Brigadeiro Faria Lima, São Paulo. “É uma prática muito comum aqui no país porque, em caso de problemas, os empresários conseguem ‘cortar os fios’, impedindo que punições afetem seu patrimônio. Mas no caso de estrangeiros é uma prática ilegal”, diz um dos servidores do Incra envolvidos no processo da Brasilagro.

“Em seis meses era possível chegar a uma conclusão, pedindo informações aos cartórios, fazendo diligências, acionando órgãos que fazem controle acionário no país”, afirma o mesmo servidor, que falou sob a condição de anonimato.

A Brasilagro empregaria o mesmo método com outras oito imobiliárias no Cerrado – avaliadas aproximadamente em R$ 380 milhões, segundo a Receita Federal. Como explicou o servidor do Incra, “tem empresas que dividem suas áreas em dois, três, vários CNPJs [Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica], às vezes com intenção de fugir da fiscalização, ao mesmo tempo que é um controle contábil e uma manobra jurídica comuns no Brasil”. Ao fazê-lo, ele explica, a Brasilagro desvincula suas fazendas de seu CNPJ matriz.

“Quando se cria uma série de CNPJs, você dificulta até para o cartorário, porque ele avaliará documentos de uma empresa registrada no Brasil, com sede no Brasil, identificando brasileiros entre os sócios, porém são empresas controladas por grupos econômicos do exterior. É uma forma de burlar a lei”, diz o advogado Maurício Correia, coordenador da Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais (AATR) da Bahia. A associação monitora a compra de terras por estrangeiros no Cerrado há anos.

Segundo Correia, o mesmo método – envolvendo imobiliárias comandadas por grupos do exterior – já foi identificado no extremo oeste baiano. O coordenador da AATR alerta que o governo pode até decretar a nulidade das aquisições da Brasilagro caso comprovadas as irregularidades. “Na prática, os investidores perderiam as terras sem que haja, necessariamente, um cancelamento das matrículas junto aos cartórios municipais”, afirma.

R$ 1 bilhão em terras 

Dados da Receita Federal organizados pelo site Brasil.io mostram que a Brasilagro vale mais de R$ 1 bilhão, somando-se suas imobiliárias às filiais diretas.

A companhia abriu sete dessas filiais após o marco legal que limita a venda de terras a estrangeiros no país. São elas que detêm os registros das fazendas Arrojadinho – também no oeste baiano – e São José II, em São Raimundo das Mangabeiras (MA), entre outras.

São José II tem pouco mais de 17 mil hectares, sendo 10 mil deles voltados para o cultivo de milho e soja no Cerrado maranhense. A própria Brasilagro anunciou essa compra de R$ 100 milhões aos seus acionistas, ainda em 2017.

O método foi repetido no Piauí já durante a pandemia. Em maio de 2020, a companhia adquiriu uma fazenda de 4.500 hectares em Baixa Grande do Ribeiro, uma das frentes de avanço da soja no Matopiba, por outros R$ 25 milhões. Novamente, compras sem o crivo do Incra ou do Congresso Nacional.

À Pública, a Brasilagro disse que “é uma empresa brasileira com ações listadas no segmento do Novo Mercado da B3 e conduzimos nossos negócios utilizando as melhores práticas de governança corporativa”. “Reiteramos que todas as operações e transações realizadas pela Companhia estão em regularidade com a legislação aplicável”, afirmou a empresa por meio de nota à reportagem.

Brasil só no nome?

Ruralistas argentinos, além do Banco de Nova York, diversos fundos de pensão dos Estados Unidos e muitas offshores – firmas registradas em paraísos fiscais –, estão entre os que se beneficiam dos negócios da Brasilagro.

A gigante do agronegócio argentino Cresud, por exemplo, detém a maior parte das ações individuais da companhia. A investidores dos Estados Unidos, a Cresud não esconde os riscos das operações aqui no Brasil.

“A implementação da lei [que limita a venda de terras a estrangeiros no Brasil] pode nos exigir aprovações antes de futuras aquisições […] e outros procedimentos adicionais, que podem resultar em atrasos e/ou incapacidade de obtenção das aprovações exigidas por lei”, declarou a Cresud, em junho de 2020, à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos.

No site da Brasilagro quase não há informações sobre outros sócios, mas a Pública encontrou investidores bilionários dos Estados Unidos, como os fundos de aposentadoria de Utah, dos servidores públicos de Los Angeles e do sistema educacional do Missouri – todos com poder de voto.

Um dos representantes desses investidores no Brasil é Ricardo José Martins Gimenez, empresário que toma decisões na Brasilagro em nome do banco municipal e do fundo de pensões de Nova York.

Esse mesmo executivo representa também uma offshore chamada Kopernik, sediada nas Ilhas Cayman e no estado de Delaware, de acordo com o governo dos EUA. A Kopernik também vota nas assembleias da Brasilagro.

Até o fechamento do texto, não houve retorno por parte dos fundos de pensões dos Estados Unidos, nem dos investidores argentinos da Cresud.

Uma ofensiva norte-americana

O caso da Brasilagro ressalta, mais uma vez, a presença de investidores dos Estados Unidos no Cerrado. Há outros dois emblemáticos: o fundo de aposentadoria dos professores norte-americanos, chamado de TIAA, e a Universidade Harvard.

Relatórios da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos apontam que ambos acumularam mais de 750 mil hectares no Brasil desde 2008. Somando às áreas da Brasilagro, dá mais de 1 milhão de hectares no Cerrado – uma faixa de terras maior que Pernambuco.

Em 2018, a Pública revelou que empresa que integra fundo de Harvard comprou terras griladas na Bahia

Estima-se que apenas Harvard tenha gastado quase meio bilhão de dólares em terras no berço das águas do país até agora.

O dinheiro da universidade norte-americana financiou a grilagem de uma fazenda maior que a cidade de São Paulo nos confins do Cerrado, em Cotegipe (BA), como já mostrou a Pública. O caso rendeu processos na Justiça estadual e teve desdobramentos em outubro de 2020, como relatado pela Mongabay.

Em dezembro passado, mais problemas, dessa vez com antigos negócios do TIAA na mesma região.

O fundo dos professores dos EUA também se viu envolvido em uma das maiores grilagens de terras no Brasil, uma disputa em torno de 800 mil hectares no interior baiano – quase o dobro de todo o estado do Rio de Janeiro.

Essa disputa entre grileiros se dá em Formosa do Rio Preto (BA), líder disparada em desmatamento no Cerrado, bem na divisa com Piauí e Tocantins. É o lado oculto da chamada Operação Faroeste, deflagrada em novembro de 2019.

Essa investigação do MPF revelou um balcão ilegal de negócios no Tribunal de Justiça do estado da Bahia, com venda de sentenças em grandes disputas por terras no extremo oeste do estado.

A Faroeste respinga ainda na Cargill, também dos Estados Unidos. Uma das líderes do agronegócio global, teria adquirido soja cultivada em áreas envolvidas pelo mesmo esquema, segundo reportagem da Mongabay.“O cenário não é animador, pois há um aprofundamento do papel do mercado financeiro na agricultura, com mais especulação sobre as terras e mais disputas, com endividamento de famílias, empresas, governos. Os impactos são os piores possíveis, especialmente para as comunidades do Cerrado”, diz o professor da USP Fábio Pitta.

Atualização dia 26 de maio às 16h25: Após a publicação, a XP investimentos encaminhou a seguinte nota: “Em respeito aos leitores da Agência Pública, a XP informa que é falso o título da reportagem ‘BTG e XP estão a serviço de estrangeiros suspeitos de compra ilegal de terras’. Tais fatos inexistem”.

Governo da Bahia baixa decreto de restrições para 36 cidades do Oeste da Bahia.

Apenas os serviços essenciais devem funcionar em 36 municípios do oeste da Bahia a partir deste sábado (15). Fica determinada também a restrição de locomoção noturna das 20h às 5h. As medidas, que têm o objetivo de conter a disseminação da Covid-19 na região, serão publicadas em decreto no Diário Oficial do Estado (DOE) deste sábado (15).

As restrições valem até o dia 25 de maio, nos municípios de Angical, Baianópolis, Barra, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Brejolândia, Brotas de Macaúbas, Buritirama, Canápolis, Catolândia, Cocos, Coribe, Correntina, Cotegipe, Cristópolis, Formosa do Rio Preto, Ibotirama, Ipupiara, Jaborandi, Luís Eduardo Magalhães, Mansidão, Morpará, Muquém do São Francisco, Oliveira dos Brejinhos, Paratinga, Riachão das Neves, Santa Maria da Vitória, Santa Rita de Cássia, Santana, São Desidério, São Félix do Coribe, Serra do Ramalho, Serra Dourada, Sítio do Mato, Tabocas do Brejo Velho e Wanderley.

Nesses 36 municípios, fica proibida também a venda de bebida alcoólica em quaisquer estabelecimentos, inclusive por sistema de entrega em domicílio (delivery) ou em depósitos e distribuidoras, até as 5h de 25 de maio. Restaurantes, bares e congêneres poderão operar somente de portas fechadas, na modalidade de entrega em domicílio (delivery), até as 24h.

Já os estabelecimentos que funcionem como mercados poderão comercializar apenas gêneros alimentícios, bebidas não alcoólicas e produtos de limpeza e higiene, sendo vedada a venda de bebidas alcoólicas. Os estabelecimentos devem isolar seções, corredores e prateleiras nos quais estejam expostos os produtos não enquadrados como gêneros alimentícios ou produtos de limpeza e higiene.

A lotação máxima permitida em cada estabelecimento comercial, de serviços e financeiro, como mercados e afins, bancos e lotéricas, cujo funcionamento esteja autorizado, deverá ser definida em ato editado por cada Município, considerado o tamanho do espaço físico, com o objetivo de evitar aglomerações.

Transporte

O decreto suspende ainda, a partir da primeira hora de 16 de maio, a circulação e a saída, e, a partir da nona hora de 16 de maio, a chegada de qualquer transporte coletivo intermunicipal, público e privado, rodoviário e hidroviário, nas modalidades regular, fretamento, complementar, alternativo e de vans, nos 36 municípios, até o dia 25 de maio.

Podem circular somente os transportes rodoviários e hidroviários, públicos ou particulares, para deslocamento de trabalhadores, desde que conduzidos para o exercício de atividade profissional. Outras exceções deverão ser autorizadas pela Agerba ou pelos Municípios.

SAC

Ficam suspensas também as atividades presenciais nos órgãos e entidades da Administração Pública Estadual não enquadrados como serviços públicos essenciais, devendo ser adotado o regime de trabalho remoto, de 15 maio até as 5h de 25 de maio. O decreto suspende ainda os atendimentos presenciais do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC).

Eventos proibidos

Seguem proibidos, nos 36 municípios, os eventos e as atividades, independentemente do número de participantes, ainda que previamente autorizados, que envolvam aglomeração de pessoas. As festas e os shows permanecem suspensos em toda a Bahia.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP), por meio da Polícia Militar e da Polícia Civil, apoiará as medidas necessárias adotadas nos Municípios, em conjunto com guardas municipais. Os infratores podem ser autuados nos artigos 268 e 330 do Código Penal.

Preparando-se para o desastre sanitário no Oeste da Bahia.

Notícias vindas de Barreiras dão conta que a Feira Livre, no centro da Cidade, estava, como sempre, atulhada de pessoas neste sábado.

De Luís Eduardo Magalhães temos a notícia de que a ACELEM – Associação Comercial estaria preparando uma grande carreata para o dia de amanhã, com o objetivo de protestar contra o fechamento do comércio no final de semana.

A par disso, os laboratórios da UFOB já constataram dois exames com a nova variante brasileira do Coronavírus, mais agressiva na disseminação, mais grave na instalação da doença e mortífera não só para idosos, mas para jovens e crianças.

Por seu turno, o Site Mais Oeste obteve a informação que pelo menos 4 pacientes de outras cidades foram transferidas para a UTI ( Unidade de Terapia de Intensiva ) COVID-19 do Hospital do Oeste em Barreiras.

Os pacientes que estavam na fila de espera para uma vaga nas UTI´s  de Salvador e de Guanambi foram transferidas de avião para Barreiras. O primeiro paciente chegou na madrugada de quinta para sexta e os outros no decorrer desta sexta-feira (26 ). A taxa de ocupação das UTIs de Barreiras é de 43%.

Variante do Coronavírus já foi detectada no Oeste da Bahia.

O responsável técnico pelo Núcleo de Estudos de Agentes Infecciosos e Vetores da UFOB, dr. Jaime Henrique Amorim, oficiou à Coordenadora do Núcleo Regional de Saúde do Oeste da Bahia, Suzete Cristina Dias e Silva, informando a detecção da variante P2 do SARS Cov-2.

O cientista adverte que a variante “tem maior capacidade de transmissão e de escape da resposta imunológica.”

 

Área plantada com trigo na Bahia pode alcançar 20 mil hectares nos próximos anos. 

A tropicalização do trigo, que antes era produzido apenas na região Sul, é um exemplo claro da importância da pesquisa e da inovação na agropecuária

Com potencial de expansão da área plantada para pelo menos 20 mil hectares nos próximos anos com o uso de tecnologias de manejo e de variedades atuais, a triticultura no Oeste da Bahia pode contribuir na busca pela autossuficiência do Brasil no cereal.

Das cerca de 12,5 milhões de toneladas consumidas internamente, apenas 6,81 milhões de toneladas deverão ser produzidas no país em 2020, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O Oeste baiano faz parte do Matopiba, grande fronteira agrícola nacional da atualidade que integra o Cerrado do Maranhão, do Tocantins, do Piauí e da Bahia, sendo responsável por grande parte da produção nacional de grãos como soja e milho, e de fibras como o algodão.

Na região, o trigo é plantado em sistema irrigado, em rotação com a soja, o milho ou o algodão sob pivô, cultivos voltados à produção de sementes ou plumas, respectivamente. Nesses sistemas, o trigo atua quebrando ciclos de pragas e doenças, além de reduzir a infestação de plantas daninhas e de deixar, após a colheita, uma palhada de boa qualidade. Já o trigo em sistema de sequeiro, apesar de ser pontualmente testado por alguns produtores, praticamente não é cultivado devido ao maior risco representado pelos solos arenosos da região, que têm menor capacidade de retenção de água.

Estimativas da Conab apontam que a área plantada com trigo na Bahia neste ano – quase a totalidade na região Oeste – ainda é pequena, de cerca de 3 mil hectares, mas pesquisadores acreditam que possa alcançar rapidamente 20 mil hectares nos próximos anos.

A produção estimada para 2020 é de cerca de 17 mil toneladas, o equivalente a uma produtividade média de 5,66 ton/ha (ou 94,4 sc/ha), bem superior à média nacional de 2,9 ton/ha (ou 48,3 sc/ha) projetada para o ano. “Mas há produtores que chegam a produzir 7 ton/ha (116,6 sc/ha) seguindo as recomendações de manejo e plantando variedades mais modernas”, aponta o pesquisador Julio Albrecht, da Embrapa Cerrados (DF).

Ele lembra que a Embrapa atua com o trigo na região desde meados da década de 1980, com o plantio de ensaios de valor de cultivo e uso (VCU) em áreas de produtores. Exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), os ensaios de VCU são realizados para comprovar, em condições de cultivo, o valor agronômico de linhagens candidatas a cultivares, segundo normas elaboradas pelo próprio Ministério.

A Embrapa tem atualmente conduzido e avaliado experimentos com novas variedades e linhagens de trigo na região. As variedades também são avaliadas pelos produtores em campos experimentais e lavouras comerciais, observando as recomendações de manejo prescritas pela pesquisa científica. “Na medida em que fomos lançando novas variedades, a área cultivada foi aumentando, sobretudo de 2005 para cá”, diz Albrecht.

As condições climáticas e geográficas favoráveis ao cultivo do trigo irrigado no Oeste baiano são semelhantes às do Brasil Central (Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais), local onde foram selecionadas as cultivares da Embrapa para o Bioma Cerrado. Temperaturas elevadas durante o dia e amenas à noite, dias com alta luminosidade e altitudes que variam de 600 a 1.000 metros são fatores que influenciam positivamente na produtividade e na qualidade industrial dos grãos, considerada uma das melhores do mundo.

As recomendações de plantio, de manejo e de controle de pragas e doenças da cultura para a região se assemelham às preconizadas para o Brasil Central, sendo também a brusone a doença mais recorrente. “Com os mesmos cuidados preventivos e recomendações, os produtores têm conseguido escapar da doença ou minimizar os seus efeitos”, afirma o pesquisador da Embrapa Cerrados.

Segundo Cleber Soares, diretor de Inovação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a tropicalização do trigo, por meio do processo de inovação, é um exemplo claro da importância da pesquisa e da inovação na agropecuária.

“O trigo, que é uma cultura originalmente de clima temperado, que há décadas passadas era produzido quase exclusivamente na região Sul do Brasil, hoje graças à inovação agropecuária brasileira é possível cultivar no cerrado brasileiro, inclusive no Nordeste e em parte da região da caatinga. Isso mostra, a exemplo de outras culturas como a soja, que com inovação é possível expandir a produção agropecuária e, sobretudo, ofertar mais alimento na mesa do consumidor e do cidadão brasileiro”, diz o diretor, lembrando a recente colheita de trigo no estado do Ceará.

Para Soares, a expansão do cultivo poderá tornar o Brasil um grande produtor mundial de trigo. “A nossa perspectiva é de que, com o avanço do trigo tropical na região do Cerrado e no Nordeste Brasileiro, esperamos em um horizonte de tempo de curto prazo, quem sabe até em dois anos deixarmos de importar trigo e, por que não, pensarmos até em exportar trigo para o mundo”, afirma o diretor do Mapa.

Celso Moretti, presidente da Embrapa, diz que, depois de “tropicalizar” diversos tipos de plantas e animais nas últimas décadas, o Brasil agora trabalha para a “tropicalização” do trigo. “Estamos trazendo trigo para os trópicos. No entorno do DF, já temos trigo de alta qualidade. E tivemos a satisfação da primeira colheita no Ceará”.

Opção para o produtor 

Osvino Fábio Ricardi, proprietário da Fazenda Savana, em Riachão das Neves (BA), acredita no aumento da área plantada de trigo no Oeste da Bahia nos próximos anos. “A tendência é de aumento porque a área com agricultura irrigada está aumentando e o trigo é uma opção para a rotação de culturas. Não é a cultura mais rentável, mas é rápida e tranquila”, afirma, destacando a qualidade do grão colhido na região, que tem peso do hectolitro (PH)* variando de 82 a 85, o que indica boa qualidade.

Em 2020, foram plantados 1.625 hectares de trigo na propriedade. “Este ano, a realidade climática foi mais favorável”, observa. A expectativa do produtor é colher 6 ton/ha (ou 100 sc/ha) na atual safra, superando as 5,8 ton/ha (ou 96,66 sc/ha) obtidas em 2019.

Para o próximo ano, ele espera plantar entre 800 e 1.200 hectares, conforme o planejamento de rotação de culturas estabelecido pela fazenda. “Muitos produtores tiveram sucesso este ano e há o interesse em continuar plantando”, comenta, lembrando que, como o ciclo da cultura na região varia de 90 a 110 dias, o rendimento médio fica em torno de 1 sc/ha/dia.

Consultor em trigo na fazenda, o engenheiro agrônomo Pedro Matana Jr. conta que o primeiro plantio do cereal na propriedade ocorreu na safra de 2010, em uma área de algodão com soja e milho em rotação sob pivô de irrigação. Ele explica que a opção por plantar trigo na área, que apresentava boa fertilidade, se deveu à presença de nematoides. “Avaliamos táticas de controle químico e biológico e decidimos colocar uma planta nova. Hoje, sabemos que o trigo tem baixo fator de reprodução de nematoides, de acordo com avaliações”, diz.

Ele lembra que a elevada produtividade média obtida naquele ano, de 7,5 ton/ha (ou 125 sc/ha), estimulou vizinhos a plantarem o trigo nas safras seguintes. “Nós mesmos não continuamos plantando porque o preço do algodão ficou mais atrativo, mas ficamos com a boa lembrança do trigo”.

Tanto que, em 2015, a fazenda voltou a plantar o cereal, realizando, inclusive, um dia de campo para demonstrar a viabilidade na região. Segundo Matana, diversos produtores passaram a cultivá-lo, mesmo que em áreas pequenas e não em todos anos. “O maior estímulo não é o financeiro. Geralmente, são grandes produtores com algum problema agronômico, já que o trigo, no mínimo, aumenta a diversidade de plantas na área. E outros ainda não ocultivam porque ainda não há moinhos em operação na região”, explica.

O consultor, que também visita trigais em outras propriedades da região, observa que nem todos os produtores foram bem sucedidos com a cultura, por terem tomado decisões de manejo de forma reativa, sem planejamento. Por isso, ele atenta para a necessidade de compreensão das especificidades de manejo da cultura para o Cerrado baiano. “Muitos produtores conhecem o trigo do Sul, mas ainda não entenderam que aqui tanto a estratégia de manejo como as ameaças são diferentes. Você trabalha com outra adubação, outra população de plantas, regulador de crescimento etc.”, explica.

Ao longo dos últimos 10 anos, o consultor tem observado que, se por um lado há uma sazonalidade de produtividade na região, por outro há a segurança de se produzir um trigo de qualidade pão ou melhorador. “Podemos colher, na média, o mesmo que no Sul do País, mas tudo de grãos melhoradores”.

Matana ressalta a quebra do paradigma de que o trigo seria uma cultura exclusiva de clima frio, citando a primeira colheita de trigo no Ceará este ano, em experimentos conduzidos pela Embrapa. A produtividade média foi de 3,6 ton/ha (ou 60 sc/ha), considerada surpreendente pelos pesquisadores. Nesse sentido, ele aposta no potencial de expansão da cultura no Nordeste, como a região central da Bahia e o Piauí. “É uma fronteira que está aberta e tem que ser explorada”.

Cultivar mais plantada

A cultivar de trigo BRS 264 da Embrapa é a mais plantada pelos produtores da região, que também têm testado a cultivar BRS 394. Enquanto alguns produtores avaliam esses e outros materiais em parcelas piloto, outros já realizam plantios em escala comercial. “A BRS 264 se sobressai pela precocidade, pela qualidade e pela produtividade, com lavouras comerciais produzindo 6 ton/ha (ou 100 sc/ha). Além disso, é a mais demandada pelos próprios moinhos”, diz Albrecht.

A Fazenda Savana utiliza cultivares de diferentes empresas, incluindo a BRS 264, que este ano ocupa 250 hectares da área com trigo. “Ela tem um ciclo mais precoce e é produtiva, sendo um trigo melhorador”, diz Ricardi. “A grande maioria dos triticultores planta a cultivar porque ela está sob medida para a região e atende à demanda dos moinhos quanto à qualidade de farinha exigida pelo consumidor. Aqui, ela consegue produzir um grão melhorador e branqueador (de farinha)”, completa Matana.

O consultor diz que a cultivar apresenta, no campo, um elevado potencial produtivo – média de 6 ton/ha (ou 100 sc/ha), tendo sido colhidas 7,62 ton/ha (ou 127 sc/ha) em uma área de 80 hectares em 2010 na Fazenda Savana –, além de estabilidade entre as safras e ampla adaptação em solos arenosos (como é o caso da região) bem manejados. Já o ponto fraco, que é a suscetibilidade à brusone, deve ser mitigado com estratégias de manejo.

Gargalo 

O principal limitante à produção do trigo no Oeste baiano é a comercialização, já que os moinhos mais próximos de Luís Eduardo Magalhães, um dos municípios produtores do cereal na região, estão no Distrito Federal, a 550 km, e em Salvador, a 960 km, o que encarece o frete. Por isso, os grãos são comercializados para moinhos do DF, de Anápolis e Goiânia (GO) e de Estados do Nordeste. “Neste ano, houve moinhos de Maceió (AL) que buscaram trigo no Oeste da Bahia”, lembra o pesquisador Jorge Chagas, da Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS).

Mas a situação pode melhorar em breve. Um moinho está em construção em Luís Eduardo Magalhães e há empresas moageiras do Paraná, de São Paulo e de Salvador (BA) interessadas em atuar na região, uma vez que o preço do trigo importado tem aumentado em consequência a alta do dólar – atualmente, o trigo FOB (sigla para free on board ou “livre a bordo”) tem sido cotado a R$ 1.100/ton, em média.

Osvino Fábio Ricardi acredita que o estabelecimento do moinho pode estimular a cadeia do trigo na região.

“E como há uma previsão da redução da área plantada de algodão em pivô no ano que vem, abre-se espaço para culturas como milho, feijão e para o próprio trigo”, acrescenta Pedro Matana Jr.

Para o diretor de Abastecimento e Comercialização do Mapa, Sílvio Farnese, a localização dos grandes moinhos de trigo nos portos faz com que a logística de transporte seja mais onerosa que as importações, que entram no país de navio.

“Sem dúvida equacionando esses entraves, não só Oeste da Bahia, como os estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal têm um grande potencial de produção. Porém, como existem poucas unidades de moinhos, há dificuldade de comercialização pelo produtor, sobretudo se a produção se elevar muito. Uma alternativa é a produção em contrato com os moinhos da região”, diz Farnese.

*Peso do hectolitro é a massa de 100 litros de trigo, expressa em Kg. É medida tradicional de comercialização em vários países e expressa indiretamente atributos de qualidade dos grãos, em especial os relacionados à moagem. Na determinação do peso do hectolitro, estão associadas várias características do grão, como a forma, a texturado tegumento, o tamanho, o peso, bem como as características extrínsecas ao material, como a presença de palha, de terra e de outras matérias estranhas.

Aquilo que estava previsto aconteceu: explodiu a bomba do Coronavírus em Barreiras.

Neste momento um advogado conhecido em Barreiras está recebendo oxigênio sentado em uma cadeira num dos corredores do Hospital Eurico Dutra, enquanto seus amigos esquentam o dedo no telefone à procura de socorro. O fato é emblemático e gravíssimo.

Hoje aconteceram duas novas mortes em Barreiras e segundo informações extra-oficiais, dos anunciados 10 leitos de UTI no Hospital Central apenas quatro estão funcionando. E já existe uma fila de espera de mais 6 pacientes em enfermaria. Faltam medicamentos, faltam bombas de infusão, faltam anestésicos, falta pessoal especializado e certamente faltam equipamentos de segurança. Hoje mesmo 3 pessoas de enfermagem foram afastadas por contaminação.

Os casos estão se multiplicando em municípios da Região, como Barra, Correntina, São Desidério e Santa Rita de Cássia.

Mais de 380 casos esperam resultado de laboratório só em Barreiras. Em Luís Eduardo Magalhães são mais 85. São 467 casos apenas nas duas cidades. Se apenas 5% desses casos se agravarem, serão mais 23 pacientes.

Os secretários de Saúde de Barreiras, Luís Eduardo Magalhães e principalmente o Secretário da Saúde da Bahia precisam esclarecer a população o que planejam, onde pretendem enfiar esses 23 pacientes? Estão faltando leitos e medicamentos, mas principalmente falta respeito com a população.

Prefeitos do Consórcio do Oeste se reúnem para debater emergência da Saúde.

Hoje, 18 de março, atendendo a uma solicitação conjunta do CONSID – Consórcio Multifinalitário do Oeste da Bahia; UMOB – União dos Municípios do Oeste da Bahia; CONSOB – Consórcio de Saúde do Oeste da Bahia e CISBARC – Consórcio de Saúde da Bacia do Rio Corrente, prefeitos de 22 municípios do Oeste se reuniram na sede do CONSID para discutirem medidas emergências a serem todas para o combate a pandemia do CONVID – 19.

Participaram os prefeitos de Riachão das Neves, Formosa do Rio Preto, Santana, Wanderley, Muquém do São Francisco, Cotegipe, Cristópolis, Baianopolis, Brejolândia, Santa Maria da Vitória, São Félix do Coribe, Jaborandi, Cocos, Mansidão, Buritirama, Morpará, Luís Eduardo Magalhães, Catolândia e representantes de Santa Rita de Cássia e São Desidério.

O Ministério Publico Estadual, com a presença do promotor André Fetal;  A UFOB com o reitor Jacques Antônio de Miranda e professores do curso de Medicina.

Também presente o Hospital do Oeste com o seu diretor Ivanildo Santos e o infectologista Dr. Luciano Reale.  O Estado se fez representar pela diretora da DIRES, Suzeth Silva. Todos mostraram as suas apreensões nesse momento de disseminação acelerada do novo coronavírus.

Na reunião ficou decidida a publicação de um decreto comum a todos os municípios da região com medidas restritivas e de ordenamento do funcionamento do serviço médico nestes tempos de crise. Também se decidiu pela solicitação ao governador Rui Costa da criação de três núcleos regionais para atender as questões relacionadas ao Convid – 19 e a inclusão da BR 135 entre as rodovias a terem seu fluxo monitorado com barreiras sanitárias.

O diretor do HO,  Ivanildo Santos afirmou que a intenção é que se tenha 10 leitos disponibilizados para os doentes do coronavírus, mas que ainda não dispõem de equipamentos para isso. O Infectologista Dr. Luciano Reale, mostrou imensa preocupação com a falta de matérias para testes dos casos suspeitos, afirmando que não é possível haver um monitoramento efetivo dos possíveis pacientes sem que haja estes kits de exames.

O promotor André Fetal recomentou a construção de plano de contingenciamento para cada município e que se faça uma ampla campanha de conscientização da população.

Outra solicitação dos prefeitos é a realização dos exames de confirmação do CONVID 19 nos laboratórios do LACEM da região: LEM, Barreiras e Bom Jesus da Lapa.

O clima é de muita preocupação dos gestores municipais e a expectativa é que tenhamos um agravamento do quadro regional de contaminação da CONVID 19 em pouco tempo. Ficando explicita a necessidade de isolamento da população para o controle dessa nova doença .

Consultor afirma que Oeste da Bahia tem 1 mês de atraso no plantio e já registra perdas no potencial produtivo

Consultor Luiz Henrique Kasuya faz uma análise da produção de soja, milho e algodão no Oeste da Bahia

Os sojicultores do oeste da Bahia aguardam ansiosos pelas chuvas regulares que devem cair sobre a região no começo de 2020. Segundo previsões, mesmo com o regime de pancadas isoladas, estão garantidas chuvas até o dia 15 e depois de um breve intervalo, a retomada a partir do dia 25 de janeiro.

De acordo com Luis Henrique Kasuya, consultor agronômico de Luís Eduardo Magalhães, a situação das lavouras de soja é preocupante, mas a chegada das precipitações com volumes melhores e bem distribuídas pode melhorar o cenário.

“Entendemos que devemos já ter um potencial de produção baixo, mas que com a regularização das chuvas vamos conduzir as lavouras corretamente para minimizar as perdas”.

“Se regularizar as chuvas a partir do início do ano, principalmente para soja no vegetativo, dá tempo de recuperar. O conselho é manter calma no momento, conduzir alavoura até a normalização da chuva, e daí fazer todos os tratos sanitários exigidos”.

Segundo ele, no oeste do estado há plantados hoje 1,6mi de hectares de soja, 300 mil hectares de algodão e 140 mil hectares de milho, além de outras culturas, totalizando 2,2mi de hectares. De forma geral, Kasuya explica que as lavouras de soja estão um mês atrasadas em relação à safras anteriores.

A soja irrigada começou a ser plantada em outubro, recebeu pouquíssima chuva e tem temperaturas muito altas, o que deve causar produtividade abaixo do que foi na safra passada, de 65 a 70 sacas por hectare para 50 sacas ou menos.

No sequeiro, há variação muito grande entre regiões que receberam algum volume de chuva e outras que quase não tiveram precipitações.

Onde choveu, o produtor plantou, mas houve replantio, e em algumas áreas, a semente nem germinou, de acordo com o consultor. Ao mesmo tempo, algumas lavouras que viram a chuva cair, a soja está em fase vegetativa, iniciando a floração.

“O sequeiro é 95% da área de soja na região, teve produtor com replantio de duas a três vezes. Além do clima irregular, tivemos sementes de baixa qualidade, baixo vigor. Isso, aliado ao clima, eleva a taxa de replantio”, afirma.

Por causa do atraso na chegada das chuvas, a janela de plantio da soja foi estendida até 20 de janeiro no oeste da Bahia, mas quanto mais tarde for a semeadura, a quantidade de luz vai diminuindo, assim como o potencial produtivo.

Por Aleksander Horta e Letícia Guimarães, do Notícias Agrícolas.

O borracheiro José Valter Dias, suposto dono de 366 mil hectares em Formosa, se entrega à PF.

Apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como suposto “laranja” do casal Adailton e Geviane Maturino, no âmbito da Operação Faroeste, o borracheiro José Valter Dias, 70, se entregou ontem à Polícia Federal, em Teresina.

A informação é do advogado de defesa, Miguel Pereira Neto, segundo o qual Dias “prestou depoimento na PF, está com câncer, faz quimioterapia, radioterapia, tem dor, está numa prisão temporária inútil, desnecessária e substitutiva da condução coercitiva.”

Na manhã desta quarta-feira (27), segundo informações do advogado, José Valter Dias foi solto por conta dos problemas de saúde. A prisão dele, decretada pelo ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), na sexta-feira passada, era temporária, de 5 dias.
Adailton e Geciane Maturino continuam presos.

A notícia foi dada com exclusividade pelo blog do Mário Bittencourt, de Vitória da Conquista.

CNA aproxima representações estrangeiras e produtor rural no Oeste

6ª edição do Programa de Intercâmbio AgroBrazil começa na próxima segunda (5) na Bahia

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) vai promover a aproximação entre representações estrangeiras no País e o produtor rural durante a 6ª edição do programa de intercâmbio AgroBrazil, que começa na próxima segunda (5) na Bahia.

Durante a viagem, que terá duração de quatro dias, a CNA vai mostrar exemplos da sustentabilidade do campo brasileiro com foco na produção de grãos, algodão, frutas, aves e pecuária de corte. O grupo vai visitar propriedades em Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, municípios que integram o Oeste Baiano.

“O programa é de fundamental importância para que conheçam a sustentabilidade da cadeia produtiva do agro. É o primeiro passo do sistema sindical, através da CNA, de difundir a sustentabilidade da agropecuária brasileira”, afirmou Carminha Gatto Missio, vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb).

A comitiva será composta por países da África, Europa, Américas do Norte e Central, Oceania e Ásia que têm grande potencial para ampliar a relação comercial com o Brasil.

Em 2018, por exemplo, o agronegócio foi responsável por mais de 80% das exportações brasileiras para Indonésia e Vietnã, e a expectativa brasileira é aumentar as exportações para o continente asiático, principalmente em produtos como grãos, frutas, lácteos e carne bovina.

“A abertura do mercado chinês para os produtos lácteos brasileiros foi uma notícia excelente. A China será uma porta de entrada para nossos produtos na Ásia. Além de alavancar nossas exportações para esse mercado, nos aproxima de outros importantes compradores do sudeste asiático, como Tailândia, Indonésia, Malásia e Vietnã”, destacou Lígia Dutra, superintendente de Relações Internacionais da CNA.

“O AgroBrazil também tem sido um importante instrumento para aproximação não apenas da CNA, mas dos próprios produtores rurais, de pessoas e instituições-chave para o desenvolvimento dessa relação mais frutífera com a Ásia”, ressaltou.

Uma das visitas da 6ª edição do programa será na empresa de Sementes Oilema, que produz e comercializa sementes e soja em grãos. O grupo vai aprender sobre as tecnologias empregadas na produção, além das diversas variedades da oleaginosa.

“O Oeste baiano se destaca pela alta tecnologia empregada e pelos excelentes índices de produtividade”, afirmou o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Luís Eduardo Magalhães, Cícero Teixeira. “Será importante eles conhecerem a agricultura e as boas práticas agrícolas da região, como fator de abertura de novos mercados para a produção agropecuária local.”


Confira a agenda completa do AgroBrazil no Oeste Baiano:

Dia 05/08 – Barreiras

-Fazenda Modelo Paulo Mizote (Formação técnica-profissional)

-Frutas Mariinha (Produção de Mamão e Maracujá)

-Fazenda Santa Helena (Produção de Banana)

Dia 06/08 – Luís Eduardo Magalhães

-Granja e Mauricéa Alimentos (Avicultura)

-Sindicato dos Produtores Rurais de Luís Eduardo Magalhães

-Algodoeira Ubahia

-Cooperativa dos Produtores Rurais da Bahia (Cooperfarms)

Dia 07/08 – Barreiras/Luís Eduardo Magalhães

-Sementes Oilema (Soja)

-Fazenda Orquídeas (Algodão)

-Laboratório de Análise de Fibras de Algodão

Dia 08/08 – Santa Rita de Cássia

-Fazenda Ipê (Pecuária de Corte)

Lavouras de algodão na Bahia atingem novo recorde em certificação sustentável

Segundo maior produtor de algodão do Brasil, a Bahia garantiu mais um recorde nesta safra 2017/2018. Foram certificadas como sustentável 77,7% da área plantada. Ao atuar em benchmarking com a entidade suíça Better Cotton Iniciative (BCI), a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), por meio do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), certificou uma área total de 247.840 mil hectares. Em relação à última safra, houve um acréscimo de 29,4% da área de algodão certificada, abrangendo um total de 66 unidades produtivas que vem cumprindo os critérios de sustentabilidade. Desde quando foi iniciado este trabalho, em 2011, houve um crescimento gradual de 21,1% da área certificada para os atuais 77,7%.

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Bahia debate zoneamento de riscos climáticos do cacau

Mapa vai publicar portaria detalhando o zoneamento para a cultura no oeste da Bahia

Celeiro produtivo de grãos e fibra, o Oeste da Bahia tem demonstrado vocação agrícola para outras culturas.

A região, que já lidera na produção de banana e é destaque na produção de mamão e frutas cítricas, desponta também como um polo promissor para o cultivo do cacau.

Algumas lavouras já foram implantadas por iniciativas voluntárias e os resultados surpreenderam, fazendo especialistas apostarem em novas áreas.

O tema foi pauta de reunião, em Salvador, entre representantes do setor produtivo e dos governos estadual e federal, que debateram o Zoneamento de Risco Climático (Zarc) para a cultura na região.

O secretário da Agricultura do Estado da Bahia, Lucas Teixeira, que conduziu o encontro, falou com entusiasmo da possibilidade de a Bahia voltar a retomar o primeiro lugar no ranking da produção de cacau, através de inclusão de áreas promissoras, como é o caso do Oeste baiano, que demonstrou possibilidade de alta produtividade.

Em sua opinião, o novo polo produtivo representa uma proposta de crescimento econômico para o Estado, mas, sobretudo, de desenvolvimento para os pequenos produtores nos vales dos rios perenes, pois a atividade gera emprego e renda às comunidades.

Durante as discussões ficou definido que, no Oeste da Bahia, será zoneado a produção com o uso da irrigação – o que representa uma reinvenção do cultivo em relação ao modelo adotado no passado, no Sul do Estado.

Além disso, as lavouras irrigadas devem alavancar a produtividade do fruto em terras do Oeste. A proposta prevê, ainda, novas técnicas de manejo e colheita, favorecidas pelas características locais.

A decisão deve ser oficializada através de portaria publicada, nos próximos dias, pelo Ministério da Agricultura (Mapa), detalhando o Zoneamento do cultivo do cacau para a região.

O diretor de Águas e Irrigação da Aiba, Cisino Lopes, que representou a entidade na reunião, vê com bons olhos a expansão da cultura na região, que além de clima favorável, a topografia facilita a colheita mecanizada.

“O Oeste já mostrou seu potencial agrícola com outras culturas e com o cacau não deverá ser diferente”, comentou.

Além da Aiba e Seagri, também participaram da reunião representantes do Sindicato dos Produtores Rurais de Barreiras (SPRB), Faeb, Ceplac, Embrapa, Mapa, deputados estaduais e produtores de cacau.

Vazio Sanitário da Soja iniciou no primeiro dia do mês

O Vazio Sanitário da Soja é o período de ausência total de plantas vivas de soja no campo, e tem o objetivo de reduzir a sobrevivência do fungo causador da ferrugem-asiática, que é a doença que mais tem preocupado os produtores no Brasil.

Conforme portaria 235/2017 da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia – ADAB, fica estabelecido o período de vazio sanitário na Bahia, de 01 de julho a 07 de outubro. Pela Instrução Normativa 06/2019 da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Tocantins – ADAPEC, o período para Tocantins é de 01 de julho a 30 de setembro.

De acordo com o Engenheiro Agrônomo da Círculo Verde Engenharia Agronômica, Celito Breda, a preocupação com a ferrugem deve ser constante, já que pode causar um grande impacto na produtividade se não houver controle. Breda afirma que o vazio sanitário mais longo possível e período mais restrito possível de semeadura, são duas técnicas altamente impactantes e positivas no manejo da ferrugem asiática da soja.

“O fungo sobrevive principalmente em soja com folhas verdes, mas poderá resistir em folhas secas pós colheita por até 56 dias. Além disso, os grãos no solo decorrentes das perdas durante a colheita, poderão germinar com as primeiras chuvas, requerendo outro manejo. Se todos contribuírem com o vazio sanitário em 100% das áreas e estradas, os esporos teriam que vir de outras regiões pelas massas de ar, o que normalmente retardaria o aparecimento da doença”, falou Breda.

Para o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Luís Eduardo Magalhães, Cícero Teixeira, o período do vazio é primordial para a queda na ocorrência da doença e consequentemente, acaba sendo uma economia nos custos de produção. “Contamos com a colaboração dos produtores para o cumprimento do vazio sanitário, pois só o trabalho de cada um garantirá bons resultados nas próximas lavouras”, disse.

O presidente da Associação dos Produtores de Sementes dos Estados do Matopiba – Aprosem, Celito Missio, ressalta a importância do cumprimento do vazio em todas as áreas do Matopiba, por ser a prática coletiva mais importante e essencial no combate à proliferação dos fungos que causam a ferrugem asiática.

Na Bahia e Tocantins o vazio sanitário começou nesta segunda-feira, 01, em seguida, os Estados do Piauí e Maranhão também iniciam o vazio sanitário da soja, que ocorre entre junho e outubro, variando de acordo com a legislação de cada Unidade da Federação.

CNJ abre procedimento sobre fraudes em registros rurais no Oeste da Bahia

Corregedor pede manifestação do TJBA sobre possível envolvimento de magistrados

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou à corregedoria do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) que se manifeste sobre a possível participação de magistrados e servidores do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em suposto esquema de fraudes em registros públicos de terrenos rurais no município de Formosa do Rio Preto, no Oeste do Estado.

A determinação foi feita em despacho do corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, que deu prazo de 30 dias para a manifestação do TJBA.

O CNJ instaurou o procedimento, chamado pedido de providências, após receber documento da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados denunciando suposta manipulação e inserção fraudulenta de dados nos registros públicos de terrenos rurais no Oeste da Bahia.

Um dos beneficiários seria José Valter Dias, que de uma hora para outra se tornou proprietário de 366 mil hectares de terra — área equivalente a cinco vezes a cidade de Salvador. As terras são ocupadas por cerca de 300 agricultores, que chegaram ao local na década de 1980.

“A situação exposta no presente pedido de providências impõe o monitoramento por parte da Corregedoria Nacional de Justiça, visto que os fatos são graves”, escreveu Humberto Martins em seu despacho.

A Comissão de Agricultura solicitou que sejam tomadas medidas para auxiliar especificamente a investigação sobre a “sequência das moradias do Sr. José Valter Dias nos últimos quarenta anos”, além de documentos públicos sobre os bens dele nesse período.

Os parlamentares também destacaram a presença de um Parque Nacional na região, a Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, que também estaria sob risco de fraude documental. Dias chegou a obter uma decisão judicial permitindo que explore mais de 50 mil hectares do parque nacional.

Entenda o caso

No dia 1 de março o CNJ anulou portaria do TJBA, editada em 2015, que tornava Dias proprietário de toda a região. Com a decisão, os agricultores voltaram a ter a propriedade das terras que ocupam há quase 30 anos.

O CNJ apontou que o registro atribuído a Dias cresceu sem explicações ao longo do tempo. Também afirmou que, após a edição da portaria, José Dias teve “acentuada evolução patrimonial”, tornando-se sócio de uma holding com capital social de R$ 580 milhões.

Apesar da anulação da portaria, permanecem em curso ações judiciais discutindo a posse do terreno.

Consórcio e Sedur vão projetar acomodação do lixo no Oeste da Bahia

A preocupação com o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável tem sido um dos pilares de atuação do Consorcio Intermunicipal do Oeste da Bahia  – CONSID. Com esse foco, o CONSID e a SEDUR-Secretaria de Desenvolvimento Urbano têm trabalhado juntos para viabilizar um projeto regional para a destinação dos resíduos sólidos dos municípios da região Oeste.

Recentemente, a secretaria executiva do CONSID, Erika Seixas, o secretário estadual de desenvolvimento urbano (SEDUR) Demir Barbosa e Armindo Gonzales, superintendente de planejamento e gestão territorial da SEDUR, se reuniram para discutir o I Encontro Sobre Resíduos Sólidos no Oeste da Bahia. Esse evento dará o ponta pé inicial para a construção do   plano regional do Oeste da Bahia e acontecerá em Barreiras, no dia 29 de novembro.

No Oeste, Rui anuncia mais investimentos em saúde e infraestrutura

“Tenho muita alegria em dizer que este é o governo que mais marcou presença forte aqui no Oeste da Bahia, em um trabalho iniciado com Wagner, em 2007. Nós aceleramos esta presença com muitos projetos realizados, e vamos fazer ainda mais”.

Assim o governador Rui Costa, candidato à reeleição, sintetizou a importância da prioridade facultada à região Oeste, com obras e ações continuadas, principalmente em saúde, educação e infraestrutura. “Sim, vamos fazer mais, retomar o crescimento do país, pois o povo não aguenta mais estagnação, recessão e desemprego”, completou o petista que lidera a coligação “Mais Trabalho por Toda a Bahia”.

A comitiva da visitou as cidades de Luís Eduardo Magalhães, Riachão das Neves e Barreiras, nesta quinta (30), sendo recebida em festa por onde passava, desde a aterrissagem, no aeroporto de Luís Eduardo Magalhães, de onde seguiram em carreata. Correligionários dos 14 partidos que compõe a coligação (PT, PSB, PSD, PP, PC do B, PR, PDT, PRP, PMB, PTC, PMN, Podemos, Avante e Pros) somaram esforços à caravana, puxados pelos candidatos a vice-governador, João Leão (PP), e a senador, Jaques Wagner (PT) e Angelo Coronel (PSD), além dos candidatos a deputados federais e estaduais.

Entre balanço das realizações e propostas para o próximo quadriênio, compromissadas no Programa de Governo Participativo (PGP 2018), Rui elencou a construção de estradas, e necessária duplicação da via entre Luís Eduardo e Barreiras, a licitação para ampliação do Hospital do Oeste, com serviços de alta complexidade cardiovascular, hemodinâmica, cirurgia cardíaca, neurointervenção e oncologia, e também licitar o projeto do novo Hospital de Luís Eduardo, em parceria do município e governo do estado, além da policlínica na região de Barreiras.

Só vejo um caminho para o Nordeste, que é colocar na Presidência da República gente que olhe para o país inteiro, olhe também pra nós, aqui na Bahia; e é por isso que precisamos estar unidos, juntos, caminhando na mesma direção, com o coração e a alma”, conclui Rui Costa.

O candidato à reeleição ainda vai visitar mais 18 cidades até a próxima segunda (3), nos territórios de identidade Bacia do Rio Grande, Bacia do Jacuípe, Metropolitano, Semiárido Nordeste II, Litoral Norte e Agreste Baiano, de um roteiro maior com pelo menos 120 municípios, onde pretende estar nestas sete semanas da curta campanha.

Inscrições abertas para Seleção de Estagiários do Curso de Direito da Promotoria de Justiça Regional de Barreiras

Estudantes do curso de Direito podem candidatar-se às vagas de estágio que estão sendo disponibilizadas pelo Ministério Público do Estado da Bahia – Promotoria de Justiça Regional de Barreiras.

A instituição publicou o edital no Diário da Justiça Eletrônico (DJE) em 03 de abril de 2018, com re-ratificações nos dias 06 e 10 de abril de 2018, visando ao preenchimento de 04 (quatro) vagas para a sede da Promotoria Regional de Barreiras e 02 (duas) vagas para as demais Promotorias da Regional (Baianópolis, Cotegipe, Cristópolis, Formosa do Rio Preto, Luís Eduardo Magalhães, Riachão das Neves, Santa Rita de Cássia e São Desidério).

Os interessados podem se inscrever até o dia 16/05/2017, das 8h00min às 11h00min e das 14h00min às 17h00min, nas sedes das Promotorias de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães.

É necessário informar o local onde se pretende realizar o estágio, apresentar fotocópia autenticada do documento de identidade, duas fotos 3×4, e o comprovante do pagamento da taxa de inscrição no valor de R$ 30,00. 

A prova será realizada no dia 27/05/2018, concomitantemente, nas comarcas de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães. Os estudantes de Direito serão submetidos a 50 questões, versando sobre os direitos Constitucional, Penal e Processual Penal, Civil e Processual Civil, Legislação Especial e Língua Portuguesa.

Os candidatos selecionados receberão bolsa de complementação educacional e auxílio transporte.

Informações adicionais:

Promotoria de Barreiras, telefone: (77) 3611.4806, 3611.5628 e 3612.6957;

Promotoria de Luís Eduardo Magalhães: (77) 3628.0513 e 3639.0518.

Oeste se prepara para super safra de algodão

A semeadura do algodão na Bahia está encerrada com considerável aumento de área. Conforme Lidervan Moraes, diretor executivo da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), o Estado semeou em torno de 265 mil hectares, 32,5% a mais em relação à safra 2016/17.

Ao que tudo indica será mantida a produtividade da safra 2017, em torno de 310 arrobas por hectare, com talhões chegando a produzir excepcionais 500 @ por hectare.

E com a expectativa de uma boa safra de soja (é esperada a melhor dos últimos sete anos, segundo os produtores) e com o excelente desenvolvimento da cultura do algodão, há indicação de aumento de área de plantio de algodão para a próxima safra (2018/19), ultrapassando a marca de 300.000 hectares.

A expectativa dos produtores é que se retorne, em três ou quatro anos, à máxima capacidade instalada do algodão no Oeste baiano (93% da produção no Estado), em torno de 400 mil hectares.

A arroba (15 kgs) do algodão em pluma tem cotação de R$92,50 e a tonelada do caroço de algodão encontra preços de R$480,00.

Soja se recupera em Chicago com aumentos de até US$65 cents por bushel

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam com preços acentuadamente mais altos. O mercado buscou recuperação após cair nas últimas quatro sessões.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) deverá elevar a sua estimativa para os estoques finais americanos de soja em 2017/18. O relatório de fevereiro será divulgado nesta quinta-feira, dia 8, às 15hs. 
O mercado projeta estoques 2017/18 de 492 milhões de bushels. Em janeiro, o USDA indicou estoques em 470 milhões de bushels. Na temporada anterior, os estoques ficaram em 302 milhões de bushels. 
Para os estoques mundiais, a previsão para 2017/18 deve ser mantida em 98,6 milhões de toneladas. Para 2016/17, o número deverá ficar em 96,5 milhões de toneladas
A aposta é de que o USDA indique um número de produção do Brasil de 111,4 milhões de toneladas, ante 110 milhões no relatório anterior. Para a Argentina, a previsão é de corte. O mercado aposta em retração de 56 milhões para 53,8 milhões de toneladas.

Passo Fundo (RS): 68,50

Cascavel (PR): 67,50

Rondonópolis (MT): 63,50

Dourados (MS): 63,00

Porto de Paranaguá (PR): 73,30

Porto de Rio Grande (RS): 73,00

Santos (SP): 73,30

São Francisco do Sul (SC): 73,00

*Barreiras/Luís Eduardo Magalhães: 60,50 (AIBA) *Não computados os preços no mercado interno no dia de hoje.

Identificada a primeira ocorrência de ferrugem na safra 2017/18 no oeste da Bahia

Vem do município de São Desidério, no oeste baiano, a primeira ocorrência de ferrugem asiática no Estado na safra 2017/2018. A doença foi identificada em coleta realizada nesta quarta-feira (03) e a chuva regular, que vem ocorrendo na região, contribuiu para o aparecimento do foco.

Segundo informações fornecidas pela Circulo Verde, empresa que identificou e confirmou a presença do fungo, a semeadura ocorreu em novembro, ou seja, dentro do intervalo estabelecido pela Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), entre 08 de outubro e 15 de janeiro. As plantas estavam no estádio R3.

Para o coordenador do Programa Fitossanitário de Combate à Ferrugem Asiática da Soja na Bahia, Armando Sá, a ocorrência de chuva regular na região, com temperaturas mais frias à noite e com formação frequente de orvalho, beneficiaram o desenvolvimento da soja, mas também formaram condições favoráveis para o aparecimento da doença.

“Mesmo o foco tendo sido encontrado tardiamente, comparado com outros estados, a previsão é que a chuva continue no oeste da Bahia de forma continua até o fim de janeiro, por isto, os demais agricultores devem estar alerta e intensificar o monitoramento nas áreas plantadas. Nossa equipe de técnicos já se encontra na região de São Desidério para auxiliar e informar os produtores”, ressaltou Sá.

Luiz Henrique Carregal, professor de fitopatologia da Universidade de Rio Verde e pesquisador que integra a equipe do Programa na Bahia, orienta os produtores rurais a não exceder o intervalo de 15 dias entre as aplicações. Além disso, “recomendo multissítios em todas as aplicações, principalmente na região (São Desidério) onde a doença foi detectada”, alerta.

Enfrentando seca, RS está livre da ferrugem

No Rio Grande do Sul, nos próximos dias, as chuvas ficarão concentradas em áreas que já tem uma boa umidade no solo, ou seja ao norte do estado. No extremo oposto, os solos que estão com apenas 30% de umidade não devem receber chuvas nos próximos dias. Do dia 27 de dezembro a 2 de janeiro os volumes não devem superar os 5 milímetros acumulados.

E ao que tudo indica, a situação não irá melhorar na primeira quinzena de janeiro. Na região Sul do estado não irá receber uma gota sequer de água e o Norte do Estado terá apenas 5 milímetros acumulados.

MT e MS podem perder parte da safra na colheita

Mais de 10 cidades estão em situação de emergência em Mato Grosso do Sul por conta do excesso de chuvas. Segundo a meteorologia, a partir de agora, as nuvens carregadas irão migrar para Mato Grosso, que já abriu a colheita da soja.

Do dia 3 a 9 de janeiro, o estado de Mato Grosso receberá 55 milímetros acumulados, mesma quantidade esperada para a parte sul de Mato Grosso do Sul. No Sul, paraná e Rio Grande do Sul seguem com secas.

A partir do dia 10, as chuvas voltam para o Sul do País, com volumes de até 55 milímetros acumulados até o dia 16. No mesmo período, os estados do Centro-Oeste terão menos precipitações.

Agricultores batem recorde de produção de algodão na Bahia

Com o fim da colheita de algodão, nesta quarta-feira (20), quando iniciou o vazio sanitário, os agricultores fizeram um levantamento final da safra. Com uma área plantada de 201,6 mil hectares, foram colhidas cerca de 393,7 mil toneladas de algodão em pluma e 937,5 mil toneladas de algodão em caroço na safra 2016/2017. Embora tenha ocorrido uma redução de área de 33,3 mil hectares, em relação ao plantio passado, houve um incremento de 149,5 mil toneladas de algodão em pluma e 356,1 mil toneladas de algodão em caroço.

A resposta para esta equação foi uma elevada produtividade que atingiu a média de 310 arrobas/hectare, bem superior às 165 arrobas/hectare da safra 2015/2016, prejudicada por fatores climáticos.

A última estimativa da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) mostra que bons resultados da produtividade devem trazer ótimos resultados para a próxima safra. A previsão é que a área plantada de algodão na safra 2017/2018 seja incrementada em 35% e possa chegar a 273 mil hectares. O oeste baiano continua como um dos principais pólos agrícolas de algodão do Brasil e representa 93% de toda a produção de pluma da Bahia, sendo o segundo maior produtor brasileiro de algodão perdendo apenas para o Mato Grosso. A Bahia, por meio da região oeste, contribuiu para o cenário favorável do algodão no Brasil, cuja produção em sua maioria atende as indústrias de fiação do Nordeste, e o restante é destinado ao mercado internacional.  

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As profecias de Eric Nepomuceno estão se cumprindo. 2017, o ano da vergonha.

 

Como os caros leitores podem ver no vídeo, postado em janeiro deste ano, o jornalista Eric Nepomuceno fazia previsões sobre as vergonhas que todos os brasileiros iriam passar este ano. O vexame começa com a viagem do ministro Gilmar Mendes a Portugal, no avião presidencial, em companhia do ilegítimo Michel Temer, que ele julgou inocente nesta semana.

Não sei quanto da população brasileira é capaz de raciocínios lógicos sobre o que acontece no Brasil desde janeiro de 2015, quanto Dilma Rousseff assumiu o seu segundo mandato. O próprio Nepomuceno diz que todas as classes médias de qualquer país são burras e semi-alfabetizadas. Mas a do Brasil o é em especial.

No Brasil isso se agrava com uma classe média obscura, reacionária, interessada num incerto alpinismo social. Os patos do processo. Não estou falando desses escabrosos grupos de mídias sociais, como facebook e whatsapp, onde se prolifera uma classe de pessoas que mal sabe escrever mas não se nega a dar sua opinião sobre os assuntos mais complexos do quadro político nacional, criando hashtags e palavras de ordem como “cadeia já” e “fora isso ou aquilo”.

Que opinião terão esses internautas sobre pessoas como Temer, Aécio Neves da Cunha, Bolsonaro, Gilmar Mendes e sua orquestra de poltrões, Serra, Meirelles, Alexandre Moraes e pastores vendedores de milagres.

Vivemos sob essa lona de horrores, em um circo de feras e palhaços, agravados diariamente por uma classe média orientada por um jornalismo vil e maldoso, a serviço de patrões desconhecidos do grande público.

O Brasil precisa de educação de qualidade, para crianças, jovens, adultos e professores, que consigam, a médio prazo, entender o que acontece no Brasil e atingir a capacidade de um raciocínio. Mas isso já é a insípida e inatingível utopia de uma meia dúzia de brasileiros.

Como dizia Darcy Ribeiro, fundador da UNB, indigenista e criador dos CIEPS – Centros Integrados de Educação Pública:

“Sou um homem de causas. Vivi sempre pregando, lutando, como um cruzado, pelas causas que comovem. Elas são muitas demais: a salvação dos índios, a escolarização das crianças, a reforma agrária, o socialismo em liberdade, a universidade necessária. Na verdade somei mais fracassos que vitórias em minhas lutas, mas isso não importa. Horrível seria ter ficado ao lado dos que nos venceram nessas batalhas.“

Que não desistamos das nossas utopias! Voltando a Darcy Ribeiro:

“Coragem! Mais vale errar, se arrebentando, do que poupar-se para nada.“

E agora que colheu bastante, cadê o preço do produto?

Só uma pequena variação do dólar frente ao real, para R$3,17 e os prêmios pagos nos portos brasileiros, suspendeu as sucessivas quedas da cotação da soja em Chicago e Genebra, com a soja cotada a R$55.17 no Oeste baiano e a R$48,00 no norte do Mato Grosso.

Há um ano a soja valia R$70,00 a saca na Bahia, quase 27% a mais.

Por seu turno, o milho está na lona, valendo R$23,00 a saca na Bahia e até rídiculos R$12,00 no Mato Grosso.

Segundo os produtores do norte do Mato Grosso, mesmo com a frustração de safra no ano passado foi possível ter uma renda maior em 2016 do que estão tendo agora, em 2017.

Aqui no Oeste a esperança é uma boa colheita de algodão, cotada a R$89,00 a arroba em pluma. O caroço do algodão vale R$1.125,00 a tonelada.

Chuva dá uma trégua no Sertão. Mas no Oeste, poderá ser o mês mais chuvoso da história.

Chuva em Campo Novo dos Parecis - MT, prejudicando a safra e o plantio da safrinha.
Chuva em Campo Novo dos Parecis – MT, prejudicando a safra e o plantio da safrinha.

Duas horas desta madrugada. De repente, não mais que de repente, um pancadão de chuva que alcançou 15 mm em Luís Eduardo Magalhães. E vem mais chuva aí: para os próximos dias são esperados 160 mm.

No oeste da Bahia, o volume pode ultrapassar os 250 milímetros em poucos dias e fechar o mês de fevereiro com volumes acima dos 500 milímetros. “Podemos ter a maior chuva dos últimos seis anos em algumas áreas”, diz Desirée Brandt, da Somar Meteorologia.

 “Depois do dia 15 de fevereiro, as chuvas vão recuar no sertão do Nordeste do Brasil. E aí só volta a chover no início de março”, alerta Desirée. No Nordeste como um todo, não se vê volumes como esses desde 2011.

O grande volume de chuva dos últimos sete dias, cerca de 130 mm, ainda não alcançou o baixo rio São Francisco. No dia de ontem o reservatório da Hidrelétrica de Sobradinho ainda permanecia com apenas 11,39% de sua capacidade ( com 3% atinge o volume morto). Mas afluentes como o Grande, Carinhanha e Corrente já se mostram cheios e em 10 dias essa água toda deve atingir Sobradinho.

Mato Grosso

No Mato Grosso, que iniciou a colheita, as chuvas causaram enormes prejuízos, prejudicando inclusive o plantio da safrinha de milho, de tamanho significativo naquele estado. As fortes chuvas que atingiram a região de Campo Novo do Parecis, a 397 km de Cuiabá, destruíram propriedades rurais e alagaram plantações no município.

Segundo o Sindicato Rural de Campo Novo do Parecis, aproximadamente 400 hectares, entre diferentes fazendas, foram atingidos pela chuva. Somente quando a água baixar os produtores terão ideia do prejuízo e se será necessário plantar novamente as áreas.

Uma rajada de balas e tomba mais uma vítima de homicídio em Luís Eduardo Magalhães

vitimaO comerciante Saturnino Martins de Souza Filho, 47 anos, proprietário da Elétrica Cerrado, estabelecimento localizado no Jardim Tropical, foi assassinado agora pela manhã com inúmeros tiros. Os atiradores chegaram num automóvel Honda Civic e disparam duas ou três rajadas de balas. Na última contagem, mais de 50 cartuchos deflagrados restaram no local.

Foto de Edivaldo Braga.
A loja metralhada. Foto de Edivaldo Braga.

Ele ainda foi socorrido em uma camionete para a UPA mas acabou falecendo vítima de inúmeros disparos, alguns deles na face,  na cabeça, pernas, braços e abdômen, segundo os primeiros relatos. O comerciante teria sido atingido por mais de 15 tiros disparados de uma sub-metralhadora 9 mm. O filho do comerciante teria sido ferido de raspão.

Segundo informações extraoficiais, Saturnino tinha sério problemas financeiros e estaria devendo para agiotas, o que pode ter sido o motivo do assassinato, com todas as características de execução. Ele participou ativamente da campanha eleitoral deste ano, se fazendo presente em comícios e reuniões.

Ainda segundo registros não oficiais, trata-se do 56º homicídio do ano em Luís Eduardo Magalhães.

 

Candidato do Oeste escapa da prisão por causa da lei eleitoral.

pf-1Um candidato a cargo eletivo está entre os investigados pela Polícia Federal na Operação “Última Fronteira”, que visa desarticular uma organização criminosa especializada em tráfico de drogas e realizadas nesta quinta-feira (22) nas cidades de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e Irecê, região oeste da Bahia, e em Palmas (TO). O nome dele, detalhes do cargo ao qual o político concorre e a cidade pela qual se candidatou não foram divulgados.

A PF informou que o político investigado não foi preso porque a legislação não permite a prisão de candidatos durante o período eleitoral.

Dez pessoas foram presas durante a ação. Três em flagrante por tráfico de drogas e porte ilegal de armas, e as demais em cumprimento de mandados expedidos durante as investigações da Polícia Federal.

Conforme a polícia, dos 12 mandados de prisão expedidos na ação outros quatro não foram cumpridos porque os investigados não foram localizados. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados pela Polícia Federal.

MEC autoriza curso de Medicina para o oeste da Bahia

Faculdade São Francisco de Barreiras_frente (1)

O Ministério da Educação (MEC) autorizou a implantação de mais um curso de Medicina no oeste da Bahia. Depois de 11 anos de trâmite, a Faculdade São Francisco de Barreiras (FASB) abrirá em no próximo semestre a sua primeira turma com 80 vagas. A decisão foi publicada nesta quinta-feira (18), no Diário Oficial da União, sob a portaria 384 de 17 de agosto de 2016.

“Trabalhamos muito durante este período com a perspectiva da autorização. Foram realizados investimentos em laboratórios e equipamentos específicos para o curso de Medicina. Estamos preparados para receber e formar os futuros médicos da região”, afirma o presidente da FASB, Tadeu Bergamo.

Para o diretor-presidente, a mudança da conjuntura política econômica do Brasil foi essencial para que o MEC autorizasse o curso de Medicina em Barreiras. “Nossa região só terá a ganhar. Depois de seis anos de implantação, serão até 480 acadêmicos que se  tornarão médicos graduados e poderão vir a atender a demanda do oeste da Bahia e de estados vizinhos como Piauí, Tocantins e Goiás. Será também mais um gerador de emprego e renda para a economia local”, afirma. Continue Lendo “MEC autoriza curso de Medicina para o oeste da Bahia”

Perdas do algodão podem ser superiores às da soja e milho

Foto de Rodney Martins
Foto de Rodney Martins

A Bahia já faz as contas das perdas da safra de algodão no Oeste. Enquanto a soja perdeu 38% da produção e o milho 30%, o cultivo de algodão deve enfrentar perdas superiores a 40%.

A Bahia é o segundo produtor de algodão do País e, em razão disso, as cotações da pluma começam a subir, hoje a R$82 a arroba (15 quilos). Mesmo assim o prejuízo já é calculado em R$1 bilhão, dinheiro que deixará de circular na economia local.

Prepare-se: frango, principal “mistura” do brasileiro, pode encontrar turbulências pela frente

frango

O milho já vale R$40,00 no Oeste baiano. Ontem teve alta de até 7% em diversos mercados. A soja está valendo R$72,00 no balcão. O paradoxo é que o frango e o porco estão perdendo cotação, enquanto seus principais insumos, a soja e o milho, estão subindo. Em regiões de alto consumo do milho, como Santa Catarina, as cotações crescem todo dia. O que certamente vai tirar produtores autônomos e cooperantes do mercado.

Para quem gosta de riscos, horar de botar feijão na terra. A saca do “carioca” de melhor qualidade está valendo R$200,00.

A primavera silenciosa. Estamos caminhando para a construção de um deserto?

mapa deserto

Recebemos um email de um leitor, reiterando a oportunidade das manifestações do povo de Correntina sobre o desmatamento e o uso da água de veredas e do lençol freático profundo. O que mais chama a atenção no email do leitor é um mapa de 1973, portanto com 42 anos, quando a ocupação do Oeste era rarefeita, sobre os terrenos do Oeste suscetíveis de desertificação, onde se destacam as regiões de Jaborandi, Cocos, Santa Maria da Vitória e Correntina – bacia do rio Corrente – e de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e Formosa do Rio Preto, bacia do rio Grande.

É difícil de entender que solos frágeis, por vezes com 10% de argila, francamente arenosos, tenham sido desmatados sem a manutenção de reservas previstas em lei e os decantados corredores ecológicos. Em algumas fazendas nem as APPs( áreas de preservação permanente ao longo das veredas) foi preservada. Hoje entendemos porque nossas primaveras são silenciosas, sem canto dos pássaros e, por via de consequência, sem os predadores naturais para o cultivo das lavouras. Veja a carta do leitor abaixo:

“Caro Diretor do jornal O EXPRESSO,

Sou natural de Santana (antiga Santana dos Brejos) e atualmente estou morando em Salvador. Desde 1986 que realizo pesquisas das cavernas da Bacia do Rio Corrente, com ênfase no Complexo Gruta do Padre que abrange parte de Canápolis, Santana e Santa Maria da Vitoria.

Quando eu trabalhava no antigo CRA (atual INEMA) escrevi alguns relatórios técnicos sobre a região do Rio Corrente, que atualmente é o maior contribuinte do Rio São Francisco.

Recebi por e-mail o seu jornal sobre a Mobilização da Comunidade de Correntina e  lhe dou parabéns pela iniciativa da matéria.

É preciso acrescentar algumas informações técnicos para o Povo de Corrente:

1 – A Constituição Estadual da Bahia 1989, diz que todos os rios da margem do Rio São Francisco do oeste baiano é Patrimônio do Estado.

O Governo do Estado da Bahia faz de conta que não sabe disto e a SEMA e INEMA, vão dando licenças ambientais absurdas infringindo a nossa Constituição.

2 – Mapa de Vulnerabilidade à desertificação na Bahia.

Neste mapa é visto que quase todas margens da veredas são suscetíveis a desertificação.  O Governo do Estado da Bahia sabe disto também e faz de conta que os moradores da nossa região somos bestas.

Isto tudo é Patrimônio da Bahia. Entendo que toda esta área deveria ser uma Unidade de Conservação. Abraços, Aloísio Cardoso.

Mais um ano de “El Niño” e pouca chuva para a lavoura do Matopiba

Por Gustavo Bonato, para a Reuters

Produtores de soja da região conhecida como Matopiba –formada por novas áreas agricolas do Maranhão, Tocantins, Piauí e oeste da Bahia– começam a plantar nas próximas semanas a nova safra de soja de olho nos efeitos do fenômeno climático El Niño, que pode afetar duramente as produtividades, marcando a quinta temporada consecutiva com algum tipo de prejuízo por falta de chuvas.

Juntos, os quatro Estados, três deles do Nordeste brasileiro, representaram 11 por cento da safra nacional de soja em 2014/15.

A previsão do tempo indica que as primeiras chuvas estáveis, que permitem o plantio, deverão atrasar para meados de novembro, ante um início habitual em meados de outubro. Os modelos apontam boas chuvas em dezembro e uma escassez de precipitações depois disso, em janeiro, fevereiro e março.

LAVOURA

“Nesta temporada, a chuva vai terminar mais cedo (no Matopiba). O produtor vai plantar, vai investir, mas pode ter problemas”, disse a meteorologista Desirée Brandt, da Somar Meteorologia.

Segundo ela, o El Niño –que ocorre com força este ano– afetará a zona de convergência intertropical, uma faixa de nuvens que habitualmente provoca chuvas no litoral do Nordeste nos primeiros meses do ano.

“Esse sistema, em alguns anos, avança mais e a chuva chega até o sul do Maranhão, ao Piauí, Tocantins e até o oeste da Bahia. Quando tem El Niño, esse sistema fica mais fraco”, afirmou a meteorologista.

O oeste da Bahia, principal região produtora de soja do Matopiba, teve a última safra sem adversidades climáticas em 2010/11. Depois disso, todos os anos houve episódios de “veranicos”, que é como os produtores chamam períodos prolongados de seca, de cerca de 20 dias ou mais, que podem afetar produtividades.

“Claro que a previsão é motivo de apreensão, mas os produtores aqui têm mais de 20 anos de experiência, já sabem como lidar com a falta de chuvas”, disse o diretor de projetos e pesquisa da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Ernani Sabai.

Segundo ele, mesmo as piores produtividades já registradas em uma temporada com veranico forte, que foi o caso de 2012/13 (com 35 sacas por hectare em média na Bahia, segundo a Conab), seriam suficientes para pagar os custos de produção.

A meteorologista da Somar alerta, no entanto, que o problema da temporada 2015/16 “não é uma questão de veranico”, mas sim de encerramento antecipado das chuvas, o que pode tornar esta a pior das últimas cinco safras no Nordeste em termos de clima.

Estimulados por preços ainda competitivos para a soja, os produtores do Matopiba dão mostras de que o clima não será motivo para frear a expansão do plantio de soja na região.

A consultoria INTL FCStone projetou na quarta-feira que a área plantada nos quatro Estados combinados irá subir 8,5 por cento em 2015/16, bem acima da média nacional de 4,3 por cento de crescimento.

Segundo a consultoria Impar, que presta assistência agronômica para produtores de grãos do Matopiba, a nova temporada exigirá ainda mais eficiência no manejo das lavouras, a começar pela segurança no plantio, plantando apenas com a chegada de chuvas regulares.

“É um ano em que não se pode admitir perder um plantio”, disse o diretor da Impar, Rafael Abe, lembrando os maiores custos com insumos precificados em dólar.

Na avaliação de Abe, haverá uma moderação no uso de fertilizantes, com produtores aproveitando os estoques de nutrientes depositados no solo em safras passadas.

Mesmo assim, técnicas avançadas de manejo de solo adquiridas ao longo dos últimos anos e a escolha de sementes mais resistentes à seca deverão dar alento aos produtores nos momentos de escassez de chuvas, afirmou Abe.

Fonte: Reuters