Governo tem lista de empresas inidôneas. A Bahia está em segundo, pertinho da primeira colocação.

Gautama, uma campeã. Clique na imagem para ampliar.

O site Contas Abertas publica hoje uma longa matéria sobre o grande número de empresas que foram incluídas no cadastro de inidôneas para negócios com o Governo. A Bahia tem o segundo maior número de empresas incluídas neste cadastro.

A declaração de inidoneidade é a mais grave punição imposta as empresas que descumprem contratos firmados com órgãos públicos, e pelo visto, em tempos que a participação do setor privado nos escândalos de corrupção é manchete diária dos jornais, tornar empresas inidôneas é procedimento comum para a administração pública. No final de 2009, o número era de 350 empresas.

Quem disponibiliza a lista é o Cadastro de Empresas Inidôneas ou Suspensas (Ceis), coordenado pela Controladoria-Geral da União (CGU), e acessível no Portal da Transparência. Atualmente são 590 empresas proibidas de negociar com o governo. Se comparado com 2009, quando havia 350, o aumento chega a 68%. No levantamento feito pelos Contas Abertas nesta quarta-feira, 120 empresas possuem sede em São Paulo, 114 na Bahia e 38 em Minas Gerais. Isto significa que apenas os três estados concentram 46,2% das empresas considerados inidôneas para contratar com a administração pública.

A declaração de inidoneidade possui amplo prazo de validade e vigora até a solução da pendência, o que pode demorar anos. Há empresas, por exemplo, que estão impedidas de prestar serviços para quaisquer órgãos públicos desde 1988. As sanções que levam a inidoneidade são decorrentes de irregularidades em licitações, fraudes fiscais ou descumprimento de contratos firmados com a administração pública. 

No início do ano, o Ministério das Comunicações declarou inidôneas duas empresas aéreas de transporte de cargas que foram investigadas no escândalo do mensalão. A Skymaster e a Beta estão, desde janeiro, impedidas de prestar serviços a órgãos públicos pelo prazo de cinco anos.

Ainda constam na lista, empresas que ficaram famosas por serem beneficiadas em fraudes de licitações públicas, como é o caso da Construtora Gautama, denunciada, em 2007, na Operação Navalha da Polícia Federal. A empreiteira estava ligada a contratos suspeitos em nove estados e no Distrito Federal.

Em março de 2008, quatro empresas do Grupo Planam também foram declaradas inidôneas por envolvimento no esquema de desvio de recursos da saúde, por meio de emendas parlamentares ao orçamento. O episódio ficou conhecido como “máfia dos sanguessugas”. Veja a lista das empresas inidôneas clicando aqui.