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Economia do horário de verão é anulada pelo uso das térmicas
Diferentemente dos anos anteriores, o horário de verão, que está em vigor desde 20 de outubro do ano passado e acaba à meia-noite deste domingo (17) em dez Estados do país, deixou de reduzir gastos com energia porque o governo precisou manter a capacidade de funcionamento das usinas termelétricas a pleno vapor para evitar o racionamento de energia. Em 2012, o governo deixou de gastar R$ 160 milhões com as térmicas durante o horário de verão.
O horário de verão economizou 2.477 megawatts (MW) no período de pico (entre as 18h e as 21h) nos Estados onde foi implementado, número equivalente a 4,5% da demanda máxima nos três subsistemas onde a mudança de horário vigorou, segundo balanço divulgado nesta sexta-feira (15) pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).
Se as termelétricas não estivessem ligadas no período, essa redução significaria uma economia de R$ 200 milhões em energia, mas como elas continuaram a todo vapor, a isso o governo chamou de “despesa evitada”. Isso porque a economia de energia proporcionada pelo horário de verão contribuiu para a recuperação dos reservatórios do sistema, mas não para a economia de energia.
Com gasto médio de 250 MW de energia no período do horário de verão, a redução do consumo de energia foi incorporado aos ganhos de armazenamento no período e, valorizados por um custo médio de geração térmica.
Essa redução de 250 MW/med representa 0,5% da carga dos subsistemas envolvidos e equivale a 8% do consumo mensal da cidade do Rio de Janeiro, mais 10% do consumo mensal de Curitiba, somados a 2% do consumo mensal de Palmas, por exemplo.
Histórico
Por causa do baixo nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas registrado nos últimos meses, o governo teve que acionar as térmicas, que produzem energia mais cara e são mais poluentes. Atualmente, 14 mil megawatts de energia térmica estão acionados.
As usinas termelétricas devem continuar em funcionamento pelo menos até abril, declarou o presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética ), Maurício Tolmasquim, na semana passada.
Segundo Tolmasquim, a situação dos reservatórios das hidrelétricas está se normalizando. “Está chovendo o que se esperava, está uma situação boa, mas mesmo assim devemos manter as térmicas funcionando”. Ele explicou que as térmicas funcionam como um seguro, e seu acionamento garante que não haverá problema de desabastecimento.
Seca contínua no Sul e Nordeste provoca queda na geração de energia.
Extravasores das usinas do Sul não vertem mais água.
A seca no Oeste da região sul e nas cabeceiras do rio São Francisco já reduziram e ainda vai reduzir muito mais a produção de energia hidrelétrica no País. Algumas usinas do rio Uruguai, como Machadinho (RS/SC), por exemplo, simplesmente desligaram todas as turbinas por absoluta falta de água. Foi essa combinação de pouca chuva em quase todo o País que criou o apagão dos anos 2001/2002, no final do governo FHC. Ainda bem que a economia está crescendo pouco.
Se estivesse no ritmo, desejável, de 6/7% ao ano teríamos um novo apagão. Informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico indicam que a geradora de Sobradinho, responsável por 30% da energia da Região Nordeste, ainda tem perto de 80% da capacidade de geração, mas como estamos no início da temporada de estiagem é provável que essa capacidade seja muito reduzida até outubro/novembro.
Na bacia do Paraná a situação também é boa. É calamitosa particularmente no rio Iguaçu, mas hoje estão previstas chuvas fortes para a região, que podem começar a recuperação.
É hora de aquecer as turbinas das termoelétricas e redobrar a atenção das alternativas, principalmente as eólicas. Na Bahia, onde estão sendo instalados grandes parques eólicos, a região da Chapada Diamantina é considerada a melhor do País em força e constância dos ventos.
Vale a leitura do relatório de carga mensal (março) do ONS, clicando no link.



