O deputado Oziel Oliveira fez um chamamento ao legislativo federal, ontem, quando destacou a importância da emancipação do Estado do São Francisco, posicionando-se contra uma maioria de deputados da bancada baiana, que não querem nem ouvir falar no novo Estado. Leia parte do discurso do deputado:
“O oeste da Bahia, conhecido por todos como Além do São Francisco, nesses últimos 30 anos, experimentou um crescimento jamais imaginado pelos moradores de outras regiões do Estado que sempre foram prioridades para os investimentos baianos. Nossa região, de beleza infinita, de gente desbravadora, inspirou o nobre e grande Deputado pernambucano, amado pelos oestinos, Gonzaga Patriota, do PSB de Pernambuco, a apresentar na Casa o projeto de lei que cria o Estado do Rio São Francisco.
O desejo de emancipação da região não nasceu agora, vem desde o século XIX com D. Pedro I, quando se chamava Comarca do Rio São Francisco e pertencia ao atual Estado de Pernambuco, como está registrado na história. Esse desejo vem sendo cultivado em nossos corações por todos que sonham e acreditam que o oeste pode ser um grande Estado a contribuir muito mais com o desenvolvimento do nosso País.
A região oeste da Bahia é o segundo maior produtor de algodão do País e responde por 5% da produção nacional de soja. Em 2008, segundo a FIEB — Federação das Indústrias do Estado da Bahia, o oeste baiano era responsável por 5,4% do PIB estadual. Em apenas três anos esse número saltou para quase 8,5%, chegando atualmente à aproximadamente 10 bilhões de reais.
A pujança do agronegócio nas ultimas três décadas vem atraindo investimentos de empresas nacionais e internacionais para a região, mostrando que o oeste ainda possui uma grande capacidade de desenvolvimento econômico e social. Vale ressaltar que o oeste baiano, segundo dados oficiais, é o maior produtor de grãos do nordeste brasileiro.”
O pernambucano Gonzaga Patriota,autor do projeto que tramita desde 1998, portanto há 13 anos, na Câmara Federal, aparteou Oziel Oliveira para dizer de sua satisfação pela ampliação do movimento emancipacionista:
“Hoje, cancelei outros compromissos para ouvir o discurso de V. Exa. e contribuir, de certa forma, dizendo que o nosso projeto, o de 631, é de 1998. Esse projeto tramitou e foi aprovado, por unanimidade, em todas as Comissões, como outros projetos. Lamentavelmente, alguns Parlamentares da Bahia, do outro lado, que chamam o oeste baiano de Além do São Francisco, fizeram de tudo e conseguiram atrapalhar a tramitação desse projeto de criação do Estado do Rio São Francisco na Comissão de Justiça. Mas nós já sabíamos, preparamos um recurso, demos entrada e ele está aguardando a votação em plenário. Com certeza, quem conhece o oeste baiano, com quase 170 mil quilômetros quadrados, o dobro do Estado de Pernambuco, com uma população perto de 1 milhão de habitantes e um PIB de 10 bilhões de reais, igual ao Estado de Tocantins, que criamos aqui, que chamavam o pedaço podre de Goiás e hoje é um Estado pujante. V. Exa. vai apresentar um projeto para fortalecer o nosso projeto e dizer ao povo do oeste baiano,ou ao povo do futuro Estado do Rio São Francisco, que foi Deus que mandou V. Exa. para esta Casa, como Deputado Federal, para nos ajudar. Tenha certeza de que vamos fazer campanha. E, a partir de agora, com esse projeto de V.Exa. apensado ao Projeto nº 631, de 1998, vamos trazer o povo do oeste baiano a Brasília, como fez o Deputado Giovanni Queiroz com o povo do Pará, para concretizar a emancipação política desse lado esquerdo do Rio São Francisco, saindo de Carinhanhas até Casa Nova, pertinho de minha querida Petrolina, para que esse povo enjeitado de Minas Gerais, depois de parte de baianos, tenha sua emancipação e o seu trabalho. Parabéns a V. Exa. Conte com este pernambucano, amante e amado pelo povo do oeste baiano, do futuro Estado do Rio São Francisco.”
Oziel Oliveira disse ainda que o movimento de secessão não vai contra os interesses da Bahia:
Quero ainda, Sr. Presidente, ressaltar que esse desejo de emancipação não significa querer ir contra ninguém. O nosso desejo não é nos separarmos da Bahia, nada e nem ninguém nos separará dos nossos irmãos baianos, que amamos tanto, respeitamos e com eles queremos nos unir para fortalecer o Nordeste do nosso País.
Não estamos aqui falando de construirmos um muro intransponível, Deputado Gonzaga Patriota, mas de conquistar nova autonomia política e administrativa para crescermos ainda mais e assim podermos somar com a nossa querida Bahia.
Reconhecemos em nosso Governador Jaques Wagner as sérias intenções de investir na região oeste, haja vista as ações importantes que ele tem desenvolvido para superar os gargalos, bem como as dificuldades enfrentadas por nosso povo, governando com justiça e eficiência a nossa Bahia.
Reconhecemos ainda o trabalho de todos os colegas Deputados baianos nesta Casa que trabalham em benefício da Bahia. Não estamos tratando de buscar novos líderes. Queremos apenas demonstrar que o Rio São Francisco, o rio da unidade nacional, consegue unir pessoas de todos os lugares, transformando-os em um só povo, um povo que sempre saberá respeitar a sua história, que sempre reconhecerá os que trabalharam por eles e busca nesse momento o direito de planejar e administrar os recursos e construir um futuro mais próspero e mais igual com a criação do Estado do São Francisco.”
Finalizando, Oziel Oliveira destaca os apoios de toda a comunidade oestina e ressalta o despacho do juiz Claudemir da Silva Pereira, que já refere-se à comarca de Luís Eduardo como do Estado do São Francisco:
“Também podemos dizer que o apoiamento desse projeto não conta somente com as Lideranças políticas da nossa região, mas lideranças de igrejas, da maçonaria, da OAB, da Câmara de Vereadores, de Prefeitos e de toda a imprensa de nossa região.
Também posso citar como grande exemplo o magistrado da Comarca de Luís Eduardo Magalhães, da qual fui Prefeito por dois mandatos, o despacho do nosso querido Juiz de Direito da Comarca de Luís Eduardo Magalhães, Claudemir da Silva Pereira, no último 4 de maio. É com muito honra que levo ao conhecimento desta Casa que também o Judiciário daquela região entende a importância da criação e do fortalecimento do novo Estado.”
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