Muito grave: Bolsonaro é investigado por chefiar esquema de Caixa 2 no Planalto.

De Rodrigo Rangel, em sua coluna no portal Metrópoles, editado.

Quem diria? O campeão das rachadinhas quando parlamentar e poderoso comprador de 107 imóveis, 51 dos quais em “moeda corrente nacional” acumulou expertise durante anos para administrador um denso esquema da Caixa 2, operado em dinheiro vivo, que pagaria contas as mais estranhas à administração pública e provavelmente financiaria o esquema de atos anti-democráticos, que culminaram com o terrorismo de 8 de janeiro.

“Áudios com a voz de Bolsonaro reunidos pela investigação indicam que o presidente controlava e tinha ciência de tudo.”

Investigações que correm no Supremo Tribunal Federal (STF), obtidas pelo Metrópoles, conectam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à suposta existência de um ‘caixa 2’ dentro do Palácio do Planalto e o ligam à realização de atos antidemocráticos.

De acordo com a reportagem publicada pelos jornalistas Rodrigo Rangel e Sarah Teófilo, um homem de confiança de Bolsonaro gerenciava o suposto ‘caixa 2’, que funcionava com dinheiro vivo proveniente de saques feitos a partir de cartões corporativos da Presidência e de quartéis das Forças Armadas.

O dinheiro era usado, entre outras coisas, para pagar um cartão com despesas pessoais da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro – criado no nome de uma amiga dela, Rosimary Cardoso Cordeiro, funcionária do Senado – e para pagar contas pessoais do clã presidencial.

As investigações estão sob o comando do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Entenda

O tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid – conhecido como “coronel Cid” – é o personagem central das investigações. Homem de confiança de Bolsonaro, ele era:

  • Ajudante de ordens do ex-presidente até o final do mandato;

  • Guardião do celular de Bolsonaro, atendendo ligações e respondendo mensagens;

  • Responsável por tarefas corriqueiras da família, como pagar as contas – a mais sensível, no caso;

Ele também era encarregado de pagar contas pessoais da família de Michelle.

Muitas das operações realizadas pela equipe de Cid era com dinheiro em espécie, na boca do caixa de uma agência bancária localizada dentro do Palácio do Planalto.

Durante as investigações, os policiais identificaram que o modus operandi de Cid era parecido com o apurado nas rachadinhas que envolviam o atual senador Flávio Bolsonaro, filho 01 do ex-presidente. As ações envolviam:

  • Dinheiro manejado à margem do sistema bancário;

  • Saques em espécie;

  • Pagamentos em espécie;

  • Uso de funcionários de confiança nas operações.

A partir daí, os investigadores começaram a enxergar fortes indícios de lavagem de dinheiro. Além dos saques a partir de cartões corporativos, Cid supostamente recebia valores provenientes de saques feitos por militares ligados ao tenente-coronel e lotados em quartéis de fora de Brasília.

Os detalhes dessas transações estão mantidos sob sigilo absoluto.

Conexão com atos golpistas

As investigações acessadas pelo Metrópoles também indicam que o “coronel Cid” funcionava como um elo entre Bolsonaro e vários radicais que desejavam que a militância bolsonarista atacasse as instituições democráticas.

Um dos contatos frequentes de Cid, inclusive, era o blogueiro Allan dos Santos, foragido nos Estados Unidos que teve prisão decretada em 2021.

No material obtido por policiais, como uma série de áudios, fica claro que Bolsonaro tinha conhecimento e controle de tudo que Cid fazia – tanto nos pagamentos com dinheiro vivo, quanto na interlocução com bolsonaristas extremistas.

Inclusive, o próprio ex-presidente aparece como interlocutor em mensagens que Cid mantinha em seu aplicativo – com o qual conversava com os radicais.

O que dizem os envolvidos?

Interlocutores de Jair Bolsonaro e de Michelle Bolsonaro admitiram ao Metrópoles que houve “confusão” com os valores em espécie, mas negam que contas pessoais do clã e de parentes de Michelle fossem pagas com os saques corporativos do governo.

De acordo com eles, Cid precisava lidar com os valores em espécie, já que:

  • Muitas das despesas “tinham valor ínfimo”;

  • Portanto, precisavam ser pagas diretamente a fornecedores que “prestavam serviços informalmente”;

Não foi explicado o motivo pelos quais tais fornecedores precisavam receber em espécie em vez de transferência bancária, por exemplo.

Não houve resposta sobre:

  • Pagamento dos boletos, especialmente os do cartão cedido pela amiga de Michelle;

  • Contas de familiares da ex-primeira-dama;

O Metrópoles também entrou em contato com Rosimary, a amiga que cedia o cartão para Michelle. Ela, no entanto, se recusou a dar explicações, afirmou não ter sido notificada sobre as investigações e disse que trata-se de “um assunto pessoal” sobre o qual só falará com seu advogado.

Como domar um presidente bocudo e mal educado!

Fotógrafos cruzam os braços em protesto contra general-presidente

Num retrato da decadência do regime, fotógrafos credenciados que cobriam a Presidência cruzam os braços e se recusam a fotografar o presidente João Batista Figueiredo descendo a rampa do Palácio do Planalto. Naquela terça-feira de 1984, o único a empunhar sua máquina foi José de Maria França, do Jornal do Brasil, mais conhecido de como J. França, escolhido pelos colegas de trabalho para fazer o registro do protesto e distribuir a imagem para a imprensa.

O protesto foi uma reação à ordem do general-presidente proibindo fotos em seu gabinete. Durante os meses em que vigorou a proibição, apenas o fotógrafo oficial do Planalto podia registrar as audiências.

A única oportunidade que os fotógrafos tinham para fotografar Figueiredo era nos momentos em que ele subia ou descia a rampa.

Essa foi, no entanto, a gota d’água de uma relação conflituosa. Naquele momento, faltava menos de um ano para as eleições e o consequente fim do governo militar. Semanas antes, fotógrafos presenciaram, no gabinete presidencial, um entrevero entre o general-presidente e o então presidenciável por seu partido, Paulo Maluf.

Figueiredo, que preferia Mario Andreazza como candidato do PDS, estava visivelmente mal-humorado. Maluf, ao ver os fotógrafos, pediu: “Sorria, presidente”, e ouviu uma resposta atravessada: “Estou na minha casa e fico como eu quero”.

Os fotógrafos relataram a conversa nas redações e fizeram com que o diálogo chegasse às primeiras páginas dos jornais. Em resposta, Figueiredo disse que a conversa nunca tinha acontecido e proibiu a entrada de fotógrafos em seu gabinete. A proibição só seria levantada nos últimos meses do regime.

Participaram do protesto, de acordo com a aparição na foto, da esquerda para a direita: Moreira Mariz, Antônio Dorgivan, Adão Nascimento, Cláudio Alves, Sérgio Marques, Julio Fernandes Francisco Gualberto, Sérgio Borges, Beth Cruz, Élder Miranda e Vicente Fonseca, o Gaúcho. André Dusek, que na época era presidente da União dos Fotógrafos de Brasília, estava no outro lado da rua, pois não era credenciado na Presidência da República, e, por solidariedade ao protesto, não fotografou.

Do Memorial da Democracia.

As fake news ainda podem desestabilizar os alicerces do mandato de Bolsonaro

Joice também confirmou as informações no programa Roda Viva, na segunda-feira à noite.

A ex-líder do governo no Congresso Joice Hasselmann (PSL-SP) se transformou numa verdadeira bomba relógio contra o mandato do presidente Jair Bolsonaro, diz Tales Faria, do UOL.

Trata-se de uma das mais perigosas acusações contra o presidente da República a sua afirmação —feita a Marco Britto, do UOL, e postada hoje pela manhã— segundo a qual os filhos de Bolsonaro lideram uma rede de funcionários que criam perfis falsos nas redes sociais.

Depois, à Globo News, Joice não só confirmou a publicação do UOL como disse que parte desse esquema funcionou até mesmo dentro do gabinete do presidente da República, no Palácio do Planalto. A atuação do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), do deputado Eduardo Bolsonaro.

Muito provavelmente, ela acabará sendo chamada à CPMI das Fake News. Coincidentemente, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito inicia nesta semana suas audiências públicas visando embasar as investigações, conclui o colunista do UOL, Tales Faria.

Se Joice sustentar suas acusações e estas forem confirmadas, não só os filhos, como o próprio presidente da República estarão com seus mandatos ameaçados.

 

Dilma ancora déficit fiscal na nova CPMF em reunião no Planalto

Brasília, no fim da tarde. Foto de Carlos Alberto Sampaio, de O Expresso.
Brasília, no fim da tarde. Foto de Carlos Alberto Sampaio, de O Expresso.

A presidente Dilma Rousseff convocou integrantes da equipe econômica para reunião no Palácio da Alvorada neste sábado (29). Estão sendo discutidos detalhes da proposta de lei do Orçamento Anual de 2016, que tem que ser enviada ao Congresso Nacional na segunda-feira (31). 

O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, já está no Alvorada, mas o ministro Joaquim Levy está em evento da BM&F Bovespa em Campos do Jordão (SP). Inicialmente, a participação de Levy seria às 18 horas, mas foi antecipada e ele começou sua palestra no evento por volta das 14 horas. Ainda não há informação se o ministro participará da reunião convocada por Dilma. 

Além da lei orçamentária, está sendo discutido o retorno de uma contribuição sobre movimentações financeiras para custear despesas da saúde, nos moldes da CPMF. A equipe econômica acredita que a volta do chamado “imposto do cheque” é necessária para cobrir o rombo orçamentário projetado para o ano que vem, mas há resistências políticas ao retorno do tributo. 

De acordo com participantes de reunião entre a presidente e governadores do Nordeste, em Fortaleza (CE), Dilma não deixou claro se enviará a proposta da nova CPMF já na segunda, como tinha sido decidido na última quinta-feira (27).

Meu palácio, minha vida.

Foto de FABIO POZZEBOM/ABR

Depois de 17 meses e 130 milhões de gastos em reformas, começa a ser feita a mudança de volta para o Palácio Planalto. Não que a gente queira que o nosso Grande Timoneiro trabalhe num barraco, cheio de infiltrações. Mas com esse rico dinheirinho, dava para construir cerca de 8.125 casas. Como se pode ver, o programa “Minha Casa, Minha Vida” funciona muito bem, mas só na Esplanada dos Mistérios(sic). A pergunta que não quer calar: quanto custaria para construir um novo?

Banda larga deverá ter plano até final de janeiro

A coluna Repórter Brasília, do Jornal do Comércio de Porto Alegre, informa que a história da universalização da banda larga tem outras versões:

O presidente Lula deu prazo até meados de janeiro para que o grupo técnico que estuda a implantação do Plano Nacional de Banda Larga apresente os levantamentos de preço para levar a internet em alta velocidade até o consumidor final. Estava marcado para a semana passada uma grande reunião entre o presidente e os ministros envolvidos no projeto. Porém, o encontro teve de ser adiado, porque o levantamento ainda não foi concluído. Todavia, o presidente foi informado do andamento dos estudos em rápida reunião com o coordenador dos Programas de Inclusão Digital do governo, gaúcho Cezar Alvarez. Segundo fontes do Palácio do Planalto, o presidente ficou irritado com a demora e pediu mais celeridade na conclusão dos estudos preliminares. O governo federal quer criar uma estatal da banda larga, usando as fibras ópticas das estatais, como a Petrobras, a Eletrobras e a Eletronet. Contudo, ainda não foi acordado se esta estatal atuará apenas no atacado, fazendo a transmissão de dados, ou se esta empresa operará também no varejo, levando a banda larga ao consumidor final. Até o fim de janeiro, espera-se que essa decisão já tenha sido tomada.