Uruguaios invadem o Brasil com moeda forte na mão

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Há caravana diária de carros uruguaios atravessando a fronteira gaúcha para comprar gasolina a R$ 3,90. No Uruguai, o litro custa R$ 6,21.
Os uruguaios também lotam as lojas de cidades como Livramento, usando seu peso mais forte sobre um real mais fraco. É o que diz o jornalista Políbio Braga, em seu blog. 

Já existe uma forte reação de comerciantes uruguaios com as compras de seus conterrâneos em cidades brasileiras, principalmente naquelas divididas apenas por uma rua, como Livramento e Rivera, do lado uruguaio. Em Jaguarão, as autoridades alfandegárias uruguaias apertam os chamados “chibeiros” na ponte sobre o rio do mesmo nome. O mesmo acontece na fronteira no Chuí, como na divisa Bagé-Aceguá e Quaraí-Artigas.

Quem está mais folgada é a Receita Federal do Brasil. Aqueles que buscavam bebidas, perfumes e cosméticos de boa qualidade em Rivera, Chuy e Jaguarão abandonaram a atividade frente à disparidade da moeda.

A relação de brasileiros gaúchos com os uruguaios e argentinos sempre oscilou em função da posição da moeda frente ao dólar. Quanto a situação é favorável aos gaúchos, eles também invadem os países amigos em busca de pechinchas.

Os uruguaios ainda lembram de seus tempos de Suíça latino-americana, quando o peso sobrepujava em muito o cruzeiro brasileiro. Na época, com orgulho, referiam-se à moeda uruguaia como “Oro” e, à brasileira, como “papiel”. Parece que esses tempos estão voltando.

Na temporada de praias deste ano, no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e até na Bahia, a desvalorização do Real deve favorecer o fluxo de argentinos e uruguaios, que só ficam nas suas praias de águas frias e batidas pelo vento se forem obrigados pela paridade das suas respectivas moedas.