Novamente, sob vaias e apupos e resguardados por guardas municipais e soldados da Polícia Militar, a Câmara de Vereadores de Barreiras reuniu-se hoje para aprovar a doação do Parque de Exposições a empresas privadas.
Fernando Machado, editor do site ZDA, assim relatou o acontecimento:
“Como esperado, por nove votos a zero, a Câmara de Vereadores de Barreiras aprovou, no fim da tarde de hoje, a Lei que doa a área do Parque de Exposições para uma empresa do Estado de Pernambuco, a Plus Empreendimentos. A partir da publicação oficial da Lei, a gleba passa a não mais pertencer à municipalidade, fazendo assim parte do patrimônio da Plus.
Logo após a aprovação da Lei que doou a área do Parque de Exposições de Barreiras a Plus Empreendimentos, ocorrida no fim da tarde de hoje na Câmara de Vereadores, o Ministério Publico da Bahia notificou a prefeitura municipal quanto ao negócio. No documento, o MP exige diversas informações tanto da municipalidade, como da própria empresa interessada. Pelo visto, depois de todo desgaste, a prefeita Jusmari Terezinha e os onze vereadores enfrentarão agora outra batalha, só que desta vez nos tribunais.”
Impressionante foi ver o aparato policial olhando fixo para mais de 300 pessoas que estiveram presentes à sessão ordinária da Câmara. O recinto sagrado do legislativo foi novamente maculado pela força policial, algo inédito neste País desde os tempos de Getúlio Vargas e da Ditadura Militar. Acontecimentos recentes de invasão de populares do Movimento Sem Terra, na Câmara Federal, foram contidos pela segurança legislativa, sob o comando do presidente da Casa.
O que inspira desconfiança da população e dos líderes políticos presentes é a urgência da aprovação e os pontos obscuros do processo de doação. A maior interessada no projeto, a prefeita Jusmari Oliveira, deveria ter realizado uma série de audiências públicas, mostrando os eventuais benefícios do processo. Decidir de afogadilho deixou-a em situação política delicada e proporcionou um argumento de campanha denso para seus opositores.
A sociedade civil organizada, a par da iniciativa do Ministério Público, deve patrocinar uma batalha judicial alentada pela retomada do Parque pelo patrimônio público.
Líderes políticos estiveram presentes à sessão da Câmara, apesar de saberem antecipadamente o resultado.





