Um velho muito safadinho pode ir parar na cadeia

Paulo Preto, Aloysio e Dória, cartas do mesmo naipe e do mesmo surrado baralho.

Lembram daquela frase de Aloysio Nunes, o senador tucano, golpista:

“Não quero o impeachment, quero ver a Dilma sangrar”

Pois bem: o indigitado foi flagrado na Operação que prendeu Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, o caixa dos desvios de Serra, no dia de ontem, com um singelo cartão internacional de débito e crédito.

Também se locupletava da continha de mais de R$130 milhões que Paulo Preto abriu na Suíça, através de uma série de mudanças de endereços em paraísos fiscais.

Artífice do golpe contra Dilma, Aloysio foi chanceler do Governo Temer e forte articulador da entrega da indústria de petróleo brasileira às petroleiras estrangeiras.

Ontem mesmo pediu demissão de seu cargo na InvesteSP, portal de investimentos do Estado de São Paulo, onde reina João Dória Jr.

Aloysio, um velho de 73 anos deveria ter mais vergonha na cara, deixar de roubar e conspirar e ir para casa gozar a boa vida com os netos.

Negociatas do PSDB em São Paulo poderão vir à luz depois das eleições

Paulo Preto e Geraldo Alckmin

Os jornais do Centro do País avaliam, hoje, que talvez seja chegada a hora de abrir a caixa preta das negociatas presididas pelo PSDB e Governo de São Paulo. Os jornalistas acreditam que, pressionado pelas evidências do dinheiro depositado por Paulo Preto em bancos suiços o levem ao início de um processo de delação premiada.

Parece ficar claro, também, que se essa delação acontecer, só virá à luz depois das eleições, pois Geraldo Alckmin ainda é a aposta eleitoral do Governo Temer, do Centrão, do Mercado e dos artífices do golpe de agosto de 2016.

O Ministério Público da Suíça decidiu enviar para as autoridades brasileiras detalhes sobre as quatro contas que o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, manteve naquele país.

Com essa documentação, equivalente a uma quebra de sigilo bancário no Brasil, será possível saber quem fez depósitos e quem recebeu recursos de Paulo Preto.

Foi quando documentos desse tipo chegaram ao Brasil que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa decidiu fazer o primeiro acordo de delação premiada da Operação Lava Jato, em 2014, revelando o esquema criminoso que vigorava na estatal.

O saldo das contas do ex-diretor da Dersa era de 35 milhões de francos suíços quando ele decidiu transferir os recursos para Bahamas, no Caribe, no início de 2017.

O montante corresponde atualmente a R$ 144,3 milhões.

O engenheiro, que dirigiu a área de engenharia da Dersa entre 2007 e 2010, quando o governo paulista fez grandes obras como o Rodoanel e a reforma da Marginal Tietê, é apontado como operador de recursos ilegais do PSDB pelo Ministério Público Federal, o que seus advogados negam.

A Dersa é a empresa do governo paulista que faz obras de infraestrutura viária.

A documentação trará todas as transações desde 1993, quando Paulo e sua ex-mulher abriram duas contas no banco Bordier & Co., uma para cada um.

Entre 1991 e 1995, o engenheiro foi diretor de assuntos especiais do Metrô, no governo de Luiz Antônio Fleury Filho.

As autoridades suíças já enviaram algumas informações preliminares sobre as contas de Paulo Preto ao Brasil.

Em maio, a Folha de S.Paulo revelou que um documento enviado pela Suíça aos procuradores brasileiros dizia que entre 2007 e 2009, no governo de José Serra (PSDB), essas contas receberam “numerosas entradas de fundos”.

Esse mesmo documento dizia que Paulo Preto abriu quatro contas 43 dias depois de ter sido nomeado diretor de engenharia da Dersa, em maio de 2007.

O documento mais importante sobre essas contas até agora foi apresentado pela própria defesa de Paulo Preto, feita pelo advogado José Roberto Santoro, numa reclamação feita ao Supremo em janeiro. A reclamação de Santoro revelou as contas e o saldo delas.

Nesse recurso ao Supremo, o advogado pedia que a investigação que estava sendo feito em São Paulo pela força-tarefa da Lava Jato fosse transferida para aquela corte por guardar conexões com o inquérito que trata de supostas doações da Odebrecht para Serra.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, não decidiu até agora sobre essa reclamação.

A investigação que corre em São Paulo é sobre suspeitas de desvios não na construção do Rodoanel, mas na transferência de moradores que foram afetados pela obra.

O engenheiro chegou a ser preso duas vezes neste ano, sob acusação de ter desviado R$ 7,7 milhões, mas foi solto nos dois episódios por decisão de Gilmar.

Quando retirou os recursos da Suíça, em 2017, Paulo Preto estava sob investigação das autoridades daquele país por suspeita de lavagem de dinheiro. Havia risco de as autoridades congelarem as contas do ex-diretor da Dersa.

Quem comunicou que o ex-diretor da Dersa estava tirando o dinheiro do país e remetendo os recursos para as Bahamas foi o próprio banco, o Bordier & Co. numa aparente retaliação.

A defesa do ex-diretor da Dersa confirmou para a reportagem que ele já contratou advogados na Suíça para evitar que a documentação seja remetida ao país, com o argumento de falhas formais e de mérito no processo de cooperação internacional entre os dois países.

Entre outros problemas, a defesa de Paulo na Suíça alega que não foram respeitadas as normas daquele país para a quebra de sigilo, que o titular da conta não foi informado previamente que havia suspeitas na movimentação e que houve abuso por parte do Ministério Público.

Não é uma tarefa fácil ganhar um recurso no tribunal penal da Suíça. Um levantamento feito pela reportagem no site dessa corte mostra que só 10% dos recursos são julgados favoráveis a quem recorre.

O advogado de Paulo, José Roberto Santoro, não quis comentar a decisão suíça de enviar a documentação bancária para o Brasil.

Enfim, um tucano de penas coloridas vai para a gaiola

Em ação colocada em prática na manhã desta sexta-feira (6) em São Paulo, a Polícia Federal prendeu preventivamente Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, ex-diretor de engenharia da Dersa nas gestões Geraldo Alckmin (2005 e 2006) e José Serra (2007 a 2010). A informação foi publicada inicialmente pela rádio Band News.

Afilhado político do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, e responsável pelas principais obras viárias do estado de São Paulo, como o trecho sul do Rodoanel, Souza foi mencionado por executivos da Odebrecht em delações da Lava Jato e vem sendo investigado pelo MP em dois inquéritos por suspeita de recebimento de propina.

No mês passado, o Ministério Público recebeu de autoridades suíças a informação de que o ex-diretor da Dersa teve R$ 113 milhões em contas no país europeu.

No PSDB, há o temor que de que o caminho para o dinheiro depositado na Suíça traga complicações a integrantes do partido.

Estão detectadas as condições técnicas para evitar a prisão após condenação em 2ª instância

Uma articulação em curso nos bastidores do Supremo Tribunal Federal (STF) pode livrar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da cadeia e “apunhalar de morte” a Operação Lava Jato.

A estratégia é votar, ainda nesta semana, o fim da prisão após condenação em segunda instância e estabelecer que a execução da pena só poderá ocorrer após análise de recursos no Superior Tribunal de Justiça (STJ), a terceira instância da Justiça criminal brasileira.

A informação é da colunista Eliane Cantanhede, do jornal O Estado de São Paulo.

Segundo reportou a jornalista do Estadão , a defesa de Lula alertou os ministros da Corte que o acórdão de uma decisão de outubro de 2016 em cima de uma liminar sobre o tema jamais fora publicado. Assim, o texto acabou sendo publicado no dia 7 deste mês e, na última quarta-feira (14), o Instituto Ibero Americano de Direito Público entrou com embargo de declaração.

A referida decisão de outubro de 2016 é justamente aquela que, por 6 votos a 5, os ministros decidiram autorizar a prisão de réus condenados em segunda instância mesmo que eles ainda tenham recursos pendentes.

Isso abriu uma brecha para revisão mediante a apresentação de embargos de declaração em liminares. Segundo a reportagem de Eliane, o pedido de habeas corpus do ex-presidente só pode ser posto “em pauta” pela presidência ou “em mesa” por um deles, mas embargos podem ir ao plenário a qualquer momento.

Do ponto de vista de um leigo, a candidatura de Lula da Silva ainda pode ser obstada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tendo em vista a condenação em segundo grau. No entanto, o ex-Presidente poderá concorrer se obter uma liminar e aí o problema fica adiado para a diplomação ou para a posse.

Com Lula livre, mesmo que não consiga obter o registro da candidatura, ele elege, com uma mão nas costas, o primeiro poste que achar urinado por um cachorrinho.

O nível da complicação da chamada direita brasileira pode ser medido com precisão, quando Dória Jr., escolhido pela convenção do PSDB, será o candidato a Governador de São Paulo. O candidato é tão ruim quanto volumosa é sua rejeição como prefeito da capital paulistana. E pela primeira vez em 20 anos o tucanato poderá ser apeado do poder na “locomotiva da economia brasileira”.

A não ser que o dinheiro guardado na Suíça e tutelado pelo operador Paulo Preto, conhecido como Paulo Afrodescendente, apareça como por milagre no pleito de 7 de outubro.

Precisam vir ao lume, ainda, os depoimentos do advogado Tacla Duran, operador da Odebrecht, que indicam forte prevaricação na Justiça Federal de primeira instância de Curitiba.

Com informações do Estadão, Gazeta do Povo, Último Segundo e edição de O Expresso.