Presidente da Turquia diz que vai sancionar pena de morte para golpistas

Da Ansa Brasil

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse hoje (18) que dará seu aval à pena de morte se a medida for aprovada pelo Parlamento. Desde a tentativa de golpe da última sexta (15), a hipótese vem sendo considerada por Ancara para punir envolvidos na tentativa de golpe.

Na manhã de hoje, um homem que vestia uniforme militar foi morto pela polícia turca depois que abriu fogo diante do tribunal de Ancara. O episódio ocorreu no tribunal, no momento em que 27 generais e almirantes detidos pelo golpe prestavam depoimento, entre eles Akin Ozturk, considerado um dos principais estrategistas da tentativa de assumir o poder. Ele foi comandante da Força Aérea turca de 2013 a 2015 e é próximo do clérigo islâmico Fethullah Gullen, que vive em exílio nos Estados Unidos e teria ajudado a articular o golpe.

De acordo com a imprensa turca, os 27 oficiais detidos representam quase um terço dos generais do país. Além deles, o governo de Erdogan suspendeu o mandato de 30 prefeitos, do total de 81. Também hoje o primeiro-ministro da Turquia, Binali Yildirim, informou que subiu para 313 o número de mortos e para 1.491 o de feridos nos combates relacionados à tentativa de golpe.

Destas vítimas, 146 eram civis, 60 atuam como policiais, três eram soldados e 104 eram militares golpistas. Já as pessoas presas por ligação com a tentativa de golpe são 7.543, sendo 6.030 militares.

Uma ala do Exército turco que seria próxima a Gullen tentou assumir o poder na noite de sexta-feira (15), na Turquia, colocando tanques na rua e caças F-16 sobrevoando as principais cidades do país. Mesmo com sua popularidade baixa, Erdogan conseguiu reverter a situação depois de cinco horas. Parte da população que o apoia também lutou contra os militares.

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Se o leitor pretende entender o que é a Turquia hoje, precisa ler a história do Império Otomano, que durou mais de 600 anos e dominou o norte da África, o Oriente Médio e parte da Europa. Veja parte da história de guerras e horror.

Em 1970, uma pena de morte no Brasil que acabou não se consumando

Theodomiro, hoje juiz aposentado, enfrentou as forças da repressão
Theodomiro, hoje juiz aposentado, enfrentou as forças da repressão

Por Luís Guilherme Barrucho, da BBC Brasil

Com o pulso direito algemado ao de outro militante dentro de um jipe não identificado, o jovem potiguar Theodomiro Romeiro dos Santos sacou o revólver calibre 38 que estava escondido em sua pasta preta e, com a mão esquerda livre, disparou contra os agentes da ditadura militar que o haviam capturado momentos antes, matando um sargento da Aeronáutica.

Preso no dia 27 de outubro de 1970, o então militante do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário, o PCBR, seria condenado meses depois à pena de morte, tornando-se o primeiro brasileiro a receber a sentença desde a Proclamação da República – outros dois militantes de esquerda também receberiam a pena e escapariam da execução.

O veredito apontava para um cenário inédito: a última execução do tipo havia sido registrada em 1876. Atualmente, a pena capital ainda é prevista na Constituição brasileira, mas somente para crimes militares cometidos em tempos de guerra.

“Nunca achei que seria executado. Nem eu nem meus companheiros de cela. Eu tinha todas as circunstâncias atenuantes: era menor de 21 anos, não tinha antecedentes criminais e estudava”, diz Santos, hoje com 62 anos e juiz do trabalho aposentado, à BBC Brasil.

“Não fiquei aflito ou angustiado. Os próprios agentes da ditadura não acreditavam que a sentença seria cumprida. Tanto é que não me destinaram nenhum tratamento especial, apesar de o código de processo penal militar estabelecer um regime carcerário diferenciado a quem recebia esse tipo de condenação”, acrescenta.

Seguiu-se à divulgação da sentença de Santos uma onda de protestos, envolvendo as principais entidades da época, o que acabou, em sua opinião, “desgastando politicamente a ditadura”.

A crueldade de Floriano Peixoto e o massacre de Florianópolis

Em 16 de abril de 1894 chegava ao fim o revolucionário Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil, que havia se insurgido numa guerra civil contra o governo central do marechal Floriano Peixoto.

Por seis meses, a cidade de Desterro, capital de Santa Catarina, foi sede dessa república independente, formada pela união dos revolucionários federalistas dos três estados do sul do país com os também rebelados militares da Marinha Brasileira. Após a derrota, Desterro seria rebatizada como Florianópolis – em homenagem a Floriano – e dezenas de revoltosos seriam perseguidos, presos e sumariamente executados, em um dos capítulos mais sangrentos da história brasileira.

Na Ilha de Anhatomirim, onde ainda hoje resta a Fortaleza do mesmo nome, foram fuzilados os revoltosos de maior galão. Os sediciosos de menor importância foram enforcados, a execução sem honra. Foi a última vez que se aplicou a pena de morte no País.

Barbárie em Porto Seguro: jovem médica é assassinada

Uma médica de 31 anos foi assassinada dentro da casa da mãe no município de Porto, no Sul baiano. O crime aconteceu na noite desta quarta-feira (5), quando os criminosos invadiram a casa da mãe da vítima, localizada no Condomínio Vila Nova, em um bairro de classe média alta da cidade. De acordo com o titular da Delegacia de Polícia Civil de Porto Seguro, Robson Andrade, Márcia Moreira Perez chegou em casa por volta das 20h30 e encontrou os assassinos no local.

“Eles atacaram e tentaram matar a Márcia, que também é médica”, relata o delegado Andrade. “Só que ela lutou e conseguiu se desvencilhar dos bandidos, que fugiram em seguida”. A filha de Márcia, a médica Mariana Alejandra Perez, 31 anos, já estava morta. O corpo da vítima, que ainda segundo a polícia é natural de Minas Gerais e estava na casa da mãe em Porto Seguro há menos de um mês, apresentava sinais de estrangulamento. Leia mais no Correio.

Já que é tempo de reformas e PECs, quem sabe, numa madrugada dessas, não passa, no Congresso, a pena de morte para crimes hediondos.

Pena de morte já existe no Brasil.

Num destes programas de assuntos policiais, o apresentador citou o caso da professora assassinada em Embu, SP, por um traficante de 17 anos e 9 meses de idade, que inclusive estava matriculado na escola para poder vender cocaína:

-A pena de morte já é  lei no País. Só que está do lado errado. O bandido prende, julga e executa o cidadão comum.”

O menor matou a professora, com dois tiros à queima-roupa, porque ela teria recriminado a namorada que vendia cocaína para os colegas nos corredores do colégio municipal. Como é menor, mesmo faltando 3 meses para a maioridade, cumprirá três anos de internação em abrigo judicial e sairá às ruas para traficar de novo.