“Contrabandos” são encontrados na cela que Geddel divide com Luiz Estevão

Luiz Estevão em recente depoimento na Justiça Federal em Brasília. Foto O Globo.

A Polícia Civil do Distrito Federal encontrou chocolates importados, anotações e pelo menos cinco pendrives na cela que abriga o ex-senador cassado Luiz Estevão (DF) e o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Durante as buscas, Estevão jogou pela privada um pendrive, mas o dispositivo foi resgatado pelos policiais e passará por perícia.

O advogado de Geddel Vieira Lima disse à TV Globo que “estranha, mais uma vez, a defesa técnica não saber da operação antes da imprensa”. Já a defesa de Luiz Estevão alegou desconhecer as buscas, e não quis se pronunciar.

A ação foi realizada pela Coordenação de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do DF e pela Promotoria de Execução Penal do Ministério Público do DF após denúncia de presos que os dois políticos estavam tendo regalias dentro da prisão. De acordo com a TV Globo, até a noite desse domingo, nenhum dos órgãos tinha detalhado as possíveis medidas a serem tomadas com base no material encontrado.

A ação foi deflagrada após denúncia de presos de que os dois políticos estavam tendo regalias dentro da prisão.  Em 2017, uma inspeção encontrou itens proibidos nas dependências utilizadas pelo ex-senador cassado, como chocolate, cafeteira elétrica, macarrão importado e cápsulas de café.

Luiz Estevão também é acusado pelo MP do DF de financiar a reforma do bloco onde cumpre pena na Papuda. Três ex-gestores do complexo penitenciário também são listados no processo suspeitos de terem sido coniventes com o empreendimento.

A cela dividida pelos dois políticos tem sanitário e pia de louça, chuveiro, cortina, tapete, cerâmica e paredes pintadas. Geddel está preso em Brasília desde setembro do ano passado. Ele é acusado de receber propina e de guardar cerca de R$ 51 milhões em um imóvel em Salvador. O ex-senador cumpre pena de 28 anos de prisão por sonegação fiscal, fraudes e desvios nas obras do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo.

Geddel, Funaro e Saud se provocam sobre os muros dos pátios da Papuda

O ex-ministro Geddel Vieira Lima, o operador Lúcio Funaro e o executivo da JBS, Ricardo Saud, têm gerado a maior confusão, com diversos episódios de gritaria e xingamentos entre os muros dos pátios da Penitenciária da Papuda. O peemedebista baiano já teria, inclusive, feito ameaças de morte. 

Segundo informações da Coluna do Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo, antes de voltar à cela, grita para o delator da JBS: “Saud, vou te matar”.

Do outro lado do muro, Geddel ajuda: “Saud, também vou te matar”. O ex-executivo então responde às provocações: “Cala boca, seu gordo!”. Os três estão separados e não se encontram no banho de sol. Outra medida é um revezamento de advogados para evitar que os três presos se encontrem. Procurados pelo Estadão, o advogado de Saud, Antônio Carlos Almeida Castro, o Kakay, afirmou que não comentaria o caso. Os outros dois advogados não foram encontrados. 

Seria pedir demais em nossas orações, que contrariando as determinações da administração penitenciária, os agentes fechassem os três numa cela por uma semana? Só pra nós, pobres humildes aqui na planície, ver no que dá.