Agricultura familiar avança em 4 de cada 10 cidades da Bahia.

Só o projeto Formoso, em Bom Jesus da Lapa, produz 189 mil toneladas de frutas e proporciona 23 mil empregos. Na Bahia, 70% dos alimentos vem da pequena agricultura.

Entre 2006 e 2017, na Bahia, o número de estabelecimentos classificados como familiares, segundo o estabelecido na legislação de cada momento, caiu 10,9%, passando de 665.767 para 593.411. A área ocupada por eles teve um recuo de 9,4%, de 9.946.156 para 9.009.143 hectares.

O número de estabelecimentos da agricultura familiar registrou avanço em 4 de cada 10 municípios baianos entre 2006 e 2017, revelou nesta sexta-feira (25) o Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O crescimento ocorreu em 165 cidades – 39,6% do total de 417 municípios baianos.

No geral, contudo, a agricultura familiar perdeu participação em relação a 2006 tanto no número de estabelecimentos, quanto na área ocupada e no valor gerado pela agropecuária, conforme a pesquisa do IBGE, que ouviu mais de 784 mil produtores rurais da Bahia. E essa mesma situação foi registrada em outros estados.

Entre 2006 e 2017, na Bahia, o número de estabelecimentos classificados como familiares, segundo o estabelecido na legislação de cada momento, caiu 10,9%, passando de 665.767 para 593.411. A área ocupada por eles teve um recuo de 9,4%, de 9.946.156 para 9.009.143 hectares.

Assim, no estado, a participação dos estabelecimentos familiares no total caiu de 87,4% para 77,8%, enquanto a área ocupada por eles passou de 33,6% para 32,2% do território dedicado à produção agropecuária. Consultados sobre explicações para esses dados, o IBGE e o Governo da Bahia deram respostas diferentes.

Supervisor de Pesquisas Agropecuárias do IBGE, Augusto Barreto disse que a redução de estabelecimentos da agricultura familiar na Bahia não tem uma causa só, mas ele lembra que entre “no semiárido, entre 2012 e 2017, tivemos uma das piores secas do estado, e isso pode ter impactado na redução dos estabelecimentos”.

Jeandro Ribeiro chefe de gabinete da Secretaria de Desenvolvimento Rural da Bahia (SDR) e secretário em exercício, tem opinião contrária.

“Se houve uma redução do número de estabelecimentos da agricultura familiar, foi porque houve uma evolução dos produtores que antes eram familiares e foram desenquadrados como tal”, disse, informando em seguida que nos últimos 4 anos a SDR investiu R$ 1,2 bilhão no setor.

Bahia ‘importará’ modelo de cooperativa da agricultura familiar de Alagoas, diz Leão

Comitiva formada pelos secretários da SDE e SDR conheceu experiência de sucesso da Pindorama 

Considerada um dos melhores exemplos de reforma agrária do país, a Cooperativa Pindorama, no estado de Alagoas, implantará uma modelagem semelhante na região do São Francisco, na Bahia. O convite para a cooperação técnica foi feito pela comitiva do Governo do Estado, composta pelo vice-governador João Leão, secretário de Desenvolvimento Econômico, e pelo secretário de Desenvolvimento Rural, Josias Gomes, em visita à sede da entidade, no município alagoano de Coruripe, nesta quinta-feira (10).    

“Conhecemos o know how, a habilidade da Pindorama em desenvolver economicamente, de forma cooperada, uma região. Eles produzem mais de 60 itens, entre sucos, balas, coco ralado, chips e óleo de coco, e têm uma usina de açúcar e álcool. Convidamos e eles aceitaram ajudar na implantação de uma cooperativa, com o mesmo exemplo de sucesso, na região do Velho Chico”, disse Leão.

De acordo com o presidente da cooperativa, Klécio Santos, a visita destacou a posição de Pindorama como referência nacional do cooperativismo na agricultura familiar. “Isso é resultado do trabalho que realizamos. Somos referência para outros Estados. Esse momento é motivo de satisfação, de muita felicidade e responsabilidade”, afirmou.

“A cooperativa é uma excelente proposta de solução para o produtor rural nordestino. Estão provando que é possível explorar um segmento que era tido como viável apenas para o agronegócio, como a cana de açúcar, e estão produzindo condições para que a agricultura familiar também dispute mercado neste setor”, destacou Josias.

A cooperativa, fundada em 1956, fica na região sul de Alagoas, possui uma área de 32 mil hectares, tem 1,1 mil associados, gera 1,8 mil postos de trabalho no campo, 200 empregos na indústria e 100 na usina de açúcar e álcool. A usina processa 6 mil toneladas de cana, produz 300 mil litros de álcool anidro e hidratado e 9 mil sacos de açúcar por dia. A Pindorama surgiu a partir de um assentamento de agricultores familiares.   

O chefe de Gabinete da SDR, Jeandro Ribeiro, e o superintendente do Desenvolvimento e Monitoramento de Empreendimentos da SDE, Deraldo Alves Carlos, também compuseram a comitiva do governo baiano.

Governo de bandidos nega aval para verba da ONU destinada a pequenos agricultores.

Caricatura de Kleber Sales

O Maranhão e o Ceará perderam 45 milhões de dólares em financiamento do Fundo para o Desenvolvimento Agrícola da ONU (Ifad) por falta de aprovação da Comissão de Financiamento Externo do Ministério da Economia (Cofiex).

Os estados são governados por partidos de oposição Bolsonaro, o PCdoB e o PT. A informação é do jornalista Esmael Morais, no blog do Esmael.

Os recursos perdidos seriam utilizados para a instalação de cisternas, apoio a pequenos agricultores, comunidades indígenas e quilombolas. Segundo estimativas, 100 mil famílias deixarão de ser atendidas pelo programa das Nações Unidas.

O Ifad, que tem o objetivo de combater a pobreza e a fome no campo estava disposto a destinar 20 milhões de dólares para o Maranhão governado por Flavio Dino (PCdoB) e 25 milhões de dólares para o Ceará, de Camilo Santana (PT).

Agricultores familiares do Território Velho Chico comemoram resultados do serviço de assistência técnica e extensão rural

Mais de 700 famílias de agricultores familiares, dos municípios de Bom Jesus da Lapa, Serra do Ramalho, Sítio do Mato e Paratinga, no Território de Identidade Velho Chico, comemoram os resultados da prestação de serviço de assistência técnica e extensão rural (Ater) da Chamada Pública do Projeto de Ater Sustentabilidade, executado pela Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), em parceria com a Fundação Desenvolvimento Integrado do São Francisco (Fundifran).

A Ater, serviço fundamental para a promoção do desenvolvimento rural, por meio de orientações sobre o processo de produção e troca de conhecimentos entre agricultores e agricultoras familiares e técnicos extensionistas, no estado da Bahia, é responsabilidade da Bahiater/SDR, que executa o serviço em parceria com organizações da sociedade civil e com as prefeituras municipais.

De acordo com Darcy Gomes, 43, agricultora familiar da comunidade de Capim, município de Sítio do Mato, por meio da chamada pública recebe orientações técnicas necessárias para ampliar e melhorar sua produção de leite e o cultivo de hortaliças: “Aprendemos muitas coisas com os técnicos, o que mudou a minha vida e das famílias daqui do município. Eram muitas dúvidas que tínhamos. Mudamos a nossa forma de cuidar do solo, pois sem o solo sadio não conseguimos produzir nada. Aprendemos a lidar melhor com os nossos animais, por exemplo, temos criação de vaca, e fazemos ordenha duas vezes ao dia. É desta criação que tiramos o nosso sustento, vendemos o leite, o requeijão e a manteiga na região”.

Ivani Santos, subcoordenadora da Bahiater no Serviço Territorial de Apoio à Agricultura Familiar (SETAF) Velho Chico, localizado em Bom Jesus da Lapa, avalia o êxito do projeto: “A Bahiater acompanhou continuamente o trabalho realizado pela Fundifran, junto aos agricultores familiares. Estivemos presentes em algumas atividades desenvolvidas e contribuímos como facilitadores em outras. Observamos o quanto os agricultores puderam ampliar seus conhecimentos sobre diversas atividades produtivas participando de diferentes atividades, intercâmbios e visitas técnicas. Realizamos capacitações dos técnicos e dos agricultores, principalmente, na cadeia produtiva da avicultura, com criação de frangos e galinhas caipiras, e sobre os programas de Aquisição de Alimentos (PAA) e o de Alimentação Escolar (PNAE)”.

Boaventura Gomes de Almeida, presidente da Fundifran, ressalta que essa parceria fortalece o meio rural: “Conseguimos atender às metas, prestando assistência técnica permanente para 720 famílias de agricultores familiares. Tivemos bons resultados, trabalhando algumas cadeias produtivas destes quatros municípios atendidos nesta chamada pública, com o desenvolvimento da Apicultura, Avicultura e Mandiocultura. Essa parceria deu certo. Realizamos reuniões de avaliação, as pessoas beneficiadas deram muito valor e satisfizeram seus anseios. É muito importante termos editais como estes para formamos novos agricultores”.

A Chamada Pública Ater Sustentabilidade, do Governo do Estado, executada pela Bahiater/SDR, com atuação no Território de Identidade Velho Chico, teve investimentos de mais de R$ 2 milhões, com a finalidade de prestar serviços de Ater voltados à produção sustentável. Dentre os resultados obtidos estão a elaboração de propostas para o PAA, implementação de unidades demonstrativas de mandioca, elaboração e acompanhamento de projetos de fomento Brasil Sem Miséria, desenvolvimento da criação de Galinha Caipira, Apicultura, Suinocultura, Horticultura e Bovinocultura de leite, além do apoio à gestão de empreendimentos e formação de preços, produção de marcas e rótulos de produtos da agricultura familiar.

Ações do Governo do Estado fortalecem agricultura familiar

O Governo do Estado vem assegurando o desenvolvimento rural da Bahia, colocando a agricultura familiar no lugar de protagonista. Desde 2015, já foi executado mais de R$1 bilhão em investimento e custeio de políticas públicas e ações de fomento à agricultura familiar, no âmbito do programa Bahia Mais Forte, executado pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).

São ações que promovem a geração de renda, emprego, produção de alimentos saudáveis, inclusão de gênero e geracional, garantia da sucessão rural, e produção sustentável, que vem fazendo da agricultura familiar uma das principais forças do desenvolvimento do estado.

O secretário da SDR, Jerônimo Rodrigues, destacou que, por meio do Bahia Produtiva, projeto executado pela Companhia de Desenvolvimento Rural (CAR), foram assinados 502 projetos que irão fortalecer as diversas cadeias produtivas da agricultura familiar, consolidado o trabalho de assistência técnica e extensão rural (ATER) pela Superintendência de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), tanto na oferta direta, com os técnicos da superintendência, quanto a realizada em parceria com as instituições sociais, selecionadas por meio de chamada pública:

“Avançamos também na parceria com as prefeituras municipais que irão oferecer os serviços aos nossos agricultores familiares. Fechamos 2017com a assinatura de mais de 60 convênios do Mais ATER. Vale ressaltar que todos os técnicos de ATER estão sendo capacitados”.

Rodrigues afirmou também que a secretaria realizou entregas significativas de mudas de fruteiras, para cadeias produtivas importantes como a do cacau, por intermédio da Biofábrica, e já entregou 12 milhões de mudas de palma, por meio da Superintendência da Agricultura Familiar (Suaf), proporcionando reserva estratégica para a alimentação do rebanho, principalmente em períodos de estiagem. “Ampliamos a parceria com os consórcios públicos em ações como a de limpeza de aguadas e regularização fundiária, com a entrega de títulos, o que fortalece a política dos consórcios”, disse ele.

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Governo quer fazer rota do mel para pequenos agricultores no Nordeste

apiculturaO sertão nordestino descobriu uma nova vocação produtiva, a apicultura. Para incentivar os pequenos agricultores do Semiárido, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) vai investir cerca de R$ 20 milhões no incremento da produção de mel na região.

Segundo a Codevasf, o investimento será feito até dezembro, em oito estados. A ideia é transformar a região em rota do mel, beneficiando os agricultores com uma alternativa de geração de emprego e renda, principalmente durante o período da seca. Os recursos objetivam ações estruturantes da atividade, como a implantação de 15 unidades de beneficiamento de mel, além do fornecimento de kits de produção e capacitação de produtores rurais do Semiárido.

As ações fazem faz parte do plano Brasil sem Miséria, eixo de inclusão produtiva nas rotas de desenvolvimento, voltado para as famílias com renda per capita até R$ 70 mensal. Segundo a gerente interina de Desenvolvimento Territorial da Codevasf, Izabel Aragão, o incentivo visa a retirar os agriculturores da situação de miséria. “Queremos tirá-los dessa situação de vulnerabilidade e dependência de bolsas sociais e incluirmos, eles, produtivamente”, disse.

A iniciativa da Codevasf ocorre em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Regional, do Ministério da Integração Nacional. Da Agência Nacional.

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Demanda de máquinas agrícolas aumenta.

A entrega de um novo trator em São Paulo pode levar até 120 dias, tal a demanda da pequena agricultura. Programas de financiamento do Governo Federal, com juros de 2% ao ano, ou do Governo Paulista, com juros nulos e longo financiamento, proporcionaram o aumento das vendas. Talvez com base nessa demanda (quem planta quer colher) a New Holland anunciou esta semana investimentos de até 1 bilhão de reais na expansão da montagem de colhedeiras.