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Proibição do glifosato pode ser um duro desafio para o próximo plantio da soja

Daniel Popov e Francielle Bertolacini, da página Projeto Soja Brasil, no portal Canal Rural afirmam, em extensa matéria jornalística, que vai ser muito difícil substituir o glifosato como principal herbicida no País.
“A decisão de suspender o uso e comercialização de agroquímicos à base de glifosato pode trazer uma grande dor de cabeça ao agronegócio brasileiro”, dizem.
Segundo o pesquisador da Embrapa Soja, Fernando Adegas, como a nova safra está próxima de ser plantada, em meados de setembro, uma alternativa às pressas não seria tão efetiva e certamente custará mais caro. Por sua vez, produtores de soja de Mato Grosso já compraram os herbicidas à base do princípio ativo que será proibido e, alguns, fizeram até estoque para garantir uso no futuro.
A proximidade do plantio da soja é o momento em que a Embrapa sugere aos produtores o maior cuidado com as plantas daninhas. O indicado é que a dessecação seja realizada com mais de 40 dias antes do início da semeadura, para que as invasoras sejam controladas e os herbicidas não afetem o plantio da soja.
Outro problema apontado pelos dois jornalistas diz respeito à aplicação do herbicida em pré-emergência da soja, o que permite uma maior eficiência de plantas daninhas.
A verdade é que os produtores e as empresas fornecedoras de herbicidas não estão preparados tecnicamente para substituir um herbicida barato e eficaz como o glifosato, apesar da resistência encontrada em algumas plantas daninhas.
Serão testados também, com a proibição do princípio ativo, os produtores de semente RR – Roundup Ready e os detentores das patentes dessas sementes, no caso a Monsanto e a Bayer, hoje empresas associadas.
Deputado quer proibir cultivos transgênicos no País.

A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 6432/2013, do deputado Ivan Valente (Psol-SP), que proíbe no território nacional a venda, o cultivo e a importação de sementes de plantas alimentícias transgênicas com tolerância a herbicidas (substâncias usadas na destruição de ervas daninhas).
A proposta também proíbe a importação de produtos alimentícios in natura ou industrializados obtidos dessas plantas. Pelo texto, o Poder Executivo regulamentará a medida no prazo de 180 dias.
– Os agricultores podem levar uma vantagem operacional utilizando cultivares tolerantes a herbicida, mas, para o consumidor dos produtos alimentícios derivados delas, não há nenhuma vantagem – explica Valente, complementando que as plantas transgênicas tolerantes a herbicida “não morrem com a aplicação do defensivo, mas o absorvem, aumentando o nível de resíduo dessa substância no produto que será utilizado como alimento pelo consumidor”. Para o parlamentar, isso pode ser nocivo à saúde humana.
Tramitação
O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisado pelas comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
O cultivo da soja transgênica já ultrapassou 60% do plantio no País e o milho deve alcançar este percentual na próxima safra. O plantio direto, sem revolvimento do solo, ultrapassa 70% no País. O plantio direto é importante na preservação dos solos e na prevenção de doenças fúngicas. A proibição de sementes transgênicas pode reverter todo o esforço para fugir da erosão causada pela aração do solo, com perda de terras férteis e assoreamento de cursos d’água.
Em debate, os royalties sobre a tecnologia Roundup Ready
Os agricultores de Luís Eduardo Magalhães ouvem agora, às 19 horas, na sede do Sindicato Rural, representantes da Monsanto sobre a cobrança de royalties sobre a tecnologia RR. O pré-acordo da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), apoiado pela Federação da Agricultura do Estado da Bahia, prevê a troca da cobrança de 2% sobre o produto entregue na colheita pela cobrança de um valor ainda não ajustado sobre o valor da saca de semente comprada no plantio.
Plantio direto em solos arenosos é tema de palestras.
Dia 14 de setembro, quarta-feira, acontece reunião técnica promovida pela Agrolem, com o tema “Manejo da Fertilidade em Solos Arenosos sob Plantio Direto”. A programação é a seguinte:
8:30 – abertura Vinicius Benites, Embrapa Solos, coordenador projeto Aduba Brasil
8:45- Dr Alexey Naumov – apresentação institucional IPI (Instituto Internacional do Potássio)
9:05 – Dr Valter Casarin – apresentação institucional IPNI
9:25 – Dra Ana Turetta – Mapeamento e sensoriamento
9:55 – Coffee Break
10:10 – Dr. José Carlos Polidoro – resultados dos experimentos em LEM
10:40 – Ingbert Dowich – resultados práticos dos experimentos em LEM
11:10 – Dra Maria Conceição Carvalho – Manejo da fertilidade em algodão
11:40 – Mesa redonda para discussão até as 12:30 (Dr. Vinicius Benites)
12:30 – Distribuição de brindes para os produtores (Camisas da Rede FertBrasil)
Uma saída técnica para o plantio direto no Oeste baiano
Júlio Lautert, agrônomo da Monsanto, aponta uma saída para as dificuldades que o plantio direto tem encontrado no Oeste baiano, principalmente na formação da palhada (mulch) através da dessecação de capim milheto ou até mesmo das ervas-daninhas, que são rápidamente mineralizadas e não deixam uma cobertura vegetal satisfatória:
– Estamos recomendando o plantio do milho com brachiaria rozisienses, seguido pela entrada da soja. No entanto, como poucos querem plantar milho, em função de preços deprimidos e mercado inconstante, recomendamos a pulverização, via aérea, da semente de braquiária quando a soja encontra-se em final de ciclo, tendo, então, no próximo plantio, um volume maior de cobertura vegetal para dessecar.
Lautert explica que no plantio de variedades transgênicas são grandes os cuidados da assistência técnica da Monsanto:
-No caso do milho resistente a lagartas, guardamos uma área de refúgio, para plantio de variedades convencionais, para evitar o surgimento de insetos resistentes dentro da área de plantio transgênico. E também criamos áreas de coexistência com plantios vizinhos e de amortecimento em relação às áreas de reserva ambiental.
Lautert explica que o plantio de soja transgênica, com boa cobertura vegetal, é fator limitante para a expansão do mofo branco, doença que não tem tratamento satisfatório com fungicidas:
– O fato das gotas de chuva não jogarem terra para as folhas, amortecidas pela palhada, deixa de criar o ambiente favorável à disseminação do fungo nos cultivos.
Chácaras dentro das APPs do rio de Janeiro estão irregulares
Cerca de 80% das chácaras que ocupam a Área de Preservação Permanente (APP) às margens do Rio de Janeiro, zona rural de Barreiras, estão irregulares. Depois da fiscalização e notificação, no mês passado, das propriedades que ocupam a APP, a Secretaria de Meio Ambiente e Turismo (Sematur) está trabalhando em parceria com o Ministério Público para resolver as irregularidades ambientais.
“Nosso objetivo é regularizar estas áreas, contando com a parceria do Ministério Público, que irá nos ajudar a cobrar esse passivo e assim delimitar o espaço que será do Parque Municipal de Proteção Integral”, informa o secretário municipal de Meio Ambiente e Turismo, João Bosco da Silva Junior. Ainda segundo o secretário, novas fiscalizações serão feitas para verificar se a lei está sendo cumprida, caso contrário, haverá notificação, embargo de construção e multa, como já foi feito no passado. Informações de A Tarde.
A verdade é que estão morrendo muito de nossos rios, mais por ignorância dos agentes públicos e privados, do que por maldade. É só dar uma olhada nos cortes profundos, com objetivo de carrear material de aterro, que foram feitos às margens da rodovia do Anel da Soja, para chegar a conclusão que a abertura da estrada causou danos inestimáveis, por burrice dos engenheiros. Aliás, o Ministério Público tem a obrigação de entrar com ação para minimizar esse dano, pedindo que o Estado conserte o que estragou. Outro detalhe que não cansamos de repetir: ou os grandes plantadores aderem ao plantio direto ou a devastação vai continuar. O plantio direto salvou os pequenos e grandes rios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Talvez seja mais oneroso, talvez seja mais difícil de implantar, mas não podemos abrir mão do plantio na palha sem prejudicar-se com a responsabilidade pelo assoreamento de nossos rios. A iniciativa de recomendar a implantação deve ser de responsabilidade da AIBA, da ABAPA, do Sindicato Rural e de todas as entidades governamentais ligadas ao setor. É uma questão também de auto-preservação política e institucional.


