Portos estrangulados, estradas saturadas, frete caro. Assim é o Brasil exportador.

Estradas saturadas com trânsito de caminhões pesados.
Estradas saturadas com trânsito de caminhões pesados.

Os problemas operacionais registrados no últimos meses nos portos brasileiros durante o escoamento de uma safra de grãos recorde devem se repetir na próxima temporada, uma vez que investimentos em infraestrutura deverão ser sentidos apenas no médio prazo, afirmou nesta terça-feira a associação que reúne as principais empresas do setor de soja no país.

Os portos de Vitória (ES), Santos (SP), Paranaguá (PR) e São Francisco do Sul (SC), por onde o Brasil escoa a maior parte de sua safra agrícola, estão operando no limite da sua capacidade, disse a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), em um boletim.

“Os portos estão trabalhando com a capacidade máxima e precisam, de forma urgente, resolver os seus gargalos internos”, disse o gerente de economia da entidade, Daniel Furlan Amaral, na nota.

O jornal Valor Econômico, numa grande série de reportagens sobre a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, onde relata a estagnação das obras, refere-se assim ao drama vivido pelos produtores do Oeste:

“Nesta época do ano, em plena safra do algodão, nada menos que 1,5 mil caminhões têm circulado diariamente no eixo que liga as cidades de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Para complicar a situação, a estrada de pista simples passa diretamente pelo centro das cidades, em vez de contorná-las. O asfalto da BR-242 acusa o golpe. Nas entradas e saídas dos municípios visitados pelo Valor, o peso das carretas abre valas profundas no chão. Carros são obrigados a circular em ziguezague para tentar fugir dos buracos. Os acidentes são frequentes.” Da Reuters e do Valor Econômico.

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Portos aceleram nas 24 horas só no papel

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Segundo o jornalista Cláudio Humberto, os 14 quilômetros do porto de Santos, com movimento de 104,5 milhões de toneladas em 2012, são fiscalizados hoje por apenas 23 servidores do Ministério da Agricultura.

Já o porto do Rio de Janeiro, que movimentou 8,3 milhões de toneladas em 2012, tem só oito fiscais da Agricultura trabalhando 8 horas/dia.

Além dos fiscais do MAPA, faltam funcionários da Receita e da Polícia Federal. Dona Dilma mandou trabalhar nas 24 horas do dia para desafogar os portos, mas só no papel, porque não tem pessoal suficiente.

Paranaguá: se chove, carregamento para.
Paranaguá: se chove, carregamento para.

Outra coisa incrível, que só acontece no Brasil: outro dia vi um funcionário do Porto de Paranaguá reclamando que choveu 13 dias em um mês e o carregamento de grãos para quando chove. É uma barbaridade: será que com toda a tecnologia do mundo, não conseguimos impermeabilizar a esteira de envio dos grãos e cobrir o porão que está recebendo o grão? Aí tem sacanagem também.

Os portos brasileiros, estrangulando a exportação

Os portos brasileiros só conseguem embarcar a soja contratada em setembro do ano passado. Novos contratos só terão como sair dos portos a partir de junho. Até lá, a tendência é que a demanda imediata seja atendida pelos EUA, que já estão com 87% das exportações comprometidas. A informação é do Notícias Agrícolas.

Então, está entendida a firme posição de Dona Dilma em privatizar os portos? O sindicalismo e o corporativismo impedem a modernização e o aumento da operacionalidade dos portos. Portanto, só resta aos socialistas entregar-se ao senhor mercado e ao neo-liberalismo privatizador.

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Governo quer privatizar portos. Portuários entram em greve.

Apesar de o Tribunal Superior (TST) ter decretado a ilegalidade da greve dos portuários, movimento parou 30 mil trabalhadores nos principais terminais do país, ontem por seis horas, deixando navios atracados e prejudicando o embarque de grãos ao exterior.

Diante da pressão dos sindicatos, o ministro da Secretaria dos Portos, Leônidas Cristino, abriu negociação e garantiu que não vai tentar acelerar o trâmite da Medida Provisória (MP) 595 – que moderniza o setor – no Congresso. O governo também prometeu interromper as licitações até 15 de março. Veja mais em O Globo.

Depois da campanha de 2010, quando os candidatos do PT “acusaram” os candidatos da Oposição de privacionistas, dona Dilma está privatizando aeroportos, estradas e portos.

É o reconhecimento tácito de que o Governo é mau gestor e não tem como realizar as grandes obras demandadas pela combalida infraestrutura do País.

Falta agora outro capítulo: moralizar as agências reguladoras. E por que não através de auditorias privatizadas, ao contrário de aparelhar politicamente as agências, cheias de aproveitadores e propineiros.

Hoje e amanhã, Feirão de preços baixos na Topvel, com venda das últimas unidades da S10 com tabela reduzida.
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